A música litúrgica em debate
Uma
das questões mais debatidas em encontros formativos de Liturgia é a música. Tem
de tudo um pouco. Desde comunidades com um excelente ministério de música, até
comunidades onde um músico precisa salvar a pátria sozinho, caso contrário
ninguém canta nas celebrações. Outra realidade é aquela de comunidades com
grupos musicais que dominam e não aceitam sequer sugestões, seja de quem for.
Existem comunidades com grupos musicais que pesquisam, fazem cursos e melhoram
a olhos vistos aprendendo e se aprimorando na arte da música litúrgica. Por fim — para a lista
não ficar longa demais — existem grupos de música que tocam nas igrejas como se
estivessem num salão de festas, com som alto e com falta de critério na escolha
das músicas. De outro lado, e felizmente, existem ministérios de músicos que
fazem os celebrantes cantar, usam os instrumentos como acompanhamento e cantam
com a arte que a comunicação litúrgica exige.
A música cantada pelos
celebrantes
E os celebrantes?
Também aqui temos de tudo um pouco. Comunidades onde ninguém abre a boca. Um
grupo de músicos ou um coral canta por eles e eles limitam-se a escutar. Culpa
de quem? Dos celebrantes que não querem cantar ou dos músicos que preferem
cantar sozinhos? Depende! Não vou entrar no mérito desse fato.
Mas, tem também
comunidades onde os celebrantes cantam e não se importam com ensaios para
aprender canções novas. Existem comunidades onde só as mulheres cantam. Em
outras, comunidades, o coral de mulheres e homens cantando é afinado a duas ou
mais vozes, ou alterando, em modo dialogado: ora cantam as mulheres, ora os
homens. Estas últimas, são comunidades que tratam a música litúrgica como arte
e como oração. Na retaguarda de tais comunidades está um ministério da música que
trabalha com amor e carinho para comunicar-se bem e ajudar a assembleia a rezar
cantando.
Por último, a questão
de como se canta a Liturgia. Estou falando de cantar a Liturgia; não apenas
cantar na celebração, mas cantar a Liturgia, cantar a celebração.
Em algumas Missas,
grupos musicais e até ministérios de música não favorecem cantar a celebração,
mesmo que sejam músicas conhecidas. Ou porque cantam alto demais, ou porque são
desafinados ou porque introduzem variações que valorizam mais os instrumentos
que as vozes.
Em outras missas,
alguns corais ainda não compreenderam sua função ministerial na Missa como
servidores dos celebrantes para cantar ritos ou acompanhar ritos com as
canções. São grupos musicais e ministérios de música que fazem apresentações na
Missa e transformam a música litúrgica em concerto sem a mínima chance de a
assembleia participar da celebração cantando.
Mas, graças a Deus,
temos também comunidades onde as celebrações, nas quais o modo de cantar é
artístico e com muito bom gosto. Mais que cantar por cantar, nestas últimas
comunidades se reza cantando e se canta louvando a Deus.
Serginho
Valle
Junho
de 2021

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