20 de jul. de 2024

Liturgia e o testemunho cristão no meio da sociedade

A Liturgia é a fonte de todas as atividades da Igreja (SC 10). Isso inclui considerar a Liturgia como fonte do testemunho cristão na sociedade. Um testemunho que nasce de quem se dispõe a caminhar pelo caminho do discipulado e se deixa modelar pelo Evangelho caminhando juntamente com o Mestre. Não somente o caminhante faz o caminho, mas o caminho, ao ser caminhado, também modela o caminhante.

No meio deste caminho encontra-se a "pausa restauradora da Liturgia", como rezamos num dos orate fratres da Missa. Pausa restauradora para ouvir o Mestre que faz arder nosso coração proclamando sua Palavra e repartindo conosco o pão, como ouvimos no início da segunda parte das Orações Eucarísticas para as diversas circunstâncias: "como outrora aos discípulos de Emaús, ele nos revela as Escrituras e parte o pão para nós."

Um tempo diferente 
Mesmo havendo ainda a necessidade de compreender a Liturgia a partir de orientações práticas do tipo: como fazer o comentário na Missa, a arte de celebrar a Liturgia, como cantar na Missa, como marcar o Missal com as fitinhas... o momento agora é outro: é tornar as celebrações cada vez mais evangelizadas e evangelizadoras para fomentar a vida cristã dos celebrantes (SC 1). 

Diante de sociedades adormecidas e divididas por vários tipos de polarizações, que dificultam e, até mesmo, impedem a convivência fraterna na comunidade, a Liturgia precisa tornar-se a fonte da esperança e a voz profética promotora da fraternidade. A compreensão da celebração como "pausa restauradora", especialmente as Missas dominicais, fortalece a caminhada existencial dos celebrantes semeando em seus corações sementes do Evangelho e fortalecendo-os com a oração e espiritualidade. 

Testemunho cristão da fraternidade 
Do ponto de vista social, local onde acontece o testemunho cristão da fraternidade, não existe, no meio social e político, um inimigo mais pérfido e destruidor que a ideologia que defende atitudes de violência como garantia da ordem pública e da convivência social. Aquilo que para muitos parece impossível, a semeadura da paz e a promoção da amizade social, é cultivada com a espiritualidade litúrgica capaz de criar a mentalidade da convivência fraterna. Para isso acontecer, não é preciso (e nem prudente) transformar celebrações em comícios políticos, basta, Domingo depois de Domingo, celebrar Liturgias evangelizadas e evangelizadoras.

Diante de situações conflitantes da sociedade, diante de propostas de sentido de vida com dinâmicas extravagantes, a Igreja tem na Liturgia uma das principais fontes do sentido da vida pessoal e comunitária proposta no Evangelho. Ali, não apenas se ouve e prega o Evangelho, mas se celebra o Evangelho e, naturalmente, se evangeliza. Isso significa que a Igreja conduz os celebrantes a se comprometerem com a proposta de vida do Evangelho. Mais que, apenas, envolver o celebrante com uma mensagem do Evangelho, a Liturgia compromete cada um dos seus celebrantes a se tornarem testemunhas do Evangelho. 

Ora, isso só é possível com celebrações evangelizadas e evangelizadoras que não se limitam à finalidade religiosa de cumprir preceitos, mas são capazes de comprometer politicamente os celebrantes, entendendo a política no contexto da Doutrina Social da Igreja: a política como atividade caritativa. Diante da mentalidade da maior parte dos políticos, que consideram a política como atividade beligerante, de disputas partidárias, a proposta do Evangelho apresenta a política como um serviço prestado para o bem da vida do povo. Essa é uma mentalidade que celebrações evangelizadas conseguem incutir, pouco a pouco, nos celebrantes. A Igreja nunca defende uma bandeira partidária, mas sempre está ao lado do que é bom para o povo, como diz Bento XVI, na Caritas in Veritate (2009): "toda a Igreja, em todo seu agir, celebra e age na caridade, dirigida a promover o bem integral do homem" (CV 11). 

Sair da pastoral de rotina 
As exigências e as mudanças que acontecem na sociedade colocam a necessidade de deixar a mesmice de pastorais de rotina e transitar para pastorais criativas, que possam ajudar e iluminar a vida humana com a luz e com a proposta do Evangelho. Isso não significa inventar a roda e nem pretender aumentar as pastorais, mas fazer criativamente cada vez melhor. Criatividade que nasce especialmente da oração e da meditação da Palavra de Deus. 

 Outra fonte, juntamente com a oração e meditação para transitar de uma pastoral de rotina para a criatividade pastoral, encontra-se na Liturgia. Não a Liturgia propondo métodos pastorais, mas a Liturgia capazes de iluminar a realidade social com o Evangelho realizando celebrações cuidadosamente preparadas de modo evangelizado e evangelizador. O testemunho cristão na sociedade, através de atividades pastorais, — sempre iluminadas pelo Evangelho — nasce de celebrações evangelizadas e evangelizadoras. 

