31 de ago. de 2015

Língua litúrgica no Rito Romano

No que concerne à língua litúrgica, o Concílio Vaticano II prescreve que o uso da língua latina, salvo direito particular, será conservado nos ritos latinos. Mas, seja na Missa, seja na administração dos Sacramentos, seja em outras partes da Liturgia, pode-se usar a língua do país em vista de maior e mais proveitosa participação dos celebrantes.

Diz a SC 36:
“Dado, porém, que não raramente o uso da língua vulgar pode revestir-se de grande utilidade para o povo, quer na administração dos sacramentos, quer em outras partes da Liturgia, poderá conceder-se à língua vernácula lugar mais amplo, especialmente nas leituras e monições, em algumas orações e cantos, segundo as normas estabelecidas para cada caso nos capítulos seguintes.”

A Igreja entende que o latim é a língua litúrgica, mas valoriza mais a participação dos celebrantes, pela compreensão. Isto significa que não existe a obrigatoriedade do uso de latim nas celebrações e o argumento, de que as celebrações em língua vernácula são inválidas, é desprovido de sentido e não tem nenhum suporte teológico nem bíblico.
Atualmente, o latim é usado em muitas Missas Pontificais, é recomendado em celebrações que formam assembléias internacionais. Além de tais celebrações, o latim é usado nos textos oficiais da Liturgia, nas chamadas “editio typica”, que se tornam a fonte e a referência para as traduções dos textos litúrgicos em cada país.
Recentemente, no Pontificado de Bento XVI, houve um incentivo forte para introduzir algumas orações ou textos em latim nas celebrações, especialmente na Missa. Seria o caso, por exemplo, de rezar o Pai nosso (Pater noster) em latim. Mas, isto desde que seja devidamente compreensível pelo povo e pelo padre, considerando que atualmente poucos são os padres que estudaram latim e o conhecem. (SV)



28 de ago. de 2015

Água

Água, elemento essencial para a vida humana, á água tem um vasto campo de significados simbólicos. Do ponto de vista religioso cristão, a água não pode servir à vida se não estiver fecundada pelo sopro divino (Gn 1,2).
Chama atenção, quanto ao simbolismo da água, que a mesma é qualificada como um símbolo duplo, que pode evocar morte e vida, purificação e santificação. Muitas das abluções e aspersões com a água tem um sentido purificador; purificar ou libertar das faltas em vista de tornar a pessoa digna de participar da celebração diante de Deus e com Deus (Ez 36,25; Hb 10,22). Como símbolo da vida, a água simboliza também o nascimento ou o renascimento da vida nova em Deus (Ez 47; Ap 22,1-2).
            O Batismo na água, de João Batista, era preparação para o Batismo no Espírito Santo, o qual também é simbolizado na água (Jo 1,33; Jo 3,3;). Quando a água é fecundada pelo Espírito Santo (Gn 1,2) torna-se um símbolo privilegiado, uma vez que foi consagrada no Batismo de Jesus Cristo, no Jordão, tornando-se água viva, o dom de Deus, que é justamente o dom do Espírito Santo (Jo 4,10). Neste sentido, entende-se também o simbolismo de rios de água viva que jorram do lado aberto de Cristo, dormindo na Cruz (Jo 7,37-39). Deste lado aberto, qual fonte viva correm sangue e água, símbolos dos sacramentos da Eucaristia e do Batismo, que sempre se realizam pela ação do Espírito Santo (Jo 19,34).
            Mergulhados na água, pelo sacramento do Batismo, isto é, na Morte e Ressurreição de Jesus, o homem e a mulher são batizados no Espírito Santo, simbolizados pelo mergulho na água. O Batismo cristão, portanto, é o Batismo (mergulho) no Espírito Santo.

Água benta e aspersões
A água benta é um sacramental, um sinal da bênção divina na vida de cada pessoa. Na aspersão sobre o povo da Vigília Pascal a água recorda o Batismo e, na aspersão dominical, que acontece em algumas celebrações Eucarísticas, esta pode simbolizar tanto a recordação do Batismo, como ser um gesto de purificação penitencial, como acontece nas celebrações dominicais do tempo quaresmal. Seja de um ou de outro modo, em cada aspersão com a água acontece uma renovação dos compromissos batismais de cada celebrante e de toda a Igreja.

Aspersão nos funerais e nas bênçãos
            O gesto de aspergir os restos mortais de um cristão falecido com água benta também mantém uma relação com o Batismo, mas desta vez como recordação de alguém que se comprometeu a viver o compromisso cristão desde o Batismo. A aspersão com a água é uma lembrança e, de certo modo, um reconhecimento de que a pessoa viveu como um cristão batizado. Isto acontece seja no Rito das Exéquias, seja com a aspersão de parentes e amigos, onde é costume deixar um vasilhame com água benta ao lado da eça.
            Quanto ao uso de água benta nas bênçãos, esta significa um sinal de purificação e de pedido da proteção divina, na vida diária. Sendo a água símbolo do Espírito Santo, seu uso nas bênçãos significa a invocação e a presença do Espírito divino naquilo que é abençoado.

