
A história da Missa conta que nos primeiros tempos,
quando a formação ritual da Missa dava os primeiros passos, não se iniciava a Missa
com o Sinal da Cruz. No tempo do Concílio Vaticano II (1963), alguns
liturgistas que trabalhavam na reforma do Missal chegaram a considerar
desnecessário o Sinal da Cruz para iniciar a Missa, uma vez que o início da Missa
acontecia na procissão de entrada. Foi Paulo VI que insistiu e pediu que o Sinal
da Cruz fosse conservado como rito que segue à procissão de entrada.
Nós fazemos três vezes o Sinal da Cruz durante a Missa:
depois da procissão de entrada, no momento da proclamação do Evangelho e na
despedida, na bênção final. O padre faz ainda o Sinal da Cruz sobre o pão e o
vinho no momento da Oração Eucarística e, quando proclama a Oração Eucarística
I, faz o Sinal da Cruz sobre si mesmo, implorando a bênção divina.
Na Liturgia Eucarística ortodoxa, é costume fazer o Sinal
da Cruz cada vez que se nomeia o nome de Jesus Cristo. Por isso, na “Divina
Liturgia” (nome com o qual os ortodoxos designam a Eucaristia), é normal traçar
o Sinal da Cruz várias vezes durante a celebração. Na antiga Liturgia Eucarística
do nosso Rito Latino também existiam vários momentos nos quais se traçava o
Sinal da Cruz. Alguns conservam ainda hoje o hábito de benzer-se no momento da
elevação do Pão e do Vinho consagrados, por exemplo. Outros, depois de
comungarem iniciam e concluem sua ação de graças pessoal com um Sinal da Cruz.
Como vê, tanto no rito litúrgico como na prática pessoal há o costume de
benzer-se em vários momentos da Missa.
O sentido do Sinal da Cruz, no início da Missa, está na
invocação, por palavras e pelo gesto, que a assembléia está reunida em nome da
Trindade Santíssima. Com esse gesto, cada celebrante invoca a proteção
trinitária sobre todo o seu corpo, recordando e renovando a consagração
batismal, uma vez que cada celebrante é marcado com o Sinal de Cristo, que é a
sua Cruz redentora. Dado o belo significado do gesto, nunca é demais lembrar a
necessidade de valorizar esse rito tão simples no início da Missa procurando
fazê-lo de modo consciente e bem feito.
Serginho Valle
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