 Para que o testemunho cristão seja transformador no meio da sociedade, existe a necessidade da conversão pastoral, que consiste em passar de uma pastoral de manutenção e de rotina para uma pastoral de missão. Uma das primeiras e importantes fontes da pastoral, enquanto atividade transformadora social iluminada pelo Evangelho, volto a repetir, é a Liturgia. Cada celebração tem a condição de, pouco a pouco, modelar os celebrantes na vida cristã proclamando e celebrando o Evangelho. Celebrações que fazem o coração dos celebrantes arder para serem evangelizadores, anunciadores do Evangelho com palavras e com atitudes. 

Concluindo 
A Liturgia, por lidar com o sagrado, sempre conduz os celebrantes à santidade; e o caminho cristão da santidade se realiza pela oração e pela caridade. A Pastoral DA Liturgia santifica os celebrantes em contínuo diálogo com a realidade social da paróquia. A Pastoral DA Liturgia não é uma atividade pastoral preocupada em levar gente para dentro da Igreja; antes disso, sua preocupação maior é enviar para fora da Igreja para que os celebrantes levem a vida celebrada e evangelizada para o meio da cidade como testemunhas autênticas do Evangelho. 

Serginho Valle 
Julho de 2024 

Conheça o curso PASTORAL DA LITURGIA  

https://lp.liturgia.pro.br/pastoral-da-liturgia

13 de jul. de 2024

A celebração como fonte e cume da missão evangelizadora

O conhecido arcebispo americano Fulton Sheen (1895 – 1979), que tive a alegria de ler no tempo do noviciado, dizia: “A primeira palavra de Jesus foi vinde, e a última foi ide. Ninguém pode ir sem antes ter sido chamado.” Este chamado, que pode acontecer de muitas formas e em qualquer lugar, é essencial para que a vida cristã caminhe na estrada de Jesus, no caminho do discipulado. A Liturgia desempenha papel importantíssimo no discernimento do chamado, atuando como fonte e como o ápice de todas as atividades da Igreja (SC 10). Se é de “todas as atividades da Igreja”, entende-se que a evangelização faz parte e, mais que isso, parte essencial para a missão da Igreja.

 Embora a liturgia não seja o único meio pelo qual o chamado se manifesta, ela é um espaço nutricional em termos de evangelização. Cada celebração litúrgica alimenta os celebrantes com a Palavra e os fortalece para se tornarem mais evangelizados e, consequentemente, mais preparados para testemunhar o Evangelho. Disto se deduz a essencialidade de que as celebrações sejam tanto evangelizadas quanto evangelizadoras.

 Papa Bento XVI, em discurso aos participantes da assembleia plenária do Pontifício Conselho para a Cultura, em 8 de março de 2008, destacou como o secularismo tenta retirar Deus do espaço social e, às vezes, até mesmo, tenta tirar Deus da própria Igreja. Esse fenômeno, dentro da Igreja, resulta em propostas celebrativas carentes de espiritualidade, que se assemelham a produtos religiosos consumíveis. É o que se vê em Missas marcadas pelo genitivo: Missa de Bênção, Missa de Cura, Missa disso ou daquilo... Toda Missa é bênção, é curativa, é libertadora... toda Missa é evangelizadora.

 Encontro com Jesus Cristo
Em um dado momento do Evangelho, os discípulos se aproximam de Jesus e dizem: “Todos te procuram” (Mc 1,37). É uma realidade que persiste em nossos tempos: uma multidão de pessoas continua procurando por Jesus, e cabe a nós apresentá-lo. Existem muitos modos de fazê-lo, como atividades pastorais, estudos bíblicos, propondo caminhos de espiritualidade, propondo e sugerindo práticas caridosas e atividade pastorais... Dentre todos esses modos, vale destacar a Pastoral DA Liturgia, como proponho em meu curso, do mesmo nome, no qual se considera a atividade evangelizadora da Liturgia em todas as celebrações litúrgicas, mas com especial atenção para as Missas Dominicais.

 Papa Paulo VI, na Evangelii Nuntiandi, enfatiza a necessidade contínua de a Igreja ser evangelizada. Novamente, gostaria de lembrar que uma das principais fontes de evangelização é a Liturgia, que cumpre este papel evangelizador celebrando, adorando e rezando. Iluminados pelo aprofundamento teológico e pastoral, entende-se que a evangelização não se trata apenas da comunicação de um conceito ou da apresentação de um livro, o Evangelho; evangelizar consiste em conduzir alguém e toda a comunidade ao encontro com Jesus Cristo. Na Liturgia, considerando a Pastoral DA Liturgia, isso ocorre servindo-se da pedagogia mistagógica que, nos meus cursos — Pastoral DA Liturgia e PLP (Pastoral Litúrgica Paroquial) — é apresentada com a dinâmica da semeadura: semeia sementes do Evangelho, cultiva, poda e colheita com atividades pastorais, ministeriais e carismáticas. É uma atividade simples, esta de propor celebrações evangelizadas e evangelizadoras? Não! Uma das causas é o analfabetismo religioso.

