5 de ago. de 2015

Pastoral Litúrgica e compromisso evangelizador


Uma Pastoral Litúrgica que seja realmente evangelizadora dentro da comunidade, capaz de formar discípulos e missionários para levedar a vida com o fermento do Evangelho. Eis desejo e um projeto de trabalho para a Pastoral Litúrgica, especialmente aquela que se dedica ao contexto comunitário paroquial. A Pastoral Litúrgica — formada pela Equipe de Liturgia e pelas Equipes de Celebrações — não pode se contentar em fazer com que as celebrações, a Missa em particular, sejam bem feitas, agradáveis e bonitas. Celebrações bem feitas, sim, mas tendo em vista uma finalidade bem clara com o compromisso evangelizador para produzir frutos evangelizadores na comunidade. A Pastoral Litúrgica não é formada unicamente para ajudar o padre nas funções celebrativas, mas para ajudar a comunidade a construir uma Igreja de “pedras vivas”, onde se vive concretamente os valores do Reino de Deus.
Não poucas Pastorais Litúrgicas Paroquiais (PLP), seja na coordenação (Pastoral Litúrgica) seja na execução (Equipes de Celebrações), perderam a meta evangelizadora e se tornaram seguidoras de listas. Perderam o víeis pastoral e se transformaram em listas de funções: leitor, salmista, ministro da distribuição Eucarística... É a triste imagem de uma Pastoral Litúrgica organizada em listas. Talvez bem organizada, mas sem vida e sem frutos, porque parou na organização e perdeu o objetivo evangelizador. São Pastorais Litúrgicas com uma estrutura bem feita, com reuniões que se multiplicam em mais reuniões, mas esquecidas do compromisso evangelizador. Quando isso acontece, aparece o cansaço, perde-se a alegria e o entusiasmo de animar a comunidade com celebrações que se caracterizem pelo espírito litúrgico, que sempre é evangelizador.
            Quando uma pastoral deixa de ser pastoral e se transforma em listas de funções, estas sacrificam, literalmente, “sempre os mesmos”, obrigando-os a assumirem diferentes ministérios: ora são leitores, no Domingo seguinte acolhedores, noutro fazem a coleta. E assim vão levando. Longe — bem longe — de um objetivo e de um compromisso evangelizadores, pois se tornaram esquecidos que a Pastoral Litúrgica tem sim finalidade evangelizadora e não é somente ou unicamente auxiliadora de celebrações.
Mas, nem tudo é negativo, graças a Deus. Existem comunidades que investem na Pastoral Litúrgica por reconhecerem que os momentos celebrativos são momentos especiais para evangelizar e para conduzir os celebrantes ao discipulado. Há um esforço grande, não se pode negar, da parte de muitos padres e leigos para tornar a Pastoral Litúrgica uma verdadeira fonte da evangelização: participam de cursos de atualização, estudam, mantêm um processo de formação permanente, escolhem pessoas capacitadas para os ministérios... Isto é animador e louvável nas comunidades que atuam pastoralmente na Liturgia e através da Liturgia. São comunidades dispostas a fazer sempre o melhor e a fazer sempre bem feito, nem que seja pouco, para que os frutos do Evangelho comecem a surgir e sejam colhidos na comunidade.

(Serginho Valle)

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