Água no cálice, durante a Missa
            Muitos são os significados do gesto da água que o padre coloca no cálice, durante a preparação das oferendas. Os significados da união deste gesto estão relacionada às duas naturezas de Jesus Cristo, humana e divina, à evocação da água e do sangue que sai do lado aberto de Cristo, na Cruz, além de expressar a união e participação dos celebrantes no Sacrifício Eucarístico, como diz a fórmula: “pelo mistério desta água e deste vinho possamos participar da divindade de vosso Filho, que se dignou assumir a nossa humanidade”.  
(SV)


26 de ago. de 2015

A dinâmica pedagógica do Ano Litúrgico: rito, música e homilia

Vamos começar pelo que não é. O Ano Litúrgico não é um calendário de datas históricas relacionadas à vida de Jesus ou da Igreja, mas a celebração do Mistério Pascal de Jesus Cristo na Igreja. Por isso, o Natal não é a celebração do aniversário de Jesus, como se ouve e até se canta em algumas canções natalinas, mas a celebração do Mistério Pascal de Cristo com enfoque na encarnação do Verbo, como lemos no Prólogo de João. O Ano Litúrgico, portanto, é a celebração da Páscoa de Jesus que acontece no espaço de um ano, contemplando o Mistério Pascal de Jesus. Isto vale para as celebrações marianas e dos santos, enquanto estas são celebrações inseridas no Mistério Pascal, no Mistério da Salvação realizado por Jesus, em seu tempo histórico.
            O Ano Litúrgico pode ser considerado de muitas formas. Uma delas diz respeito à sua dinâmica pedagógica. Trata-se de um aspecto prático do Ano Litúrgico, que diz respeito especialmente às celebrações Dominicais e às grandes solenidades da Igreja. Por ser uma dinâmica pedagógica, tem a ver com a atividade concreta da Pastoral Litúrgica e a contextos celebrativos particulares, expressos particularmente nas homilias, mas também presente nos ritos, nas canções e nas preces.
            Ao se considerar a dimensão dinâmica e pedagógica entende-se implícita a necessidade de uma programação, de um conteúdo programático capaz de conduzir pedagogicamente os celebrantes à constante conversão em vista do discipulado. Não se trata — é preciso dizer com todas as letras — de transformar as celebrações em aulas de doutrina ou de catequese ou de Teologia. A proposta da Igreja proclama a Palavra, especialmente o Evangelho, para ser celebrada e, do ponto de vista dinâmico e pedagógico, propor modos de viver e caminhar no discipulado. É aqui que entra o processo pedagógico e evangelizador do Ano Litúrgico. Entende-se, pois, que as celebrações, como dizia Papa Bento XVI, tem um caráter evangelizador em sua dinâmica celebrativa.
            Em tal contexto dinâmico e pedagógico, cada celebração trazem em si propostas de passos para os celebrantes caminhar no discipulado. Ao celebrar o Mistério Pascal de Cristo, os celebrantes participam da graça santificadora e, ao mesmo tempo, são orientados de como viver este Mistério em suas vidas pessoais e de modo comunitário. A homilia, portanto, não tem a finalidade de explicar as leituras uma a uma, mas propor como caminhar no discipulado, iluminando-se nas leituras da celebração. Isto significa que o padre, na maior parte das vezes, não prepara uma homilia explicativa, mas propositva e contextualizada em cada celebração. Cada homilia, na expressão de Umberto Eco, é uma “obra aberta”, no sentido que atingirá a vida de cada celebrante de um modo diverso. Precisa ser uma homilia tão bem preparada, que os celebrantes, por mais simples que forem, sejam capazes de estabelecer nexos de união da Palavra com suas vidas. Para isso, o padre conta com a graça do Espírito Santo, com a preparação pessoal e com a sua habilidade oratória.
            O mesmo critério vale para as demais partes da celebração. A música, por exemplo, além de cantar a celebração, ressalta o Mistério celebrado em cada rito. Neste sentido, não se pode propor um único folheto de canções para várias celebrações, uma vez que cada celebração ressalta um aspecto do Mistério Pascal de Cristo e do discipulado. Em vista disto se faz necessário todo um trabalho de sintonia das Equipes de Celebrações com o padre. Não deveria acontecer que o padre fale uma coisa e os ritos preparados pelas Equipes de Celebrações, música inclusa, falem de outra, transformando a celebração numa colcha de retalhos. Ao contrário disso, a celebração deve ser harmônica, afinada com a luz que vem da Palavra para ressoar nas canções, nos ritos, nas monições, na oração dos fiéis, nas procissões e na homilia. Desta forma, a celebração forma um conjunto harmonioso.
            Esta é uma proposta presente, seja de modo explícito como nas entrelinhas, da reforma litúrgica do Vaticano II. Uma proposta que exige uma preparação particularizada de cada celebração, algo que foi, de certo modo, impedida pela “facilidade” no uso de folhetos e livretes que, além de impedir preparações mais aprofundadas das celebrações, transforma muitas celebrações em leituras de folhetos. Estas são celebrações que desviam o olhar dos celebrantes do altar e do ambão e os concentra na leitura de folhetos individualizados. Claro que isso pode ser revertido, desde que a Pastoral Litúrgica, coordenada pela Equipe Litúrgica, e atuada pelas Equipes de Celebrações, entenda a celebração, especialmente aquela dominical, como momento evangelizador que conduz ao discipulado e no discipulado, como algo próprio da dinâmica pedagógica do Ano Litúrgico.
(Serginho Valle)





24 de ago. de 2015

Pálio e umbrella

O pálio é uma cobertura feita de tecido, sustentada por quatro ou seis suportes de madeira ou de metal leve (alumínio), com a finalidade de cobrir o bispo ou o padre que conduz o ostensório com o Santíssimo Sacramento, em procissões solenes. 