Analfabetismo religioso
Infelizmente, muitos batizados e batizadas vivem um analfabetismo religioso e, uma das consequências, é uma quase aproximação da religião com a magia. Muitos cristãos e cristãs, por exemplo, buscam proteção em “orações poderosas”, outros fundamentam sua fé unicamente em aparições e tem aqueles que vivem de um canto ao outro buscando milagres com a necessidade de visualizar feitos e fatos extraordinários. A Liturgia, servindo-se da pedagogia mistagógica, sempre propõe celebrações evangelizadas e evangelizadoras, educando a prática religiosa cristã de modo simples em vista do discipulado e purificando a religião de finalidades que não são próprias do Evangelho.

Sabemos que muitas pessoas reencontram o caminho religioso pela emoção, e isso é uma porta que jamais pode ser fechada; o emocionar-se diante da maravilha divina é inevitável. O encontro com o divino é, frequentemente, provocado pela emoção, e isso é prazeroso em termos de felicidade. Os salmos bíblicos, por exemplo, refletem a força emocional nas súplicas, agradecimentos e queixas. No entanto, é necessário avançar além da emoção em direção ao discipulado no cotidiano, nem sempre marcado por emoções. Para isso, a necessidade e, mais que necessário, a importância de não se pautar somente em celebrações emocionadas, mas celebrações evangelizadas e evangelizadoras.

 Lembro aqui a citação de Papa Francisco na Desidereio Desideravi:  “uma celebração que não evangeliza não é autêntica, tal como não o é um anúncio que não leve ao encontro com o Ressuscitado na celebração: ambos, por fim, sem o testemunho da caridade são como o bronze que soa e como o címbalo que retine (1Cor 13, 1)(DD 37). Celebrações litúrgicas que não parem na emoção, mas conduzam ao testemunho da caridade que, como dizia acima, se manifestam em pastorais, ministérios, carismas.

 Tudo certo que haja emoção nas celebrações litúrgicas. Penso que seja inevitável, como é o caso de um Matrimônio, de um Batizado, de celebrações exequiais..., mas este não é um fim celebrativo. Em situações de normalidade, penso nas Missas Dominicais, a Liturgia não pode ter um fim unicamente emotivo, realizada com gestos e frases típicas de um coach que anima um auditório... na medida certa, isso é saudável. Mas, pode tornar-se um problema se atividade litúrgica da PLP está finalizada a emocionar; isso só servirá para aumentar o analfabetismo religioso em forma de sino que badala: muito barulho e nada de atividade. O propósito da Pastoral DA Liturgia é semear sementes do Evangelho no terreno existencial de cada celebrante.

A Igreja é missão 

Outro elemento importantíssimo na relação entre Liturgia e evangelização é considerar a missão da Igreja. Para que a Igreja existe? Para que Jesus instituiu a Igreja? São João Paulo II, na Teologia da Redemptoris Missio, ensina que a Igreja não tem apenas uma missão evangelizadora, ela é missão. A Igreja é missão em sua identidade. Quer dizer, não existe Igreja sem missão. Neste sentido, a Igreja a Igreja existe se estiver em perene atividade evangelizadora. Onde a dinâmica evangelizadora é alimentada? Na Liturgia!  Como isso é alimentado na vida dos cristãos e cristãs? Com o alimento da Palavra e do Sacramento celebrados na Liturgia. Não somente, porque a Igreja não é somente Liturgia, diz a SC 9, mas permita-me ressaltar este aspecto no contexto da Pastoral DA Liturgia.

 Do ponto de vista da Pastoral DA Liturgia isso significa que cada celebração deve levar cada celebrante a questionar sua participação na atividade missionária e evangelizadora da Igreja. Não apenas emocionar os celebrantes com o Evangelho, embora a emoção seja necessária, mas celebrar de tal modo que a celebração desinstale os celebrantes de suas comodidades para assumir, em pessoa, o compromisso evangelizador.

 A Liturgia desempenha um papel importantíssimo nesse contexto nos dias atuais. É com celebrações evangelizadas e evangelizadoras, o que significa celebrações que adotam a pedagogia mistagógica, que os celebrantes são comprometidos e envolvidos profundamente no anúncio do Evangelho, como ocorreu com os discípulos de Emaús. Quer dizer, os celebrantes, em cada celebração evangelizada e evangelizadora, são constituídos como missionários e missionárias para testemunhar a ressurreição de Jesus.

