tag:blogger.com,1999:blog-15945974086927691772024-03-12T01:50:43.547-03:00SAL - Liturgia Serviço de Animação Litúrgica — www.liturgia.pro.brSerginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.comBlogger318125tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-84172836084156753202023-07-15T10:50:00.006-03:002023-07-15T10:50:50.169-03:00Pessoal do fundo da igreja<p style="text-align: left;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhDWrUzkwx01LR1wDdpGAR7Y-tQvViweck7IQyj8qk4_WyP3DvvXeXBsmKtaWOfe_xZ7xkdqwuMDBbccNxnPHlz8dB1FDyZuuXcWu8YTPZSjNKO0A9_Mwp6Nxc9QjiS5FZ3exhMAijyTzExTigRlrfOLp4pvPZYGtSfArOCXSbRDeoz8eeNlt8PfhdoSuc" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="120" data-original-width="160" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhDWrUzkwx01LR1wDdpGAR7Y-tQvViweck7IQyj8qk4_WyP3DvvXeXBsmKtaWOfe_xZ7xkdqwuMDBbccNxnPHlz8dB1FDyZuuXcWu8YTPZSjNKO0A9_Mwp6Nxc9QjiS5FZ3exhMAijyTzExTigRlrfOLp4pvPZYGtSfArOCXSbRDeoz8eeNlt8PfhdoSuc=w200-h150" width="200" /></a><span style="text-align: left;">P</span><span style="text-align: justify;">or um bom tempo acompanhei a
luta do padre de uma comunidade para trazer o pessoal para frente, durante as
celebrações, especialmente, na missa. Convidava por bem, fazia apelos sorrindo
para que viessem mais para frente e nada. Um dia, na missa da tarde, entrei na
igreja e o fundo estava com as luzes apagadas. Fui preparar-me para fazer a
leitura e, antes da procissão de entrada, ele me falou: vou escurecer o fundo
para ver se os “devotos da porta” vêm para frente.</span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ele
sentia-se mal celebrando as missas durante a semana, com uma espécie de vácuo,
no meio da assembleia. Na frente ficavam as senhoras do Apostolado da Oração,
outro grupo da RCC e mais alguns devotos... logo em seguida, bancos vazios e,
lá no fundo, um grupo de pessoas que chegavam cedo para ocupar os últimos
bancos. Alguns gostavam tanto de ficar nos últimos bancos que ficavam na parede
do fundo, caso não encontrassem lugar no banco derradeiro. Mas, com a luz
apagada, o padre tinha os devotos iluminados na frente e os “devotos da porta”,
apagados no fundo da igreja. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Quando
acabou a missa, ele ficou impressionado com a teimosia dos banqueiros da última
fila. Mesmo às escuras preferiam ficar lá no fundo. Isso já tinha virado causa
de honra e eu, como outros, ficávamos na expectativa para ver quem iria ganhar:
o padre ou os banqueiros da última fila. Um dia, ele quase levou um altar para
o fundo da igreja. Celebrar naquelas condições lhe fazia mal. Foi numa reunião
para preparar a celebração dessa Domingo que alguém comentou que o publicano
parecia os banqueiros da última fila. Caiu a ficha! Quer dizer, entrou o
respeito pelo jeito de rezar de quem ficava no fundo da igreja. Na reunião,
fizemos uma prece pelo nosso pessoal do fundo da igreja, o padre voltou a iluminá-los
e um dia relembrando o caso, comentou comigo: “um dia um senhor chegou para mim
e disse que ficava no fundo da igreja porque tinha vergonha da roupa; vinha do
trabalho e antes de voltar para casa, participava da missa. Vinha suado e, por
isso, preferia ficar lá no fundo da igreja. Era um alcoólatra em recuperação.”
Tinha trocado o bar pela igreja, mas no banco do fundo. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Brincando,
lembro que comentei que reparei que ele abria mais os braços na bênção final.
Ele respondeu sério: “é verdade, é para tocar os banqueiros da última fila,
eles precisam de um carinho abençoado.” <o:p></o:p></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">Serginho Valle <br />Julho 2023</p><p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-34649000555567668912023-07-01T08:51:00.003-03:002023-07-01T08:58:06.396-03:00Música nas celebrações batismais<p> </p><p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgUj2ps3vxt_9CSpJpu3IT4H350Lg5X3XK2RUp9p-L7-5I-1I25KvvNBdHocb4Zmrh_7kzea43JsKxnuO_dnhrbDzHFKtjhRb_O8ey18qPIz5-IIpMvm2rcpngD055q1lqdVl5Ai-zFKXE79D2VO8307xKncAiaL_bxphvo7zpSeKVET9yfn645-2Rm9Fo" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="120" data-original-width="160" height="131" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgUj2ps3vxt_9CSpJpu3IT4H350Lg5X3XK2RUp9p-L7-5I-1I25KvvNBdHocb4Zmrh_7kzea43JsKxnuO_dnhrbDzHFKtjhRb_O8ey18qPIz5-IIpMvm2rcpngD055q1lqdVl5Ai-zFKXE79D2VO8307xKncAiaL_bxphvo7zpSeKVET9yfn645-2Rm9Fo=w175-h131" width="175" /></a></div><p></p><p style="text-align: left;"><span style="text-align: justify;">Todas as celebrações litúrgicas
que contam com assembleias contemplam a música como rito litúrgico e como meio
participativo na celebração. Isto é muito claro nas celebrações Eucarísticas e
nas celebrações sacramentais como Matrimônio, Crisma, Ordenação e nas
celebrações do Batismo. Vamos considerar a música nas celebrações batismais.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> <br /></o:p><u style="text-align: justify;">Uma curiosidade </u></p><div style="text-align: left;"><span style="text-align: justify; text-indent: 18pt;"> Mesmo que a
História da Igreja registre que se batiza crianças desde os seus primórdios, o
Rito de Batismo das Crianças é o mais recente de todos. Foi elaborado depois da
reforma litúrgica do Concílio Vaticano II. Antes do ritual atual, usava-se o
Ritual de Batismo para Adultos, adaptado para crianças.</span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">Três
características marcam o antigo rito do Batismo: era em latim e só o padre o
compreendia, como só o padre compreendia, ele fazia tudo sozinho. A terceira
característica, os celebrantes assistiam e ficavam calados em quase toda
celebração. São características que levaram muitos autores a interpretar (sem
menção a qualquer tipo de juízo) que o “padre “fazia” os novos cristãos”. Uma
mentalidade que nunca esteve presente na Teologia Litúrgica do Batismo
católico. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">No contexto
proposto pela Reforma da Liturgia (1963), as celebrações ganham uma dimensão
participativa e pastoral. Duas dimensões, a participativa e a pastoral, com a
finalidade de favorecer a participação e a compreensão do rito. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><u>Estrutura da celebração do
Batismo das Crianças<o:p></o:p></u></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">Como acontece
com todas as celebrações da Liturgia Romana, a celebração do Batismo das
Crianças também é estruturada em 4 partes: Ritos iniciais, Liturgia da Palavra,
Liturgia Sacramental e os Ritos Finais. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">Se a estrutura
celebrativa, no modo como era celebrado o Batismo de Crianças antes da Reforma
Litúrgica, indicam passividade, a celebração batismal pós concílio é muito
dinâmica e alegre. O dinamismo é percebido desde a acolhida dos pais e
padrinhos, na porta da igreja, convidando-os a entrar para celebrar o batizado
do filho ou da filha. A alegria é própria do nascimento de uma criança dentro
da família e para isso contribui, e muito, a música na celebração do Batismo
das Crianças. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">Por isso, o
primeiro critério para escolher as músicas para uma celebração batismal de
crianças é a alegria. Escolher músicas alegres, para que a dinâmica e a alegria
celebrativa do Batismo possam transparecer ainda mais. Outro critério, ainda na
generalidade, é escolher canções que destaquem os ritos e as liturgias da
celebração do Batismo de crianças. Por exemplo: a música inicial será de
acolhida, de boas-vindas; no momento do batizado, o rito pede uma música que
fale da vida nova, etc...<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p> </o:p></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><u>Menções de canções</u> <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">O ritual do
Batismo de Crianças (1999) destaca os seguintes momentos para cantar no batizados
de crianças: <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="mso-list: Ignore;">—<span style="font: 7pt "Times New Roman";">
</span></span><!--[endif]-->acolhida dos pais, padrinhos e das crianças, na porta
da igreja (n. 37) </p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><span style="text-indent: -18pt;">—<span style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal;">
</span></span><span style="text-indent: -18pt;">durante a assinalação das crianças (n. 44)</span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="mso-list: Ignore;">—<span style="font: 7pt "Times New Roman";">
</span></span><!--[endif]-->procissão de entrada, da porta da igreja até o ambão
(n. 45)<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="mso-list: Ignore;">—<span style="font: 7pt "Times New Roman";">
</span></span><!--[endif]-->preparando a Liturgia da Palavra, com o canto de um
refrão (n. 47)<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="mso-list: Ignore;">—<span style="font: 7pt "Times New Roman";">
</span></span><!--[endif]-->ladainha de todos os santos (n. 52)<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="mso-list: Ignore;">—<span style="font: 7pt "Times New Roman";">
</span></span><!--[endif]-->durante a procissão ao batistério, cantar a Ladainha de
Todos os Santos (n. 61)<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="mso-list: Ignore;">—<span style="font: 7pt "Times New Roman";">
</span></span><!--[endif]-->durante os batizados, se o número de crianças for muito
grande (n. 76)<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="mso-list: Ignore;">—<span style="font: 7pt "Times New Roman";">
</span></span><!--[endif]-->durante a aspersão da assembleia, depois dos batizados
(n. 78)<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="mso-list: Ignore;">—<span style="font: 7pt "Times New Roman";">
</span></span><!--[endif]-->aclamação ao receber a Luz de Cristo, no Círio Pascal
(n. 83)<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="mso-list: Ignore;">—<span style="font: 7pt "Times New Roman";">
</span></span><!--[endif]-->durante a procissão do batistério ao altar, com as
velas acesas (n. 89)<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="mso-list: Ignore;">—<span style="font: 7pt "Times New Roman";">
</span></span><!--[endif]-->depois da “devoção (consagração) à Maria” (n. 95) <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18pt;">O ritual não
se prevê canto final, mas pode-se cantar uma canção.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal"><u><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Equipes de
celebrações para Batismo de Crianças<o:p></o:p></span></u></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Minha última anotação é
sobre a necessidade da equipe de celebração no Batismo de Crianças. No ritual
usado antes da reforma litúrgica (1963), o padre conseguia fazer tudo sozinho,
porque tudo dependia dele. Hoje, o rito pede participação e para isso acontecer
é necessária a presença de uma equipe de celebração para o Batismo de Crianças.
Como estou tratando de música na celebração do Batismo, destaco que o
ministério da música participa da equipe de celebração do Batismo. <o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Serginho Valle<br /></span></i><i><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Julho 2023</span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-10739002400534812062023-04-15T12:00:00.000-03:002023-04-15T12:00:02.423-03:00Música e silêncio<p style="text-align: justify;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: left;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ3NRey9C4CUYM_FEbvQupu7nUDMJr53UXFz5dHj7r8IEp4qgdXs0r_3Y0ZPbopnVFFe54sKI0haFidrpSkS6d8HIbNXzrAAdyM45q1vtsVPBy27hQHgUJwlJ42-VsGznCHE2RDWaClDyV_XbI_6RPJzImhqdDIq-w-VmfhDnJTJDe7oB3QHsu3WtK/s612/M%C3%BAsica-e-sil%C3%AAncio-2023.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="612" data-original-width="408" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ3NRey9C4CUYM_FEbvQupu7nUDMJr53UXFz5dHj7r8IEp4qgdXs0r_3Y0ZPbopnVFFe54sKI0haFidrpSkS6d8HIbNXzrAAdyM45q1vtsVPBy27hQHgUJwlJ42-VsGznCHE2RDWaClDyV_XbI_6RPJzImhqdDIq-w-VmfhDnJTJDe7oB3QHsu3WtK/w133-h200/M%C3%BAsica-e-sil%C3%AAncio-2023.jpg" width="133" /></a></div><span style="font-family: "Segoe UI Semilight", sans-serif;"><div style="text-align: justify;">Silêncio e música são
irmãos. Não é possível, especialmente tratando de Música Litúrgica, a ausência
do diálogo entre música e silêncio. O silêncio é necessário para que a música
cante no coração e na mente dos celebrantes e, de outro lado, a música interrompe
o silêncio para expressar o que está sendo celebrado. São dois irmãos que atuam
em forma de diálogo celebrativo. </div></span></div><span style="font-family: "Segoe UI Semilight", sans-serif;"> </span><span style="font-family: "Segoe UI Semilight", sans-serif;">É diante desse quadro, que vamos considerar alguns
elementos da Música, na celebração da Eucaristia, pontuando quatro momentos
celebrativos: cantar de modo orante, o silêncio antes da Missa, os ritos
silenciosos, o silêncio na Oração Eucarística e o equilíbrio dialógico entre
música e silêncio.</span><p></p>
<p class="Livro" style="line-height: normal;"><span lang="PT" style="font-family: "Segoe UI Semilight",sans-serif; mso-ansi-language: PT;"><o:p> <br /></o:p></span><span lang="PT" style="font-family: "Segoe UI Semilight", sans-serif;"><u>Cantar e tocar
instrumentos de modo orante</u> <br /></span></p><div style="text-align: justify; text-indent: 0px;"><span lang="PT" style="text-indent: 18pt;"><span> </span>No
documento litúrgico “Musicam sacram” (n. 17), duas coisas chamam atenção: a
finalidade do silêncio não é reduzir os celebrantes a expectadores, mas com a
ajuda, inclusive da música, introduzi-los de modo mais interiorizado no
mistério celebrado. Neste sentido, a música tem a função de conduzir ao
silêncio e de ajudar os celebrantes a tornar o silêncio frutuoso. Isto é
facilitado com canções orantes em suas poesias e no modo de executá-las. É </span><span style="text-indent: 18pt;">um convite a analisar a
poesia das canções e o modo de executar as canções. <br /><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left; text-indent: 18pt;">Músicas tocadas e cantadas agressivamente,
de forma barulhenta... em vez de ajudar os celebrantes a descansar na oração
silenciosa, dispersa-os. Considerando que o barulho agride os ouvidos dos
celebrantes e os dispersa, é cada vez mais importante valorizar a arte de usar
liturgicamente os instrumentos musicais e de cantar interpretando liturgicamente
as canções.</span></div></span></div><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Segoe UI Semilight",sans-serif;"><o:p> <br /></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"><span lang="PT"><u>Silêncio antes da Missa</u> <br /></span><span style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span> </span>Nas
Instruções Gerais do Missal Romano (IGMR 45) encontramos dois aspectos
importantes: existem “silêncios” diferenciados e, a importância do silêncio
antes da Missa. O silêncio antes da Missa é importante para favorecer o clima
de oração e de tranqüilidade antes de entrar na celebração. Por isso, a
recomendação se faz oportuna para que haja silêncio também naqueles locais onde
os ministros se preparam para participar da celebração, como por exemplo, na
sacristia. <br /></span><span style="text-indent: 35.4pt;"><span> </span>Dentro
da igreja, o espaço celebrativo deveria acolher os celebrantes com o silêncio
ou, quem sabe, uma música suave (instrumental ou gregoriano), tocando no
sistema de som da igreja, antes da celebração começar. É antipático ser
acolhido com afinações de instrumentos ou músicos testando microfones. Além de
antipático favorece a dispersão de quem chega. Por isso, os músicos estejam
devidamente preparados com antecedência para evitar ajustes barulhentos de
última hora. Quando isto for necessário, o local é a sacristia ou a sala dos
ministérios.</span></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Segoe UI Semilight",sans-serif; mso-ansi-language: PT;"><o:p> <br /></o:p></span><span lang="PT" style="font-family: "Segoe UI Semilight", sans-serif;"><u>Ritos
silenciosos</u> <br /></span><span style="text-indent: 18pt;"><span> </span>Quanto
às diversas modalidades de silêncio na celebração, é útil recordar que alguns
ritos são participados </span><span style="text-indent: 18pt;"> </span><span style="text-indent: 18pt;">pelo próprio
silêncio. É o caso da preparação ao ato penitencial. O rito prevê um espaço de
silêncio e um momento silencioso antes da invocação penitencial. Por isso,
entrar com fundo musical é invadir e destruir o rito, impedindo que se realize
no modo como é proposto: silenciosamente. <br /></span></p><div style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="text-align: left; text-indent: 18pt;">O
silêncio na Liturgia da Palavra, por exemplo, é um silêncio de audição; quer
dizer, uma atitude educada de quem se dispõe a silenciar para ouvir Deus
falando pela sua Palavra. O músico que afina instrumentos ou fica treinando
acordes para o salmo responsorial demonstra-se mal educado, a ponto de não
respeitar a voz de Deus falando na assembléia. </span><span style="text-align: left; text-indent: 18pt;">Pode acontecer que algum instrumento desafine.
Nesse caso, o melhor é sair da igreja, discretamente, para afinar os
instrumentos na sacristia. <br /></span><span style="text-align: left; text-indent: 18pt;"><span> </span>Destaque
especial merece a notação do silêncio depois da comunhão. É um silêncio importante;
silêncio ritual destinado à oração pessoal silenciosa. Não é momento para rezar
com fórmulas ou fazer devoções eucarísticas. É silêncio ritual de oração para
proporcionar a oração pessoal. Isto significa que os celebrantes sejam educados
para silenciar e deixar o Espírito Santo rezar neles. Se um instrumentista
entra e começa a tocar um solo instrumental, mesmo que seja ótimo no que faz,
provoca ruído porque invade o rito silencioso que é próprio daquele momento.
Depois do silêncio e como continuação do mesmo, então sim... então pode-se cantar
uma canção de agradecimento, de louvor ou de compromisso com a celebração. <br /></span><span style="text-align: left; text-indent: 18pt;"><span> </span>Conta muito, neste caso, o
jeito de tocar, o jeito de executar os instrumentos. O pessoal do Ministério da
Música precisa compreender que devem entrar no silêncio na ponta dos pés, com
acordes baixos, tom suave e jeito de cantar suave. Passa-se do silêncio ao
cantar sussurrado até o cantar com voz alta. Esta é uma sensibilidade que ainda
precisa ser aprendida em muitas comunidades.</span></div><p></p><p></p>
<p class="Livro" style="line-height: normal;"><span lang="PT" style="font-family: "Segoe UI Semilight",sans-serif; mso-ansi-language: PT;"><o:p> <br /></o:p></span><u style="text-align: justify;">Silêncio na Oração
Eucarística</u><span style="text-align: justify;"> </span><span style="text-align: justify; text-indent: 18pt;"> <br /></span></p><div style="text-align: justify;"><span style="text-indent: 18pt;"> Para
aqueles músicos que sempre exigiam algum texto escrito por Roma para silenciar
na hora da consagração, eis um documento da Santa Sé é claro neste sentido.
Estou falando da </span><i style="text-indent: 18pt;">“Redemptionis Sacramentum”</i><span style="text-indent: 18pt;"> (n. 53). Ali diz que,
durante a Oração Eucarística, se faz silêncio, inclusive silenciando os instrumentos.
Tudo se cala diante do Mistério da Salvação presente no altar. Se existe uma
invasão e uma demonstração de falta de sensibilidade litúrgica é esta de
músicos cantando ou fazendo fundo musical durante a proclamação da Oração
Eucarística. <br /><span> </span>O mesmo vale para aqueles que cantam canções devocionais no
momento da elevação do Corpo e Sangue consagrados ou em substituição à
aclamação litúrgica do “Mistério da fé”. </span><span style="text-align: left; text-indent: 18pt;">Por aclamações devocionais
entende-se as canções “Eu te adoro hóstia divina”, “Deus está aqui”, “Viva
Jesus na hóstia santa” e outras canções semelhantes. São canções de louvor Eucarístico,
é claro, mas não apropriadas para serem cantadas depois da elevação do Pão e
Vinho consagrados. Aliás, nem se deve cantar.</span></div><p></p><p></p>
<p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="font-family: "Segoe UI Semilight", sans-serif;"><br /></span></p><div style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="text-decoration-line: underline;"><u>Equilíbrio dialógico
entre música e silêncio</u> <br /></span><span style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"> </span><span style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Por
fim, a importância do equilíbrio entre a canção e o silêncio. Não se pode fazer
uma celebração totalmente silenciosa e nem totalmente musicada. Por isso, a
necessidade do equilíbrio que permite celebrar cantando e celebrar silenciando.