Outro modelo de pálio é a umbrella, que se abre como um guarda chuva. Seja de um modo ou de outro, ambos têm a finalidade de destacar a dignidade da presença rela de Jesus Cristo, na Eucaristia. 


21 de ago. de 2015

Beijo: gesto litúrgico e ritual

Na Liturgia, o beijo é um gesto de veneração e de partilha de paz em muitas culturas. O beijo no altar — gesto ritual próprio do bispo, padre e diácono — expressa a comunhão com Deus, em Cristo, simbolizado no altar. O mesmo gesto do beijo é repetido no Evangeliário, após a sua proclamação, com o mesmo sentido de venerar o Santo Evangelho, símbolo da presença do Senhor, no Evangeliário.
O beijo realiza também um gesto de adoração, como acontece na celebração da Sexta-feira Santa, com o beijamento da Cruz.

No rito da paz, antes da comunhão Eucarística, o beijo é denominado de ósculo da paz, simbolizando a reconciliação fraterna em Jesus Cristo, condição para se aproximar da Mesa Eucarística e participar da comunhão. Por motivos culturais, em muitas partes do mundo, o ósculo da paz não se realiza com um beijo.


Toalha do altar e no altar

As orientações litúrgicas indicam que o altar deve ser coberto com uma tolha branca, referência ao simbolismo do altar como “Mesa do Banquete Eucarístico”. A toalha não deve esconder o altar, por isso pode ser mais longa nas laterais, mas não na frente, para que o altar seja visível aos celebrantes. Para ressaltar a importância do altar (e não da tolha), não se usam toalhas coloridas, nem desenhos, bordados ou pinturas. Ou seja, simplesmente uma toalha branca. (IGMR 304). 

Os 40 dias da Quaresma

A duração da Quaresma está baseada no símbolo do número quarenta na Bíblia. Faz memória dos 40 dias do dilúvio, dos 40 anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos 40 dias de Moisés e de Elias na montanha, dos 400 anos que durou o exílio dos judeus no Egito, que neste caso se entende como 40 X 10. No Novo Testamento, o número se remete aos 40 dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública.
Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material, seguido de zeros significa o tempo de nossa vida na terra, seguido de provações e dificuldades. Por isso, uma interpretação une o tempo de nossa vida marcada pelas dificuldades e provações, que precisam ser vencidas como Jesus, no deserto: com oração, jejum, penitência e obediente à Palavra de Deus.


19 de ago. de 2015

Pastoral Litúrgica ou pastoral de reuniões?

Eu participava de um retiro, lá pelos idos de 1997, quando o pregador começou sua reflexão dizendo: “quando o Senhor voltar, não sei se ele nos encontrará unidos, mas certamente, nos encontrará reunidos.” Fazia referência à inúmeras e infindáveis reuniões e mais reuniões que marcam nossas atividades pastorais, incluso a Pastoral Litúrgica (PL). Por isso, vale a pergunta: é Pastoral Litúrgica ou pastoral de reuniões?
            Não estou abolindo as reuniões, mas propondo uma reflexão para que as mesmas tenham uma metodologia que as torne práticas, ágeis e produtivas. Em vez de multiplicar reuniões, fazer poucas, mas eficazes. Para isso, uma pauta objetiva com propostas claras, um método dinâmico e eficiente ajudam são imprescindíveis.
As reuniões são importantes para dar vida a uma PL, onde não somente se fazem as “coisas da Igreja” e “para a Igreja”, mas para que seja Igreja viva, com uma PL capaz de plantar nos celebrantes sementes do Reino de Deus em cada celebração do Mistério Pascal de Cristo.
            Muitas PL perderam a meta e fazem as coisas por fazer; perderam o espírito da PL e se fundamentam unicamente em estruturas pastorais. Isso é complicado! É complicado porque, primeiramente, uma comunidade cristã, fundamentada unicamente em estruturas pastorais, corre o risco de trabalhar muito e conseguir pouco resultado. É a imagem de uma comunidade que está tentando construir-se sobre si mesma, confiando em estruturas organizacionais, mas sem a iluminação da mística do Evangelho, da importância da oração, do tempo para refletir e estudar. Assim, as pastorais, incluso a PL, tornam-se estruturas de serviço, mas sem a mística evangelizadora que anuncia, testemunha e semeia a Boa Nova. São comunidades que têm tudo rigorosamente organizado em forma de “burocracia pastoral”. Infelizmente, existem PL com o mesmo vício burocrático: tudo rigorosamente organizado (o que é bom), mas sem o espírito evangelizador (o que não é bom). Por isso, as reuniões da PL não podem ser feitas somente para fins organizacionais e organizativos para manter uma estrutura; há que haver reuniões para estudar, meditar, rezar...
            Claro que isto precisa acontecer dentro de um ritmo que não sufoque as atividades dos membros da PL, já previsto nas atividades do calendário anual da PL comunitária. De onde uma organização com datas e tempos confortáveis e espaçados para não sobrecarregar. Uma PL com muitas reuniões é uma PL pesada, com o risco de perder a alegria e o entusiasmo para animar a comunidade. Quando a PL da comunidade torna-se pesada, começa a atuar “do jeito que dá” como, infelizmente, se constata em algumas comunidades.
            Outro problema sério é que algumas comunidades sacrificam “sempre os mesmos”, fazendo com que os mesmos assumam diferentes pastorais, mesmo não tendo condições para isso. Defendo a tese que: quem participa da PL — refiro-me especialmente aos membros da Equipe Litúrgica — não têm muito tempo para participar de outras atividades pastorais. Por isso, insisto na dedicação total e única na PL e para a PL da comunidade. Quando só alguns têm muitas atividades pastorais, quase sempre, o resultado é tímido e de baixa qualidade.
            É hora de repensar e fazer bem, fazer o melhor, nem que seja pouco, para deste pouco suscitar novas lideranças. As reuniões são necessárias e começam a produzir frutos quando as lideranças conhecem o assunto; no nosso caso, conhecem o que é uma PL, sabem organizar a PL em organogramas exeqüíveis, objetivos e práticos. Mas, sem jamais esquecer que tudo isso necessita do tempero místico vindo da oração, meditação, estudo da Liturgia e serviço inspirado no Evangelho.