 Alegria e evangelização 
A alegria é um componente indispensável da evangelização. Lembro de uma frase das minhas leituras do tempo de estudante de Filosofia, de Pierre Teilhard de Chardin, grande pensador jesuíta, que dizia: “a alegria é o sinal mais infalível da presença de Deus.” Quem vive com Deus e caminha com Jesus é uma pessoa feliz. O Evangelho é fonte de alegria e evangelizar com alegria é algo natural e fundamental. Esta alegria deve também estar presente e ser bebida em nossas celebrações litúrgicas. Isto acontece com celebrações bem preparadas e liturgicamente celebradas. O como fazer isso, pode ser encontrado no meu curso de Pastoral DA Liturgia.

 Como tenho proposto em outras publicações, a alegria na Liturgia não se traduz em adotar linguagens que não sejam apropriadas para a celebração. Do ponto de vista psicológico, a alegria pode se manifestar de diversas formas, inclusive chorar de alegria. Durante as celebrações, a alegria se expressa através da paz interior, uma paz própria de quem está na presença de Deus. É com essa alegria que, no envio de cada celebração, o celebrante é enviado para viver o que celebrou pela vivência alegremente autêntica do Evangelho.

 Voltando à frase inspiradora na abertura do artigo — de Dom Fulton Sheen: “A primeira palavra de Jesus foi vinde, e a última foi ide. Ninguém pode ir sem antes ter sido chamado” — entendo que a Liturgia é exerce a atividade de chamar e de enviar. E, para isso, servem celebrações evangelizadas e evangelizadoras.

Serginho Valle 
Julho de 2024

 

PS — Para saber mais sobre os meus cursos acesse:

Pastoral DA Liturgia — https://lp.liturgia.pro.br/pastoral-da-liturgia

PLP – Pastoral Litúrgica Paroquial — https://lp.liturgia.pro.br/plp1

 

6 de jul. de 2024

Ecologia e Liturgia

O tema da ecologia tem sido abordado sob diferentes perspectivas em nosso momento histórico. Todos nós, de algum modo, somos afetados pelas tragédias que ocorrem no planeta. Em junho de 2024, vivenciamos de perto as enchentes que devastaram cidades no Rio Grande do Sul, reconhecendo, entre as causas, o descuido e o desgaste da natureza promovidos pelo ser humano.

Igreja e Ecologia
A Igreja Católica não se exime do debate sobre ecologia e reconhece sua significativa responsabilidade diante da crise ecológica atual. Em nossas celebrações, professamos que Deus é o Criador de todas as coisas, e ao dizer “todas as coisas”, nosso pensamento imediatamente se volta para toda a natureza e, mais amplamente, para o universo.

 Em 2015, o Papa Francisco publicou a Encíclica "Laudato Si", onde denomina a Terra como a "casa comum" da humanidade. Desde o papado de Bento XVI, a Igreja tem demonstrado preocupação com a ecologia. Bento XVI foi inclusive denominado pela mídia de "papa verde" devido à sua preocupação com a situação ecológica do planeta. A ênfase no tema ecológico continua com o Papa Francisco, que incentiva católicos e todos os seres humanos a desenvolverem uma consciência de preservação ambiental e cuidado com a criação divina oferecida gratuitamente a nós para vivermos.

Cultura ecológica
Dentro dessa proposta da Igreja, de cuidado para com a ecologia, cuidado com a criação, cabe perguntar: existe alguma relação entre ecologia e Liturgia? A consideração de alguns temas teológicos pode nos ajudar a compreender essa ligação a partir do conceito de cultura ecológica. Não é meu propósito debater tais temas neste espaço, mas poderá servir de sugestão para possíveis trabalhos de teses ou de ensaios.

 A crise ecológica, segundo a Igreja, não é um problema meramente tecnológico, mas conta com forte abordagem antropológica. Está enraizada na própria natureza humana, pois todos fazemos parte da criação e, do ponto de vista da Antropologia cristã, somos seus custódios, como lemos no Livro do Gênesis. Deus criou a terra e a entregou ao homem como sua casa, como local onde vive sua vida: “Eis que eu vos dou toda a erva que dá semente sobre a terra, e todas as árvores frutíferas que contêm em si mesmas a sua semente, para que vos sirvam de alimento” (Gn 1,29). A longa e bela Liturgia da Palavra na Vigília Pascal começa precisamente com a proclamação do dom da criação ao homem e à mulher. A vida humana depende do cuidado, cultivo e respeito pela criação que recebemos de Deus.

 O Papa Bento XVI introduziu o conceito de "ecologia humana" como modo de chamar atenção que o cuidado da criação está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento humano, conforme afirmado na encíclica "Caritas in Veritate" de 2009. Bento XVI indica que a degradação da natureza está relacionada ao modo de vida; se este não respeita a natureza, coloca em risco todo o sistema ecológico. O termo “ecologia humana”, citado em várias momentos da “Caritas in Veritate” é outro elemento da Antropologia Cristã chamando atenção para a responsabilidade humana para com o tema ecológico.