A canção conduzindo ao silêncio e o silêncio preparando o louvor, a súplica, a canção.</span></div><p></p><p></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i><span lang="PT" style="font-family: "Segoe UI Semilight",sans-serif; mso-ansi-language: PT;">Serginho
Valle<br /></span></i><i><span lang="PT" style="font-family: "Segoe UI Semilight",sans-serif; mso-ansi-language: PT;">Outubro
2021</span></i></p>
<p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="font-family: "Segoe UI Semilight",sans-serif; mso-ansi-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-18687272236009746982023-03-25T09:24:00.000-03:002023-03-25T09:24:20.716-03:00A Liturgia educa para o belo<p><i style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"></span></i></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><i style="text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjB_viDIDwAdp8LZ_mKR_Hps-nDzxp9iUweZUwXxcYNhzcM7h25xx2xushUd-tEWaDqaEyY_aWZTVkc_VwwOhAJST6sa2ehAlp3YcFnENwnTg_4QzmUrZ1UZ6LM1ymhtSidohIGBSz--kLsZGgH-Tab1093-yeapgrjUR3mHLJaCTY_iDDlwzYhWeG6" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img data-original-height="120" data-original-width="80" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjB_viDIDwAdp8LZ_mKR_Hps-nDzxp9iUweZUwXxcYNhzcM7h25xx2xushUd-tEWaDqaEyY_aWZTVkc_VwwOhAJST6sa2ehAlp3YcFnENwnTg_4QzmUrZ1UZ6LM1ymhtSidohIGBSz--kLsZGgH-Tab1093-yeapgrjUR3mHLJaCTY_iDDlwzYhWeG6=w133-h200" width="133" /></a><i style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">“A
beleza salvará o mundo"</span></i><span style="font-size: 12pt; text-align: justify;">. A conhecida frase de Dostoiévski encontra
na Liturgia uma fonte educadora muito pouco valorizada, se considerarmos Liturgia
como epifania da beleza divina, como diz a Teologia Litúrgica oriental; a
Liturgia manifesta a beleza divina. Uma beleza a ser contemplada com os olhos
da espiritualidade, de quem se deixa conduzir pelo Espírito de Deus no momento
celebrativo.</span></i></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Se
a Liturgia é a fonte da beleza divina, então, com mais razão podemos
compreender que a beleza, particularmente a beleza divina salvará o mundo.
Seremos salvos pela beleza, porque Deus é a beleza perfeita. Além disso, compreende-se
que celebrar a Liturgia é mergulhar para se envolver na beleza divina; beleza
que ultrapassa a admiração para se tornar contemplação do Mistério divino
presente na simplicidade sacramental dos sinais e dos ritos celebrados.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;"><b>Será
possível perceber a beleza divina nas celebrações?<br /></b></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Se
a Teologia da beleza divina é encantadora, a realidade das celebrações nem
sempre se manifesta belamente. É inquietante saber e, por isso é justo se
perguntar: por que, muitas vezes, nossas celebrações não conseguem ser epifania
da beleza divina?</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Existem
vários motivos. Um deles tem a ver com o conceito de beleza na Teologia; o
conceito teológico do belo e, agrupado a esse, o conceito de belo na Liturgia. Encontramos
o conceito teológico da beleza nas primeiras páginas da Bíblia: Deus realiza a
Liturgia da criação e a admira como bela; como beleza. Tudo que Deus faz é
belo, irradia beleza; a criação é bela e manifesta o dedo artístico de Deus. Deus
celebra a criação contemplando-a como bela: <i>“e Deus viu que tudo era muito
belo”</i> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt;">(Gn
2,18)</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">,
diz o autor no original Bíblico.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">O
conceito de beleza, na Liturgia, conserva a mesma dinâmica divina de contemplar
a obra da salvação na Liturgia e ver que tudo é belo. É a alegria de quem se
encanta com a beleza, de quem sabe contemplar a arte celebrativa e nela
encontrar a mensagem do belo. É mais que um simples exercício psicológico
causado pela emoção do encantamento; é uma participação de quem comunga a
beleza divina celebrando a obra salvadora de Deus.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">O
conceito de belo, sempre no contexto da Liturgia, envolve outro aspecto, além
do teológico: a estética da celebração. Celebrar é belo, mas é preciso aprender
a celebrar com a beleza da Liturgia. Este é o aspecto mais visível da
celebração. Não é simples, reconheçamos, porque a beleza estética da Liturgia é
manifestação da beleza teológica da Salvação. Quando não se degusta a beleza da
Salvação, a beleza da Liturgia pode ser sequestrada por outros modos de propor
a beleza, como aquele em formato show de auditório: agrada os olhos, toca a
emoção, mas com o risco de não atingir a vida e nem reagir na vida.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;"><b>A
Liturgia celebrada no Monte Tabor<br /></b></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Um
modo de ilustrar a beleza divina presente na celebração litúrgica encontra-se
na cena da </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Transfiguração
do Senhor </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt;">(Mt
17,1-9)</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">.
A perícope da Transfiguração é uma narrativa litúrgica, realizada com uma
sequência de ritualidade: a convocação de Jesus, o rito de entrada subindo o
Tabor, o encontro com Jesus transfigurado, a comunhão com a beleza divina e o
envio para descer o Tabor e voltar para a planície. Volta-se para a planície
diferente depois de comungar a beleza divina na Liturgia. A celebração não se
resume em levar a vida para o Tabor — para a celebração — mas em descer do
Tabor (celebração) para transfigurar a planície.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Estamos
diante do ideal sempre procurado em termos de celebração litúrgica: envolver os
celebrantes na contemplação divina, encantá-los a ponto de reconhecer que é bom
estar ali, como disse Pedro </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt;">(Mt 17,4)</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;"> e, iluminados com a luz da beleza
transfiguradora de Jesus, enviá-los ao mundo para transfigurar a realidade da
planície, no chão onde convivemos com a realidade da vida social. Este é o
grande desafio: uma Liturgia bela — transfiguradora —, uma Liturgia que eduque
para a beleza divina, capaz de envolver os celebrantes na beleza divina, na
beleza profunda da espiritualidade litúrgica.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">A
Liturgia, experiência de Tabor, monte do encontro com o Senhor; local para uma celebração
reservada de encontro com a beleza divina onde é possível contemplar a glória
divina em Jesus Cristo. A beleza da contemplação de quem celebra para admirar a
luz divina. Sim, é uma beleza mística, de uma Liturgia educadora da
contemplação e da mística. Um tempo marcado pela beleza, a ponto de repetir a
mesma experiência de Pedro: <i>“Mestre, é bom estarmos aqui, vamos fazer três
tendas"</i> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt;">(Mt
17,4)</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">.
Uma celebração que termina com a vontade de voltar porque é bom e bonito estar
aqui. A beleza sempre encanta e sempre atrai; sempre expressa a vontade de “ficar
um pouco mais!” O feio repele e sempre é evitado.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">A
Liturgia celebrada no santuário do presépio<br /></span></b><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Outra
fonte da Teologia da beleza, na Liturgia, pode ser encontrada na celebração da
Epifania </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt;">(Mt
2,1-12)</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">.
Uma celebração marcada pela beleza da luz que conduz ao encantamento e à adoração.
A Liturgia educa para a beleza e, diante da beleza divina, a adoração
silenciosa. A Liturgia da Epifania é uma celebração atraente, iluminada pela
estrela guia </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt;">(Mt
2,2)</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">
que conduz os celebrantes ao encontro da simplicidade e da pobreza divina no
santuário de um presépio.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">A
Liturgia, do ponto de vista de ser fonte da vida cristã </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt;">(SC 10)</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">, é a estrela guia
que brilha e atrai os celebrantes ao encontro da simplicidade e da pobreza
divina. A glória divina, no contexto da Epifania, se manifesta na simplicidade,
na pobreza, no silêncio. Celebrações simples e serenadas </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt;">(Cf. SC 34)</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">, que brilham para
provocar nos celebrantes a mesma atitude dos Reis Magos: <i>“vimos sua estrela
e viemos adorá-lo”</i> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt;">(Mt
2,2)</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">.
A beleza da Liturgia, celebrada em todos os Sacramentos, tem sua dimensão
estética realizada para atrair e conduzir ao encontro com Jesus Cristo e,
diante dele, prostrar-se para adorar e abrir o cofre de nossos corações para
oferecer o tesouro de nossa vida </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt;">(Mt 2,11)</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Outra
atitude celebrativa, ainda no contexto da Liturgia celebrada no santuário do
presépio, é aquela de Maria, a Mãe de Jesus. Ela celebra o encontro com Jesus
no silêncio, meditando tudo em seu coração </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt;">(Lc 2,19)</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">. Nada de agitação, de palavras de
comando para levantar braços e produzir aplausos. No santuário do presépio tudo
é silêncio; o “bebê está dormindo!” A beleza na Liturgia não é encontrada no
agito de aeróbicas de braços, pernas e gestos, mas no recolhimento. A
dificuldade de celebrar silenciando o coração e o corpo não está na Liturgia em
si, alegando que seja “parada, estática”, mas na dificuldade de silenciar a
vida, cada vez mais agitada em nossos tempos. A escola da Liturgia educa ao
silêncio, educa à contemplação, dois caminhos para encontrar a beleza da
Liturgia que se traduz em adoração. </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">A
beleza da Liturgia manifestada pela arte <br /></span></b><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Do
ponto de vista estético, a Liturgia sempre primou pela beleza. A história da
Liturgia é um monumento de arte em suas variadas manifestações artísticas:
arquitetura, escultura, música, literatura, retórica, pintura... todas as artes
a serviço do culto a Deus. Os celebrantes são educados para adorar, rezar e
silenciar diante da grandeza divina pela linguagem da arte. Com um detalhe que
sempre precisa ser considerado: a linguagem da arte não serve para explicar,
mas para manifestar (epifania) e compreender sem se preocupar com a
compreensão. A beleza não se explica, é sentida com o sentimento e com a emoção
de se estar bem; em paz.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Não
é simples — e nem tem sido fácil — compreender que a formação litúrgica,
educando para o belo e para a beleza, não se faz com um dicionário de simbologia
litúrgica debaixo do braço. <a name="_Hlk130625110">O caminho não está na explicação
de quem sabe para o povo que não conhece. O caminho inspira-se na beleza do
Tabor e na epifania do santuário do presépio: silenciar, contemplar, adorar. O
caminho para a beleza da Liturgia encontra-se na escola da oração, seguindo o
exemplo de Jesus, nosso Mestre da oração </a></span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt;">(Lc
6,12)</span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Por
fim, a beleza manifestada pela arte da Liturgia exige pessoas preparadas para comunicar
-se liturgicamente. Preparadas, primariamente, do ponto de vista espiritual,
sem perder a capacidade de se comunicar com a linguagem própria da Liturgia. Simplesmente,
não é possível educar pela Liturgia se a beleza da Liturgia não estiver dentro
do comunicador. Ele pode propor (ou até mesmo proporcionar) tentativas de
animações emocionais para tocar o espiritual, por exemplo, mas serão limitadas
ao tempo emocional: breves e passageiras.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Quem
atua na PLP – Pastoral Litúrgica Paroquial – jamais pode perder de vista o
aprimoramento da comunicação litúrgica pela linguagem da Liturgia, que sempre
se manifesta pelo belo, pela beleza. Mas, para isso acontecer será preciso
cultivar a beleza de conviver e ter experiência com o Senhor, como aconteceu no
Tabor e como aconteceu no santuário do presépio.</span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Serginho Valle<br /></span></i><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Março de 2023</span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-10644880811832732272023-03-11T14:52:00.000-03:002023-03-11T14:52:22.743-03:00Francisco, o mistagogo na Desiderio desideravi<p><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-align: justify;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjTOavDQJfPjeenic8qttndDk_DXveYfzjHdf_bfOScSAK_S2gVqgZgi-aiEw5c_q4SJaxLn6a5kFvCs8jrBMfCsjU6eh6Gw3vD5sTrH0QKG7pgLfYgXKZ5IbCzvrMBQWdMR97Y0MmjSPY__6GGoBJCl9z62OpuafWYcxIz2MwtTOXPOPLJZLLxkkIl" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="120" data-original-width="82" height="152" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjTOavDQJfPjeenic8qttndDk_DXveYfzjHdf_bfOScSAK_S2gVqgZgi-aiEw5c_q4SJaxLn6a5kFvCs8jrBMfCsjU6eh6Gw3vD5sTrH0QKG7pgLfYgXKZ5IbCzvrMBQWdMR97Y0MmjSPY__6GGoBJCl9z62OpuafWYcxIz2MwtTOXPOPLJZLLxkkIl=w104-h152" width="104" /></a></div><span style="text-align: left;"><br />A Carta Apostólica de
Papa Francisco, Desiderio Desideravi (2022), apresenta Papa Francisco na função
de mistagogo da Liturgia. Mistagogo no sentido próprio termo: aquele que
introduz no Mistério divino celebrado na Liturgia.</span></div><p></p><div style="text-indent: 0px;"><span style="font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"><span> </span>Papa
Francisco propõe a Carta Apostólica Desiderio Desideravi em estilo meditativo. É
o estilo próprio do mistagogo. Ele não se serve de ensinamentos, como se fosse
um professor, mas medita, propõe uma “lectio”, uma lição que não tem a
finalidade de ensinar conteúdo, mas colocar os destinatários da mensagem em
contato com a vida cristã através da Liturgia. Esta é dimensão própria da
mistagogia litúrgica: não ensinar, mas meditar o Mistério para tomar contato
com a vida. Entrar no Mistério celebrado na Liturgia com a meditação, a exemplo
de Maria que, diante do Mistério do Natal, no santuário do presépio, silencia
para se colocar em meditação (Lc 2,19). Diante do Mistério divino, o
silenciamento.</span></div><div style="text-indent: 0px;"><span style="font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"><br /></span></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O que é Mistério (com M
maiúsculo <br /></span></b><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"><span> </span>Mistério,
na Teologia litúrgica, é um evento, um acontecimento salvífico. A Teologia
litúrgica, para falar que um acontecimento é salvador usa o termo Mistério.
Assim, o Natal é um Mistério, quer dizer, é um evento histórico no qual Deus age
para salvar povo. A Páscoa é o Mistério da Salvação; o evento histórico no qual
Deus salva, Deus age salvando pela Ressurreição de Jesus. Na Missa, o padre proclama,
no momento da consagração do pão e do vinho, “Eis o Mistério da fé”. Está
dizendo que a Eucaristia é um momento, um acontecimento salvífico; momento no
qual Deus age salvando. <br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;">O
termo Mistério vem de “myterion”, em grego. Em latim, esse termo foi traduzido
como sacramento. Toda celebração litúrgica é um Mistério: é um momento e um
acontecimento salvífico. Por isso, a necessidade e a importância de celebrar
bem e com todo o respeito, com o respeito próprio de adorante, o modo próprio e
justo de se aproximar do Mistério divino. Em tempos idos, esse momento era
cuidado e guardado como “divino arcano”.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><o:p> <br /></o:p></span><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O Mistério na Desiderio
Desideravi <br /></span></b><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"><span> </span>Do
ponto de vista mistagógico, Francisco faz sua catequese aprofundando o sentido litúrgico
do Mistério. A Liturgia é um “locus salutis”, um local da Salvação, local onde
participamos, onde tomamos parte, onde ingressamos na Salvação divina.</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;">Momento no qual Deus salva. Esta Salvação
acontece por obra do Espírito Santo. Participar de uma liturgia é tornar-se
parte da Salvação; um modo de entrar na Salvação. Quando eu celebro o
Sacramento da Reconciliação, por exemplo, eu participo, tomo parte da Salvação
divina sendo perdoado dos meus pecados. <br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 115%; text-indent: 36pt;"><span> </span>Isto,
na Eucaristia é ainda mais bonito, manifestado pelo “Desiderio Desideravi” de
Jesus: seu desejo ardente de celebrar a Ceia derradeira como Mistério, como
local da Salvação. Em latim: <i>“Desiderio desideravi manducat hanc coena
vobiscum </i></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt; line-height: 115%; text-indent: 36pt;">(Lc 22,15)</span><i style="text-indent: 36pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">”.</span></i><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 115%; text-indent: 36pt;">
Desejei ardentemente comer esta ceia convosco. Onde Jesus está presente,
celebrando a Liturgia, ali acontece a celebração do Mistério, a celebração da
Salvação. Celebração não no sentido literal de tornar algo célebre, algo que
merece ser comemorado ou recordado, mas celebração como acontecimento que
salva. Comparando em termos jurídicos, usa-se a expressão de “celebrar um
contrato”. A Liturgia celebra o contrato da Salvação, que nós traduzimos como
“testamento”; um Novo Testamento, celebrado, assinado, sancionado com o sangue
do Senhor. <br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"><span> </span>Ao
sermos iniciados na Liturgia como celebração do Mysterium Fidei — o “Mistério
da fé” — proclamado depois da consagração do pão e do vinho em Corpo e Sangue
de Jesus, somos levados a compreender que a Liturgia é, em primeiro lugar, um
espaço divino porque nela somos envolvidos e participamos da Salvação que Deus
oferece. É neste sentido que a Liturgia é terra santa: </span><i style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;">“desamarrem as
sandálias e descansem; este chão é terra santa, irmãos meus”</i><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;">. Qual chão? o
chão da Liturgia, terra santa para descansar participando do Mistério da
Salvação. Compreendendo bem esta dimensão, começamos a ser iniciados na
Liturgia pelo mistagogo Francisco para compreender que a Liturgia é mais divina
que humana, por isso é sagrada e bela. É repleta de beleza, no dizer de Papa
Francisco, em nada mais nada menos que 11 citações para enfatizar a beleza da
Liturgia. </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;">Nesta minha reflexão,
inspiro-me no número 10 da Desiderio Desideravi e, mais especificamente, a
partir do número 21. <br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"><span> </span>Participar
do Mistério da Salvação é o exercício de ingressar na beleza divina, que não
encanta somente os sentidos da visão e da audição, mas toca o profundo do
coração, lá onde se encontra o centro da vida. É o silenciamento que produz a
paz interior. Não é, portanto, a beleza pela beleza, mas a beleza que a torna
terra santa, lugar de silenciamento, de meditação, que inspira a beleza
estética da ars celebrandi, da arte de celebrar. Celebrar com arte é preciso
porque o Mistério é grande. </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><o:p> <br /></o:p></span></b><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">A Liturgia, epifania da
unidade da Igreja <br /></span></b><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"><span> </span>Um
segundo aspecto da catequese mistagógica do mistagogo Francisco apresenta a
Liturgia como um dom de Jesus. Não é argumento retórico; é teológico. Na
Liturgia nós participamos como convidados para receber um dom divino oferecido
por Jesus. É um olhar de extrema importância porque inverte o nosso ponto de
vista: não é a Igreja que celebra a Liturgia para agradar a Deus, mas é o
próprio Deus, na pessoa de Jesus, que nos convida — com desejo ardente — a
participar (tomar parte, ser parte) da sua vida. Por isso, a Liturgia é um dom
divino. Na Desiderio desideravi, a Liturgia como dom encontra-se nos números
3-9. <br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"><span> </span>É
desse modo que a Liturgia é lex orandi lex credendi … nós celebramos o que
cremos. Para sermos mais pontuais, podemos dizer que celebramos “como cremos”.