(Serginho Valle)

Basílica de São Pedro

Uma superfície de 22 mil metros quadrados, altura de 133 metros e 10 mil metros quadrados de mosaicos, além de inúmeras obras de arte. Estes são alguns números que impressionam na Basílica São Pedro, cuja construção começou em 1506, no Pontificado de Papa Júlio II e concluiu-se 120 anos depois, durante o Pontificado de Urbano VIII.

Somente entre 1656 e 1667, a pedido do Papa Alexandre VII, Gian Lorenzo Bernini projetou e construiu a grande colunata da Praça São Pedro, colocando no centro o obelisco do século I a.c..

A Basílica Vaticana representa o coração da cristandade, construída sobre o túmulo do Apóstolo Pedro, onde se encontra o conhecido “altar da confissão”.

A magnificência da Basílica de São Pedro nasceu de modo humilde e simples. Um pequeno buraco cavado na terra onde está o túmulo de São Pedro. O visitante não conseguirá ver tudo, por isso precisa colher alguns aspectos da Basílica.

Inicialmente, a Basílica pode não agradar, pode até mesmo não ser a mais bonita porque, de tão grande, que não cabe na mente, dada sua espacialidade, sua superfície, mas também sua história; uma história muito longa e difícil de compreender. Por tudo isso, é possível ficar desorientado diante de tanta grandeza. Mas, voltando a observá-la mais atentamente e nos particulares, entende-se a harmonia arquitetônica da Basílica de São Pedro, mesmo não sendo um projeto unitário. No contexto iconográfico, por exemplo, cada imagem se liga a outra e todas as imagens transmitem uma catequese com a finalidade de avivar a fé.

Bramente, Raffaello, Michelangelo, Madermo, Bernini. Incontáveis são os artistas que, nos séculos, ofereceram sua própria contribuição na criação desta extraordinária Basílica que todos os dias acolhe milhares de fiéis.

Talvez o artista mais lembrando seja Michelangelo Buonarroti. Ele está presente na Basílica em dois momentos fundamentais: no início de sua carreira, com a celebre escultura de La Pietà, realizada no final do século XV, em 1499, quando Michelangelo tinha mais ou menos 23 anos de idade. A segunda grande obra de Michelangelo é a cúpula, construída quando ele, já velho, torna-se o arquiteto da “Fabrica de São Pedro” e trabalha na conclusão da Basílica e da cúpula.

Além de Michelangelo existem outros grandes artistas do século XV, como Bernini e todas suas obras barrocas deste grande artista, arquiteto e escultor, além dos grandes mestres do século XVIII.

No interior da Basílica de São Pedro, dividida em três naves, convivem algumas das obras mais célebres do mundo: do baldaquino de Bernini, triunfo da idade barroca, da altura de um edifício de 10 andares, ao monumento fúnebre de Alexandre VII. Da porta de Giacomo Manzù, às esculturas colocadas perto do altar, até a estátua de São Pedro vinda, segundo a tradição, é do século V.

As recentes pesquisas do arquivo revelaram que a Pietà de Michelangelo foi coroada quatro anos depois da morte do mestre. Recentemente, foram feitas restaurações das necrópoles vaticanas; debaixo da Basílica tem uma necrópole (cemitério) pré-constantiniana, onde se encontra o humilde túmulo de São Pedro.



17 de ago. de 2015

Basílica de São Paulo fora dos Muros

Numa mão traz a espada, símbolo do seu martírio, em Roma, no ano 67, pelo imperador Nero, noutra, o livro, que representa sua incansável pregação da Palavra de Jesus nas grandes cidades do Mediterrâneo. Assim é a estátua de São Paulo colocada no centro do quadripórtico que acolhe turistas e peregrinos de todo mundo, vindos para admirar a Basílica construída em sua honra, em Roma.  

A igreja de São Paulo fora dos Muros, depois da Basílica de São Pedro, é a maior da capital. Denomina-se como “Fora dos Muros” por estar construída fora dos muros da antiga cidade de Roma.

Construída pelo imperador Constantino, numa área de cemitérios, onde ainda se conserva o túmulo do Apóstolo, a Basílica foi consagrada pelo Papa Silvestre, em 324.

No seu interior, estão pintados os rostos de São Pedro e de seus sucessores, com um conjunto de retratos iniciados na segunda metade do século V a pedido do Papa Leão Magno.

No mesmo período, o imperador Onorio e sua irmã Galla Placidia realizaram trabalhos de embelezamento, como o mosaico do arco triunfal representando a primeira visão profética de São João. Mas, tanto esta como outras não passam de uma cópia da original porque, na noite entre 15 e 16 de julho de 1823, quase toda Basílica foi destruída por um incêndio.