 Outro elemento, também este no contexto da Antropologia Cristã, mas desta vez na ordem moral e ética, diz que o descuido e a degradação ambiental, considerados crimes por afetarem a criação divina e prejudicarem a vida de milhões de pessoas, é tratado como pecado. No documento final do Sínodo sobre a Amazônia (2019), esse comportamento foi denominado "pecado ecológico". Do ponto de vista da espiritualidade cristã, a vocação humana não é a de predador, mas de cultivador e conservador da natureza. A Teologia da Criação fundamenta essa perspectiva, fornecendo elementos espirituais que motivam e iluminam a fé, destacando a dignidade humana e, acima de tudo, a vida humana, como central para promover a cultura ecológica em nossas celebrações litúrgicas. Não se pode celebrar as maravilhas divinas na criação e, ao mesmo tempo, agir irresponsavelmente em relação à natureza.

 Liturgia das Horas
A ligação mais evidente entre Liturgia e ecologia está na Liturgia das Horas, que se organiza conforme o tempo natural do amanhecer ao anoitecer. Em certo sentido, a Liturgia das Horas empresta seus louvores à natureza para que louve Deus de modo ecológico. Por isso, a Liturgia das Horas pode ser vista como uma celebração ecológica, promotora da cultura ecológica, pois, "desde o nascer ao pôr do sol", canta louvores ao Deus criador e fonte de toda a vida. É a Liturgia convidando toda a natureza, obra maravilhosa das mãos divinas, para louvar e adorar a Deus criador.  

 A Liturgia das Horas, desde o invitatório do primeiro ofício do dia, celebra o dom da criação: “tem nas mãos as profundezas dos abismos e as alturas das montanhas lhe pertencem, o mar é dele, pois foi ele quem o fez e a terra firme suas mãos a modelaram” (Sl 94). É assim que a Igreja inicia cada dia: recordando que toda a criação repousa nas mãos de Deus. É a visão ecológica da Liturgia: toda a criação é obra das mãos divinas e está nas mãos divinas. Desse modo, o celebrante, diariamente, professa fé no Deus criador. Compreende-se que, se a criação é obra divina, como não ser cuidadoso?

 Assim, considerando apenas o exemplo celebrativo da Liturgia das Horas, a Liturgia tem condições de promover uma pedagogia que incentiva a contemplação da obra da criação desde os primeiros momentos do dia, reconhecendo a luz do sol como presente divino e a lua como luzeiro que ilumina a noite (Sl 74,16). Imediatamente, surge a pergunta: “quando contemplo o firmamento, obra de vossos dedos, a lua e as estrelas que lá fixastes: ‘‘Que é o homem – digo-me então –, para pensardes nele? Que são os filhos de Adão, para que vos ocupeis com eles?” (Sl 8,4-5). A Liturgia das Horas pedagogicamente coloca seu celebrante diante da criação e, vendo-se pequeno, percebe-se ainda mais responsável para preservar o que de Deus recebeu. Isso aparece também no cântico de Daniel, cantado nas Laudes Dominicais, Solenidades e Festas Litúrgicas, convidando os celebrantes a louvar o Criador através de suas obras.

Conclusão
A Liturgia das Horas pode servir de motivação para celebrações em forma de Liturgia da Palavra, pastoralmente significativas na catequese, convidando os celebrantes a contemplar a criação como um dom divino e evitar o “pecado ecológico” que afeta toda a vida humana e, principalmente, a vida dos mais pobres. Celebrações contemplativas da natureza ajudam a compreender que respeitar a criação é um ato de louvor e reverência a Deus. É também um modo de tomar consciência do papel de custódio da criação que compete ao homem e à mulher.

Serginho Valle 
Julho 2024

 

22 de jun. de 2024

João Batista: da fogueira à Liturgia

A Igreja dedica atenção especial àquele que foi definido por Jesus como "o maior entre os nascidos de mulher" (Mt 11,11), apresentando-o como modelo de fidelidade ao projeto divino. A figura de João Batista, desde seu nascimento, tem causado admiração e medo.

 Hoje, a figura de João Batista inspira festejos populares com as festas juninas, nem sempre motivadoras ao modelo de vida cristã inspirado na vida de São João Batista. O que acontece, em certo aspecto, é um retorno ao sentido paganizado das fogueiras no início do verão europeu antes que a Igreja cristianizasse o significado das fogueiras.

 As fogueiras de São João
A fogueira é uma tradição de longos séculos, especialmente na Idade Média, como sinal inequívoco de que o verão europeu tinha começado. O acendimento da fogueira é um acontecimento antigo que, na Idade Média, ganhou grande popularidade. O acendimento de fogueiras, de origem pagã, é uma das comemorações que foi cristianizada pela Igreja. Recebeu um significado cristão. A Igreja inspirou-se no costume do povo Bíblico de acender uma fogueira para anunciar o nascimento de uma criança, como teria sido a circunstância do nascimento de João Batista.