Este “como” (o modo como se faz a celebração) tem a ver com a fé da Igreja e
não de grupos que estão em desacordo ao modo como a Igreja celebra a Liturgia,
da Missa e dos Sacramentos. A Igreja, neste nosso tempo, crê, manifesta sua fé,
celebrando o dom da Liturgia com uma única Liturgia. A unicidade no modo de
celebrar a Liturgia, dom divino, manifesta, é epifania, da unidade da única
Igreja reunida em celebração da mesma fé. <br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"><span> </span>Papa
Francisco faz questão de ressaltar que este argumento encontra fundamento e
validade naquilo que foi decido, por iluminação do Espírito Santo, no Concílio
Vaticano II. A Igreja sempre é conduzida pelo Espírito Santo e isso vale também
naquilo que é determinado pela Igreja quanto ao seu “modus celebrandi”. O modo
de celebrar, como celebramos hoje, é inspiração, no sentido de ser orientação,
do Espírito Santo da Igreja reunida em Concílio. <br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"><span> </span>Para
além do aspecto jurídico, nós aceitamos a Liturgia como dom divino, dom do
Espírito Santo que orienta sua Igreja quando ao modo como a celebramos, cada
povo com sua língua, com a presidência voltada para a assembleia dos
celebrantes... Isto vale para a Eucaristia, de modo mais evidente, e vale
igualmente para todos os Sacramentos e Sacramentais. Dom que nasce do amor e da
misericórdia de Deus que, na Liturgia e pela Liturgia, possibilita-nos
participar da Salvação divina. Isto em todos os sacramentos. É assim que o
mistagogo Francisco fala na Desiderio Desideravi n. 25. <br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"><span> </span>Sobre
este tema, do ponto de vista disciplinar, Papa Francisco diz que essa compreensão
é decisiva para entender que a crise da Liturgia pode ser descrita como sendo
crise da dificuldade de acolher o modo de celebrar o Mysterium Salutis (a
Salvação divina). Ora, isso tem a ver com desobediência, de não estar cum
Petrus e sub Petrus (Desiderio desideravi, n. 61). A dificuldade gerada pela
desobediência ao que propõe a Igreja em Concílio ressalta a importância e a
necessidade de uma profunda formação litúrgica que, como diz Francisco, no
número 34, inicia-se por se deixar formar pela Liturgia para participar da
Salvação divina celebrando a mesma fé e não colocando impedimentos de ordem
ideológica ou de inobediência.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><o:p> <br /></o:p></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><b>A formação litúrgica e o
deixar-se formar pela Liturgia <br /></b></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;"><span> </span>Deixar que a Liturgia nos forme (DD 61) é colocar-se à disposição
da pedagogia divina e permitir que ela conduza a vida pessoal. Resistir a isso
é complicado porque, do ponto de vista teológico, nega-se fidelidade à Igreja. <br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;"><span> </span>O se deixar formar pela Liturgia coloca o celebrante na
mesma condição da Mãe de Jesus, no presépio, como lembramos no início deste
artigo: silenciamento diante do Mistério com atitude meditativa de quem
conserva tudo no coração (Lc 2,19). O gesto da “Virgem do Silêncio”,
servindo-me da expressão de Inácio Larrañaga, é de total obediência e
fidelidade ao projeto divino diante do “novo de Deus”. <br /><span> </span>A</span><span style="font-size: 12pt; text-align: left; text-indent: 36pt;"> condição para se deixar formar pela Liturgia encontra-se na iniciação; é
preciso ser iniciado na Liturgia. Para tanto, a ênfase no processo mistagógico,
como é possível ler nos números 37 e 41 da Desiderio desideravi. Isto serviu de
inspiração para eu dedicar um módulo dedicado à formação e à espiritualidade
litúrgica no meu curso de PLP – Pastoral Litúrgica Paroquial. Em relação à
formação litúrgica, esta não acontece pela informação e explicações, mas pela
iniciação, condição para ser formado pela Liturgia. Isto acontece pela dinâmica
pedagógica da mistagogia. <br /></span><span style="font-size: 12pt; text-align: left; text-indent: 36pt;"> </span><span style="font-size: 12pt; text-align: left; text-indent: 36pt;">Quando
a mistagogia não está presente, como aconteceu em vários momentos da história,
a Liturgia começa a perder uma de suas dimensões fundamentais: ser fonte para a
formação e o crescimento da vida cristã (SC 1 e SC 10). No passado, quando a
mistagogia começou ser negligenciada, as celebrações começaram a ser invadidas
por atrações artísticas, como é o caso de corais e concertos durante as Missas,
invadidas por promessas de milagres com Missas votivas para todo tipo de
necessidade, invadidas por disputas teológicas com sermões que fizeram
história... Ou seja, mudança de foco: em vez de ser formado pela Liturgia, com
a pedagogia mistagógica, o predomínio da estética, do milagre, de debates... Hoje,
o mesmo sequestro do arcano, do respeito pelo religioso em celebrações
litúrgicas, da mistagogia, continua acontecendo. <br /></span><span style="font-size: 12pt; text-align: left; text-indent: 36pt;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoHUZpyVVPJSKhVWyBRApPAtDs0cYAmQ9zGIs9W4hN9upeTHUJFjo4Lqpr0iwYVYTUyuiDR4WTrN8CHcet0Iln8pi_7D-sdrzwYBkET1SngOR8MNfriY5HR4pfz9_mNttQBh3HyWWB7HiKL3lc6rrP50oyhroaCm-BYqqXmAQYCLqyu4kPndLAkDMd/s597/Desiderio%20desideravi%202023.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="597" data-original-width="406" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoHUZpyVVPJSKhVWyBRApPAtDs0cYAmQ9zGIs9W4hN9upeTHUJFjo4Lqpr0iwYVYTUyuiDR4WTrN8CHcet0Iln8pi_7D-sdrzwYBkET1SngOR8MNfriY5HR4pfz9_mNttQBh3HyWWB7HiKL3lc6rrP50oyhroaCm-BYqqXmAQYCLqyu4kPndLAkDMd/w136-h200/Desiderio%20desideravi%202023.jpg" width="136" /></a></div><br /> <span style="font-size: 12pt; text-align: left; text-indent: 36pt;">Sequestrado
em Missas que se servem da linguagem de entretenimentos, em casamentos com
linguagem teatralizada de ritos inspirados em novelas e não no Sacramento, em
confissões transformadas em terapia. É a troca da essência litúrgica, que é
encontro com Jesus Cristo, oferecendo a Salvação, por atrações do momento.
Celebra-se, nesses casos, para agradar, e se esquece que a Liturgia é atitude, na
qualidade de arcano, não se conforma com a linguagem do mundo; serve-se da
comunicação humana, de linguagens humanas, mas não da linguagem do mundo para
entreter. Formar-se pela Liturgia é assumir compromisso com o projeto divino. E
isso deverá ser celebrado de modo agradável e com a simplicidade própria da
Liturgia (cf. SC 28; 34).</span><p></p><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><o:p> <br /></o:p></span><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Celebração e compromisso
com a vida cristã <br /></span></b><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"><span> </span>Assim
como a Liturgia celebra e atualiza o Mistério, os celebrantes que participam da
Liturgia se comprometem com o que celebram assumindo atitudes da Salvação, do
Reino de Deus e do Evangelho e são iniciados no projeto divino pela pedagogia
mistagógica. Iniciados na linguagem litúrgica do Mistério. Eu trato deste
aspecto no meu curso de PLP – Pastoral Litúrgica Paroquial considerando que a
PLP existe para que, de modo organizado e planejado, possa alcançar o melhor em
todas as dimensões da Liturgia, principalmente favorecer nos celebrantes a
possibilidade de se deixarem formar pela Liturgia no processo mistagógico. <br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"><span> </span>O
mistagogo Francisco, desse modo, introduz os celebrantes no Mistério da
Liturgia pelo aprofundamento em vista de acolher a Liturgia como momento no
qual participamos da Salvação. Isto pode ser melhor compreendido no número 61,
onde o Papa deixa claro que a Liturgia </span><i style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;">“sempre foi a fonte primária da
espiritualidade cristã”</i><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"> (DD 61). O modo de ser a </span><i style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;">“fonte primária da
espiritualidade cristã”</i><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"> é aquele mistagógico, proposto pela pedagogia
mistagógica desde os primeiros séculos da Igreja. <br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"><span> </span>O
processo mistagógico não se concentra no conhecimento do que é cada momento ou
cada símbolo ou cada rito que compõem uma celebração Litúrgica, mas em iniciar
e introduzir o celebrante no Mistério celebrado para que possa ter um real
envolvimento existencial, envolvimento com a própria vida, com toda a
existência em vista da </span><i style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;">“conformação a Cristo”</i><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"> (DD 41). Sobre isso, neste
mesmo DD 41, Papa Francisco deixa claro que a Liturgia tem uma dimensão
pedagógica que, embora não seja a de principal importância, não pode ser
prescindida. E isso vale especialmente e necessariamente para os nossos tempos. <br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 115%; text-indent: 36pt;"><span> </span>Esta
é uma proposta que procuro desenvolver e aprofundar, nos limites do curso de
PLP, com os cursistas. A Pastoral Litúrgica é uma dimensão da Liturgia e, no
contexto da PLP, a formação da vida cristã também se configura como uma
dimensão. Trata-se, bem entendido, de uma dimensão que merece ser considerada
com cuidado e atenção em nossos tempos. Como os mistagogos dos primeiros
séculos da Igreja, que na Liturgia e através da Liturgia, ensinavam a arte de
viver a fé cristã no caminho do discipulado, assim Francisco quer que a
Liturgia seja escola da vida cristã, como dizia São Paulo VI. Escola da vida
cristã que sempre se realiza — alcança um de seus objetivos — no discipulado e
na configuração a Cristo. Como dizia, este é um tema central meu curso de PLP, que
poderá ser acessado no site do SAL - Serviço de Animação Litúrgica no endereço </span><a href="http://www.liturgia.pro.br/" style="text-indent: 36pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">www.liturgia.pro.br</span></a><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 115%; text-indent: 36pt;"> ou
entrando em contato conosco pelo e-mail: </span><a href="mailto:liturgia@liturgia.pro.br" style="text-indent: 36pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">liturgia@liturgia.pro.br</span></a> <br /><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"><span> </span>Talvez,
você esteja se perguntando: como é algo que contém um certo grau de
profundidade, como os celebrantes podem compreender isso? Aqui, podemos um
motivo derivante da Carta Apostólica de Papa Francisco Desiderio Desideravi: a
importância da formação litúrgica na vida dos celebrantes. E para que a
formação seja efetiva, é importante que a PLP - Pastoral Litúrgica Paroquial -
tenha um programa formativo, não apenas intelectual, mas experiencial. Na
prática, não se trata de uma mudança de modo, mas de um modo novo e diferente
de participar e comungar a vida divina na Liturgia. E quando isto é
considerado, começa-se a compreender a Liturgia como fonte e cume de todas as
atividades da Igreja (SC 10).</span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Serginho
Valle <br /></span></i><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Março
de 2023</span></i></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-39737655295116167222022-02-19T07:55:00.003-03:002022-02-19T07:55:56.105-03:00Educar para celebrar de modo orante<p style="text-align: left;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhf5ho_4UnhoOgzghji4w8rYki4QhqVnTaMOsUXG0q8Lx60Jknz5POlklJvZJA6Mj3OC-1e64pPddZSABhawvJd538r-GocOZXQAmFu9_zrc3um9MPEYqALMVQo4DbgX2S1gjpM1UosIg6ps0vk3NNz5IHjrhkepYbPd6wyrhsDFfmdrEhgZoaGiqkD" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="120" data-original-width="230" height="86" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhf5ho_4UnhoOgzghji4w8rYki4QhqVnTaMOsUXG0q8Lx60Jknz5POlklJvZJA6Mj3OC-1e64pPddZSABhawvJd538r-GocOZXQAmFu9_zrc3um9MPEYqALMVQo4DbgX2S1gjpM1UosIg6ps0vk3NNz5IHjrhkepYbPd6wyrhsDFfmdrEhgZoaGiqkD=w165-h86" width="165" /></a><span style="font-family: "Franklin Gothic Book", sans-serif; font-size: 12pt; text-align: justify;">A
maior das causas na dificuldade de celebrações litúrgicas autênticas e frutuosas
está na não educação para celebrar. Não uma má-educação, no sentido de não se
respeitar protocolo ou etiquetas celebrativas, mas em ignorar o que é a
Liturgia e o que é celebração litúrgica. Isto é um verdadeiro desafio para a
Pastoral Litúrgica Paroquial (PLP): educar os celebrantes na compreensão do que
é uma celebração litúrgica. Nessa reflexão, vou focar somente num ponto, que
considero básico em vista da educação para celebrar de modo participativo e
consciente. Chamo atenção para a educação orante.</span><span style="font-family: "Franklin Gothic Book", sans-serif; font-size: 12pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-family: "Franklin Gothic Book", sans-serif; font-size: 12pt; text-align: justify;">A celebração litúrgica, entre outras
dinâmicas comunicativas, é uma celebração orante.</span></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Franklin Gothic Book",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Malgun Gothic";"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: "Franklin Gothic Book", sans-serif; font-size: 12pt;">Não
é novidade que carecemos de escolas de oração que ensine e eduque os cristãos a
rezar como Jesus rezava. A maior parte dos cristãos têm dificuldade para rezar
porque não foram ensinados a rezar como Jesus. Uma grande parte de cristãos
sequer reza. Outra parte são recitadores de fórmulas e, nas orações
comunitárias, como são as celebrações litúrgicas, muitos confundem emoção com
oração. Este é um fato que dificulta a participação consciente dos católicos
nas celebrações litúrgicas, especialmente na Missa. O que faz um celebrante
durante a Missa se não participa de um princípio básico, que é a oração
celebrativa?</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Franklin Gothic Book",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Malgun Gothic";"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: "Franklin Gothic Book", sans-serif; font-size: 12pt;">Na
minha pouca experiência, percebo que a catequese formal feita com crianças,
adolescentes e jovens dedica pouco espaço ao aprendizado da oração ou,
praticamente, não dedica espaço para o aprendizado da oração. Não se dedica
tempo e espaço a educar os catequizandos à oração. Eu desconheço um
investimento de pesquisa pedagógica ou psicológica de como introduzir
catequizandos das mais diferentes idades na prática da oração.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Franklin Gothic Book",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Malgun Gothic";"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: "Franklin Gothic Book", sans-serif; font-size: 12pt;">Fora
da catequese, a situação não é diferente e, talvez, até mesmo piorada. Conheço
comunidades que propõe educação e experiências para aprender a rezar através da
Pastoral da Espiritualidade. A maior parte das paróquias, infelizmente, sequer
ouviu falar que existe uma Pastoral da Espiritualidade. Não posso deixar de
mencionar a louvável atividade da Oficina de Oração, cuja experiência tem feito
um grande bem a milhares de pessoas em tantas comunidades paroquiais.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Franklin Gothic Book",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Malgun Gothic";"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: "Franklin Gothic Book", sans-serif; font-size: 12pt;">Ouve
-se muito, nas celebrações litúrgicas, em pregações, em programas de rádio de
TV, que é importante rezar, que precisamos rezar, que a oração é a arma do
cristão e tantos outros slogans motivacionais em prol da oração. Mas como
rezar? Ou ainda, para ficarmos no básico: o que é rezar para um cristão? Como
reza um cristão? Perguntas que não são propostas e nem respondidas nas
pregações sobre a oração.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Franklin Gothic Book",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Malgun Gothic";"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: "Franklin Gothic Book", sans-serif; font-size: 12pt;">Alguns
pregadores dizem que toda atividade que fazemos é uma oração, por isso basta oferecer
a Deus o dia que iremos viver que tudo isso se transformará em oração. Não vou
entrar em discussão, mas se fosse assim, Jesus, nosso Mestre na oração, não
passaria horas e noites em oração. Sim, no ensinamento de Jesus, a oração é um
tempo diferente da atividade cotidiana; um tempo reservado e dedicado
unicamente para ficar na companhia de Deus. Vejo isso como uma das principais
causas que dificultam a participação consciente e ativa nas celebrações
litúrgicas. A dificuldade de propor a celebração litúrgica como um tempo
dedicado para ficar na companhia de Deus juntamente com a comunidade.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Franklin Gothic Book",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Malgun Gothic";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Franklin Gothic Book",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Malgun Gothic";">Rezar
celebrando e celebrar rezando<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Franklin Gothic Book",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Malgun Gothic";">A
celebração litúrgica é uma forma de oração que reúne diferentes modalidades
orantes. Na Missa, por exemplo, existe a oração de súplica, a oração
silenciosa, a oração de escuta da Palavra, a oração falada, a oração cantada e
a oração visual, aquela dedicada à contemplação. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Quando não se é iniciado na oração cristã,
quando se aprendeu a rezar com Jesus e a rezar como Jesus rezava, é difícil
rezar celebrando, como também é difícil tornar a celebração um momento orante. Diga-me
como celebras que eu te direi o tempo que dedicas à oração. A celebração
litúrgica, por ser um momento no qual entramos no espaço divino, é a principal
manifestação da vida de oração de quem celebra e de como se celebra. É um
tempo, no qual somos educados por Deus enquanto rezamos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Franklin Gothic Book",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Malgun Gothic";"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: "Franklin Gothic Book", sans-serif; font-size: 12pt;">A
celebração da Liturgia das Horas é um exemplo típico de oração celebrada. Por
manter a característica orante da Bíblia, com o canto dos salmos e hinos, além
de súplicas e responsórios, é totalmente envolvida no silêncio orante, como é
próprio da oração de Jesus. Aqui no Brasil, anos atrás, iniciou-se a
experiência da Liturgia das Horas em forma de “Ofício das Comunidades”. As
comunidades que adotaram o Ofício das Comunidades ou a celebração da Liturgia
das Horas — não dentro da Missa, mas como celebração própria — entram num
caminho de educação celebrativa orante para celebrar rezando.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Franklin Gothic Book",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Malgun Gothic";"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: "Franklin Gothic Book", sans-serif; font-size: 12pt;">Outro
exemplo de Liturgia orante acontece na celebração da Unção dos Enfermos. O
ambiente e a condição contextual de celebrar com pessoas em situação de
vulnerabilidade, naturalmente, conduz a realizar uma celebração mais calma,
mais silenciosa e profundamente orante. Já ouvi de muitos agentes da PLP que
trabalham com enfermos o quanto são santificados rezando e celebrando a Palavra
e a distribuição da Eucaristia levada aos enfermos e participando da celebração
da Unção dos Enfermos. A celebração é um tempo de oração e, quando isso é
desconsiderado, realizam-se ritos e deixa-se de celebrar.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Franklin Gothic Book",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Malgun Gothic";"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: "Franklin Gothic Book", sans-serif; font-size: 12pt;">A
celebração do Sacramento da Penitência é outro exemplo de celebração orante. É
verdade que nem sempre isso acontece e, em grande parte, nem mesmo celebração litúrgica
existe; faz-se um rito abreviado e reduzido ao acolhimento, acusação dos
pecados, proposta de penitência e absolvição, tudo em forma de bate-papo. Descuida-se
assim de celebrar a busca do perdão divino e do perdão fraterno oferecido pela
Igreja preparando-se pela meditação, pelo exame de consciência (que é contato
da realidade de vida com a proposta do Evangelho) e pela oração.</span><span style="font-family: "Franklin Gothic Book", sans-serif; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: "Franklin Gothic Book", sans-serif; font-size: 12pt;">A praenotanda do Ritual da Penitência orienta
