6 de abr. de 2016

Acolhamos o celebrante...

O comentarista termina o comentário inicial, olha para a assembléia e diz: “de pé, acolhamos o celebrante cantando o canto de entrada”. Alguns outros comentaristas dizem: “acolhamos o padre com sua equipe”.... Pois é, a CNBB pediu para substituir o ministério de comentarista pelo de ambientador, mas parece que a proposta pastoral ainda não vingou. Mas, o que interessa é o título de nossa reflexão, que precisa ser refeito ou, em algumas comunidades, corrigido.
            Já refletimos que quem celebra a Missa é toda a assembléia reunida ao redor da Mesa da Palavra e da Mesa do Altar. Por isso, o mais correto seria dizer: “de pé para participarmos com o canto inicial da procissão de entrada”. É algo bem fácil e simples de corrigir; basta um pouco de atenção e tempo para se acostumar com o novo linguajar e começar a entender o significado da procissão que abre a celebração Eucarística
            Nas missas dominicais sempre deveria haver procissão de entrada da porta principal da igreja até o altar. Dela tomariam parte os ministros que serviriam à assembléia na celebração: leitores, ministros da distribuição Eucarística, os que farão a coleta, coroinhas e, evidentemente, o padre que presidirá a celebração. A procissão é aberta com a Cruz Processional, ladeada por duas velas. É uma Cruz sobre uma haste para ser levada como estandarte vitorioso, significando o Mistério Pascal de Cristo celebrado na Eucaristia. Também o Evangeliário entra na procissão de entrada, mas não se introduz nem a Bíblia e nem o Lecionário na procissão inicial. Evangeliário, presença de Cristo na Palavra, que será proclamada na assembléia litúrgica.
            A procissão tem duas faces: uma prática e outra simbólica. A primeira demonstra a necessidade de deslocar-se até o presbitério, local de onde o padre exercer o ministério da presidência litúrgica. Contudo, a procissão da porta da igreja até o altar tem também um significado: significa a Igreja presente na comunidade, reunida em assembléia litúrgica, caminhando em direção de Cristo para celebrar e participar do seu Mistério Pascal. Com esta segunda finalidade, entende-se que não ficamos de pé, durante a procissão de entrada para acolher ministros e celebrante, mas como sinal de quem está caminhando ao encontro de Jesus Cristo, presente no altar. A procissão de entrada não é um rito de acolhimento, mas de caminho em direção a Jesus Cristo. Chega, pois, de comentaristas pedirem para acolher padre, ministros e etc... Mudemos o convite: “de pé, vamos ao encontro de Cristo, cantando”.
            Observe bem o gesto do padre ao chegar ao altar. Ele beija o altar. Cristo é o nosso altar, é sobre Ele, Jesus Cristo, que realizamos nossa oferenda. Em outras palavras, o altar representa Cristo, por isso o padre o beija, saudando com esse gesto do beijo o próprio Cristo. Você percebe que antes de saudar a assembléia reunida, o padre saúda a Cristo com o beijo no altar. Em dias mais solenes, quando se usa incenso, o altar é incensado em sinal de adoração a Cristo. Mas isso será tema de outra reflexão.
Serginho Valle



← Postagem mais recente Postagem mais antiga → Página inicial

9 comentários:

  1. Que bom poder ler isso aqui, eu falo tanto sobre isso, mas as pessoas acham que é implicância minha, aliás, esta figura do tal do comentarista não precisa existir... não há necessidade, o silêncio depois de um refrão meditativo, antes do canto de entrada, já é necessário para iniciar a celebração, mas quando chegaremos a este patamar????? acho que nem Deus sabe kkkkkkk

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Quando se fala de ambientador é no sentido de criar um ambiente para se poder celebrar. Isto é importante para sair do "barulho da rua" e ingressar num ambiente novo, de calma, serenidade para a oração celebrativa. Isto poderá ser feito com palavras, com refrões orantes ou com a contemplação de alguma imagem projetada no datashow, por exemplo, ou ouvindo uma música instrumental bem baixinha.

      Excluir
  2. Eu acho importante o papel do comentarista ou ambientador, por que temos que pensar naqueles fiéis que vai a igreja pela primeira vez, e o comentarista é aquele que nos situa, ou seja, diz o que vai ou estar acontecendo na Celebração.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Concordo plenamente a importância do comentarista.

      Excluir
  3. Quando tenho oportunidade de ler um artigo como este, que muito me esclarece,percebo o quanto é urgente os integrantes das equipes de liturgia dedicarem tempo com seriedade e de coração e mente aberta para estudar e compreender verdadeiramente o que celebramos. Que o Espírito Santo nos ajude!Paz e bem!-

    ResponderExcluir
  4. Bom dia,
    Gostaria de saber quem entra na com velas e a cruz?

    ResponderExcluir
  5. Pra mim o comentarista é muito importante na missa.

    ResponderExcluir
  6. Com alegria, acolhamos a procissão de entrada cantando!

    ResponderExcluir

Participe. Deixe seu comentário aqui.