 É assim que nasce a fogueira de São João, da Suécia à Itália, da Espanha à Grécia, e em muitas regiões de quase todo o Continente Europeu. Com a cristianização do significado dado à fogueira, espalhou-se o costume, entre camponeses e citadinos, acender grandes fogueiras nas colinas ou nas praças, para festejar São João Batista. Ao redor da fogueira dançava-se, cantava-se e partilhava-se comidas típicas da época.

 Hoje, parece que assistimos um movimento contrário na compreensão das festividades juninas. O costume de acender a fogueira continua, as celebrações festivas também continuam, mas o comércio e o turismo transformaram o sentido original dado pela Igreja: em vez da partilha gratuita, que deveria caracterizar festividades cristãs, a comercialização de uma tradição cristã para lucrar.

 Admiração e Medo 
Deixando a fogueira na praça e entrando na igreja para celebrar a Liturgia da Solenidade de São João Batista, dois sentimentos aparecem na proclamação do Evangelho da Missa do Dia: admiração e medo. A "admiração" aparece na reação dos parentes e vizinhos de Zacarias e Isabel. A gravidez de Isabel, idosa e estéril, é fisiologicamente inexplicável; suscita surpresa, espanto, admiração. A escolha do nome João, rompendo com a tradição familiar de onomásticos, e a recuperação da voz de Zacarias, adicionam camadas de maravilhamento ao evento; novamente a admiração. Todo o nascimento de João está envolto em admiração. Uma Liturgia, portanto, para despertar nos celebrantes encanto, surpresa e admiração.

 O segundo sentimento, "medo", aparece na reação dos vizinhos de Zacarias e Isabel. É o medo em forma de “temeridade” que expressa respeito e reverência diante do inexplicável, diante da presença divina que ultrapassa o entendimento humano. É o “temor” diante do divino — temor divino — que não promove distanciamento, mas aproximação, silêncio e adoração.  

 O espírito da Liturgia celebrado na Solenidade de São João Batista é uma celebração que conduz os celebrantes ao louvor, ao silenciamento adorante diante da admiração e do temor divino ao reconhecer que “a mão do Senhor estava com ele” (Evangelho do Dia).

 João foi preparado por Deus

Existe outro detalhe interessante: o significado do nome “João”. O nome João não era comum na família de Zacarias e Isabel, por isso causou surpresa entre parentes e vizinhos. João significa "Deus é cheio de graça" ou, numa outra forma de compreender, o nome João significa: "ele é agraciado por Deus". O nome revela quem é João Batista: alguém que tem a graça divina em sua vida. Zacarias e Isabel sabiam que seu filho, nascido na velhice do casal, tinha uma bênção, era um agraciado especial por Deus.

 A tradição bíblica dedica grande importância ao nome da pessoa. Na Bíblia, o nome revela a personalidade e, em muitas situações, revela missão de uma pessoa vocacionada por Deus. No caso, o segundo nome: “Batista”.  Tem o significado de “batizador”. Por isso, o nome João Batista significa “João Batizador”, João, aquele batiza. Nisto consiste um aspecto da missão de João: ser precursor do Messias batizando um batismo de penitência.

 Os dois nomes, João e Batista demonstram que ele foi escolhido por Deus, foi vocacionado, para uma missão. No contexto litúrgico, a missão de João Batista desde o seio materno, é proclamado no salmo responsorial: “fostes vós que me formastes e no seio de minha mãe tecestes.”

João Batista conhecia sua missão: dedicar sua vida como precursor de Jesus Cristo, o Messias prometido. Sua humildade e clareza de missão são evidenciadas quando se declara não digno de desatar as correias das sandálias do Messias (Jo 1,27). Celebrar o nascimento de João Batista, neste terceiro aspecto, é reconhecer sua fidelidade ao projeto divino e seu papel como aliado desse projeto.

Conclusão 

Liturgia ou fogueira? As duas celebrações podem conviver, especialmente quanto as festividades populares são capazes de fraternizar a comunidade através da partilha da mesa. Uma bela e alegre celebração da Solenidade de São João Batista pode ser concluída com uma bela fogueira para congregar e fortalecer a amizade entre os membros da comunidade.

Serginho Valle

Junho 2024

 

15 de jun. de 2024

A qualidade das celebrações na PLP

 

O conceito de “qualidade celebrativa” na Pastoral da Liturgia e na Pastoral Litúrgica é ainda pouco considerado em muitas comunidades paroquiais. Em outro artigo, intitulado “A Missa bonita”, acenei que a beleza da Missa não está em atrativos e, algumas vezes, em penduricalhos usados nas celebrações. A beleza da celebração consiste em conduzir os celebrantes ao encontro do Senhor e, do ponto de vista mistagógico, iniciá-los na estrada do discipulado.