A causa do incêndio, pelo que tudo indica, foi o esquecimento de um lampião aceso, por um operário, no madeiramento do telhado, que já era muito antigo e, possivelmente, muito seco. Era julho daquele ano e tinha pouca gente porque era uma região atingida pela malária. A Basílica foi destruída por este incêndio.

Houve um grande debate sobre como reconstruir a Basílica, começando pelo Papa Leão XII, o primeiro Papa daquela época. A decisão foi a construção de uma basílica em estilo paleocristão.

Duas obras escaparam milagrosamente das chamas, ambas da época medieval: o baldaquino, uma das primeiras manifestações da arte gótica, em Roma, e o candelabro pascal, colocado perto do altar mor. O candelabro pascal é uma única coluna de mármore branco com desenhos e símbolos muito interessantes e nem todos, ainda, explicados pelos especialistas. A coluna de mármore remete à coluna de fogo, mas lembra também a árvore da vida, como se vê em símbolos botânicos e símbolos de luz.

À esquerda da nave encontra-se a Capela do Santíssimo, construída por Bento XIV, por ocasião do jubileu de 1725. Originalmente, foi construída para receber um crucifixo medieval, do século XIII ou XIV, conhecido como o crucifixo diante do qual Santa Brígida da Suécia rezava durante o tempo que viveu em Roma.

As colunas do claustro, entrançadas e lisas, além dos mosaicos, são testemunhas preciosas da arte cosmateca. Seus corredores conservam quase dois mil fragmentos de lastres de túmulos, estátuas e sarcófagos, vindos do cemitério vizinho.

O claustro é do século XII e não foi destruído pelo incêndio. É onde se pode ver o ambiente monástico medieval. Ao redor desse ambiente encontra-se também um museu e uma pinacoteca.



15 de ago. de 2015

Basílica de Santa Maria Maggiore

No ano de 431, os Padres do Concílio de Éfeso atribuíram solenemente a Maria o título de Mãe de Deus. Logo após o dogma da maternidade divina multiplicaram-se os santuários dedicados ao culto mariano e sobre a maior colina romana, Esquilino, por volta do ano 435, foi construída a Basílica de Santa Maria Maggiore, a igreja mais antiga do ocidente dedicada à Mãe de Jesus.

Modificada muitas vezes, no decorrer dos séculos, até chegar à atual arquitetura, a Basílica sempre conservou sua estrutura paleocristã: três naves colocadas entre duas filas de 30 colunas.

Nas paredes da nave central, sob os afrescos feitos no ano 1500, aparecem como anéis de uma corrente, 42 mosaicos representando os momentos mais significativos do Antigo Testamento, de Abraão a Josué.

Por causa de uma tradição vinda de agosto de 352, a Basílica de Santa Maria Maggiore é também conhecida como Santa Maria da Neve. Um acontecimento excepcional liga o nome de Papa Libério à primeira pedra da antiga igreja.

A pia tradição, que é milenar, conta de um sonho que aconteceu conjuntamente a Papa Libério, que foi Papa durante a metade do século III, e a um membro de uma rica família romana daquele tempo, que se chamava João. Os dois sonharam o mesmo sonho: construir um santuário, um templo, dedicado à Nossa Senhora. E, de modo milagroso, aconteceu uma nevada, em 5 de agosto. Sobre aquela nevada, o Papa desenhou os fundamentos da Basílica, que foi construída, e custeada pela rica família romana de João.

Durante os séculos, numerosas foram as marcas de mestres deixadas na Basílica, seja em esculturas como pinturas, a exemplo do cibório em formato de templo que está sobre o altar, construído a pedido de papa Sisto V. Uma obra prima de ourivesaria, projetada por Giovan Battista Ricci, realizada no final do século XVI. Aqui, Santo Inácio de Loyola celebrou sua primeira Missa em Roma, na noite de Natal de 1538.

Perto da sistina, mas do lado oposto, está a capela Paulina, cuja altar guarda o antigo e precioso ícone mariano, da “Salus Populi Romani” (Salvação do Povo Romano).

Também a ela, a pia tradição atribui, como a outros ícones da Mãe de Deus, no mundo, ser uma pintura de São Lucas. Durante muitos séculos, o ícone da “Salus Populi Romani” esteve no altar mor, até ser transferido para a capela construída no Pontificado de Papa Paulo V. Esta capela é o local onde Paulo V foi sepultado, juntamente com os descendentes de sua família.  

Desde tempos antiqüíssimos, a ícone da Salus Populi Romani foi levada em procissão quando a cidade de Roma era ameaçada por um sério perigo. Ela é a padroeira da cidade há quase 500 anos.

Do ano 1200 é o presépio de Arnolfo di Cambio, antigamente colocado na Capela Sistina da Basílica, hoje exposto no museu subterrâneo de Santa Maria Maggiore. Uma obra encomendada pelo Papa Nicolau IV para proteger a relíquia da manjedoura, na qual depuseram Jesus recém-nascido, com alguns pedaços da madeira da manjedoura conservados sob o altar mor.


Os pedaços de madeira foram trazidos a Roma e há 250 ou 300 anos foi construída uma teca de prata, por Valadier, custeada por uma família espanhola. Por isso, os espanhóis mantêm um vínculo com a Basílica. Em 1800, a pedido de Papa Pio IX, foi construída debaixo do altar mor uma pequena crípta, onde são guardados as relíquias da manjedoura onde nasceu Jesus. 