que o padre se prepare pela oração para que a escuta do penitente seja um gesto
de acolhimento misericordioso realizado no silêncio compreensivo e não pelo
julgamento. A cena de Jesus com a pecadora é ícone de uma celebração da
Penitência bem-feita, na qual Jesus silencia, escreve no chão, reza e envia com
uma nova proposta de vida (Jo 8,1-11). Tudo envolvido no mais profundo
respeito, como se caracteriza a celebração litúrgica da Penitência.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Franklin Gothic Book",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Malgun Gothic";"><o:p> </o:p></span><b style="text-align: left;"><span style="font-family: "Franklin Gothic Book",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Malgun Gothic";">Conclusão</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Franklin Gothic Book",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Malgun Gothic";">Grande
parte dos católicos não é educado para celebrar de modo orante, em situação de
contato com a Palavra. Grande parte de nós nos limitamos a realizar ritos e
isso não apenas dificulta, mas impede fazer experiência celebrativa orante, favorecedora
de encontro com Deus e fonte do crescimento na vida espiritual. Disso, a
importância de uma PLP que se proponha a educar para a Liturgia, não se
limitando a ensinar significados e fornecendo explicações de ritos, mas
aprender a celebrar celebrando, aprender a celebrar rezando. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Franklin Gothic Book",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Malgun Gothic";"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: "Franklin Gothic Book", sans-serif; font-size: 12pt;">Cada
vez mais fica evidente que a PLP não pode se contentar, ou se limitar, a
preparar celebrações e estar presente nas celebrações. A PLP precisa,
urgentemente em algumas paróquias, a entender que seu trabalho na Liturgia vai
muito além que fazer listas e preparar celebrações. Isto já se faz; agora é
preciso assumir um trabalho capaz de tornar a Liturgia fonte e cume de todas as
atividades da Igreja (SC 10).</span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right;"><i><span style="font-family: "Franklin Gothic Book",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Malgun Gothic";">Serginho Valle <br /></span></i><i><span style="font-family: "Franklin Gothic Book",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Malgun Gothic";">Fevereiro de 2022.</span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Franklin Gothic Book",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Malgun Gothic";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Franklin Gothic Book",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Malgun Gothic";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Franklin Gothic Book",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Malgun Gothic";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Franklin Gothic Book",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Malgun Gothic";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Franklin Gothic Book",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Malgun Gothic";"><o:p> </o:p></span></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-44298627098548219692022-01-29T11:11:00.008-03:002022-01-29T11:11:51.556-03:00Educados por Deus e educados para Deus na Liturgia<p><span style="font-family: Helvetica, sans-serif; text-align: justify;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhMG7MzuCqIL0472HWAfaLFz_W02ADtra8IKpE43GtkTi9OzRrjo8Tqwr5szam90GTyKgpprk1CP38oML4Gwv36MrJfyA60lZfT_dnYxtT0SSKBt-5wUtk_77ECGXBtoLKpkBGFpmQ_Z2_E-8-8QE3loIkYY_5JTqin12EaLL3-mjw1jSOPPAD0LvFA" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="120" data-original-width="146" height="92" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhMG7MzuCqIL0472HWAfaLFz_W02ADtra8IKpE43GtkTi9OzRrjo8Tqwr5szam90GTyKgpprk1CP38oML4Gwv36MrJfyA60lZfT_dnYxtT0SSKBt-5wUtk_77ECGXBtoLKpkBGFpmQ_Z2_E-8-8QE3loIkYY_5JTqin12EaLL3-mjw1jSOPPAD0LvFA=w112-h92" width="112" /></a><span style="text-align: justify;">Com o tema da Campanha da Fraternidade
deste ano de 2022 — Fraternidade e Educação —, o lema da Campanha inspira
refletir e considerar a Liturgia como um espaço onde os celebrantes são
educados por Deus. Diz o lema: </span><i style="text-align: justify;">“Fala com sabedoria, ensina com amor”</i><span style="text-align: justify;"> (Pr
31,26). A Liturgia é um espaço especial onde Deus fala com sabedoria e ensina
com amor. Se a Liturgia é um espaço especial, a celebração é o momento no qual somos
envolvidos na sabedoria divina, momento no qual Deus nos educa no seu amor e
educa com amor.</span></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Educados por Deus<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Em todas as celebrações sacramentais
somos silenciosamente educados por Deus. Educação no sentido “ex+ducere”, ser
pedagogicamente conduzido por um pedagogo, por alguém que toma o educando pela
mão e o conduz no caminho da vida. O momento celebrativo não é um tempo de
catequese, de ensinamento doutrinal, nem de reflexão exegética das leituras. É
momento de experiência de Deus. Experiência que acontece pelo envolvimento com
o sagrado, ouvindo a Palavra, cantando louvores, suplicando pelas necessidades,
adorando, silenciando diante de Deus. Isso acontece de modo intenso, por
exemplo, na celebração do Sacramento da Penitência, quando bem celebrado e não
reduzido a acusações de pecados e algum aconselhamento genérico. A celebração
da Penitência leva o penitente a reconhecer que Deus o educa para a santidade,
educa a deixar o pecado para viver na graça divina. O Evangelho do encontro de
Jesus com a mulher surpreendida em adultério (Jo 8,1-11) — que ilustra o cartaz
da Campanha da Fraternidade 2022 — é o ícone da celebração da Penitência:
acolher com respeito, silenciar para não proferir julgamentos, não atirar
pedras, ouvir e enviar orientando a não mais pecar. É o ícone de quem fala com
sabedoria e educa com amor. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">As celebrações da Eucaristia, no quadro
do Ano Litúrgico, são momentos nos quais Deus nos educa continuamente. Cada
celebração Eucarística retira os celebrantes do barulho do mundo, da tumultuada
algazarra das redes sociais, onde todos falam e ninguém escuta, da intromissão
publicitária de magicamente ter sucesso na vida... para silenciar nossas vidas
e escolher a melhor parte: sentar-se aos pés do Mestre e, antes de partilhar a
Mesa Eucarística, ser educado no seu Evangelho. A Eucaristia não é celebração
para se atarefar com muitas coisas, como fazia Marta, mas é tempo para ser
educado por Jesus, sentando-se próximo do Mestre, escolhendo a melhor parte (Lc
10,38-42). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O principal protagonista da Liturgia é
o Espírito Santo. É o Espírito que conduz os celebrantes ao encontro com Deus,
quem os coloca diante de Deus para serem educados por Deus. Ele é invocado como
Espírito de amor e Espírito de sabedoria; <i>“fala com sabedoria, ensina com
amor”</i>. A Liturgia como espaço onde a sabedoria e o amor divino envolvem a
vida dos celebrantes pela ação do Espírito Santo, suplicado como Espírito da
Sabedoria (Ef 1,17). A Liturgia é fonte da sabedoria divina, onde somos
educados por Deus. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Tudo isso tem uma condição: a
docilidade ao Espírito Santo, como cantamos no Sl 94,8: <i>“não fecheis os
vossos corações, mas ouvi a voz (do Espírito)”</i>. Um refrão que ouvimos em
nossas celebrações quaresmais, convidando-nos a ouvir, a ser obedientes à
educação que recebemos de Deus. Do ponto de vista prático, seria bom que os
animadores das celebrações, presidente incluso, sejam dóceis e se deixem
conduzir pelo Espírito de Deus e não criem distrações e ruídos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Educados para Deus<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A Liturgia educa <b>para</b> Deus de
modo silencioso. Para compreender melhor como isso acontece, vamos contemplar
nosso Mestre em oração: Jesus envolvia-se com o Pai no silêncio da natureza e no
silêncio profundo da noite. Envolvido no silenciamento total era educado pelo
Pai e fortalecido na fidelidade ao projeto do Pai. A Liturgia é, em certo
sentido, o espaço da montanha envolvida pelo silêncio da noite. De acordo com o
ensinamento de Jesus, no seu jeito de rezar, a espiritualidade litúrgica não compreende
somente palavras, muito menos longas pregações, mas compreende a experiência de
quem é educado <b>para</b> Deus, envolvendo-se no silêncio divino. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A Liturgia educa para se colocar diante
de Deus envolvido pelo silêncio, não priorizando a boca para falar, cantar, pregar...
mas priorizando o coração aberto para ouvir e acolher o que o Senhor tem a
dizer. Esta deveria ser uma pré-disposição para celebrar: calar-se para ouvir
com os ouvidos, ouvir com o coração e ouvir com a mente o que o Senhor tem a
dizer. Ninguém é educado para Deus falando, mas ouvindo. São Paulo lembra a
Timóteo que toda a Palavra é útil para educar em vista da “obra boa”, o
discipulado (2Tm 3,16-17). Celebrações que educam para Deus, em todos os
Sacramentos, são aquelas que favorecem o silêncio para ouvir e conduzem ao
discipulado. Num mundo barulhento, especialmente o mundo povoado pelos jovens,
oferecer celebrações silenciosas é, pastoralmente falando, mais necessário que
favorecer a continuidade no barulho que vivem envolvidos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O gesto orante, representado em muitas catacumbas
onde se celebrava a Eucaristia, é de alguém que tem as mãos levantadas para o
alto, mostrando o coração, em posição de total abertura para ser tomado
(possuído) por Deus. Na Liturgia somos educados para Deus envolvendo-nos no
silêncio divino. Isto se tornou o grande desafio pastoral de nossos tempos
motivado pelo conceito de que participar é agitar. A “participatio actuosa” (participação
ativa) está sendo confundida com o muito fazer para ver, para agitar, para emociona,
para falar muito e pouco silenciar. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Um dos grandes desafios da Pastoral
Litúrgica Paroquial é devolver à Liturgia seu espaço educativo de ser a escola
da espiritualidade cristã, como dizia São Paulo VI. É o desafio de voltar a
ouvir Jesus falando para Marta que a celebração litúrgica não é um atarefar-se
de muitas coisas; por isso é preciso aprender ou, talvez reaprender, a sentar-se
ao pé do Mestre e escolher a melhor parte: ouvir o que ele diz (Lc 10,41-42). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right;"><i><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Serginho Valle<o:p></o:p></span></i></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right;"><i><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Janeiro de 2022<o:p></o:p></span></i></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-27109513749175516662022-01-15T14:24:00.003-03:002022-01-15T14:24:14.673-03:00Liturgia é educação<p><span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 11pt; text-align: justify;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2RGSb4ZlgMyfJGYOGZ4btZ0QcNl6F3oZAngAt_AGMz9XlRsXvh_x1XQFyuRpepJ6r0dqmI35_Q_fp4mBAB_U6NvdQg407R7UnYltxOJ9Kj_GNtqL-c2NwwwX_AwS-r-DGYJRYmNCccVg/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="120" data-original-width="125" height="109" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2RGSb4ZlgMyfJGYOGZ4btZ0QcNl6F3oZAngAt_AGMz9XlRsXvh_x1XQFyuRpepJ6r0dqmI35_Q_fp4mBAB_U6NvdQg407R7UnYltxOJ9Kj_GNtqL-c2NwwwX_AwS-r-DGYJRYmNCccVg/w114-h109/image.png" width="114" /></a><span style="font-size: 11pt; text-align: justify;">Pode ser que por uma desantenção, correndo rapidamente os olhos,
você não tenha prestado atenção ao título. Não estou falando de “Liturgia e
educação”, mas que “Liturgia é educação”. Chamo atenção para a importância de
não criar um paralelo entre Liturgia e educação, mas de considerar a Liturgia
como educação; a Liturgia é um espaço educativo e educador. O contexto
litúrgico é um contexto próprio do discipulado e, por isso, é educativo e
apropriado para educar.</span></div><p></p>
<p style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">A Campanha da Fraternidade 2022 favorece realizar uma reflexão
sobre o papel da educação pela Liturgia e da Liturgia como espaço educador. São
Paulo VI definiu a Liturgia como a primeira escola da vida cristã. Mais que uma
definição, é uma afirmação que merece ser considerada. Vários textos da
Patrística entendem a Liturgia como “Locus Theologicus” e “Locus sapiantiae”:
espaço teológico e espaço da sabedoria. Não é uma escola e nem sala de aula,
evidentemente, mas é um contexto, um clima, um espaço, um local onde se é
educado nas coisas de Deus e na coisas da vida. <o:p></o:p></span></p>
<p style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">Li o texto base e não lembro alguma referência no sentido de
considerar a Liturgia como educação. Claro, não pode falar de tudo. Mesmo assim
é uma pena, porque a Liturgia é a principal, e para muitos católicos, o único
espaço educativo da fé e, por que não, do estilo de vida a partir da Palavra. É
considerando a necessidade da Liturgia na educação da maior parte dos católicos
que considero importante abordar o tema da educação no contexto da Liturgia e
da Liturgia como educação em si. Volto a insistir que a maior parte dos
católicos não tem outra educação religiosa e (talvez) existencial a não ser
pela Liturgia.<o:p></o:p></span></p>
<p style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">A educação realizada pela Liturgia e com a Liturgia fundamenta-se
na espiritualidade litúrgica, que é a espiritualidade da Igreja. Uma educação, dentro
dos moldes cristãos, sem espiritualidade é uma educação desprovida de
fundamento cristão. Não basta conhecer princípios e doutrinas, é necessário que
os mesmos estejam fundamentados na espiritualidade, iluminados pelo Evangelho
para que o espírito da educação seja evangelizado e evangelizador. Neste
aspecto, como a diz a SC 10, a Liturgia é fonte. <o:p></o:p></span></p>
<p style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">Outro elemento importante da educação pela Liturgia e da Liturgia
como momento educativo é ter presente que a Liturgia adota o processo
mistagógico. É uma dinâmica pedagógica que favorece o crescimento no
discipulado de modo gradual, propondo pouco a pouco a estrada de Jesus, o
caminho do discipulado. Não é correto entender a mistagogia como método; embora
haja semelhanças, é importante valorizar a mistagogia como processo, como passos
nos quais o cristão e a cristã são educados processualmente, progressivamente
na e pela Liturgia. <o:p></o:p></span></p>
<p style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">Além desses dois elementos, que podem ser considerados básicos na
educação pela Liturgia, outro elemento importante é o papel da Liturgia na
formação e na orientação de valores cristãos. Considere-se, nesse caso, a
Liturgia como espaço, no qual são destacadas virtudes e comportamentos próprios
do cristão, como por exemplo, a fraternidade, o relacionamento pautado na
misericórdia, na justiça, a temperança, a prudência, a paciência... No momento
celebrativo, os celebrantes não são educados com uma metodologia escolástica ou
acadêmica, mas pela pedagogia mistagógica, que confronta ou ilumina o modo de
viver com o que é proclamado na Palavra, cantado numa canção, suplicado numa
prece, silenciando diante do Mistério, e assim no decorrer do processo
celebrativo de cada Sacramento. <o:p></o:p></span></p>
<p style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">Os exemplos que proponho ilustram a educação presente na Liturgia,
no momento celebrativo, não somente na Liturgia da Palavra com a homilia, que
orienta (educa) como viver a Palavra, mas em toda a celebração. Até mesmo, e principalmente,
o silêncio é favorecedor de um contato pessoal com a própria vida do celebrante
e isso é altamente educativo. A Liturgia é educação para a vida é para
relacionamentos comunitários e sociais. Não educa com uma educação doutrinária
ou teológica ou catequética. A educação pela Liturgia é uma educação
existencial e, por isso, quem é educado no espaço litúrgico leva para a vida e,
educadamente, vive aquilo que celebra. <o:p></o:p></span></p>
<p align="right" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: right;"><i><span style="color: black; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">Serginho Valle<o:p></o:p></span></i></p>
<p align="right" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: right;"><i><span style="color: black; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">Janeiro 2022<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-60827163234369475402021-11-27T09:00:00.007-03:002021-11-27T09:00:42.396-03:00Música Litúrgica para ouvir e para cantar <p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgh8r1-YC8OQPNfvb1eKjk_cby5GUv_qdAEgdMpIU5Tk9L4pFZsLzzTNbfjS5_BESed3HJRl5NBryqkmjfqqTVy3KWkHt4ljUvpGjjXjHXa8_A9LaSACWgIRe6182gZ8CW-RSGB8c_UMGc/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="120" data-original-width="109" height="112" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgh8r1-YC8OQPNfvb1eKjk_cby5GUv_qdAEgdMpIU5Tk9L4pFZsLzzTNbfjS5_BESed3HJRl5NBryqkmjfqqTVy3KWkHt4ljUvpGjjXjHXa8_A9LaSACWgIRe6182gZ8CW-RSGB8c_UMGc/w102-h112/image.png" width="102" /></a><span style="font-family: "Tw Cen MT", sans-serif; text-align: justify;">Existe
uma particularidade com a música litúrgica que poucas vezes percebemos em
nossas celebrações: a audição da música litúrgica. Sim, existem músicas que são
para ser ouvidas como, por exemplo, o salmo responsorial. Em algumas situações,
quando canta um coral polifônico, noutro exemplo, a música é escutada; acontece
a participação pela audição da música. Em linguagem popular: curtir a música
ouvindo.</span></div><p></p>
<p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Tw Cen MT",sans-serif;">Algumas distinções</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Tw Cen MT",sans-serif;">A celebração litúrgica, por ser um
ato comunitário, na maior parte das vezes pede que todos participem da música
cantando; a assembleia não seja substituída por um grupo que canta sozinho na
celebração. Algumas canções são tipicamente comunitárias, como acontece com as
músicas rituais: <i>“Senhor, tende piedade de nós</i>, <i>Glória</i>, o <i>refrão
do Salmo responsorial</i>, o <i>Santo, Santo, Santo</i>..., etc...” O
ministério da música, neste caso, cumpre sua finalidade de ajudar os
celebrantes a participar da celebração pelo canto e não cantar para a assembleia,
substituindo-a. É o que definimos como “cantar a celebração”. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Tw Cen MT",sans-serif;">Algumas canções são presidenciais,
quer dizer, o Presidente da celebração canta a canção. Por exemplo: as orações,
como a coleta (oração do dia), sobre as oferendas... O diálogo prefacial — “O
Senhor esteja convosco; corações ao alto...” — e o próprio Prefácio da Oração
Eucarística é do presidente da Missa. O “Por Cristo, com Cristo....” também é
do padre, mas o “Amém” conclusivo é uma canção para todos os celebrantes
cantarem juntos. Neste caso, são canções para serem ouvidas; a assembleia
participa ouvindo e cantando o amém conclusivo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Tw Cen MT",sans-serif;">Outra canção que, tradicionalmente,
pertence a um ministro da celebração litúrgica é o Salmo Responsorial. O
salmista canta o salmo e a assembleia participa da canção cantando o refrão.
Outras intervenções próprias do salmista são as antífonas de entrada, da
aclamação ao Evangelho e a antífona da comunhão. Neste caso, como na referência
ao padre, os celebrantes não cantam; ouvem e participam dos refrões. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Tw Cen MT",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-family: "Tw Cen MT",sans-serif; mso-ansi-language: PT;">Um lembrete sempre válido<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Tw Cen MT",sans-serif; mso-ansi-language: PT;">Preste atenção neste texto escrito
por Ione Buyst: <i>“Um grupo de cantores ou um coral podem dar suporte ao canto
da assembleia. Podem ainda executar ou cantar a várias vozes, harmonizando com
a voz da assembleia. Podem ainda executar sozinhos alguma peça mais rebuscada
(principalmente em dias de festa); por ex., após a homilia, relacionada com a
própria homilia e o evangelho, ou após a comunhão, prolongando a meditação
contemplativa. Jamais, porém, podem substituir o canto da assembleia.”</i> <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Tw Cen MT",sans-serif; mso-ansi-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Tw Cen MT",sans-serif; mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sim,
jamais substituir <i>“o canto da assembleia”</i> excetuando o que foi proposto.