 

Este objetivo, totalmente pastoral e plenamente evangelizador, não se sustenta sem um planejamento adequado e sem uma estrutura pastoral que dê suporte para realizar celebrações, não somente da Missa, mas de todos os Sacramentos e Sacramentais, de modo evangelizado e evangelizador. É aqui que entra minha proposta de PLP — Pastoral Litúrgica Paroquial — e a proposta da dimensão Pastoral DA Liturgia.

 

O planejamento da PLP, quando bem estruturado, fortalece a vida da comunidade por meio de celebrações litúrgicas significativas, e isso significa celebrações evangelizadas, capazes de comprometer existencialmente cada celebrante com o Evangelho e com o testemunho evangelizador. A qualidade das celebrações, facilmente se compreende, é fundamental para alcançar os objetivos pastorais e espirituais desejados para o bem de cada celebrante, em particular, e para a eficácia pastoral de toda a comunidade paroquial. Na prática, é o exercício da Liturgia como fonte de todas as atividades da Igreja e da comunidade (SC 10).

 

Importância da qualidade litúrgica

A qualidade das celebrações litúrgicas é vital para a vida comunitária. Celebrar com qualidade significa garantir que todas as dimensões da Liturgia — dimensão orante, dimensão comunicativa, dimensão evangelizadora, dimensão escatológica, dimensão pastoral, evidentemente — sejam devidamente valorizadas. Isto acontece de modo harmônico. O modo para isso se realizar passa pelo cuidado comunicativo — pela qualidade comunicativa — de cada celebração, não somente da Missa, mas celebrações de todos os Sacramentos e Sacramentais.

 

Isso significa zelo e cuidado com a música, a homilia, a preparação do espaço, a condução e animação para participação ativa dos fiéis. O resultado da qualidade celebrativa litúrgica é proporcionar a experiência espiritual, de modo participativo e em forma de comunhão, entre os celebrantes.

 

Elementos da qualidade celebrativa

De modo bem pontual, em formato de anotação, sugiro 4 elementos que favorecem a qualidade celebrativa. Elenco somente 4 elementos (consciente de ser uma lista incompleta) para abrir oportunidade de você adicionar outros elementos que valorizam e contribuem para a qualidade celebrativa.

 

Repito: entendo que a qualidade celebrativa é aquela que proporciona experiência pessoal de encontro com o Senhor na Palavra e no Sacramento, aquela que contribui para o crescimento espiritual dos celebrantes e aquela que favorece celebrações evangelizadas e evangelizadoras, capazes de, Domingo após Domingo, no caso do “Ano Litúrgico” celebrado mistagogicamente nas Missas Dominicais, comprometer os celebrantes com o projeto divino do Reino de Deus, através do discipulado. Segue minha lista de elementos que contribuem para a qualidade celebrativa:

 

1.      Qualidade comunicativa: As celebrações devem ser simples, breves, objetivas nas mensagens e, por isso, compreensíveis. O modo de usar cada uma das linguagens que compõem a comunicação litúrgica deve ser realizado com arte para que a mensagem seja transmitida de forma eficaz.

 

2.      Espiritualidade litúrgica: As celebrações devem ser momentos de profundo encontro com Deus. Isso exige uma preparação espiritual adequada, tanto dos ministros quanto da comunidade. A qualidade espiritual não se improvisa e nem se substitui com atitudes emocionadas ou motivacionais.

 

3.      Dimensão pedagógica: Desde o início do cristianismo, a Igreja celebrou a Liturgia de modo pedagógico. Prova disso é a Liturgia da Palavra no decorrer do Ano Litúrgico. O conhecimento da pedagogia mistagógica, própria da Liturgia, é de suma importância para qualificar as celebrações litúrgicas. Não é uma pedagogia catequética, mas mistagógica, iniciática, pastoralmente condutora dos celebrantes na estrada de Jesus.

 

4.      Dimensão comunitária: A celebração litúrgica é um meio eficaz de comunicação entre Deus e a comunidade. As celebrações litúrgicas, inclusive a celebração Penitencial, não se caracterizam como individualistas, mas comunitárias. São celebrações eclesiais, da comunidade eclesial. A qualidade celebrativa fortalece espiritualmente e fraternalmente a comunidade.

 

Conclusão

A qualidade das celebrações litúrgicas é essencial para o crescimento espiritual da vida cristã pessoal, de cada qual que participa da comunidade, e para o crescimento da vida cristã da comunidade. Para isso, como dizia no início deste artigo, existe a necessidade de planejamento cuidadoso e de preparação espiritual para ajudar os celebrantes a terem, em cada celebração, um verdadeiro encontro com Deus, enriquecendo sua vida pessoal e fortalecendo toda a comunidade.

 

Sobre este tema, indicando fundamentos e orientações de como organizar a PLP — Pastoral Litúrgica Paroquial —, para que as celebrações sejam qualificadas, quer dizer, sempre mais evangelizadas e evangelizadoras, proponho dois cursos. Um curso introdutório, chamado Pastoral DA Liturgia, e um curso mais técnico propondo a organização da PLP, da Pastoral Litúrgica Paroquial. Estou deixando os dois links para você entrar em contato e ter mais informações.

