
O
embolismo do Pai Nosso foi introduzido no Missal pelo Papa Gregório e contava
ainda com uma suplica intercessora a Nossa Senhora e a santos, mas sempre
intercedendo o livramento do mal. A reforma litúrgica (1963) enxugou o texto
nos moldes propostos do Missal de Paulo VI.
Existe
claramente uma finalidade reforçativa no embolismo, no sentido que reforça o
pedido de uma necessidade para todos os celebrantes junto de Deus: serem livres
do mal para viverem na paz divina. Caracteriza-se também como prece
presidencial, pela qual o sacerdote assume sua função de interceder junto
a Deus uma graça em favor de todo o povo.
O
conteúdo oracional do embolismo do Pai Nosso intercede o livramento do mal e o
dom da paz em vista de participar da vida eterna. Duas graças que são consequentes:
quando se intercede o livramento do mal, entra-se no contexto da paz que é
caminho e condição para participar, já neste vida, da eternidade divina. Num
mundo violento e numa sociedade marcada pela maldade, o embolismo é uma suplica
necessária, que jamais deveria ser omitida pelos padres.
Modo comunicativo
Do
ponto de vista comunicativo, o embolismo do Pai Nosso é uma típica oração
presidencial, como mencionado, por isso feita unicamente pelo padre,
com os braços levantados de modo orante. A assembléia participa da oração
ouvindo-a silenciosamente e intercedendo a libertação e o livramento do mal em
suas vidas.
Sendo
orante, o embolismo não pode ser rezado rapidamente, mas recitado como prece,
seja na pontuação como na entoação da voz. Tenho observado que alguns padres
rezam o embolismo de modo atropelado, praticamente automatizados, sem nenhuma
atenção ao conteúdo. Seria bom que refletissem sobre o conteúdo do mesmo e
a necessidade dele para o momento atual que vivemos.
Doxologia do embolismo
O
embolismo conclui-se com uma doxologia: "vosso
é o Reino, o poder e a glória para sempre". Doxologia é uma
aclamação que proclama a glória divina. No caso da conclusão do embolismo, a
glória divina se manifesta como presença do Reino entre nós e como poder
divino, capaz de nos livrar do mal e nos conceder a sua paz, como irá recitar a
oração da paz, que segue à doxologia do embolismo.
Sendo
doxologia, caracteriza-se como exclamação de louvor da assembléia, proclamando
o Reino, o poder e a glória divina por todo sempre, por toda a
eternidade. Isso significa que a doxologia pode ser proclamada de
modo recitativo, como normalmente se faz, ou cantada. Nas Missas solenes e
naquelas dominicais seria interessante que a doxologia fosse cantada.
Serginho Valle
2017
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