“Sendo a celebração da
Missa, por sua natureza, de índole “comunitária”, assumem grande importância os
diálogos entre o sacerdote e os fiéis reunidos, bem como as aclamações, pois
não constituem apenas sinais externos da celebração comum, mas promovem e realizam a comunhão
entre o sacerdote e o povo” (IGMR 34)
O
presente texto da IGMR 34 encontra-se no capitulo II,o qual chama atenção para os
diferentes elementos da Missa. No presente artigo, trata-se de um elemento de
caráter comunicativo, pelo qual acontece uma participação ativa e efetiva no
processo da comunicação Litúrgica.
Do
ponto de vista comunicativo, estamos com um modelo de comunicação horizontal, pelo
qual, o Presidente da celebração é motivado a dialogar com os celebrantes em
vista da promoção de uma comunhão “entre o sacerdote e o povo”. Uma evidência
clara que a Igreja não entende a celebração (em todos os Sacramentos) como
monólogo, mas como diálogo. Não somente este diálogo horizontal, que é
contemplado neste IGMR 34, como também o diálogo vertical, aquele que se
realiza entre Deus e os celebrantes. Quanto a isso, a SC 33 faz referência ao
diálogo que acontece na Liturgia da Palavra entre Deus que anuncia sua Palavra
e os celebrantes que respondem com o acolhimento silencioso e com aclamações,
como é o caso do salmo responsorial, a aclamação ao Evangelho e as preces dos
fiéis.
O
diálogo horizontal, com o qual nos ocupamos neste breve texto, também contém
elementos do diálogo vertical, como por exemplo, na estrutura comunicativa
prefacial, que abre a Oração Eucarística e se conclui com o convite para se dar
graças ao Senhor e nosso Deus, tendo no solene canto do “Sanctus” o seu momento
alto, mas em estrutura de comunicação vertical, quer dizer, dos celebrantes
para com Deus.
Um
diálogo que acontece em forma de oração suplicante é aquele do rito
penitencial, com uma interação daquele que preside e apresenta as orações ao Pai,
em nome da assembléia, e dos celebrantes que como que endossam a súplica do
perdão.
Muitos
outros aspectos desse elemento da comunicação litúrgica de diálogo horizontal
poderiam ser considerados, mas não é o caso, uma vez que o presente texto trata
apenas de uma breve consideração sobre a IGMR 34. Por isso, concluo lembrando
que a celebração da Missa é basicamente fundamentada no processo comunicativo
dialógico. Até mesmo na Oração Eucarística, quando o padre proclama a anáfora
sozinho, ele está em diálogo com Deus, apoiado pelo silêncio ORANTE da
assembléia, que confirma o louvor da Igreja, com o mais solene de todos os
“améns” da Missa, no final do “por Cristo, com Cristo e em Cristo”.
Descuidar-se
do processo comunicativo dialógico na celebração litúrgica pode-se correr o
risco de impedir a participação e prejudicar o caráter comunitário da
celebração, como destacado na IGMR 34.
Serginho Valle
0 comentários:
Postar um comentário
Participe. Deixe seu comentário aqui.