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1 de dez. de 2025

Liturgia: Coração da Unidade Eclesial


 A primeira viagem apostólica do Papa Leão XIV à Turquia, no final de novembro de 2025, foi avaliada como um gesto significativo em favor da unidade dos cristãos.

É também uma oportunidade para compreender a Liturgia como epifania da unidade entre os cristãos e, ao mesmo tempo, como fonte e ápice da busca pela unidade com outras comunidades cristãs.

Ela é fonte, sobretudo nos Sacramentos da Iniciação Cristã, pois todos os cristãos nascem do mesmo Batismo e são conduzidos pelo mesmo e único Espírito Santo que age na ação litúrgica. É também cume, na perspectiva da esperança, no dia em que todas as Igrejas cristãs puderem se alimentar da mesma Ceia Pascal, na Eucaristia, ápice visível da comunhão.


A Liturgia como Fundamento Comum

A Turquia, terra de antigos ritos e de cidades que acolheram os primeiros Concílios Ecumênicos, revela como a ação litúrgica foi, desde o início, um dos laços mais sólidos da unidade entre as Igrejas. O Credo Niceno-Constantinopolitano, professado nas liturgias Católica, Ortodoxa e em algumas Igrejas Protestantes, permanece como testemunho vivo dessa herança comum.

A Liturgia é o lugar onde a Igreja se manifesta unida em sua plenitude, alimentando-se da única Mesa da Palavra, que une os cristãos na mesma mesa e no acolhimento do mesmo Evangelho de Jesus Cristo.

Do ponto de vista histórico, os Ritos Litúrgicos Orientais, como os celebrados pelas Igrejas Bizantina, Armênia, Antioquina e Siríaca, constituem patrimônio de toda a cristandade. Apesar das variações rituais, a celebração da Eucaristia mantém o núcleo da fé na presença real de Cristo, elo teológico que sustenta o diálogo ecumênico.

Do ponto de vista espiritual, a Liturgia é participação na oração sacerdotal de Jesus: “Para que todos sejam um” (Jo 17,21). Celebrando, as comunidades cristãs de todos os ritos se unem à súplica de Cristo pela unidade de seus discípulos.

O diálogo ecumênico encontra na Liturgia um ponto de partida e também um ponto de chegada. A visita de Leão XIV a Istambul (novembro 2025), com o encontro com o Patriarca Ecumênico Bartolomeu, incluiu momentos de oração conjunta que expressam a chamada “unidade imperfeita” entre Católicos e Ortodoxos — imperfeita porque ainda não existe comunhão plena na Mesa Eucarística.


Os Sacramentos e a Unidade em Caminho

Já existe o reconhecimento mútuo de Sacramentos, como o Batismo, Confirmação, Matrimônio e outros entre diversas Igrejas cristãs, o que representa avanço concreto e com repercussões diretas para a vida litúrgica das comunidades.

A validade do Sacramento da Ordem em algumas tradições orientais constitui igualmente um progresso importante.

A expressão “unidade imperfeita” refere-se, sobretudo, à Eucaristia. A intercomunhão ainda não é permitida entre católicos e a maioria das Igrejas Ortodoxas e Protestantes, de modo que as celebrações comuns, até agora, se concentram na Liturgia da Palavra e na Liturgia das Horas, como ocorreu durante a viagem do Papa Leão XIV à Turquia.


O Desafio da Comunhão Eucarística

O maior desafio para a unidade plena, portanto, reside na Eucaristia — novamente, a Liturgia no centro da reflexão.

Para a Igreja Católica, a comunhão eucarística é sinal da plena unidade na fé, nos sacramentos e no governo eclesial. As diferenças na compreensão do ministério ordenado e da autoridade papal impedem, por ora, a celebração conjunta da Ceia do Senhor.

Ainda assim, a Eucaristia recorda que, apesar das divisões históricas, todos os cristãos se alimentam da única Palavra e aspiram um dia partilhar, fraternalmente, o mesmo Pão da Vida.


Conclusão

A viagem do Papa Leão XIV à Turquia recorda à Igreja que a unidade dos cristãos é uma vocação inscrita no próprio mistério da fé. A Liturgia, coração pulsante da vida eclesial, continua revelando que aquilo que ainda divide pode ser, pela graça, transformado em caminho de comunhão. Quando diferentes tradições cristãs celebram a mesma Palavra, rezam com os mesmos Salmos, partilham a mesma oração do Pai Nosso e professam o mesmo Credo, tornam-se sinal de que a unidade não é utopia, mas promessa que já começou a se cumprir.

Cada gesto litúrgico, cada oração comum e cada aproximação fraterna tornam-se passos silenciosos, porém firmes, rumo ao dia em que todos poderão sentar-se à mesma Mesa da Eucaristia, reconhecendo-se irmãos e irmãs no único Senhor ressuscitado. A Liturgia permanece, portanto, como o lugar onde a esperança ecumênica encontra sua forma, sua linguagem e sua força, sustentando a Igreja inteira na missão de testemunhar, com humildade e fidelidade, o Evangelho da reconciliação e da paz.

Serginho Valle
Novembro 2025

 

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