O Natal é, acima de tudo, uma acontecimento
salvífico e é isso que celebramos em nossas liturgias Natalinas. Na realidade,
todos nós vamos à igreja e, na assembléia litúrgica fazemos ação de graças
porque “nós vimos a sua glória”. A Liturgia do Natal, portanto, é uma grande
ação de graças que elevamos ao Pai, que nos concedeu a graça de “ver a sua
glória divina com os nossos olhos”.
A
Liturgia da Missa do dia, que celebramos em 25 de dezembro, proclama na
assembléia litúrgica o Prólogo do Evangelho de São João. É um texto que exige
atenção para ser bem refletir e meditado na celebração do Natal, dada à sua
densidade teológica e o profundo mistério narrado por João. Cada palavra e
frase tem um significado cristológico e uma relação com outras passagens da
Sagrada Escritura.
Por
que a Liturgia faz isso, no dia do Natal? Para mostrar a todos os celebrantes a
grandeza do mistério que celebramos neste dia. Procure compreender o que
significa “o Verbo (a Palavra de Deus) se fez carne”. Existe uma distância
enorme entre a Palavra de Deus (Dabar) que habita nas alturas e a “carne” (o
corpo) da pessoa humana. É a distância entre criador e criatura. E, no entanto
o criador assume a condição de criatura. Por isso, a Liturgia faz ação de
graças no Natal pela Palavra que se tornou gente.
Outra
parte diz: “veio habitar entre nós”. Por que Deus deixaria sua habitação divina
para morar em nosso meio? Por causa do amor e porque quer a nossa salvação. Ele
precisava fazer-se um de nós para que nós, através de sua morte e ressurreição,
readquiríssemos a vida divina. Na Missa do Dia, a Igreja intercede a Deus que
todos os celebrantes possam ter na sua natureza humana a vida divina. É a
divinização do homem. Mais um motivo de ação de graças.
João,
no seu Evangelho não narra a transfiguração de Jesus. Por que? Porque na
simplicidade do presépio, na ternura do recém nascido nós vemos a glória a
Deus. Quem crê, pára diante do presépio e, na contemplação própria daqueles que
são capazes de ver a beleza da vida nas coisas pequenas e simples, pode dizer:
“nós contemplamos a glória de Deus”. Está ali, naquela criança recém nascida.
A
bem da verdade, a Liturgia Natalina se reveste de alegria, de festa, de luz — e
precisa que seja feito deste modo — porque a glória de Deus está entre nós e
podemos contemplá-la com nossos olhos.
Este foi o modo mais original de desejar
feliz Natal ao mundo: nascendo como criança e permitindo-nos contemplar a
glória de Deus.
Só mesmo Deus para agir desse modo ao dizer a
toda à humanidade: Feliz Natal!
Feliz Natal!
Serginho
Valle
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