30 de abr. de 2016

Genuflexão e rezar ajoelhado

Dobrar os joelhos é um ato de adoração, realizado com o corpo, que expressa respeito e humildade profunda diante de Deus. De fato, só fazemos genuflexão diante de Deus e não diante do altar ou de imagens. Diferente do ajoelhar-se, que é uma posição estável, a genuflexão é um gesto pontual, realizada com a flexão do joelho. É feita pelo padre, na Missa, depois de cada uma das consagrações (Pão e Vinho) e antes da comunhão. Os fiéis manifestam pela genuflexão ou por outro gesto de adoração, o respeito para com a Eucaristia, diante do tabernáculo, onde se encontra o Santíssimo Sacramento.

A genuflexão com um único joelho foi introduzida no século VIII com muita relutância, pois se alegava que a mesma era equiparada ao gesto de desprezo que os soldados romanos faziam diante de Jesus, durante a flagelação.

Fora da Missa, a genuflexão simples, como é conhecida, é feita ao se passar diante do Santíssimo Sacramento, no tabernáculo, e em alguns momentos de celebrações solenes relacionadas ao mistério divino na vida humana, como acontece durante a recitação do Credo, no momento que se canta “et incarnatus est” (e se encarnou).

A Liturgia Oriental não faz genuflexão.

Na história
O gesto da genuflexão, no decorrer da história tem sido prescrito para ser feito com um único joelho ou com ambos os joelhos. Na antiguidade, a genuflexão se caracterizava como um gesto demorado, no qual o orante apoiava-se num joelho para rezar. Na Missa, por exemplo, acontecia como seguinte rito: o padre convidava para a oração dizendo: “oremus”, ao que o diácono indicava o gesto orante para os celebrantes dizendo: “flectamus genua” (dobremos o joelho (no singular). Depois de um breve momento de oração, o subdiácono convidava para levantar-se dizendo: “levate” (levantem-se). Este uso desapareceu da Liturgia da Missa, mas foi conservado na Sexta-feira Santa, acompanhando a Oração Universal dos Fiéis daquela celebração quando, depois de cada intenção, todos se ajoelham num só joelho para rezar em silêncio.

A genuflexão com ambos os joelhos, como gesto de adoração, foi introduzida para ser feita diante do Santíssimo Sacramento, quando este está exposto para adoração solene.

Rezar ajoelhado
A genuflexão com os dois joelhos — rezar ajoelhado — não fazia parte da maior parte do costume cristão de rezar, excetuando as orações penitenciais. O cristão sempre reza de pé, sinal de ressuscitado. Rezar ajoelhado, com ambos os joelhos, vem dos antigos ritos pertencentes ao catecumenato e ao rito da reconciliação dos penitentes que, em sinal de penitência e de súplica de perdão, coloca-se de joelhos para rezar, principalmente na Quaresma. Depois, este costume passou como uma posição natural de oração.

O costume de rezar de pé está presente nas antigas basílicas e igrejas que não tinham bancos e nem genuflexórios, pois todos participavam das celebrações ficando de pé. Alguns historiadores da Liturgia anotam que os bancos entraram nas igrejas a partir do século X.

As antigas orientações da Missa indicavam que os fiéis ficassem ajoelhados durante toda a celebração, exceto no Evangelho. A única exceção era para o Tempo Pascal, quando os cristãos não rezavam de joelhos, mas sempre de pé.

(SV)

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