4 de mai. de 2024

A formação litúrgica, uma necessidade paroquial

 A formação litúrgica sempre foi uma necessidade pastoral, especialmente importante, necessária e incentivada desde a reforma litúrgica do Vaticano II. Se a Liturgia é a fonte e o cume de todas as atividades da Igreja e, por extensão, de todas as atividades de uma paróquia, a formação litúrgica é uma necessidade paroquial. A condição para tornar a Liturgia, realmente, fonte e cume de todas as atividades da vida paroquial, passa necessariamente pela formação. Sem a devida formação litúrgica, não será possível ter uma Liturgia evangelizada e evangelizadora na comunidade.

 O conceito de formação litúrgica tem sido entendido com diferentes variáveis. Desde a formação de coisas básicas, compreendendo formação litúrgica como, por exemplo, arrumar o Missal para a Missa, explicação da Missa parte por parte, treinos de como ler na Missa, como cantar, que tipos de arranjos colocar... são temas importantes, mas básicos. A formação litúrgica, da qual se tem urgência, não se contenta em explicar quais os possíveis erros de um leitor, como usar microfone, se precisa ou não fazer inclinação antes da leitura... Todos estes temas entram na categoria formativa de “básicos” e, por serem básicos, são necessários. Contudo, é muito pouco. É preciso dar passos e caminhar por caminhos que introduzam no mistério espiritual da Liturgia.

 Existe a necessidade de um passo a mais e propor formação litúrgica mais substanciosa. Não basta reunir a comunidade, reunir as pessoas que atuam em ministérios litúrgicos para momentos “informativos” sobre temas de Liturgia. Mesmo com sua validade, a formação mais aprofundada é uma exigência que resulte em celebrações evangelizadas e evangelizadoras na comunidade.

A mesmice de algumas comunidades 
O investimento na formação litúrgica, mesmo depois de tantos anos da reforma litúrgica (mais de 60 anos), não é um tema muito considerado e, talvez, nem mesmo apreciado em algumas comunidades. A imagem de comunidades que não investem em formação litúrgica é caracterizada pela mesmice: as mesmas pessoas e o único e mesmo jeito de celebrar sempre do mesmo jeito. São comunidades que vivem da mesmice, atuando como mantenedora de tradições religiosas.

 Isto acontece por desinteresse da comunidade? Pode ser que sim, pode ser que sequer consideram ou desconheçam a riqueza da Liturgia como fonte da vida cristã. Além disso, e infelizmente, não se pode negar que existem comunidades desinteressadas e nada zelosas com a Liturgia. Neste caso, a mesmice celebrativa impera pela falta de zelo para com a Liturgia na comunidade paroquial.

 Experiências de formação na comunidade 

Levando em conta o que foi dito, é natural que surjam algumas perguntas, não somente por curiosidade, mas perguntas que podem ser angustiadas, como do tipo:

Qual formação?

Formação em forma de laboratório celebrativo?

Formação informando e explicando as celebrações parte por parte? 

Formação do tipo acadêmico? 

Com qual método realizar a formação?

 Todas, e outras mais perguntas que possam surgir, podem ser respondidas com um “sim”. Sim, a formação pode ser acadêmica, pode ser básica, pode ser com método de laboratório... é claro que o método formativo, o como realizar a formação, é algo que merece atenção dependendo da realidade cultural da comunidade paroquial. Se uma comunidade nunca realizou uma formação litúrgica, querer adotar um método acadêmico ou de laboratório será complicado; precisará começar do básico, das informações sobre a Liturgia. Mas, não somente da realidade paroquial, conta também o grau de conhecimento, digamos assim, dos participantes da formação litúrgica.

 Muito possivelmente, você e sua comunidade já passaram por esse tipo de experiência: o padre ou o diácono ou os responsáveis pela Equipe Litúrgica convidam um especialista (liturgista), que nem sempre conhece a paróquia, para falar sobre Liturgia. Depois de uma semana ou de final de semana repleto de informações litúrgicas, o pessoal que fez o curso, olha um para o outro e diz: legal, o que vamos fazer com isso?

 Nem todas as formações precisam ter finalidade prática para “mudar ou inovar” o jeito de celebrar. Um bom número delas poderia ser teóricas, oferecendo condições para refletir a Liturgia de algum ponto de vista: teológico, antropológico, pastoral... Isso produziria luzes com ênfase na dimensão pastoral da Liturgia, luzes para se servir da criatividade litúrgica em vista de celebrações evangelizadas e evangelizadoras, como proponho no meu curso (totalmente online) chamado “Pastoral DA Liturgia” (cf. sobre o curso: https://lp.liturgia.pro.br/pastoral-da-liturgia )

Concluindo 
Este artigo é uma introdução, com a finalidade de chamar atenção, sobre a importância, a necessidade e a urgência da realização da formação litúrgica, periódica e continua, em nossas comunidades paroquiais. No próximo artigo estarei tratando da formação litúrgica do ponto de vista histórico.

Entre os diferentes modos de realizar a formação litúrgica, convido você a conhecer o meu curso Pastoral DA Liturgia. É um curso preparatório com a finalidade começar a pensar a Liturgia de modo evangelizado e evangelizador. Para mais informações sobre o curso clique no link: https://lp.liturgia.pro.br/pastoral-da-liturgia

Serginho Valle 
Maio de 2024



 

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