 

Pastoral DA Liturgia — https://lp.liturgia.pro.br/pastoral-da-liturgia
PLP – Pastoral Litúrgica Paroquial — https://lp.liturgia.pro.br/plp1

 

Serginho Valle

Junho 2024

 

8 de jun. de 2024

A Importância dos Ministérios na Liturgia Eucarística

 

A Liturgia Eucarística é um momento central na vida da Igreja Católica, durante a qual, a comunidade se reúne fraternalmente com Jesus Cristo para celebrar o Mistério da Fé. Dentre tudo aquilo que compõe uma celebração, a ministerialidade exerce papel imprescindível na ação celebrativa.

 Por ministério, ou ministérios, se entende os diversos serviços e funções desempenhados por homens e mulheres durante a Missa. O Missal, por exemplo, um dos Livros Litúrgicos usados na celebração da Missa, não é apenas um guia para o padre, é um instrumento que envolve todos os participantes na Eucaristia e, no nosso caso, um livro que destaca a importância, a finalidade e a função de cada ministério no decorrer da celebração. Sobre o Missal Romano, gravei cinco palestras relatando a História do Missal Romano, a espiritualidade presente no Missal Romano e outros temas. Para conhecer mais, clique no link:  https://lp.liturgia.pro.br/missal-romano

Os Ministérios na Celebração Litúrgica
Existe uma diversidade de ministérios litúrgicos e cada qual desempenha um papel específico e funcional na celebração litúrgica de todos os Sacramentos. No caso da Missa, entre os ministérios principais, em primeiro lugar, encontra-se o presidente da celebração do bispo ou do padre. Além da presidência, existe o ministério diaconal (exercido pelos diáconos), o ministério do leitorato (dos leitores), do acolitato (acólitos), o ministério da música (músicos), o ministério dos ministros da distribuição Eucarística. Além destes, há também ministérios menos visíveis, mas igualmente importantes, como o ministério da acolhida, que recebe e se despede dos celebrantes no começo e no final da Missa, o ministério da ornamentação do espaço litúrgico e outros tantos mais ministérios, o ministério do serviço ao altar, exercido por coroinhas, na grande parte crianças e adolescentes.

 A Instrução Geral do Missal Romano (IGMR) enfatiza que os ministérios não são opcionais — no sentido que podem ou não ter — mas são parte integral da celebração litúrgica. A Missa não é completa apenas com a presença do padre. A Missa é celebrada com a participação ativa de diversos ministérios. É neste conjunto ministerial, de vários ministérios atuando durante a celebração, que podemos ver na celebração Eucarística a “epifania da Igreja”, quer dizer, a manifestação viva de uma Igreja totalmente ministerial e dedicada ao serviço divino, ao serviço da “opus Dei”, como se diz em latim.

O Conceito de Ministério
A palavra "ministério" deriva do latim "minus", que significa “o menor”, indicando que o ministro é aquele que se faz o menor para se colocar a serviço dos celebrantes na assembleia litúrgica. Na Liturgia, os ministros exercem cada um seu ministérios inspirando-se em Jesus Cristo, que veio para servir e não para ser servido (Mt 20,28). Por isso, a exemplo de Jesus, o ministério litúrgico é um serviço realizado com humildade e dedicação, refletindo e deixando transparecer, na e pela atitude do ministro, o exemplo de Jesus Cristo servidor, como acontece no gesto do lava-pés (Jo 13).

 É em tal contexto que jamais se pode admitir que alguém se sirva de um ministério na Igreja e o transforme em plataforma para promoção pessoal. O ministério nunca é para o bem pessoal (embora se beneficie pela graça no exercício do seu ministério), porque todo ministério, por mais simples que seja, é chamado para a doação da própria vida em serviço aos outros. Cada ministério, em tal contexto, é um dom espiritual destinado à edificação da Igreja, como ensina São Paulo na Primeira Carta aos Coríntios (1 Cor 12).

 Tudo isso, leva-nos a compreender que a Liturgia é mais do que uma “cerimônia” estática. A Liturgia, como diz sua terminologia, é uma atividade (ergon) em favor do povo e em forma de serviço; em forma de vários serviços, dizendo melhor. Não é um espetáculo, é uma celebração ministerial, pela qual Jesus Cristo continua exercendo seu ministério de diácono do Pai através de cada um dos ministérios exercidos no decorrer da celebração.

Conclusão
O exercício da ministerialidade na Liturgia Eucarística é fundamental para que a participação seja plena e significativa na vida de cada celebrante. Cada ministério desempenha um papel único e essencial, contribuindo para a edificação da comunidade e a participação ativa dos fiéis. Através dos ministérios, a Igreja manifesta sua natureza de serviço e amor, refletindo a própria vida de Cristo e a obra da Trindade na celebração litúrgica.

Serginho Valle 
Junho 2024

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