Dobrar os joelhos é um
ato de adoração, realizado com o corpo, que expressa respeito e humildade
profunda diante de Deus. De fato, só fazemos genuflexão diante de Deus e não
diante do altar ou de imagens. Diferente do ajoelhar-se, que é uma posição
estável, a genuflexão é um gesto pontual, realizada com a flexão do joelho. É
feita pelo padre, na Missa, depois de cada uma das consagrações (Pão e Vinho) e
antes da comunhão. Os fiéis manifestam pela genuflexão ou por outro gesto de
adoração, o respeito para com a Eucaristia, diante do tabernáculo, onde se
encontra o Santíssimo Sacramento.
A genuflexão com um
único joelho foi introduzida no século VIII com muita relutância, pois se
alegava que a mesma era equiparada ao gesto de desprezo que os soldados romanos
faziam diante de Jesus, durante a flagelação.
Fora da Missa, a
genuflexão simples, como é conhecida, é feita ao se passar diante do Santíssimo
Sacramento, no tabernáculo, e em alguns momentos de celebrações solenes
relacionadas ao mistério divino na vida humana, como acontece durante a
recitação do Credo, no momento que se canta “et incarnatus est” (e se encarnou).
A Liturgia Oriental não
faz genuflexão.
Na
história
O gesto da genuflexão,
no decorrer da história tem sido prescrito para ser feito com um único joelho
ou com ambos os joelhos. Na antiguidade, a genuflexão se caracterizava como um
gesto demorado, no qual o orante apoiava-se num joelho para rezar. Na Missa,
por exemplo, acontecia como seguinte rito: o padre convidava para a oração
dizendo: “oremus”, ao que o diácono indicava o gesto orante para os celebrantes
dizendo: “flectamus genua” (dobremos o joelho (no singular). Depois de um breve
momento de oração, o subdiácono convidava para levantar-se dizendo: “levate”
(levantem-se). Este uso desapareceu da Liturgia da Missa, mas foi conservado na
Sexta-feira Santa, acompanhando a Oração Universal dos Fiéis daquela celebração
quando, depois de cada intenção, todos se ajoelham num só joelho para rezar em
silêncio.
A genuflexão com ambos
os joelhos, como gesto de adoração, foi introduzida para ser feita diante do
Santíssimo Sacramento, quando este está exposto para adoração solene.
Rezar
ajoelhado
A genuflexão com os dois
joelhos — rezar ajoelhado — não fazia parte da maior parte do costume cristão
de rezar, excetuando as orações penitenciais. O cristão sempre reza de pé,
sinal de ressuscitado. Rezar ajoelhado, com ambos os joelhos, vem dos antigos
ritos pertencentes ao catecumenato e ao rito da reconciliação dos penitentes
que, em sinal de penitência e de súplica de perdão, coloca-se de joelhos para
rezar, principalmente na Quaresma. Depois, este costume passou como uma posição
natural de oração.
O costume de rezar de pé
está presente nas antigas basílicas e igrejas que não tinham bancos e nem
genuflexórios, pois todos participavam das celebrações ficando de pé. Alguns historiadores
da Liturgia anotam que os bancos entraram nas igrejas a partir do século X.
As antigas orientações
da Missa indicavam que os fiéis ficassem ajoelhados durante toda a celebração,
exceto no Evangelho. A única exceção era para o Tempo Pascal, quando os
cristãos não rezavam de joelhos, mas sempre de pé.
(SV)
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