4 de mai. de 2016

Benzer-se para começar a Missa

“Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. É assim que iniciamos a Missa, depois da procissão de entrada, acompanhada por uma canção. Iniciamos a Missa benzendo-nos, invocando a proteção da Santíssima Trindade sobre cada um, singularmente, e sobre toda a assembléia celebrante.
            A história da Missa conta que nos primeiros tempos, quando a formação ritual da Missa dava os primeiros passos, não se iniciava a Missa com o Sinal da Cruz. No tempo do Concílio Vaticano II (1963), alguns liturgistas que trabalhavam na reforma do Missal chegaram a considerar desnecessário o Sinal da Cruz para iniciar a Missa, uma vez que o início da Missa acontecia na procissão de entrada. Foi Paulo VI que insistiu e pediu que o Sinal da Cruz fosse conservado como rito que segue à procissão de entrada.
            Nós fazemos três vezes o Sinal da Cruz durante a Missa: depois da procissão de entrada, no momento da proclamação do Evangelho e na despedida, na bênção final. O padre faz ainda o Sinal da Cruz sobre o pão e o vinho no momento da Oração Eucarística e, quando proclama a Oração Eucarística I, faz o Sinal da Cruz sobre si mesmo, implorando a bênção divina.
            Na Liturgia Eucarística ortodoxa, é costume fazer o Sinal da Cruz cada vez que se nomeia o nome de Jesus Cristo. Por isso, na “Divina Liturgia” (nome com o qual os ortodoxos designam a Eucaristia), é normal traçar o Sinal da Cruz várias vezes durante a celebração. Na antiga Liturgia Eucarística do nosso Rito Latino também existiam vários momentos nos quais se traçava o Sinal da Cruz. Alguns conservam ainda hoje o hábito de benzer-se no momento da elevação do Pão e do Vinho consagrados, por exemplo. Outros, depois de comungarem iniciam e concluem sua ação de graças pessoal com um Sinal da Cruz. Como vê, tanto no rito litúrgico como na prática pessoal há o costume de benzer-se em vários momentos da Missa.
            O sentido do Sinal da Cruz, no início da Missa, está na invocação, por palavras e pelo gesto, que a assembléia está reunida em nome da Trindade Santíssima. Com esse gesto, cada celebrante invoca a proteção trinitária sobre todo o seu corpo, recordando e renovando a consagração batismal, uma vez que cada celebrante é marcado com o Sinal de Cristo, que é a sua Cruz redentora. Dado o belo significado do gesto, nunca é demais lembrar a necessidade de valorizar esse rito tão simples no início da Missa procurando fazê-lo de modo consciente e bem feito.

Serginho Valle


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