14 de ago. de 2015

Nossa Senhora Rainha

Uma vez proclamada Rainha do Céu e da Terra, introduziu-se na Igreja o costume de celebrar um rito de coroação de Nossa Senhora, no final do século XVI. Segundo algumas fontes, a iniciativa foi do Frade Jerônimo Paolucci de Calboli, que viveu entre os anos 1552-1620. Atualmente, a Coroação de Nossa Senhora conta com um Ritual Próprio. Em decorrência desta prática devocional, a Igreja instituiu uma memória litúrgica dedicada à realeza de Maria, invocada desde os Congressos Marianos de Lion (1900) e Einsiedeln (1906). O pedido se tornou mais forte depois da instituição da Solenidade de Cristo Rei (1925). A memória litúrgica de Nossa Senhora Rainha, que celebramos no dia 22 de agosto, foi instituída pelo Papa Pio XII em 1955. Inicialmente, esta memória era celebrada no dia 31 de maio, depois foi transferida para 22 de agosto, como dito, 8 dias depois da Assunção de Nossa Senhora. 

A data de 22 de agosto procura manter uma ligação próxima com a Assunção de Nossa Senhora. Na Assunção contemplamos o ingresso da Virgem Maria, em corpo e alma, no céu e, logo em seguida celebra-se sua coração, na realeza celeste.

Basílica de São João do Latrão, a mãe de todas as igrejas

Mãe e cabeça de todas as igrejas, sede da Cátedra de Pedro e Bispo de Roma, São João do Latrão é a basílica mais antiga do Ocidente e, até o final do século XIV, foi residência pontifícia.

Suas origens se afundam em lendas. Conta-se que suas estruturas estão sobre as ruínas da Vila dos Latrões, mas é certo que foi o Imperador Constantino, de 313 a 318, que a construiu como lugar livre para o culto cristão, no ano de 313.

Foi dedicada, inicialmente, ao Santíssimo Salvador, depois, a pedido do Papa Gregório I, recebeu também o patronato dos santos João Batista e Evangelista.

A Basílica lateranense, como também é conhecida, enquanto catedral de Roma, conserva a cátedra episcopal, um dos símbolos do Ministério Petrino. Em outras palavras, a Catedral do Latrão é a catedral da cidade de Roma, a catedral da Diocese de Roma, a catedral do Bispo de Roma, que é o Papa.

Na Basílica do Latrão foram celebrados quatro Concílios Ecumênicos, foi nesta Basílica, que o Papa Bonifácio VIII proclamou o Ano Santo de 1300. A Cátedra que está atualmente na Basílica data do ano de 1300 e foi construída no Pontificado do Papa Nicolau IV.

Muitas vezes destruída e reedificada, a Basílica lateranense tem sua arquitetura definitiva em 1649, graças ao gênio do arquiteto Borromini, a pedido do Papa Inocêncio X.

Das cinco naves, aquela central lembra a História da Salvação representada em esculturas, alto-relevos e pinturas com temas do Antigo e do Novo Testamento. Acrescente-se ao temário da História da Salvação as estátuas dos Apóstolos e as representações de doze profetas. São onze estátuas de Apóstolos, porque falta o Apóstolo Matias, mas está presente o Apóstolo Paulo.

Os afrescos nas paredes contam a história da Basílica. O altar papal, sob o majestoso baldaquino em estilo gótico, foi construído no século XIV, no Pontificado de Urbano V. Na abside, o mosaico é uma cópia feita no século XVIII, daquele mais antigo, construído no Pontificado de Nicolau IV, em 1200.

No centro da obra arquitetônica está a cruz gemada, feita de gemas (pedras preciosas). É a cruz que exprime a vitória da vida sobre a morte e as pedras preciosas significam a Ressurreição. A cruz gemada está sobreposta no busto do Redentor, circundado por uma corrente de anjos, protegido por uma mão (Deus Pai) e também pelo Espírito Santo. (SV)




12 de ago. de 2015

Rock na celebração litúrgica?

Talvez me chamem de cafona ou me qualifiquem com qualquer outro adjetivo juvenil da moda, por me indispor a certos ritmos populares nas celebrações litúrgicas.             
Nunca, nem em minha juventude, gostei de rock, especialmente do chamado “rock pesado”. Para mim é gritaria e agressividade sonora sem graça. Mas, reconheço que se trata de gosto pessoal, que defendo com o conhecido provérbio latino “de gustibus et coloribus non disputandum est”. (“A respeito de cores e gostos não se discute”).  
Há quem defenda o ritmo roqueiro nas Missas para atrair jovens. Discordo deste princípio pastoral; se música fosse a solução para atrair jovens para as celebrações, tudo seria bem mais fácil. A música tem, sim, sua função evangelizadora, mas não a solução no quesito presença e participação em celebrações litúrgicas. Não gosto do barulho agressor do rock; entendo que promove dispersão e dificulta a oração, impedindo o recolhimento silencioso que, ao meu ver, é essencial para uma participação consciente, ativa e efetiva na celebração.
Os jovens que curtem rock e outros ritmos semelhantes têm muitos (e tantos) outros locais para ouvir sua música barulhenta. Disto a Liturgia pode sentir-se dispensada. Invés de oferecer barulho, é mais pastoral que a Igreja ofereça-lhes espaço e oportunidades onde possam silenciar, neste mundo tão barulhento, no qual vivem e convivem. Os jovens podem, sim, ser atraídos para a celebração pela música, desde que esta seja um diferencial, uma música diferente, capaz de transmitir uma mensagem diferente, a ponto de acalmar e cantar em seus corações com acordes de ternura e de paz, de prece e de consolo.
Música litúrgica não tem conotações agressivas, nem no ritmo e nem na letra. E, mesmo considerando que a letra seja poetizada com conteúdos bíblicos, a agressividade barulhenta do ritmo roqueiro, ou de outro de igual naipe, a abafa com a agressão de baterias e de guitarras no último volume. A música litúrgica não tem a finalidade de atordoar os sentidos auditivos para promover transe; tem a finalidade de acalmar, de pacificar o coração e colocar em estado de quietude todos os sentidos para se encontrar com a paz divina, na oração, na meditação celebrativa. Por estes, e outros mais, não considero o rock um ritmo adequado para a celebração litúrgica.
O argumento maior de minha recusa ao rock nas celebrações, além dos propostos acima, está na finalidade da música litúrgica na ato celebrativo: cantar a celebração com canções e ritmos que condizem com a celebração do culto divino, com canções e ritmos que favoreçam a beleza nas formas e possibilitam o clima orante (MS 4-5) e introduza os celebrantes na participação plena do Mistério Pascal celebrado.
(Serginho Valle)


