A formação e a espiritualidade litúrgicas são os pilares da Pastoral Litúrgica Paroquial (PLP)

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25 de jul. de 2020

Pastoral da Penitência



Cada vez mais se percebe a importância e, até mesmo, a necessidade de favorecer celebrações do Sacramento da Penitência em nossas comunidades. A cultura da raiva, do ódio, o aumento da agressividade, as vinganças de diferentes formas e modelos, dizem que nada disso vem de Deus. Diante de uma sociedade que se torna cada vez mais avessa à fraternidade, a Pastoral da Penitência torna-se cada vez mais e sempre mais uma necessidade urgente em nossas comunidades. 
A fonte do perdão encontra-se na misericórdia divina, celebrada no Sacramento da Penitência, que é especialmente motivante para reconfigurar os relacionamentos a partir do perdão. Por isso, a finalidade da Pastoral da Penitência não consiste em “fazer campanhas para aumentar o número das confissões”, mas para implantar e cultivar a mentalidade do perdão e da misericórdia celebrado no Sacramento da Penitência. Este tema encontra uma luz na parábola do “Servo cruel”. Conta o perdão de um rei bondoso e um servo que não foi capaz de perdoar a pequena dívida que um amigo tinha com ele (Mt 18,21-35). Deus sempre perdoa, canta o salmista, no Sl 102. O perdão é divino, é uma manifestação do amor divino para com quem o ofendeu. A proposta de uma Pastoral da Penitência tem como objetivo favorecer a cultura do perdão; o cultivo do perdão e da reconciliação dentro da comunidade.  
A cultura do perdão, no sentido de “cultivar o perdão na comunidade”, inspira-se totalmente na misericórdia divina que, no dizer do Sl 102, não guarda rancor daquilo que lhe devemos com nossos pecados e nossas faltas. A Pastoral da Penitência favorece a compreensão da confissão não como um tribunal de acusação acompanhado do perdão, mas como escola da humildade onde se aprende a ser fraterno perdoando quem nos ofendeu. É um modo de entender, a partir da parábola do “Servo cruel” (Mt 18,21-35), que nossas ofensas sempre nos colocam em dívida para com o amor divino. É que diz o texto latino do Pai nosso: “et dimitte nobis debita mostra!” — “perdoai as nossas dívidas.” Sempre, em todos os momentos da vida, somos devedores da misericórdia divina. Assim também, quando ofendemos alguém, somos devedores do amor fraterno a quem ofendemos.
Em tal contexto, do ponto de vista do penitente, este é alguém que se aproxima do confessionário não para se acusar, mas para interceder o perdão de sua dívida e tornar-se cada vez mais perdoador, perdoando as dívidas que as outros têm para conosco. No dizer do Pai nosso, em latim: “sicut et nos dimittimus debitoribus nostris” — “assim como perdoamos aos nossos devedores.” Devedores do amor para conosco.
A Pastoral da Penitência na comunidade tem a finalidade, não apenas propor e preparar celebrações penitenciais, mas de criar essas celebrações para favorecer a compreensão do Sacramento da Penitência como celebração de encontro com o amor divino como diz a carta aos hebreus: “De fato, não temos um sumo sacerdote incapaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo, à nossa semelhança, sem todavia pecar” (Hb 4,16).
Uma Pastoral da Penitência eficiente em uma comunidade faz compreender que, se o pecado é uma manifestação natural da fragilidade humana, o perdão é atividade divina que nos fortalece quando somos perdoados por Deus e quando perdoamos quem nos ofendeu. Por isso, celebrar o perdão, no e pelo Sacramento da Penitência, é fortalecer o amor para perdoar quem nos ofendeu. Quem não faz a experiência de ser perdoado por Deus terá dificuldade para perdoar quem o ofendeu.
Tais conceitos nem sempre são lembrados em nossas comunidades, especialmente onde a celebração da Penitência transformou-se em “mutirão de confissões”. Uma proposta favorecedora da praticidade, mas nada pastoral. O mutirão pode realizar conversões, mas se situa como desobrigação de uma prática religiosa, ao passo que a Pastoral da Penitência tem em vista a formação de uma cultura existencial cristã caracterizada pelo perdão e pela misericórdia.
Serginho Valle
Junho de 2020

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