Em alguns ritos, a assembleia ouve a música e reza pela audição. Na celebração
existem músicas para ouvir e para cantar. <o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i><span lang="PT" style="font-family: "Tw Cen MT",sans-serif; mso-ansi-language: PT;">Serginho Valle<br /></span></i><i><span lang="PT" style="font-family: "Tw Cen MT",sans-serif; mso-ansi-language: PT;">Novembro 2021</span></i></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Tw Cen MT",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-4237881121531538942021-11-13T08:43:00.006-03:002021-11-13T08:43:45.431-03:00Música vocal e música instrumental<p><span style="font-family: Arial, sans-serif;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOdOcPahjR85dbf37IK4K0REnWruUhEJ5TJQioqROpQtc8KcQPoUm6lL7yKhxncolBUP2IWLP6qRosTwxnqppybGmVRUm5e6ofBJCtv6aLoZEJUUChj8e6v9jG1xHFjfGPFaP9lGZcqgc/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="120" data-original-width="115" height="110" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOdOcPahjR85dbf37IK4K0REnWruUhEJ5TJQioqROpQtc8KcQPoUm6lL7yKhxncolBUP2IWLP6qRosTwxnqppybGmVRUm5e6ofBJCtv6aLoZEJUUChj8e6v9jG1xHFjfGPFaP9lGZcqgc/w105-h110/image.png" width="105" /></a><b>SC 120</b></div><p></p>
<p class="MsoBodyText2" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">“Tenha-se na
Igreja Latina em grande consideração o órgão de tubos, como instrumento
tradicional de música, cujo som pode acrescentar às celebrações admirável
esplendor e elevar com veemência as mentes a Deus e às coisas divinas.” <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoBodyText2" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: Arial, sans-serif;">“Outros
instrumentos podem ser admitidos ao culto divino, a juízo e com o consentimento
da autoridade territorial competente, à norma dos artigos 22 § 2, 37 e 40,
contanto que sejam adequados ao uso sacro, ou possam a ele se adaptar, condigam
com a dignidade do templo e favoreçam realmente a edificação dos fiéis.”</span></p>
<p class="MsoBodyText2" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><o:p> </o:p></span><span lang="PT" style="font-family: Arial, sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Até agora falamos
de “música”, indistintamente. No entanto, há outra regra a ser lembrada: a
música vocal é mais importante na Liturgia do que a música instrumental e deve
ocupar o espaço maior. </span><span lang="PT" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">É </span><span lang="PT" style="font-family: Arial, sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">a voz humana que se
alegra e louva a Deus, que chora, geme e implora, que expressa o Mistério de
Cristo.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span lang="PT" style="font-family: "Arial",sans-serif; mso-ansi-language: PT;">É pela voz humana
que cantamos e manifestamos nossas alegrias e nossas angustias diante de Deus.
E fazemos isso com a música vocal. Por isso, é importante considerar a
necessidade de não escolher canções que expressem o espírito de cada rito
acompanhado musicalmente favorecendo a participação ativa e consciente na
celebração. Para tanto é preciso aprender a ouvir o texto, deixar as palavras
penetrarem no corpo, na mente, na alma para causar alguma reação pessoal. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span lang="PT" style="font-family: "Arial",sans-serif; mso-ansi-language: PT;">No contexto da
espiritualidade litúrgica iluminada pela música, os autores e estudiosos da
música como meio orante, pedem que através da voz do salmista, dos cantores, da
assembleia..., ouça-se a voz de Cristo, a voz do Espírito, a voz da humanidade
inteira, de ontem e de hoje, com a oração incessante do Espírito que reza com
gemidos e súplicas (Rm 8,26-27) no coração dos santos e santas que vivem na
Igreja. É a grande comunhão espiritual que incessantemente a Igreja eleva a
Deus com suas canções, especialmente cantando os salmos; salmodiando. A música
tem esse poder e capacidade de nos colocar em comunhão, por isso, dizem vários
documentos, a música litúrgica deve ser santa porque santo é o momento no qual
é cantada. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: "Arial",sans-serif; mso-ansi-language: PT;"><o:p> </o:p></span><b><span lang="PT" style="font-family: "Arial",sans-serif; mso-ansi-language: PT;">Uso dos instrumentos musicais</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span lang="PT" style="font-family: "Arial",sans-serif; mso-ansi-language: PT;">Os instrumentos
muitas vezes provocam distração ou impedem cantar com o coração. Por isso, a
Liturgia orienta usar os instrumentos musicais como suportes para favorecer a
canção. O grande exemplo, neste sentido, é o uso dos instrumentos no canto
gregoriano: usado apenas como suporte. Dentro de cada contexto e uso de vários
instrumentos, como se faz hoje nas celebrações, é importante aprender a usar os
instrumentos a favor da oração e não como distração e impedimento orante. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span lang="PT" style="font-family: "Arial",sans-serif; mso-ansi-language: PT;">Do ponto de vista
pastoral, considero que não somente nos tempos penitenciais, como a Quaresma,
mas também no Advento, não deveríamos abrir mão de cantar certos cantos sem
instrumento. Cantar “a cappella” para favorecer o sentimento orante através da voz,
sentindo unicamente a voz cantando com nosso corpo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span lang="PT" style="font-family: "Arial",sans-serif; mso-ansi-language: PT;">Compreende-se que o
instrumento musical está a serviço da voz, dando suporte, jamais para abafar ou
encobrir a voz. Podemos prever peças instrumentais, independente de canto, por
exemplo, durante a procissão das oferendas, ou depois da comunhão, ou ainda na
saída. No geral, contudo, a função dos instrumentos é de ser suporte. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span lang="PT" style="font-family: "Arial",sans-serif; mso-ansi-language: PT;">É necessário dizer
que não se deve substituir o músico por uma máquina, uma playlist de músicas
litúrgicas tocadas no celular, por exemplo. </span><span lang="PT" style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 13.0pt; mso-ansi-language: PT;">É </span><span lang="PT" style="font-family: "Arial",sans-serif; mso-ansi-language: PT;">o ser
humano que louva a Deus com sua voz e com seu instrumento, não a máquina. É
pela arte, as vezes precária, outras vezes sofisticada na execução
instrumental, que a Igreja louva a Deus com sua canção e sua arte musical litúrgica.
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; mso-bidi-font-size: 18.0pt; mso-fareast-font-family: Batang;">É claro que a Igreja admite instrumentos e até elege o órgão de tubos
como o preferido para a Liturgia. O motivo da escolha do órgão de tubos é a
solenidade e o recolhimento espiritual que o órgão de tubos promove numa
celebração litúrgica. O som e o jeito de tocar o órgão de tubos, tocado com
arte e dentro do contexto celebrativo, nunca agredirá os celebrantes, como pode
acontecer com uma guitarra, bateria ou um violão barulhentos, principalmente quando
tocados sem arte. Assim sendo, é preciso ter presente duas coisas: quando entra
a arte, tudo muda; quando se conhece a arte litúrgica musical, tudo é
esclarecido. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; mso-bidi-font-size: 18.0pt; mso-fareast-font-family: Batang;">Outros instrumentos também são permitidos na Liturgia, como sabemos. No
Brasil, usamos vários instrumentos na Liturgia. A questão não é o instrumento,
mas o modo de usar o instrumento na celebração. Lembramos que <i>“o instrumento
musical deve estar a serviço da voz, dando suporte, porém jamais abafa-la ou
encobri-la.”</i> Isso vale para todos os instrumentos, órgão de tubos,
inclusive. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; mso-bidi-font-size: 18.0pt; mso-fareast-font-family: Batang;">Em alguns momentos da celebração, pode-se tocar somente música
instrumental, como por exemplo: para acompanhar a procissão de entrada, no
momento da procissão das ofertas, num momento de reflexão ou oração silenciosa.
Nunca, porém, no momento da consagração e como fundo musical das orações
presidenciais, principalmente na Oração Eucarística. Quando a Liturgia fala de
silêncio é silêncio sem o preenchimento da música. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><o:p> </o:p></span><b><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Conclusão</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; mso-bidi-font-size: 16.0pt;">A conclusão é
feita com o Estudo da CNBB 79, n. 205. </span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><o:p></o:p></span></b></p>
<p class="Livro" style="line-height: normal; text-align: justify;"><i><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></i><i><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">“A
linguagem musical dos instrumentos tem seu lugar e importância na celebração da
fé, não somente enquanto acompanha, sustenta e dá realce ao canto, que é sua
função principal, mas também por si mesma, ao proporcionar ricos momentos de
prazerosa quietude e profunda interiorização ao longo das celebrações,
proporcionando-lhes assim maior densidade espiritual. Instrumentos de todo tipo
estão sendo convocados a prestar este serviço, contanto que se leve em conta o
gênio e as tradições musicais de cada cultura, a especificidade de cada ação
litúrgica e a edificação da comunidade orante.”</span></i></p>
<p class="Livro" style="line-height: normal;"><i style="text-align: right;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Serginho Valle <br /></span></i><i style="text-align: right;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Setembro de 2021</span></i></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-12877354727754600112021-10-23T09:07:00.008-03:002021-10-23T09:10:44.707-03:00Música sacra, música litúrgica<p><span face=""Yu Gothic UI Semilight", sans-serif"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span face=""Yu Gothic UI Semilight", sans-serif"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjC9OubLk30q8UwQnE-_Z5u_7fQByZ1m5-MIJm3Ibw8dvr73-Ufp83aAJkopU-ivXKuv4nbYh1Mhlymfazd93FhCNUOTQpL9TPQPV7Fq0hiQ_Lx8f1EleO8eje53RhWkblfmWRyUeK5BFE/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="120" data-original-width="167" height="107" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjC9OubLk30q8UwQnE-_Z5u_7fQByZ1m5-MIJm3Ibw8dvr73-Ufp83aAJkopU-ivXKuv4nbYh1Mhlymfazd93FhCNUOTQpL9TPQPV7Fq0hiQ_Lx8f1EleO8eje53RhWkblfmWRyUeK5BFE/w149-h107/image.png" width="149" /></a><i>A
música sacra é “parte integrante da solene liturgia”, e para tanto responde a
alguns critérios fundamentais: a santidade — “será tanto mais santa, quanto
mais estiver unida à ação litúrgica”</i> — (SC 112).</span></div><p></p>
<p class="MsoBodyText2"><span face=""Yu Gothic UI Semilight", sans-serif"><u>Beleza <br /></u></span><span face=""Yu Gothic UI Semilight", sans-serif"><i>“Não
deveria haver na celebração uma música que não fosse uma verdadeira obra de
arte” (Pio X).</i></span></p>
<p class="MsoBodyText2"><span face=""Yu Gothic UI Semilight", sans-serif"><u>Universalidade</u> <br /><i>Ajudar os celebrantes de todas as culturas a se identificar na celebração
através da música.</i></span></p>
<p style="text-align: justify;"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif"><o:p> </o:p></span><span style="font-weight: normal;"><span style="font-size: x-small;"> <span face=""Yu Gothic UI Semilight", sans-serif" style="text-align: justify;">Citei
três critérios, que considero básicos na compreensão da música e para sua
finalidade na Liturgia: santidade, beleza, identidade cultural. Existe um
quarto critério que deve ser incluído, ao meu ver: a espiritualidade litúrgica.</span></span></span></p>
<p class="Livro" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif"><span style="font-size: x-small;"> </span> Dizer que a música é parte
integrante da celebração litúrgica é considerar que a música faz parte da
celebração juntamente com a palavra, com os gestos, com os sinais e símbolos. É
dizer que a música não é um “opcional” da celebração e nem uma decoração. É
dizer que a Liturgia celebra com palavras, gestos, música, espaços... Perceba
que o termo usado é “juntamente com”, o que significa que, não é nem mais e nem
menos importante; reforça dizer que a música faz parte e compõe a celebração. A
música não é o elemento principal, embora seja, depois da palavra, o modo mais
utilizado na comunicação litúrgica e aquela que tem a capacidade de dar um
colorido especial e festivo à celebração. <o:p></o:p></span></p>
<p class="Livro" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Considerando a Liturgia, do ponto de
vista celebrativo e não ritual, não se pode pensar a celebração litúrgica sem a
música, principalmente quando se considera que a música é rito, no que se denomina
de música ritual. Tudo isso, faz-nos compreender duas coisas importantes:
qualquer música não serve e, é imprópria a ideia de fazer uma folha de cantos
que sirva para todas as Missas da comunidade. Por que? Primeiramente, porque
cada celebração tem uma característica próprio, enfoque ou contexto diferentes,
como dizemos em nossas propostas celebrativas do SAL – Serviço de Animação
Litúrgica (<a href="http://www.liturgia.pro.br/">www.liturgia.pro.br</a> ). Mas
tem um detalhe a mais, que precisamos atender.<o:p></o:p></span></p>
<p class="Livro" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Uma vez que existem leituras
diferentes nas celebrações, uma vez que não se faz a mesma homilia e nem as mesmas
motivações nas Missas, uma vez que existem propostas simbólicas diferentes para
cada Missa... entende-se que a música não pode ser um elemento estranho na
celebração; a música é parte integrante daquela celebração como um todo e, como
um todo colabora para a que a celebração seja uma unidade: palavras, símbolos,
sinais, música e gestos celebrando o mesmo Mistério Pascal de Cristo, sempre
iluminado por diferentes contextos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Outro dato que gostaria de chamar
atenção, como parte integrante da Liturgia, é o fato que algumas músicas têm finalidade
didática; ajudam os celebrantes a compreender o que estão celebrando. Exemplo:
o canto de entrada <i>“é o exórdio, a abertura solene da celebração; é a
preparação dos fiéis”</i> para a missa (...) <i>“Este canto introduz os fiéis
no mistério de comunhão com Cristo, desperta-os e os prepara para ouvir a
Palavra de Deus e participar dignamente da Eucaristia”</i> </span><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif" style="font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">(CNBB,
estudo 12, p. 12-13)</span><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif">.
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ainda na dimensão didática da
música, podemos considerar a escolha da canção que irá acompanhar o rito da
partilha, na Comunhão Eucarística dos celebrantes. É uma canção escolhida à luz
da Palavra, especialmente com o Evangelho. Se o Evangelho, por exemplo, fala de
caridade, a canção escolhida cantará a caridade na vida cristã; se o Evangelho
fala de justiça, a canção da comunhão cantará a justiça do Reino. Entende-se
que a canção escolhida tem o papel didático de unir o Evangelho à comunhão,
comprometendo o celebrante a viver aquilo que ouviu e a vida divina que comunga
na Eucaristia. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif" style="mso-fareast-language: PT-BR;">Aqueles três critérios, mais um, citados no início desse artigo —
santidade, beleza, identidade cultural — tornam-se compreensíveis nos pontos
referidos. Sendo a Liturgia a <i>“ação sagrada (santa) por excelência na
Igreja”</i> (SC 7), entende-se que a música deve refletir poeticamente a
santidade da Liturgia. Sendo a comunicação litúrgica composta basicamente pela
linguagem artística, a música cantada na celebração deve resplandecer pela
beleza da arte musical. Uma vez que a celebração acontece num contexto cultural
próprio, a identidade musical deve ser refletida no modo de cantar e executar a
música. <o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif" style="mso-fareast-language: PT-BR;">Serginho Valle<br /></span></i><i><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif" style="mso-fareast-language: PT-BR;">Setembro de 2021</span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif"><o:p> </o:p></span></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-36534021726090531732021-10-09T09:41:00.001-03:002021-10-09T09:41:09.896-03:00Nem toda música é litúrgica<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCr9GObZTaP_0wl4wxoAehN6uJd21bXAiBuj1cmJtta_8rm_DJeDxRN0SvizXSAiCPKEzD3mmIDXhE3RrNduh3TMQIyVy2i60Koy9EPyaIuFkKhEObz9BaC8F1_hCBtKyZY0LJx-QU7SE/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="120" data-original-width="167" height="120" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCr9GObZTaP_0wl4wxoAehN6uJd21bXAiBuj1cmJtta_8rm_DJeDxRN0SvizXSAiCPKEzD3mmIDXhE3RrNduh3TMQIyVy2i60Koy9EPyaIuFkKhEObz9BaC8F1_hCBtKyZY0LJx-QU7SE/w167-h120/image.png" width="167" /></a><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight", sans-serif;">Nem
todas as músicas servem para ser cantadas numa celebração litúrgica. Mesmo que
mencionem Deus ou falem de amor ou, até mesmo tenham uma bela mensagem... nem toda
música serve para a Liturgia. De modo mais aviltante, algumas celebrações
matrimoniais, por exemplo, sem algum critério litúrgico, cantam músicas que são
temas de um personagem de novela, ou cantam algum hit que está no sucesso do
momento. A Liturgia não se rege pelo sucesso, mas pelo Mistério que celebra.</span></div><p></p>
<p class="Livro" style="line-height: normal; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">Não estamos discutindo
a qualidade da música, mas a finalidade e a função da música na celebração
litúrgica. Em algumas comunidades, infelizmente, encontramos o ministério da
música cantando músicas bonitas, mas impróprias para a celebração da Missa. Com
intenções ou finalidades que não correspondem ao Mistério celebrado, alguns
músicos valorizam mais a música que a celebração. Este é um modo de desafinar,
não a música, mas a celebração. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<h1><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">Cantar “A” celebração
ou “NA” celebração<o:p></o:p></span></h1>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Há alguns anos, apareceu uma música
que fez sucesso em algumas assembleias litúrgicas: <i>“Anjos de Deus”</i>. Foi
uma prova e tanto para o ministério de música das comunidades, pois foi
possível verificar quem deles cantava “a” celebração e quem cantava “na” celebração.
A distinção encontra-se no “a celebração” e “na celebração”. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">Os primeiros, aqueles
ministérios de música que “cantam a celebração”, analisaram a letra da canção
evangélica <i>“Anjos de Deus”</i> e perceberam algumas contradições com a Teologia
Litúrgica da Missa. Perceberam incompatibilidades de anjo que faz barulho e a
necessidade de ouvir barulhos angelicais para abrir o coração e oferecer a oração
a Deus. Uma canção, da autoria do Pastor Elizeu Gomes que, em 1996, depois de
uma grande polêmica por direitos autorais e de gravação, afirmou à revista Veja
que a música é do repertório evangélico e não católico. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">Os segundos, aqueles
ministérios de música que “cantam na celebração”, não viram problema em cantar
esta música na Missa, inclusive na hora da comunhão. Não estudaram a canção;
importaram-se mais com o agitado e gostoso ritmo da música e adotaram este
critério para cantar a canção. Outros, se serviram do critério do sucesso que a
canção fazia, embalada por Missas na TV, que “pretensamente” justificava cantar
esta canção na celebração da Eucaristia. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">Quem conhece a canção “<i>Anjos
de Deus”</i>, e gosta de música ritmada, a classifica como uma música bonita e envolvente.
Mas este não é o único critério litúrgico para que uma canção possa acompanhar
um rito celebrativo, seja da Missa ou dos demais Sacramentos. No caso exemplar
da música que estamos mencionando, quem conhece Liturgia entende que as
celebrações não se caracterizam pelo barulho de anjos levando nossas preces ao
Pai. Quem conduz nossas preces ao Pai é Jesus, nosso único mediador, como
sempre concluímos as orações: “por Cristo, nosso Senhor, na unidade do Espírito
Santo”. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">É bom e necessário
cantar músicas agradáveis em nossas celebrações, mas isso significa que
qualquer música sirva para ser cantada na Liturgia. <o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">Serginho Valle<o:p></o:p></span></i></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">Agosto de 2021<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-51585789471875095562021-10-02T08:35:00.002-03:002021-10-02T08:36:19.760-03:00A música litúrgica em debate<p class="Livro" style="line-height: normal;"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLyfkQKnAzJrRs9fSBNMk7wDfDrAJRke3VT8wsVNd1nekwB5qF85G2iE-WzOZpuKvYPR-L5Q08gtevw4FTGpKgwCpoEECt0_1LYMLoN-S9VShkK8_hTYxC-WySevXk_F8TvKC1ieXCKis/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="120" data-original-width="207" height="92" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLyfkQKnAzJrRs9fSBNMk7wDfDrAJRke3VT8wsVNd1nekwB5qF85G2iE-WzOZpuKvYPR-L5Q08gtevw4FTGpKgwCpoEECt0_1LYMLoN-S9VShkK8_hTYxC-WySevXk_F8TvKC1ieXCKis/w159-h92/image.png" width="159" /></a>Uma
das questões mais debatidas em encontros formativos de Liturgia é a música. Tem
de tudo um pouco. Desde comunidades com um excelente ministério de música, até
comunidades onde um músico precisa salvar a pátria sozinho, caso contrário
ninguém canta nas celebrações. Outra realidade é aquela de comunidades com
grupos musicais que dominam e não aceitam sequer sugestões, seja de quem for.
Existem comunidades com grupos musicais que pesquisam, fazem cursos e melhoram
a olhos vistos aprendendo e se aprimorando na arte da música litúrgica. </div><o:p></o:p><p></p>
<p class="Livro" style="line-height: normal; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif">Por fim — para a lista
não ficar longa demais — existem grupos de música que tocam nas igrejas como se
estivessem num salão de festas, com som alto e com falta de critério na escolha
das músicas. De outro lado, e felizmente, existem ministérios de músicos que
fazem os celebrantes cantar, usam os instrumentos como acompanhamento e cantam
com a arte que a comunicação litúrgica exige. <o:p></o:p></span></p>
<p class="Livro" style="line-height: normal;"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="Livro" style="line-height: normal;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif">A música cantada pelos
celebrantes<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="Livro" style="line-height: normal; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif">E os celebrantes?
