A Missa Dominical, em especial, tem início com uma
procissão acompanhada por um canto denominado “canto de entrada”. Toda a
assembléia, de pé, é convidada a acompanhar a procissão inicial cantando.
Os cantos que cantamos nas Missas são partes integrantes
da celebração Eucarística. Cada parte da
Missa, portanto, exige um canto que seja de acordo com o momento celebrativo.
Entendemos, pois, que o canto de entrada deve reunir características desse
momento da Missa: ser um canto processional que conduz ou que acompanha a Igreja,
presente na assembléia reunida, até o altar do Senhor. Em princípio não se
trata de um canto de abertura da celebração, pois a abertura acontece com a
procissão inicial, mas de acompanhamento da procissão inicial. Aponto três
características do canto de entrada.
Por ser o momento inicial, a primeira característica do
canto de entrada é favorecer o clima que a celebração exige. No tempo de Natal,
o canto de entrada criará um clima natalino, numa Missa de ação de graças, o
canto de entrada será alegre; caso seja uma Missa exequial, terá o tom da
esperança, por exemplo. É importante ter presente essa primeira característica da
celebração, para que desde seu início esteja afinada com o clima celebrativo
que envolverá os celebrantes no decorrer de toda a celebração. Nas celebrações
dominicais do Tempo Comum, o canto de entrada pode ser escolhido a partir da
Palavra, que poderá ser para um Domingo ou para vários Domingos. Quem ilumina a
escolha do canto de entrada é a Palavra e não um tema, mesmo em tempos de
Domingos temáticos.
Outra característica do canto de entrada, como
mencionado, vem do rito realizado; é um rito processional. Isto significa que a
segunda característica do canto de entrada na Missa é ser processional, quer dizer,
tem a finalidade de acompanhar a procissão inicial, a procissão de ingresso,
que abre a celebração. É um canto que tem a duração da procissão de entrada.
Não que seja pecado estender o canto de entrada cantando uma estrofe a mais,
depois que o padre estiver na cadeira presidencial... mas não é necessário. Existem,
contudo, algumas exceções que prolongam o canto de entrada, como por exemplo,
quando houver o rito de incensação do altar. Neste caso, o canto de entrada
continua sendo cantado até que o padre esteja na cadeira presidencial. Isto faz
compreender que o canto de entrada pertence a um rito e o acompanha até que
termine, com a posição do padre na cadeira presidencial para iniciar a Missa.
Por fim, uma terceira característica. Uma vez que não é
possível que todos os celebrantes tomem parte da procissão de entrada, como
comentamos em recente artigo, a participação na canção é um modo simbólico dos
celebrantes se fazerem caminhantes até o altar. A terceira característica,
portanto, é que todos cantem o “canto de entrada”, nem que seja somente o
refrão. Do ponto de vista celebrativo, o canto de entrada não é para ser
ouvido, mas para ser um cantado por todos, estando todos de pé, símbolo de quem
caminha. Em assim sendo, o ministério de música tem o dever pastoral de
escolher uma canção conhecida para que toda a assembléia possa cantar.
Serginho Valle
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