Solenidade de São Pedro e São Paulo

 Em 29 de Junho a Igreja celebra a solenidade dos santos Pedro e Paulo. O seu culto, na cidade de Roma, remonta aos primeiros séculos da cristandade. Num hino em honra de Pedro e Paulo do início do século V atribuído a santo Ambrósio – recorda Carlo Carletti - lê-se “Grandes multidões se dirigem para uma cidade tão ilustre: em três vias celebra-se a festa dos santos mártires”. Assim. Uma imagem indubitavelmente incisiva que capta o movimento in itinere dos peregrinos rumo a três lugares diversos da cidade (trinis viis celebrantur), onde a 29 de Junho se comemorava a memória conjunta dos dois apóstolos: na colina do Vaticano, na Via Ostiense, na localidade in catacumbas na via Appia. Esta tríplice comemoração é já mencionada no mais antigo calendário litúrgico da Igreja romana – a depositio martyrum do tempo de Papa Marcos (336) - com a anotação cronológica do ano 258, que se refere ao início de uma celebração apostólica na via Appia.

Numa época sucessiva, conflui de forma mais definida e melhor articulada na redação bernense do Martirologium Hieronymianum, compilada no tempo de Estêvão II (752-757): “29 de Junho. Em Roma no dia aniversário dos apóstolos: de Pedro na via Aurélia no Vaticano, de Paulo, na via Ostiense; de ambos in catacumbas desde o ano do consolado de Tuscus e Bassus (258)”». 

11 de ago. de 2015

Pentecostes

Pentecostes: termo grego que significa 50 dias ou 50º dia. No Antigo Testamento significa a plenitude dos bens divinos, os quais são concretizados no Novo Testamento pelo derramamento do Espírito Santo sobre os Apóstolos e Maria, reunidos no Cenáculo, depois da Ressurreição de Jesus (At 2,1-36).

Liturgicamente, Pentecostes conclui o Tempo Pascal com uma celebração solene e alegre, reconhecendo que Deus, por meio de Jesus, além de doar sua vida, faz de nós moradas do Espírito Santo (1Cor 6,19). Se Deus mora no céu, nossa vida poderá ser céu se for iluminada pela sabedoria do Espírito Santo de Deus. 


10 de ago. de 2015

Solenidade de São João Batista

A Solenidade litúrgica de São João Batista remonta ao século IV. Celebração de grande consideração, na Idade Média era celebrada com três Missas. A “curiosidade” desta celebração está na data — 24 de junho —, seis meses antes do Natal e três meses depois da Anunciação. Alguns autores estabelecem um paralelo entre as luzes que se acendem no Natal e a fogueira de São João como o anúncio da grande Luz (Jesus Cristo) acesa no mundo pela Encarnação, da qual João Batista é precursor. 


7 de ago. de 2015

Silêncio durante as orações presidenciais - IGMR 32


“A natureza das partes “presidenciais” exige que sejam proferidas em voz alta e distinta e por todos atentamente escutadas. Por isso, enquanto o sacerdote as profere, não haja outras orações nem cantos, e calem-se o órgão e qualquer outro instrumento.” (IGMR 32)

Esta instrução do Missal Romano vale especialmente para a proclamação da Oração Eucarística. Esta deve ser proclamada em total silêncio; é a palavra sobre o silêncio de todos os celebrantes. Por isso, podemos considerar como não litúrgico os fundos musicais ou outros impedimentos do silêncio, como acender e apagar luzes durante a consagração e em toda a Oração Eucarística. (SV)

Imaculado Coração de Maria

No sábado seguinte da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, celebra-se a Memória litúrgica do Imaculado Coração de Maria. A devoção ao Coração de Maria remonta ao início do século XVII, motivada por São João Eudes. No ano de 1646 já se celebrava uma Missa de caráter devocional. Em 1885, a Congregação dos Ritos aprovou uma Missa para esta Memória. Depois da Consagração do Mundo pelo Papa Pio XII decidiu-se perpetuar esta devoção com uma memória litúrgica no Rito Romano (1944) celebrada inicialmente no dia 22 de agosto. Na reforma do Calendário Romano do Vaticano II, a celebração passou a acontecer no sábado seguinte à Solenidade do Sagrado Coração de Jesus.