Também aqui temos de tudo um pouco. Comunidades onde ninguém abre a boca. Um
grupo de músicos ou um coral canta por eles e eles limitam-se a escutar. Culpa
de quem? Dos celebrantes que não querem cantar ou dos músicos que preferem
cantar sozinhos? Depende! Não vou entrar no mérito desse fato. <o:p></o:p></span></p>
<p class="Livro" style="line-height: normal; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif">Mas, tem também
comunidades onde os celebrantes cantam e não se importam com ensaios para
aprender canções novas. Existem comunidades onde só as mulheres cantam. Em
outras, comunidades, o coral de mulheres e homens cantando é afinado a duas ou
mais vozes, ou alterando, em modo dialogado: ora cantam as mulheres, ora os
homens. Estas últimas, são comunidades que tratam a música litúrgica como arte
e como oração. Na retaguarda de tais comunidades está um ministério da música que
trabalha com amor e carinho para comunicar-se bem e ajudar a assembleia a rezar
cantando. <o:p></o:p></span></p>
<p class="Livro" style="line-height: normal;"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif"><o:p> </o:p></span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif">Como se canta a
Liturgia</span></b></p>
<p class="Livro" style="line-height: normal; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif">Por último, a questão
de como se canta a Liturgia. Estou falando de cantar a Liturgia; não apenas
cantar na celebração, mas cantar a Liturgia, cantar a celebração. <o:p></o:p></span></p>
<p class="Livro" style="line-height: normal; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif">Em algumas Missas,
grupos musicais e até ministérios de música não favorecem cantar a celebração,
mesmo que sejam músicas conhecidas. Ou porque cantam alto demais, ou porque são
desafinados ou porque introduzem variações que valorizam mais os instrumentos
que as vozes. <o:p></o:p></span></p>
<p class="Livro" style="line-height: normal; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif">Em outras missas,
alguns corais ainda não compreenderam sua função ministerial na Missa como
servidores dos celebrantes para cantar ritos ou acompanhar ritos com as
canções. São grupos musicais e ministérios de música que fazem apresentações na
Missa e transformam a música litúrgica em concerto sem a mínima chance de a
assembleia participar da celebração cantando. <o:p></o:p></span></p>
<p class="Livro" style="line-height: normal; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif">Mas, graças a Deus,
temos também comunidades onde as celebrações, nas quais o modo de cantar é
artístico e com muito bom gosto. Mais que cantar por cantar, nestas últimas
comunidades se reza cantando e se canta louvando a Deus. <o:p></o:p></span></p>
<p class="Livro" style="line-height: normal;"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif"><o:p> </o:p></span><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Chamo atenção que distingo entre
grupos de músicos e Ministério da Música. O grupo de músicos vai na Missa,
toca, canta e vai embora. O Ministério da Música cultiva a Música Litúrgica,
sua espiritualidade, sua arte e sua oração. Dedica-se à música litúrgica pelo
estudo e pela partilha da arte musical nas celebrações.</p>
<p class="Livro" style="line-height: normal; text-align: right;"><i><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif">Serginho
Valle<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="Livro" style="line-height: normal; text-align: right;"><i><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif">Junho
de 2021<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Yu Gothic UI Semilight",sans-serif"><o:p> </o:p></span></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-84896547707754387072021-09-18T09:08:00.008-03:002021-09-18T09:08:57.110-03:00A espiritualidade na Pastoral Litúrgica Paroquial<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTUYHeVnc58AEd6uITuZ6Z6cIvnDqem9DXWzwHn8mcapZCSZ6gglpq3YP63gyNjyTu7T2_iFNhVIqA4IlmRudqRtnJsiG_KgkYnkhoEOZc7j0YNRy1u8N6R-EogkMAMi9l4udOigxv5nI/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="120" data-original-width="169" height="97" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTUYHeVnc58AEd6uITuZ6Z6cIvnDqem9DXWzwHn8mcapZCSZ6gglpq3YP63gyNjyTu7T2_iFNhVIqA4IlmRudqRtnJsiG_KgkYnkhoEOZc7j0YNRy1u8N6R-EogkMAMi9l4udOigxv5nI/w137-h97/image.png" width="137" /></a><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight", sans-serif; text-align: justify;">Definições
como “a Liturgia é a fonte de todas as atividades da Igreja” (SC 10) ou “a
Liturgia é escola da espiritualidade e da vida cristã” (São Paulo VI), desafiam
as atividades e o modo de agir da Pastoral Litúrgica Paroquial. O desafio consiste
em tornar as celebrações da comunidade a fonte e a escola da espiritualidade
cristã na paróquia. Entenda-se espiritualidade como dinâmica existencial
motivada pelo Espírito de Deus e não como práticas espirituais apenas.</span></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">O desafio é grande, de
modo especial quando se confunde celebração litúrgica com cantorias ou ritos
“extra celebrativas” suplicando milagres, com celebrações matrimoniais que são
verdadeiros teatros, com mutirões de confissões divulgadores de uma mensagem de
desobrigação moral e não compromisso moral; e algumas aberrações que vemos e
ouvimos. São desafios e, ao mesmo tempo, evidências que ainda existe um caminho
longo a ser feito para que a Liturgia seja fonte e escola da espiritualidade
cristã na vida de nossas comunidades. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">Mas, como podemos tornar
nossas celebrações fonte e escola da espiritualidade cristã? Em algumas
comunidades existe todo um caminho a ser aberto e explorado; em outras
comunidades, haverá a necessidade de rever o modo de celebrar; pode ser que
algumas comunidades necessitem dedicar tempos para estudos, cursos,
laboratórios... Cada realidade com suas exigências. Vou sugerir três
passos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">1º Passo:
equipes de celebrações com espiritualidade<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">O 1º passo da Pastoral
Litúrgica Paroquial, coordenada pela Equipe Litúrgica, é formar equipes de
celebrações com pessoas que já tenham experiência no caminho da
espiritualidade. Estou dizendo que as equipes de celebrações não deveriam ser
formadas por pessoas que aparecem de vez em quando ou que sejam “laçadas”
minutos antes de a celebração começar. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">Que sentido tem, por
exemplo, escolher alguém para proclamar uma leitura se ele vem à Missa por
hábito religioso? Outro exemplo. Que espiritualidade poderá passar uma banda de
músicos profissionais que nunca vão à igreja para nada, mas são contratados
para “abrilhantar a celebração”? Ninguém poderá dar daquilo que não está no
coração. Se um leitor não tem a Palavra de Deus no seu coração, se não a vive,
se não a medita antes de ler, dificilmente ele a comunicará bem. Poderá ler
bem, mas não passará de uma peça de oratória. O mesmo serve para os músicos, se
ali vão só para tocar: podem cantar e tocar muito bem, mas não passará de uma
apresentação. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">O 1º passo consiste em
formar equipes de celebrações com pessoas cultivadoras da espiritualidade
cristã; que aprenderam a beber sua espiritualidade na fonte da Liturgia e nela
se formaram. Difícil encontrar? Então tenho uma segunda pergunta: como sua
comunidade está celebrando? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">2º passo:
refletir e preparar a celebração<span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">O 2º passo tem a ver
com as celebrações que sejam fonte e escola da espiritualidade cristã na vida
dos celebrantes. Para isso, a preparação das celebrações com pessoas — que
formam as equipes de celebrações — que caminham nos caminhos da espiritualidade
cristã. Preparar uma celebração não é distribuir funções, é ser capaz de
oferecer “copos” para que os celebrantes bebam da fonte espiritual da Liturgia
antes de a celebração começar. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">Dentro desse cenário
não existe espaço para a improvisação, para exercício de ministérios tapa
buracos que cumprem formalidades celebrativas e em nada ajudam os celebrantes
no crescimento espiritual cristão. Vamos nos questionar: como um padre poderá
ajudar no crescimento espiritual do seu povo se, minutos antes de iniciar a
Missa, na procissão de entrada, pergunta: “qual será o Evangelho de hoje?” Como
uma equipe de celebração poderá ajudar no crescimento espiritual do povo, se a
mesma é formada minutos antes da Missa? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">São sintomas graves e
extremos da improvisação, indicativos de pouco cuidado para com a celebração
litúrgica da comunidade e de total desinteresse para que as mesmas sejam fonte
e escola da espiritualidade cristã na comunidade. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">3º passo:
criar um itinerário espiritual<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">Fazer com que as
celebrações sejam fonte do crescimento da espiritualidade do povo. Aliás,
trata-se da fonte mais autêntica, uma vez que se fundamenta no próprio Mistério
Pascal de Cristo. Este é um grande desafio para uma Pastoral Litúrgica
Paroquial eficiente e produtiva. Por isso, a importância de criar um itinerário
espiritual, fazendo com que as celebrações dominicais, de modo especial, sejam
como que passos que, pouco a pouco, ajudem os celebrantes a caminhar no projeto
do Reino. De modo mistagógico, este é um meio de ajudar os celebrantes a entrar
no mistério celebrado, a beber este mistério e a transforma-lo em vida, no seu
modo de ser e de agir na sociedade. É uma espiritualidade que evangeliza pelo
processo mistagógico, formadora do discipulado. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">Esta é a noção de
espiritualidade que está subjacente na vida cristã que brota da Liturgia. A
espiritualidade litúrgica não fala da grandeza Eucarística em tons
sentimentalistas, por exemplo, mas incentiva à grandeza Eucarística pela
prática da vida cristã. A beleza da Eucaristia produz frutos, como lemos na
parábola da videira (Jo 15,1-8). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">A celebração litúrgica é
o local, por excelência, no qual o Espírito Santo age na vida concreta de cada
celebrante. Cada celebração, de modo especial na dinâmica pedagógica do Ano
Litúrgico das Missas Dominicais, o celebrante aprende a agir como Deus, aprende
a viver com o mesmo Espírito inspirador da vida de Jesus Cristo (Lc 4,14-21).
Neste sentido, a despedida da Missa não deveria ser, “ide em paz’, mas “Vão e
façam o que o Espírito inspirou na vida de cada um”. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">Conclusão
<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O desafio da Pastoral Litúrgica
Paroquial, na proposta de fomentar a espiritualidade litúrgica, não deveria
recair em como fazer celebrações atrativas, embora isso tenha seu mérito, mas
em como celebrar a vida cristã favorecendo o ingresso e o crescimento dos
celebrantes na espiritualidade do Evangelho. <o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">Serginho Valle<o:p></o:p></span></i></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;">Junho de 2021<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Yu Gothic UI Semilight",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-18264682348902115862021-09-11T08:58:00.000-03:002021-09-11T08:58:00.443-03:00Liturgia: fonte da espiritualidade na paróquia<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhH8ijtsUGzEjN-9ln19cECs90CqlyFiTBHCnwz29YOHpvf909jJrIr8ezJwjDUWRAkzu1QEkDEyrQEdxU98QqIxo9wcudQ6igoL1j1eRDp0s5p9iEgfQS_TNEilu840z6Swi6mZolS4s/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="120" data-original-width="180" height="71" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhH8ijtsUGzEjN-9ln19cECs90CqlyFiTBHCnwz29YOHpvf909jJrIr8ezJwjDUWRAkzu1QEkDEyrQEdxU98QqIxo9wcudQ6igoL1j1eRDp0s5p9iEgfQS_TNEilu840z6Swi6mZolS4s/w107-h71/image.png" width="107" /></a><span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 11pt; text-align: justify;">Mesmo
sabendo que a Liturgia é fonte e cume de todas as atividades da Igreja (SC 10)
e, isto inclui a dimensão da espiritualidade na vida cristã, sempre convivemos
com o desafio de fazer com que as celebrações litúrgicas da comunidade sejam a
primeira e principal fonte da espiritualidade cristã.</span></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">Uma
imagem, que é ícone da Liturgia fonte da comunidade paroquial, é a de Jesus
sentado à beira do poço de Jacó e, naquele poço — que ficava fora da cidade —
celebrou o encontro com a comunidade de Sicar (Jo 4,5-42). Foi daquela fonte,
na conversa com a samaritana — uma verdadeira Liturgia da Palavra — que Jesus
enviou a samaritana para chamar o povo até próximo do poço (fonte). Ali, com o
povo reunido em sua volta, fez a celebração do encontro e apresentou sua
proposta de vida; seu Evangelho. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">No
símbolo do poço, percebemos uma semelhança muito próxima entre o encontro de
Jesus com o povo daquela comunidade; uma semelhança com as celebrações em
nossas comunidades. Na fonte-Liturgia existe uma água que mata a sede de vida,
porque quem nos dá desta água é Jesus, a fonte da água viva (Jo 4,14). Nossas
celebrações, portanto, são locais onde nossas comunidades se dirigem para
celebrar e beber a água da vida. É na fonte-liturgia que a comunidade faz
experiência de encontro com Jesus e ouve, Domingo depois de Domingo, celebração
depois de celebração, o projeto de Jesus para a vida pessoal e para o modo de
viver numa comunidade evangelizada. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">Aqui
existe um grande desafio para a Pastoral Litúrgica Paroquial, no âmbito da
espiritualidade cristã: fazer com que as celebrações da comunidade não sejam,
apenas, demonstrações de criatividade para emocionar ou apreciadas pela beleza
artística, mas autêntica fonte da espiritualidade cristã que favoreça a vida dos
celebrantes a participar e a empenhar-se pelo projeto do Reino de Deus,
assumindo a proposta de vida de Jesus Cristo e caminhando na estrada de Jesus,
o seu Evangelho. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">Todos
que trabalhamos na Pastoral Litúrgica Paroquial temos consciência que este
desafio é grande. Um desafio que, para ser enfrentado necessita de pessoas
preparadas, não apenas no conhecimento da Liturgia, mas preparadas
espiritualmente, quer dizer, pessoas que iluminam suas vidas na espiritualidade
do Evangelho bebida na fonte da Liturgia. <o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: right;"><i><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">Serginho
Valle<o:p></o:p></span></i></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: right;"><i><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">Junho
de 2021<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-31141646065965565312021-08-14T09:07:00.002-03:002021-08-14T09:07:35.232-03:00Espiritualidade cristã na celebração das exéquias<div style="line-height: 115%; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica; font-size: xx-small;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbYnt7pBCUfDrvqjxQCxdRBTd8ybH2LoA3p7pId9HvLW8LReFQQKJE5LG40vc6awnRAi_l2EPNMa_tTAK2WEiuJr565Y7Gbs-MHTwjCHjoCAr0FsvufuYx4_pPW8IlWOdPsn25ZNFxma8/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="120" data-original-width="180" height="90" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbYnt7pBCUfDrvqjxQCxdRBTd8ybH2LoA3p7pId9HvLW8LReFQQKJE5LG40vc6awnRAi_l2EPNMa_tTAK2WEiuJr565Y7Gbs-MHTwjCHjoCAr0FsvufuYx4_pPW8IlWOdPsn25ZNFxma8/w136-h90/image.png" width="136" /></a><span style="text-align: justify;">Refletir e celebrar a morte do cristão é entrar na
dinâmica da esperança da Ressurreição do Senhor, que garante ao cristão a
ressurreição no último dia (Jo 6,36-40; 14,1-6). Estamos diante de um aspecto
da espiritualidade que se fundamenta na fé e na esperança da vida eterna. Mesmo
que o cristão fique triste, chore e sinta saudades de alguém que morreu, ele
não perde a esperança, jamais. A saudade faz parte da vida cristã; a tristeza
da mesma forma, mas nem a morte é capaz de abalar a fé e a esperança cristã. É
uma experiência que, vivenciada na fé, fortalece a confiança e a esperança em
Deus. A celebração litúrgica das exéquias, dentre as suas finalidades, deverá
favorecer espiritualmente o fortalecimento da fé e da esperança.</span></div></span></div></div><span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 11pt;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"> </span><span style="font-size: 11pt;"> </span><span style="font-size: 11pt;"> </span><span style="font-size: 11pt;"> </span><span style="font-size: 11pt;">Como
acontece com toda espiritualidade cristã, à luz da Liturgia, também as exéquias
encontram seu fundamento e sua inspiração no Mistério Pascal de Cristo e, de
modo especial, na Ressurreição do Senhor. Assim como Deus ressuscitou Jesus
Cristo, o primeiro a entrar na casa do Pai, assim também quem morre em Cristo
vive pessoalmente sua Páscoa (passagem) no dia de sua morte.</span></div></span><span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 11pt;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"> </span></div></span><span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 11pt; font-weight: bold;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Respeito para com o falecido</span></div></span><span style="font-size: 11pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-weight: bold;"> </span><span style="font-family: helvetica;"> </span></span><span style="font-size: 11pt; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Outra dimensão, que encontra sua
fonte na teologia e na riqueza espiritual da Liturgia, é o respeito pelos
falecidos. O respeito deve-se a alguém querido, ou que fez parte da nossa vida,
a quem se presta a última homenagem. A Liturgia celebra este momento com a
saudade triste, com as preces e com a solidariedade aos familiares. Por isso, a
Liturgia dos funerais é sempre celebrada no mais profundo clima de respeito.</span></span><br /><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"></blockquote><span style="font-family: helvetica; font-size: 11pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-family: helvetica; font-size: 11pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-family: helvetica; font-size: 11pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-family: helvetica; font-size: 11pt; text-align: justify;">O
respeito cristão está relacionado também a aquela pessoa que, no seu corpo
falecido, foi templo do Espírito Santo, como menciona o Ordo Exsequiarum, n. 3.
