A formação litúrgica sempre foi
uma necessidade pastoral, especialmente importante, necessária e incentivada
desde a reforma litúrgica do Vaticano II. Se a Liturgia é a fonte e o cume de
todas as atividades da Igreja e, por extensão, de todas as atividades de uma
paróquia, a formação litúrgica é uma necessidade paroquial. A condição para
tornar a Liturgia, realmente, fonte e cume de todas as atividades da vida
paroquial, passa necessariamente pela formação. Sem a devida formação
litúrgica, não será possível ter uma Liturgia evangelizada e evangelizadora na
comunidade.
O conceito de formação litúrgica
tem sido entendido com diferentes variáveis. Desde a formação de coisas
básicas, compreendendo formação litúrgica como, por exemplo, arrumar o Missal
para a Missa, explicação da Missa parte por parte, treinos de como ler na
Missa, como cantar, que tipos de arranjos colocar... são temas importantes, mas
básicos. A formação litúrgica, da qual se tem urgência, não se contenta em
explicar quais os possíveis erros de um leitor, como usar microfone, se precisa
ou não fazer inclinação antes da leitura... Todos estes temas entram na
categoria formativa de “básicos” e, por serem básicos, são necessários. Contudo,
é muito pouco. É preciso dar passos e caminhar por caminhos que introduzam no
mistério espiritual da Liturgia.
Existe a necessidade de um passo
a mais e propor formação litúrgica mais substanciosa. Não basta reunir a
comunidade, reunir as pessoas que atuam em ministérios litúrgicos para momentos “informativos” sobre temas de
Liturgia. Mesmo com sua validade, a formação mais aprofundada é uma exigência
que resulte em celebrações evangelizadas e evangelizadoras na comunidade.
A mesmice de algumas comunidades
O investimento na formação litúrgica, mesmo depois de tantos anos da
reforma litúrgica (mais de 60 anos), não é um tema muito considerado e, talvez,
nem mesmo apreciado em algumas comunidades. A imagem de comunidades que
não investem em formação litúrgica é caracterizada pela mesmice: as mesmas
pessoas e o único e mesmo jeito de celebrar sempre do mesmo jeito. São
comunidades que vivem da mesmice, atuando como mantenedora de tradições
religiosas.
Isto acontece por desinteresse da
comunidade? Pode ser que sim, pode ser que sequer consideram ou desconheçam a riqueza
da Liturgia como fonte da vida cristã. Além disso, e infelizmente, não se pode
negar que existem comunidades desinteressadas e nada zelosas com a Liturgia.
Neste caso, a mesmice celebrativa impera pela falta de zelo para com a Liturgia
na comunidade paroquial.
Experiências de
formação na comunidade
Levando em conta o que foi dito,
é natural que surjam algumas perguntas, não somente por curiosidade, mas
perguntas que podem ser angustiadas, como do tipo:
Qual formação?
Formação em forma de laboratório celebrativo?
Formação informando e explicando as celebrações parte por
parte?
Formação do tipo acadêmico?
Com qual método realizar a formação?
Todas, e outras mais perguntas
que possam surgir, podem ser respondidas com um “sim”. Sim, a formação pode ser
acadêmica, pode ser básica, pode ser com método de laboratório... é claro que o
método formativo, o como realizar a formação, é algo que merece atenção
dependendo da realidade cultural da comunidade paroquial. Se uma comunidade
nunca realizou uma formação litúrgica, querer adotar um método acadêmico ou de
laboratório será complicado; precisará começar do básico, das informações sobre
a Liturgia. Mas, não somente da realidade paroquial, conta também o grau de
conhecimento, digamos assim, dos participantes da formação litúrgica.
Muito possivelmente, você e sua
comunidade já passaram por esse tipo de experiência: o padre ou o diácono ou os
responsáveis pela Equipe Litúrgica convidam um especialista (liturgista), que
nem sempre conhece a paróquia, para falar sobre Liturgia. Depois de uma semana
ou de final de semana repleto de informações litúrgicas, o pessoal que fez o
curso, olha um para o outro e diz: legal, o que vamos fazer com isso?
Nem todas as formações precisam
ter finalidade prática para “mudar ou inovar” o jeito de celebrar. Um bom
número delas poderia ser teóricas, oferecendo condições para refletir a
Liturgia de algum ponto de vista: teológico, antropológico, pastoral... Isso produziria
luzes com ênfase na dimensão pastoral da Liturgia, luzes para se servir da
criatividade litúrgica em vista de celebrações evangelizadas e evangelizadoras,
como proponho no meu curso (totalmente online) chamado “Pastoral DA Liturgia”
(cf. sobre o curso: https://lp.liturgia.pro.br/pastoral-da-liturgia
)
Concluindo
Este artigo é uma introdução, com
a finalidade de chamar atenção, sobre a importância, a necessidade e a urgência
da realização da formação litúrgica, periódica e continua, em nossas
comunidades paroquiais. No próximo artigo estarei tratando da formação
litúrgica do ponto de vista histórico.
Entre os diferentes modos de
realizar a formação litúrgica, convido você a conhecer o meu curso Pastoral DA
Liturgia. É um curso preparatório com a finalidade começar a pensar a Liturgia
de modo evangelizado e evangelizador. Para mais informações sobre o curso
clique no link: https://lp.liturgia.pro.br/pastoral-da-liturgia
Serginho Valle
Maio de 2024
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