“Todas as gerações me proclamarão bem-aventurada, porque o Poderoso fez em mim maravilhas”, canta Maria no Magnificat. Todos os infinitos tesouros do Coração de Jesus encontram eco no Coração Imaculado de Maria. Durante nove meses, a vida do Filho de Deus pulsou com o Coração Imaculado de Maria. Uma ligação que nunca foi interrompida, ao contrário, foi reforçada com Maria assunta ao céu em Corpo e Alma. 

5 de ago. de 2015

Pastoral Litúrgica e compromisso evangelizador


Uma Pastoral Litúrgica que seja realmente evangelizadora dentro da comunidade, capaz de formar discípulos e missionários para levedar a vida com o fermento do Evangelho. Eis desejo e um projeto de trabalho para a Pastoral Litúrgica, especialmente aquela que se dedica ao contexto comunitário paroquial. A Pastoral Litúrgica — formada pela Equipe de Liturgia e pelas Equipes de Celebrações — não pode se contentar em fazer com que as celebrações, a Missa em particular, sejam bem feitas, agradáveis e bonitas. Celebrações bem feitas, sim, mas tendo em vista uma finalidade bem clara com o compromisso evangelizador para produzir frutos evangelizadores na comunidade. A Pastoral Litúrgica não é formada unicamente para ajudar o padre nas funções celebrativas, mas para ajudar a comunidade a construir uma Igreja de “pedras vivas”, onde se vive concretamente os valores do Reino de Deus.
Não poucas Pastorais Litúrgicas Paroquiais (PLP), seja na coordenação (Pastoral Litúrgica) seja na execução (Equipes de Celebrações), perderam a meta evangelizadora e se tornaram seguidoras de listas. Perderam o víeis pastoral e se transformaram em listas de funções: leitor, salmista, ministro da distribuição Eucarística... É a triste imagem de uma Pastoral Litúrgica organizada em listas. Talvez bem organizada, mas sem vida e sem frutos, porque parou na organização e perdeu o objetivo evangelizador. São Pastorais Litúrgicas com uma estrutura bem feita, com reuniões que se multiplicam em mais reuniões, mas esquecidas do compromisso evangelizador. Quando isso acontece, aparece o cansaço, perde-se a alegria e o entusiasmo de animar a comunidade com celebrações que se caracterizem pelo espírito litúrgico, que sempre é evangelizador.
            Quando uma pastoral deixa de ser pastoral e se transforma em listas de funções, estas sacrificam, literalmente, “sempre os mesmos”, obrigando-os a assumirem diferentes ministérios: ora são leitores, no Domingo seguinte acolhedores, noutro fazem a coleta. E assim vão levando. Longe — bem longe — de um objetivo e de um compromisso evangelizadores, pois se tornaram esquecidos que a Pastoral Litúrgica tem sim finalidade evangelizadora e não é somente ou unicamente auxiliadora de celebrações.
Mas, nem tudo é negativo, graças a Deus. Existem comunidades que investem na Pastoral Litúrgica por reconhecerem que os momentos celebrativos são momentos especiais para evangelizar e para conduzir os celebrantes ao discipulado. Há um esforço grande, não se pode negar, da parte de muitos padres e leigos para tornar a Pastoral Litúrgica uma verdadeira fonte da evangelização: participam de cursos de atualização, estudam, mantêm um processo de formação permanente, escolhem pessoas capacitadas para os ministérios... Isto é animador e louvável nas comunidades que atuam pastoralmente na Liturgia e através da Liturgia. São comunidades dispostas a fazer sempre o melhor e a fazer sempre bem feito, nem que seja pouco, para que os frutos do Evangelho comecem a surgir e sejam colhidos na comunidade.

(Serginho Valle)

Dalmática

A dalmática é uma veste originária da Dalmácia (hoje Iugoslávia), introduzida no Ocidente pelo Império Romano. É uma casula com mangas curtas e amplas, aberta debaixo dos braços. A partir do século IV e V tornou-se a veste litúrgica dos diáconos usando-a sobre a túnica com a estola transversal. Nas celebrações solenes podem ser usadas pelos bispos debaixo da casula para demonstrar que o bispo é o verdadeiro diácono (servidor), sacramento vivo do Cristo servidor, e que o diácono participa da missão do bispo, na linha do serviço. 

3 de ago. de 2015

Chrismon

O Chrismon é um símbolo cristão que representa (em letras gregas "P" e "X") as iniciais do nome de Cristo. O nome Chrismon provém do latim "Christi Monogramma" (monograma de Cristo). Além das iniciais do nome de Cristo, o "P" faz referência ao cajado de pastor e, o "X" ao formato de uma Cruz estilizada. Assim, o Chrismon simboliza também Jesus Cristo, o Bom Pastor que dá a vida pelo rebanho, na Cruz. As letras gregas alfa “A”, e ômega “”, primeira e última letra do alfabeto grego, fazem referência a Jesus Cristo como o princípio e o fim de todas as coisas (Ap 1,17-18). 

1 de ago. de 2015

Sagrado Coração de Jesus

A Solenidade do Sagrado Coração de Jesus é celebrada na sexta-feira depois do 2º Domingo de Pentecostes. Celebra-se o mistério do amor divino simbolizado no Coração humano de Jesus. A teologia encontra sua inspiração no lado aberto de Jesus,  de onde correu sangue e água (Jo 19,32-34). Vê o Coração de Jesus como uma fonte de onde jorra a vida divina (sangue) e o Espírito Santo de Deus (água). 

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