Mesmo sabendo que o corpo volta ao pó, há nele uma sacralidade, de acordo com a
Sagrada Escritura (1Cor 6,19-20; Gl 6,17) e, por este motivo, o Rito das
Exéquias orienta abençoar, aspergir e incensar o corpo do falecido. Estamos
diante de uma manifestação da espiritualidade do corpo, revelador da
sacralidade do corpo.</span><br /><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="line-height: 115%; text-align: left;"><span style="font-size: 11pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: helvetica;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><br /></span></div></span></span></div></blockquote><div style="line-height: 115%; text-align: left;"><span style="font-size: 11pt; line-height: 115%;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><span style="font-size: 11pt;"> </span><span style="font-size: 11pt;"> </span><span style="font-size: 11pt;">Celebrar
a morte cristã, do ponto de vista da espiritualidade litúrgica, é ajudar as
pessoas a entrarem na dinâmica da esperança cristã em vista da vida eterna. Neste
sentido, a celebração das exéquias faz memória do destino final, não com as ameaças
do medo, mas com a força da esperança. Uma celebração, portanto, sempre
emocionante porque de despedida derradeira, com a finalidade clara de favorecer
o crescimento na confiança e na esperança, de que desta vida passageira somos
destinados a viver eternamente com Deus, na esperança e na paz eterna.</span></span></div></span></div><div style="line-height: 115%; text-align: left;"><i><div style="text-align: right;"><i><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;"><br />Serginho
Valle</span></i></div></i><i><div style="text-align: right;"><i><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">Agosto
de 2021</span></i></div></i></div><p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;">
</p><p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-61129134559968765892021-07-10T08:51:00.003-03:002021-07-10T08:51:30.384-03:00Pastoral Litúrgica Paroquial e Sacramentos medicinais<p style="text-align: left;"><span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 11pt; text-align: justify;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU2ItzDyxLJ_nDbi0EhjWDY1cwh07aO29s1QzSbe-HWbGSLQZXdn-gG65sZFwsso9V1XBhvgckq8-KJvC2iPR-uVLVe3FQA7iq7cUwdTALUtNEyo3p6PiYHa9Y7uR8ieYYlKluZdFgeCc/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="120" data-original-width="198" height="71" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU2ItzDyxLJ_nDbi0EhjWDY1cwh07aO29s1QzSbe-HWbGSLQZXdn-gG65sZFwsso9V1XBhvgckq8-KJvC2iPR-uVLVe3FQA7iq7cUwdTALUtNEyo3p6PiYHa9Y7uR8ieYYlKluZdFgeCc/w118-h71/image.png" width="118" /></a><span style="font-size: 11pt; text-align: justify;">Tanto o Sacramento da Penitência como o
Sacramento da Unção dos Enfermos são celebrados por pessoas debilitadas,
enfraquecidas ou pelo pecado ou pela debilidade física. Na dimensão da
espiritualidade litúrgica, esses sacramentos caracterizam-se pela misericórdia,
paciência e compreensão. Não é sem motivo que nas Introduções dos Rituais
desses Sacramentos se insiste que o padre, no papel de confessor ou
administrador da Unção dos Enfermos, prepare-se para bem celebrar este momento,
no qual terá que fortalecer irmãos debilitados. Descreve a necessidade da
preparação espiritual e psicológico para entrar em contato com a fragilidade
humana.</span></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt;">
Do ponto de vista da Pastoral Litúrgica, é necessário insistir numa mentalidade
madura e equilibrada sobre estes dois sacramentos. Isso poderá acontecer se a
Pastoral Litúrgica dispor de equipes de celebrações que ajudem os penitentes na
preparação para uma boa confissão, com celebrações ou dinâmicas preparatórias,
como meditação, Lectio divina, breve reflexão... <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>E, no caso da Unção dos Enfermos, quando as
Pastorais da Saúde e Litúrgica souberem ajudar as famílias a celebrar a presença
do fortalecimento divino na unção e na oração de fé que, como diz São Tiago (Tg
5,14-15). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt;">Reconheço, e creio
que você também reconhece comigo, que muito se tem a fazer na pastoral destes
dois sacramentos para não aproximá-los de conceitos mágicos, mas em fazer deles
aquilo que são: celebrações de fortalecimento para quem se confia totalmente a
Deus no momento que a vida o estiver debilitando. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt;"><o:p> </o:p></span><b><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt;">Pastoral
Litúrgica Paroquial e Sacramentos medicinais</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt;">Infelizmente, nem
todas as comunidades têm uma Pastoral Litúrgica Paroquial capaz de considerar a
importância que merecem os Sacramentos da Penitência e da Unção dos Enfermos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt;">Reconheço não ser
fácil para a Pastoral Litúrgica Paroquial organizar atividades pastorais
próprias para o Sacramento da Penitência se este estiver centrado unicamente no
padre. Além do mais, alguns costumes e práticas pastorais classificam o Sacramento
da Penitência não como momento celebrativo da misericórdia divina, mas momento acusatório:
o penitente conta os pecados, o padre escuta, dá a absolvição e tudo está consumado.
Não existe, ainda, em muitas comunidades, a dimensão celebrativa e uma
espiritualidade capaz de revestir o Sacramento da Penitência como momento
reconciliador com Deus e com os outros, no contexto da vida cristã. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt;">O mesmo podemos
dizer quanto a atividade da Pastoral Litúrgica Paroquial a respeito do
Sacramento da Unção dos Enfermos. Tenho percebido que o mesmo é celebrado quase
sempre de modo isolado, quando muito restrito ao âmbito familiar, quando o
enfermo está em casa. Nos hospitais, mesmo havendo possibilidade e ter pessoas
por perto, o padre como que executa o rito sozinho com o doente. Não estamos
falando de validade, de efeito espiritual, nada disso. Mas da dimensão pastoral
que pede a presença da comunidade, mesmo que representada pela família ou por
pessoas que atuam ministerialmente com os enfermos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt;">Sim, existe um
campo enorme para se desenvolver um trabalho pastoral com os Sacramentos
medicinais da Penitência e da Unção dos Enfermos. Um trabalho pastoral que contemple
a dimensão da acolhida e da escuta fraterna; trabalho pastoral realizado em
forma de multidisciplinariedade, com orientação psicológica, por exemplo, com
direção espiritual e catequética para preparar aqueles que precisam voltar para
Deus com uma boa confissão. Para preparar o enfermo e a família, que também se
fragiliza na doença, para uma boa celebração da Unção dos Enfermos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Os
Sacramentos da Penitência e da Unção dos Enfermos jamais podem ser
desconsiderados ou esquecidos pela Pastoral Litúrgica Paroquial. Sim, trata-se
de algo óbvio e evidente que a Pastoral Litúrgica Paroquial se ocupe destes
Sacramentos. Na prática, infelizmente, grande parte da Pastoral Litúrgica
Paroquial, em muitas comunidades, não existe um trabalho específico com estes
dois Sacramentos que conferem a graça do perdão e da conversão, que conferem
também a graça da fraternidade, da misericórdia e da consolação. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt;">Serginho Valle <o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 11.0pt;">Maio de 2021<o:p></o:p></span></i></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-59610863542861683602021-06-12T09:23:00.002-03:002021-06-12T09:23:12.899-03:00Espiritualidade litúrgica no Sacramento da Unção dos Enfermos<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Microsoft YaHei", sans-serif;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFGjfqyQy62ZLH-JkBBcCB1b-4yw98IuIwv18fJmr7AS-DmBvfv1Yj8mLJaYOdGBEA8cRNsvGJgu3BRzK-Y-HdR0llAqJdCTQxgELbk_tA1b7rcISLs4Uz4MRGswVI1gwihkmGNXBlg_w/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="120" data-original-width="81" height="142" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFGjfqyQy62ZLH-JkBBcCB1b-4yw98IuIwv18fJmr7AS-DmBvfv1Yj8mLJaYOdGBEA8cRNsvGJgu3BRzK-Y-HdR0llAqJdCTQxgELbk_tA1b7rcISLs4Uz4MRGswVI1gwihkmGNXBlg_w/w96-h142/image.png" width="96" /></a><span style="text-align: justify;">A debilidade humana manifesta-se de modo especial no corpo doente. Sabemos,
pela experiência da vida, que não teremos a mesma saúde à medida que os anos
passam. A doença, ou a fraqueza física para alguns, é uma realidade que um dia
tomará conta de nós. Isto nos debilita. Para aquele momento, quando nos dermos
conta que o vigor dos anos se foi, ou que alguma doença nos afetou, a Igreja
vem em socorro intercedendo a graça divina para que a pessoa recupere a saúde e
a força da vida, se for da vontade de Deus.</span></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif;">A espiritualidade da Unção dos
Enfermos leva os celebrantes a se unirem mais intimamente com Jesus Cristo
sofredor para o bem do povo de Deus, explica São Paulo (Cl 1,24). A debilidade
corporal, manifestada na velhice ou na doença, não é nem descartável ou apenas
deplorável; para a Igreja é um tempo para fazer do sofrimento uma oferta
agradável ao Pai para o bem do mundo, como diz São Paulo VI, na Constituição
Apostólica “De Sacramento Unctionis Infirmorum”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif;">Por meio da celebração do Sacramento
da Unção dos Enfermos, o cristão é convidado a participar e a colocar em Deus
toda sua fé e esperança, como lemos em vários exemplos evangélicos das curas
dos doentes por Jesus. A espiritualidade presente na Liturgia da Unção dos
Enfermos é vivida de modo intenso; o padre que preside este sacramento sabe o
que isso significa. É a espiritualidade que fortalece a vida do enfermo ou do
idoso pelo abandono nas mãos de Deus. É momento para a pessoa reconhecer-se
necessitada de tudo e, sem alguma resistência, colocar-se no colo de Deus, pois
nele está o consolo, a força e a esperança. Quem preside a Unção dos Enfermos deve
ser alguém envolvido pela misericórdia divina, ser um reparador da força no
doente, para ajudá-lo a abandonar-se no colo de Deus. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif;">Serginho
Valle<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif;">Maio
de 2021<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-73087729527990854982021-05-22T11:26:00.004-03:002021-05-22T11:26:44.132-03:00Espiritualidade litúrgica no Sacramento da Penitência <blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><p><span style="font-family: "Microsoft YaHei", sans-serif; font-size: 11pt; text-align: justify;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-size: 11pt; text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgu0jPxqXnDTUx4DjESrVzCwDYqEhWzXBw9rK1k509F20aCvqO8Hxg1EbG2lCKtGoRNlzO2EVXowgQmG74TzVwyL-cdrZP2J4shxSaFlI6E_xQh45jnJDQ6P-ozVXm6v1-0V4sfhBKay_M/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="120" data-original-width="166" height="84" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgu0jPxqXnDTUx4DjESrVzCwDYqEhWzXBw9rK1k509F20aCvqO8Hxg1EbG2lCKtGoRNlzO2EVXowgQmG74TzVwyL-cdrZP2J4shxSaFlI6E_xQh45jnJDQ6P-ozVXm6v1-0V4sfhBKay_M/w117-h84/image.png" width="117" /></a>A espiritualidade do Sacramento da
Penitência diz respeito à reconciliação e à libertação do pecado. É o
sacramento da volta, que retoma as relações com Deus e com os irmãos afetadas
pelo pecado. É o sacramento que ajuda reencontrar Deus e o irmão ao cair em si
e tomar consciência do pecado cometido. É o sacramento </span><i style="font-size: 11pt; text-align: justify;">“para que os fiéis,
tendo caído em pecado após o Batismo, se reconciliem com Deus”</i><span style="font-size: 11pt; text-align: justify;"> (Ritual da
Penitência, n. 3).</span></div><p></p></blockquote>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif; font-size: 11.0pt;">A dimensão
espiritual, como todo o projeto da espiritualidade do sacramento da Penitência,
está demonstrada na parábola do filho pródigo (Lc 15,11-32). É uma
espiritualidade reparadora, da volta para casa, da coragem e humildade de
colocar-se aos pés da Igreja, na pessoa do padre, para pedir perdão pelos
pecados. É um verdadeiro exercício de ascese, de luta interior, que faz “entrar
em si” (Lc 15,17), reconhecer-se longe de Deus e da família/comunidade eclesial
e, a partir disso, tomar o firme propósito de voltar: <i>“voltarei para a casa
do meu Pai e direi”</i> (Lc 15,18-20). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif; font-size: 11.0pt;">O primeiro
aspecto desta espiritualidade, portanto, é reconhecer-se pecador, aceitar a
graça e entrar em si. Para tanto, conta-se com a graça divina e com a ajuda
orante e acolhedora dos irmãos (Mt 18,15-20). É grande a riqueza espiritual de
quem se sente necessitado do perdão reparador. De quem, harmonizado e maduro na
fé, contempla seu estado deplorável e vai em busca da reconciliação com o Pai e
com sua comunidade. Esta é a primeira graça do Sacramento da Penitência. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif; font-size: 11.0pt;">A
espiritualidade do sacramento da Penitência tem início na acolhida da graça
divina que faz alguém ser capaz de “entrar em si” e continua na humildade, no
gesto humilde de confessar sua falta ao Pai, que lhe resgata a vida. É quando
acontece o milagre da reparação: o Pai aceita e reveste seu filho com a
dignidade de quem pode sentar-se à mesa para a festa da vida onde o alimento da
vida plena é farto (Lc 15,22-24). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif; font-size: 11.0pt;">Interessante
perceber o detalhe do “revestimento”. Uma vez perdida ou manchada a veste
branca do batismo, ao perdoar quem pecou, o Pai reveste; dá uma veste nova ao
filho, calçados para os pés e anel no dedo (Lc 15,22). É a reparação do pecado,
a recuperação do irmão que estava morto e foi-lhe devolvida a vida (Lc 15,32).
O pecado é a morte da vida e a volta a Deus é a reparação da vida, a
recuperação da vida, a graça da ressurreição espiritual. É uma espiritualidade
que contempla a reparação de quem estava no pecado, morto para Deus, longe de
Deus e voltou a viver na graça.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif; font-size: 11.0pt;">São alguns
acenos da espiritualidade litúrgica da Penitência vivenciada por quem o
celebra, penitente e confessor. É a alegria espiritual de poder sentar-se à
mesa e não passar o restante da vida comendo a sujeira, a lavagem existencial
destinada aos porcos (Lc 15,16). Eis a espiritualidade reparadora de quem se
faz ministro da reconciliação tanto no ministério sacerdotal como no ministério
de quem se dispõe a preparar seus irmãos e irmãs para bem celebrar e viver esta
espiritualidade da volta à vida, de volta à harmonia espiritual de viver na
casa do Pai. <o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif; font-size: 11.0pt;">Serginho
Valle<o:p></o:p></span></i></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif; font-size: 11.0pt;">Maio de 2021<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif; font-size: 11.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-4199646720036928722021-05-08T09:16:00.001-03:002021-05-08T09:16:04.013-03:00Reflexão da espiritualidade do Matrimônio e Ordem na Pastoral Litúrgica<p><span style="font-family: "Microsoft YaHei", sans-serif; text-align: justify;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGYd3suatf8hSB-Iw18pScHv3MTrOOBAh9Bh1eHizrqLBU62K_OFuVU8BS8Qi0viXKk34Ty_lQjuLEkzGOHD5Pkvip4xtSJ3_Zfc_CvAuTT3bZsxHjppC5_fIHRlEBNQWPl1w3QxGHAYs/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="120" data-original-width="120" height="115" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGYd3suatf8hSB-Iw18pScHv3MTrOOBAh9Bh1eHizrqLBU62K_OFuVU8BS8Qi0viXKk34Ty_lQjuLEkzGOHD5Pkvip4xtSJ3_Zfc_CvAuTT3bZsxHjppC5_fIHRlEBNQWPl1w3QxGHAYs/w115-h115/image.png" width="115" /></a><span style="text-align: justify;">Pela
minha experiência, tenho constato que um bom número das Equipes de Liturgia, em
nossas comunidades paroquiais, dedica pouco tempo para refletir sobre a
espiritualidade daquilo que celebram. Isto vale para quase todas as celebrações
sacramentais e, de modo mais pontual, isto diz respeito à espiritualidade
pressente nas celebrações matrimoniais e de ordenações.</span></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif;">Talvez, entre o Sacramento da
Ordem e do Matrimônio, a preparação das ordenações leva vantagem. Como se trata
de celebrações menos frequentes, as mesmas são preparadas com reflexões
vocacionais, tríduos e até mesmo seminários ou conferências sobre a vida e a
espiritualidade decorrentes do Sacramento da Ordem. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif;">Infelizmente, assim não
acontece na preparação celebrativa do Sacramento do Matrimônio. Em algumas
situações, a celebração litúrgica fica em segundo plano ou é delegada ao que
hoje se denomina de “cerimonialistas” que a preparam sem nenhuma referência ou
inspiração à espiritualidade matrimonial. Na atividade cerimonialista, a atenção
e preocupação concentra-se nos preparativos festivos, nos cuidados com
enfeites, músicas e outros detalhes. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif;">Diante de tal quadro, não
apenas é muito importante que sua Equipe de Liturgia dedique tempo para
refletir sobre a espiritualidade litúrgica presentes nas celebrações do
Matrimônio e da Ordem. Como são realizadas mais celebrações matrimoniais que
ordenações, é de bom senso dedicar mais tempo na reflexão da espiritualidade
matrimonial presente nas orações, prefácios, ritos e símbolos usados na
celebração do casamento. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif;">Refletir a
espiritualidade na comunidade<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Considero que a reflexão da
espiritualidade sacerdotal e matrimonial presente na celebração do Matrimônio e
da Ordem podem ser um excelente recurso de discernimento vocacional entre os
jovens. Por isso, não se restringir a refletir a espiritualidade desses
Sacramentos entre os membros da Equipe Litúrgica, mas em diferentes
oportunidades de encontros com jovens e adolescentes. Apresentar o que o rito
celebra e como o rito compromete existencialmente quem é ordenado e os noivos
que se casam. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif;">Outra atividade para
aprofundar a espiritualidade presente nas celebrações desses Sacramentos pode
ser feito em colaboração com as Pastorais Familiar e Vocacional da comunidade.
É sempre bom dedicar um grande espaço à espiritualidade matrimonial e
sacerdotal, reforçando o que dizia acima, em encontros realizados com casais,
com jovens, e, particularmente com adolescentes da catequese crismal. É importante
ajudá-los a reconhecer que a vida cristã, seja matrimonial ou sacerdotal, sempre
é alimentada pelo Espírito Santo e que, mesmo em diferentes modos de viver, é
sempre caminho de amor, de oblação da vida a Deus e de santidade. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif;">Além disso, é de suma importância
que a espiritualidade seja ressaltada no momento celebrativo de cada um desses
sacramentos. Neste caso, a necessidade de preparar celebrações belas e alegres,
como requer um momento tão especial para aqueles que estão iniciando uma nova
etapa em suas vidas. Celebrações marcadas muito mais pela fé e pela oração e,
menos pela dimensão teatral e espetacular. A beleza da espiritualidade não é
ostensiva; é simples e belamente sóbria. <o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif;">Serginho Valle<o:p></o:p></span></i></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif;">Março de 2021<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-71359510078772806942021-05-01T09:24:00.003-03:002021-05-01T09:24:33.481-03:00 Sacramentos medicinais<p><span style="font-family: "Microsoft YaHei", sans-serif; font-size: 11pt; text-align: justify;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg3P8wnXfKxFGHPaLbJz3dfxDW2E-_kn7MaevFQuuKGabE0Kbrx9BK2SRIvQOPLtE4IKlhw1l2ST1fw6XOyHz731CZmrFl_KXohrVf2R29K_MwXhP4bZcuOhARhoi3e2arP0-UjwfCzB8/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="120" data-original-width="90" height="129" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg3P8wnXfKxFGHPaLbJz3dfxDW2E-_kn7MaevFQuuKGabE0Kbrx9BK2SRIvQOPLtE4IKlhw1l2ST1fw6XOyHz731CZmrFl_KXohrVf2R29K_MwXhP4bZcuOhARhoi3e2arP0-UjwfCzB8/w97-h129/image.png" width="97" /></a><span style="font-size: 11pt; text-align: justify;">Assim como o cuidado com a vida
corporal necessita, de tempos em tempos, de alguma medicina, de algum remédio, o
mesmo acontece com a vida espiritual. Também a vida espiritual sente
necessidade de ser socorrida com alguma medicina, com algum remédio de ordem
espiritual. Do ponto de vista litúrgico, a Igreja presta socorro medicinal nas
e pelas celebrações do Sacramento da Penitência e do Sacramentos da Unção dos
Enfermos. Um adendo: os dois sacramentos medicinais cuidam do espirito e do
corpo, neste caso mais especificamente, a Unção dos Enfermos. </span></div><div style="text-indent: 0px;"><span style="font-size: 11pt; text-indent: 35.4pt;"><span> </span><span> </span>O caminho e a
caminhada são dois símbolos muito caros aos cristãos usados para descrever a
vida cristã e a pedagogia no discipulado. O discípulo e discípula cristãos
caminham na “estrada de Jesus”, como rezamos na Oração Eucarística V. A
“estrada de Jesus” é a estrada do Evangelho, é o próprio Evangelho. Um caminho
seguro e com a garantia de vida plena e de vida totalmente realizada. </span></div><div style="text-indent: 0px;"><span style="font-size: 11pt; text-indent: 35.4pt;"><span> </span><span> </span><span> </span>Mas, como acontece
em todos os caminhos e caminhadas onde colocamos nossas vidas, dada nossa
condição humana, os desvios de rota, cansaços e debilidades são, para a maior
parte de nós, inevitáveis. Os Sacramentos da Penitência e da Unção dos Enfermos
ajudam e favorecem a retomada do caminho e da caminhada de quem se desviou ou daquele
que caiu nas malhas do pecado. São dois sacramentos celebrados para fortalecer
as fraquezas que a vida humana enfrenta tanto no corpo como no espírito. </span></div><div style="text-indent: 0px;"><span style="font-size: 11pt; text-indent: 35.4pt;"><span> </span><span> </span>As
debilidades e fraquezas na vida cristã podem ser espirituais, psicológicas,
morais e corporais. Quem cai no pecado ou vive no pecado é um enfraquecido do
ponto vista espiritual e debilitado no plano psicológico. Quem tem a
experiência sacerdotal de celebrar o perdão, no Sacramento da Penitência, sabe
que muitos problemas psicológicos estão relacionados ao pecado ou a uma
situação pecaminosa. Hoje, não resta dúvida que a ausência ou carência de uma
moral iluminada pela luz do Evangelho é causa de desvio de conduta e de
transtornos psicológicos e comportamentais. <br /></span><span style="font-size: 11pt; text-indent: 35.4pt;"><span> </span><span> </span><span> </span>Do ponto de
vista da fraqueza corporal (doença), a maior parte das pessoas experimenta —
quase que naturalmente, eu diria — a debilidade psicológica. A doença grave ou
a ameaça de alguma doença sempre mexe com o emocional e com o psicológico da
pessoa. Todos percebemos isso, de modo muito claro, na experiência da pandemia,
em 2020 e 2021. A fraqueza corporal, a debilidade física tem relação com a
debilidade psicológica. Em socorro destas fraquezas vêm os sacramentos da
Penitência e da Unção dos Enfermos. Disto a importância e a necessidade de
serem bem celebrados, especialmente celebrados com calma e em clima de oração. </span></div><div style="text-indent: 0px;"><span style="font-size: 11pt;"><span> </span><span> </span>Não
é sem motivo, por estes poucos argumentos que propus, que os sacramentos da
Penitência e da Unção dos Enfermos são conhecidos como sacramentos medicinais.
