Uma vez batizado e crismado, o cristão está diante de Deus e na Igreja como
alguém comprometido com os valores do Evangelho. Como alguém que se comprometeu
com o Evangelho, melhor dizendo. O Evangelho torna-se regra de vida e, de
acordo com seu estilo de vida — celibatário, matrimonial ou sacerdotal — é
chamado (vocacionado) a viver inserido no projeto de Jesus Cristo e fazendo de
sua vida “uma oferta viva, santa e agradável ao Pai” (Rm 12,1). Este
princípio existencial é válido para todos os estados de vida cristã, embora
seja vivenciado de maneira diferente.
Do ponto de vista da espiritualidade litúrgica, a mística cristã nos
sacramentos do Matrimônio e da Ordem, propõe viver o Evangelho como ato de
oblação ao Pai, para que a vida seja uma oferenda viva, santa e agradável (Rm
12,1). A espiritualidade cristã, portanto, seja na Ordem como no Matrimônio,
tem a mesma mística oblativa. O que muda, sendo repetitivo, é o modo de viver
esta mística. O estado de vida é diferente, por isso o modo de viver torna-se
também diverso.
Um
estudo ou uma reflexão mais detalhada da celebração litúrgica de uma ordenação
e de um casamento não apresentará um paralelo, mas confluências, caminhos que
conduzem ao mesmo objetivo: viver em Cristo, iluminar a vida com o Evangelho,
caminhar na estrada de Jesus e transformar a vida em oblação santa e agradável
ao Pai. Na prática, as duas celebrações, considerando a Liturgia da Palavra e a
eucologia, sacramentam um projeto de vida e um caminho de santidade. Isto
acontece quando a vida é transformada em culto, quer dizer, a vida é uma
celebração realizada no Espírito Santo que vive em quem foi batizado e
crismado.
Serginho Valle
Março 2021
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