São apresentados aos cristãos como reforço na caminhada, como remédio na
caminhada existencial, para que a pessoa enfraquecida possa recuperar a boa
estrada ou recuperar o vigor da saúde de conviver entre os irmãos e irmãs, “se
for da vontade de Deus”, como diz o Ritual da Unção dos Enfermos. </span></div><div style="text-indent: 0px;"><span style="font-size: 11pt; text-indent: 35.4pt;"><span> </span><span> </span>Celebrar
estes sacramentos, do ponto de vista espiritual, especialmente do ponto de
vista da espiritualidade litúrgica, é buscar uma “medicina” da qual Deus é o
dispensador em modo pleno e benéfico. Ele concede o remédio do perdão, que
perdoa e reconcilia; ele revigora com o remédio da cura ou do consolo fortalecedor
do óleo o resgate da vida, lá onde a força corporal fraqueja.</span></div><p></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif; font-size: 11.0pt;">Serginho
Valle<br /></span></i><i><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif; font-size: 11.0pt;">Maio de 2021</span></i></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Microsoft YaHei",sans-serif; font-size: 11.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-72729412474286977082021-04-17T09:04:00.001-03:002021-04-17T09:04:08.314-03:00Motu proprio Spiritus Domini<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhu24P-ykJrojjWDtn9MEJYEt-pWqBjOSR_ar9p16INIylZguw0s36X9dwn_ZVPUcFAWeuismj2CepnDcme-5uOZD1dkKo06X4s74rJnBEC88sXXIZ824dOgUirUaarJLjV-pQUpWpvptI/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="120" data-original-width="240" height="93" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhu24P-ykJrojjWDtn9MEJYEt-pWqBjOSR_ar9p16INIylZguw0s36X9dwn_ZVPUcFAWeuismj2CepnDcme-5uOZD1dkKo06X4s74rJnBEC88sXXIZ824dOgUirUaarJLjV-pQUpWpvptI/w186-h93/image.png" width="186" /></a><span style="font-family: "Century Gothic", sans-serif; text-align: justify;">O
Motu Próprio Spiritus Domini, de Papa Francisco, publicado em 10 de janeiro de
2021, sobre a mudança do cânone 230 do Código de Direito Canônico, é uma norma
disciplinar litúrgica referente aos ministérios do leitorato e do acolitato.</span></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;">Não podemos negar que, de certo
modo, trata-se de formalidade disciplinar, uma vez que o ministério do
leitorato e do acolitado já são exercidos há anos por mulheres em toda a
Igreja. No Brasil, esta é uma práxis comum, natural, na Pastoral Litúrgica de
nossas comunidades. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;">O que é alterado, com o motu
proprio de Papa Francisco, é o cânone 230, do Código de Direito Canônico. O
cânone 230 inicia-se dizendo: <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 70.8pt; text-align: justify;"><i><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“§1. Os leigos varões que tiverem idade e as
qualidades por decreto da Conferência dos Bispos, podem ser assumidos
estavelmente, mediante o rito litúrgico prescrito, para os ministérios de
leitor e de acólito.” <o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;">A mudança, a partir do motu
proprio de Papa Francisco, é a exclusão do termo “leigos varões”, exclusão da
palavra “varões” (homens). O novo texto passa a ser redigido desse modo:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 70.8pt; text-align: justify;"><i><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;">“Os leigos que tiverem a idade
e as aptidões determinadas com decreto pela Conferência Episcopal, podem ser
assumidos estavelmente, mediante o rito litúrgico estabelecido, nos ministérios
de leitores e de acólitos; no entanto, tal concessão não lhes atribui o direito
ao sustento ou à remuneração por parte da Igreja.”<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;">O texto modificado mantém o
critério e a condição da idade. O que significa? Que existe uma idade própria
para o leitorato e acolitato? Inúmeras comunidades têm crianças exercendo o
ministério do leitorato e, neste caso, elas poderão continuar no exercício
desta atividade? Quanto ao acolitato, a idade leva a entender que seja exercido
por jovens de caminhada e adultos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;">Ministérios
conferidos pela Igreja<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;">É preciso notar que, no caso do
leitorato, não se trata, unicamente de “fazer leituras” nas celebrações
litúrgicas. O ministério do leitorato é mais amplo e seu exercício ministerial
não se limita unicamente à Liturgia da Palavra. O foco está na importância que
a Igreja dá ao leitor, a ponto de criar um ministério instituído. Não se
improvisam leitores, escolhendo-os antes da celebração e nem se escolhem
leitores “democraticamente”, como se diz, perguntando antes da celebração:
alguém quer fazer uma leitura? O leitor é um ministério importante que implica
não somente a leitura, mas o modo de viver. Quer dizer, vida coerente com
aquilo que lê, com aquilo que proclama na celebração diante da assembleia. Além
disso, o leitor instituído tem funções extras celebrativas, na catequese, por
exemplo, em celebrações devocionais... <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;">Tais elementos — entre outros —
indicam que a escolha de alguém para exercer o ministério de leitor precisa levar
em conta a idoneidade moral. O critério do ministério do leitor não está na
oratória, isto é básico, mas no exemplo de vida cristã. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;">Quanto ao acolitato, este não
tem nada a ver com coroinha. Hoje, muitos padres e leigos atuantes na Pastoral
Litúrgica, inexplicavelmente — especialmente da parte de padres — confundem o
ministério de ajudante do altar com o ministério de acólito. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;">O coroinha não é acólito. Ele
exerce seu ministério como servidor do altar. O Acólito, comparando, exerce as
atividades que os Ministros da distribuição Eucarística realizam na maior parte
das nossas comunidades. O acólito, além de ajudar na celebração Eucarística,
tem como função do seu ministério a distribuição da Eucaristia na Missa, como
também levar a comunhão Eucarística para doentes e idosos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;">Sinalização para
outros ministérios<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;">Vários teólogos e liturgistas consideram
que o motu próprio Spiritus Domini aparece como sinalização de abertura para
outros ministérios femininos, como o diaconato permanente, que já está em
estudo na Igreja, desde o início do Pontificado de Francisco. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;">Causa estranheza comentários ao
motu próprio relacionados a “igualdade de poder” entre homens e mulheres na
Igreja. O motu próprio não está equiparando poderes, mesmo porque isso seria
ridículo, em termos de Teologia Ministerial. O foco da paridade entre homens e
mulheres encontra-se no Batismo (Gl 3,28). Isto vale tanto para a essência da
vida cristã como para as atividades ministeriais, salvo aquelas em ordem
disciplinar canônicas, como é o caso das ordenações. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;">O motu próprio, além das
discussões acadêmicas, é uma oportunidade pedagógica para valorizar o leitorato
e o acolitato em nossas comunidades. Lembrar, por exemplo, que a Liturgia da
Palavra não é um rito de leituras, mas é celebração proclamadora da Palavra de
Deus que, em tese, deve ser proclamada por quem a Igreja considera digno de
exercer tal atividade pela coerência entre aquilo que vive e a Palavra que
proclama. Da mesma forma, o exercício do acolitato orienta para a importância
da Eucaristia na vida da comunidade, considerando especialmente a necessidade
de distribuí-la entre aqueles que não podem se fazer presente na celebração
Eucarística comunitária. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;">Serginho Valle<o:p></o:p></span></i></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;">Fevereiro de 2021<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-23496552858727835912021-04-03T08:40:00.001-03:002021-04-03T08:40:59.120-03:00Espiritualidade sacerdotal <p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV2oQK3HEOEfJy8Rues-fOFNYWz4IhrYGs5EkYltEi3Ni5hb1NtpWU9P4rUZQJHG4d8gluXbxPMtcJGOt-h9hYLWOz3edVon-GJPfxX1H3uwibL_rMrceJiXuIyYuaM0XCucgUuPCxoR4/" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="120" data-original-width="199" height="90" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV2oQK3HEOEfJy8Rues-fOFNYWz4IhrYGs5EkYltEi3Ni5hb1NtpWU9P4rUZQJHG4d8gluXbxPMtcJGOt-h9hYLWOz3edVon-GJPfxX1H3uwibL_rMrceJiXuIyYuaM0XCucgUuPCxoR4/w149-h90/image.png" width="149" /></a></div><br /><span style="font-family: "Open Sans", sans-serif; text-align: justify;">A dimensão
espiritual do sacerdócio, do ponto de vista litúrgico, encontra-se nos três
graus do sacramento da Ordem: diaconal, presbiteral e episcopal. Em cada um
destes graus existe um modo próprio de viver a espiritualidade cristã, viver o
discipulado. Na Oração consacratória, encontramos algumas características
próprias da espiritualidade em cada um dos graus da graça sacerdotal.</span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Open Sans",sans-serif;">
O diaconato alimenta-se da espiritualidade do serviço, a exemplo de Cristo que
veio para servir e não ser servido (Mt 20,28). O presbítero alimenta-se da
espiritualidade missionária e evangelizadora, <i>“para que as palavras do
Evangelho cheguem aos confins da terra e os povos se tornem um só povo de Deus”</i>
(oração consacratória da ordenação presbiteral). No grau episcopal, a
espiritualidade do bispo caracteriza-se pela total e absoluta dedicação ao
rebanho da Igreja, a exemplo de Cristo Pastor e seja <i>“pela mansidão e pureza
de coração, uma oferenda agradável”</i> a Deus (cf. Oração consacratória da
ordenação episcopal).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Open Sans",sans-serif;">
Em qualquer grau do sacerdócio, a Liturgia da ordenação tem um elemento comum:
o sacerdote é chamado a viver sua espiritualidade configurando-se a Cristo,
dedicando sua vida de modo pleno e total à evangelização para que o “mundo
creia”, para que o mundo viva os valores do Reino de Deus e se encontre com a
Salvação que Deus concede por seu Filho Jesus. Vive-se esta dimensão da
espiritualidade no mesmo amor oblativo de Jesus Cristo, alimentando-se da
Eucaristia e da oração para a glória de Deus e para o bem do povo, na
profundidade e na dinâmica que cada uma dessas palavras representa na teologia
da Igreja. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Open Sans",sans-serif;">O alimento espiritual é idêntico em
todos os estágios existenciais: é o alimento da Palavra de Deus, Eucaristia,
oração, ascese, etc.... Mas, aqui o destaque é para que a glória de Deus se
faça presente no mundo (Cf. Jo 1,14) e isso dentro da dimensão joanina, que
apresenta Jesus Cristo como a luz do mundo e luz para o mundo (Jo 3,19; 8,12). No
contexto da Teologia e espiritualidade joanina, a vida sacerdotal é uma vocação
dedicada ao serviço do povo, para que Jesus seja o caminho, a verdade e a vida
do mundo (Jo 14,16), para que Jesus a porta que dá acesso ao Pai (Jo 10,9),
para que o mundo creia que somente nele, em Jesus Cristo, o homem e a mulher
encontrem sentido existencial. A espiritualidade sacerdotal deve inundar o
sacerdote (diácono, padre ou bispo) desta verdade a ponto dele não lhe
pertencer, mas, a exemplo de Paulo, ser todo de Cristo e de Cristo nele vivendo
plenamente (Cf. Ef 3,8-9; Rm 14,17; Gl 2,20). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Open Sans",sans-serif;">Estes elementos, citados aqui de
modo indicativo, se fazem presentes no rito litúrgico da Ordem, nos três graus,
e indicam um programa de vida e um sentido existencial para quem responde a
esta vocação. <o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i><span style="font-family: "Open Sans",sans-serif;">Serginho Valle<o:p></o:p></span></i></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i><span style="font-family: "Open Sans",sans-serif;">Abril de 2021<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Open Sans",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-57179864027080394202021-03-20T08:02:00.002-03:002021-03-20T08:02:09.437-03:00Espiritualidade matrimonial na bênção Matrimonial<p> </p><p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimygzuqxNksMlvtnzZyG2ZqO61uORJ36JP1157tGuj6YpMZSj8xmcZQ_F9tm2hviBSmIARZuo2pomgUPJHCgS3ogdG31Jg1om50kvw1smw8uWagTejg3Qw39KIm9RLwHos4tN0ut-yrTc/" style="font-weight: bold; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="120" data-original-width="137" height="109" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimygzuqxNksMlvtnzZyG2ZqO61uORJ36JP1157tGuj6YpMZSj8xmcZQ_F9tm2hviBSmIARZuo2pomgUPJHCgS3ogdG31Jg1om50kvw1smw8uWagTejg3Qw39KIm9RLwHos4tN0ut-yrTc/w118-h109/image.png" width="118" /></a><span style="text-align: justify;">Uma
análise rápida da Bênção Nupcial possibilita perceber a dimensão espiritual na
Liturgia Matrimonial em três aspectos: no sinal da Aliança de Cristo com a
Igreja, na bênção divina que gera vida e na vivência cristã da Igreja
doméstica.</span></div><p></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Ao
considerar o matrimônio como Sacramento (sinal) da Aliança entre Cristo e a
Igreja, Paulo (Ef 5,22-32) descreve a vocação matrimonial e o modo de vida, no
casamento, como <i>“um grande mistério”</i> (Ef 5,32). Mistério no sentido da
Teologia paulina, de inserção no projeto salvífico de Jesus Cristo; de ser
participante ativo no Mistério Pascal de Cristo. Neste caso, a espiritualidade
matrimonial leva os casais a serem testemunhas vivas do Evangelho através do
amor e pela partilha de vida, no amor; do mesmo amor <i>“como Cristo amou sua
Igreja”</i> (Ef 5,29-30): amor de doação, de um ao outro e, amor a Deus, amor
de oblação, que faz da sua vida uma oferta agradável ao Pai. <o:p></o:p></span></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O
segundo aspecto da espiritualidade matrimonial, presente na Bênção Matrimonial,
intercede a Deus que o casal seja gerador de vida. A súplica é apresentada como
<i>“a única bênção que não foi abolida, nem pelo castigo do pecado original,
nem pela condenação do dilúvio”</i>. Demonstra-se assim que, na espiritualidade
matrimonial, existe um compromisso com a vida, tanto na sua geração, como no
empenho de educar os filhos, frutos do amor conjugal, a viver de acordo com o
projeto do Evangelho. <o:p></o:p></span></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Por
fim, a espiritualidade matrimonial — sempre no contexto teológico da Bênção
Nupcial — contempla a família como Igreja doméstica. Um local onde o amor
define o interesse de um pelo outro, onde os mal-entendidos transformam-se em
amor que perdoa; onde a vida gerada como o fruto bendito do amor humano e
divino que se torna gente, para que assim possam ser <i>“fecundos em filhos,
pais de comprovada virtude e possam ver os filhos de seus filhos”</i>; quer dizer,
possam ver a bênção da vida que nasceu do seu amor nas gerações seguintes. <o:p></o:p></span></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Em
síntese: a espiritualidade matrimonial, presente na Bênção Nupcial, é aberta
para a vida do casal, é derramada sobre quem nasce dessa união por causa do
amor e é, da mesma forma, fonte de bênção para toda a sociedade pela educação
dos filhos a partir dos valores do Evangelho. É assim que um casal cristão é
convidado a viver sua espiritualidade: como oblação viva a Deus, oblação entre
esposos e filhos, e geração da vida, que é presença da bênção divina numa casa.<o:p></o:p></span></p>
<p align="right" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: right;"><i><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Serginho
Valle<o:p></o:p></span></i></p>
<p align="right" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: right;"><i><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Março
de 2021<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Century Gothic",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1594597408692769177.post-88520106025404316172021-03-06T08:28:00.004-03:002021-03-06T08:28:38.680-03:00Matrimônio e a Ordem: modos diferentes de viver o mesmo Evangelho<p><span style="text-align: justify;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUH0SEZsQ8sYQZrru96m3TC3GU_9alzrKxV7ZUJZ-4AH33aPJ3ZCaLUhPz0rUyHr-dAKUcf5H-nBOfvwA8eO2BtJkGePhQFZXHDU0pMsfOlKLKD4lT74OlQzK2-QMM_ncoy4dzkGeI5Fc/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="120" data-original-width="142" height="84" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUH0SEZsQ8sYQZrru96m3TC3GU_9alzrKxV7ZUJZ-4AH33aPJ3ZCaLUhPz0rUyHr-dAKUcf5H-nBOfvwA8eO2BtJkGePhQFZXHDU0pMsfOlKLKD4lT74OlQzK2-QMM_ncoy4dzkGeI5Fc/w100-h84/image.png" width="100" /></a> O<span style="text-align: justify;">s sacramentos do Matrimônio e da
Ordem são modos diferentes de viver o mesmo Evangelho. São estados de vida
santificadores que caminham na mesma estrada de Jesus, no caminho do Evangelho.
Dois sacramentos que tem a ver com o estado de vida, com o modo de viver a vida
cristã. Os cristãos que escolhem a vida matrimonial e aqueles que escolheram a
vida sacerdotal vivem uma idêntica espiritualidade, a espiritualidade do
Evangelho, na sua essência, mas diferente no jeito de viver, na missão e na
mística que os santifica.</span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Uma vez batizado e crismado, o cristão está diante de Deus e na Igreja como
alguém comprometido com os valores do Evangelho. Como alguém que se comprometeu
com o Evangelho, melhor dizendo. O Evangelho torna-se regra de vida e, de
acordo com seu estilo de vida — celibatário, matrimonial ou sacerdotal — é
chamado (vocacionado) a viver inserido no projeto de Jesus Cristo e fazendo de
sua vida <i>“uma oferta viva, santa e agradável ao Pai”</i> (Rm 12,1). Este
princípio existencial é válido para todos os estados de vida cristã, embora
seja vivenciado de maneira diferente. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Do ponto de vista da espiritualidade litúrgica, a mística cristã nos
sacramentos do Matrimônio e da Ordem, propõe viver o Evangelho como ato de
oblação ao Pai, para que a vida seja uma oferenda viva, santa e agradável (Rm
12,1). A espiritualidade cristã, portanto, seja na Ordem como no Matrimônio,
tem a mesma mística oblativa. O que muda, sendo repetitivo, é o modo de viver
esta mística. O estado de vida é diferente, por isso o modo de viver torna-se
também diverso. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Um
estudo ou uma reflexão mais detalhada da celebração litúrgica de uma ordenação
e de um casamento não apresentará um paralelo, mas confluências, caminhos que
conduzem ao mesmo objetivo: viver em Cristo, iluminar a vida com o Evangelho,
caminhar na estrada de Jesus e transformar a vida em oblação santa e agradável
ao Pai. Na prática, as duas celebrações, considerando a Liturgia da Palavra e a
eucologia, sacramentam um projeto de vida e um caminho de santidade. Isto
acontece quando a vida é transformada em culto, quer dizer, a vida é uma
celebração realizada no Espírito Santo que vive em quem foi batizado e
crismado. <o:p></o:p></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i>Serginho Valle<o:p></o:p></i></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i>Março 2021<o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>Serginho Vallehttp://www.blogger.com/profile/06617215426385496210noreply@blogger.com0