27 de out. de 2017

Algumas dificuldades da Pastoral Litúrgica Paroquial

Anos atrás, escrevi um livro chamado “Pastoral Litúrgica, uma proposta, um caminho” (Loyola/Dehonianos - 1998) que, graças a Deus, continua sendo estudado, refletido e debatido em muitas comunidades. Foram publicadas 4 edições e, recentemente, publiquei o livro em formato ebook, que pode ser adquirido no site do SAL — Serviço de Animação Litúrgica — www.liturgia.pro.br
Quando lancei o livro, muitas pessoas ficaram surpresas com a possibilidade da organização da Pastoral Litúrgica Paroquial (PLP). De fato, como escutei várias vezes, “nossa Pastoral Litúrgica resume-se a uma lista de funções, pendurada no mural da sacristia”. Relato isso em meu livro. Hoje, em tempos tecnológicos, a PLP de muitas paróquias acontece pela distribuição de serviços num grupo de wattsup. Não faz sentido condenar alguém, porque, talvez, a falta de orientação fez perder a riqueza da Pastoral Litúrgica em favor da comunidade e de cada membro da comunidade. Mesmo, assim, gostaria de considerar, a título de avaliação, algumas críticas que ouvi, no tempo que ministrava cursos nas comunidades.

Pastoral do laço
            Descrevo essa prática da “Pastoral do laço” no meu livro com mais calma. Acontece naquelas comunidades que, faltando 10 a 15 minutos para começar a Missa, algumas pessoas da “Liturgia” entram na igreja para “laçar” comentaristas e leitores e, em momentos de desespero, laçar cantores.
Diante da proposta de uma Pastoral Litúrgica organizada, que valoriza o ministério do leitorato, os defensores da “pastoral do laço” reagem e rejeitam a PLP: “não é preciso; afinal, alguma vez faltou leitor ou comentarista na Missa? Se não faltou, para que mais um trabalho e mais reuniões na comunidade?”

“Prá que mudar se a missa começa e termina”
            Outra realidade que impede a organização da PLP vem dos acomodados da “Liturgia”. Têm como lema: “Prá que mudar?”. Prá que mudar se a missa começa e sempre chega ao final? Prá que mudar se o padre sozinho faz os batizados e não incomoda ninguém? Prá que mudar se os casamentos são tão cheios de flores e teatro emocionados e emocionantes?” Depois de tais considerações, arrematam um veredicto fatal: “está bom assim; pra que mudar!”
            O conselho desse pessoal é: “olha, não vamos procurar sarna para nos coçar; vamos continuar como está, pois está bom assim”. E podem continuar 10, 20 ou mais anos neste “marca passo”, quais eternos patinadores, sem sair do lugar.

“Tenho o lugar garantido”
            Outro grupo são aqueles que tem lugar garantido, cadeira cativa para fazer o comentário, as leituras, as preces e cantar na Missa. Normalmente, chegam em cima da hora, e vão direto para o microfone para fazer comentários e leituras e animar a música, sem preparação alguma. É a “Pastoral da cadeira cativa”. “Na Missa das 10hs – dizem – a 1ª leitura é sempre minha.”
            Esse pessoal também dificulta e impede criar a Pastoral Litúrgica na comunidade e argumentam: “isso de criar equipes de celebrações para cada missa, dá muito trabalho; vai ter que fazer reunião uma vez por mês; vai ter que preparar as celebrações... Do jeito que estamos fazendo, está bom”. E, por 10, 20 ou mais anos são sempre os mesmos leitores, o mesmo comentarista, os mesmos cantores cantando as mesmas canções. É a Liturgia é celebrada na mesmice até que vire museu.

“Na hora a gente vê”
            Muitas equipes de celebrações deixam tudo para a última hora. Não se preocupam em preparar leituras, comentários ou escolher as canções. Desculpam-se dizendo: “na hora a gente vê”. Quando é proposta uma caminhada de Pastoral Litúrgica, os músicos aconselham doutoralmente: “o povo gosta do jeito que nós cantamos na igreja e, se gostam, para que mudar?”
            Conheci com um grupo assim. Começaram como grupo de jovens, casaram-se, alguns já são avós e continuam cantando as mesmas músicas do seu tempo de grupo de jovens; continuam fazendo as mesmas procissões de oferendas do tempo de grupo de jovens e continuam achando que vivem há 25 anos atrás.

O folheto tem tudo
            Os mais radicais defensores do “deixa disso” apoiam-se nos folhetos como critério litúrgico para as celebrações. Os ditos cujos interrogam: “para que preparar, se o folheto traz tudo o que precisa ser feito?” Com estes é difícil argumentar. Julgam-se no direito de serem liturgicamente corretos, enquanto “leitores de folhetos” e não admitem que o folhetos podem servir para uma melhor preparação para as celebrações.

Concluindo
            Proponho alguns exemplos de dificuldades; talvez hajam mais relevantes. São dificuldades de emperram o caminho da comunidade porque a celebração Litúrgica, na comunidade, de indivíduos e grupos que consideram a Liturgia e as celebrações como uma função finalizada em si mesmas. Toda celebração tem um alcance maior que simplesmente realizar ritos, fazer leituras e cantar canções. Têm uma finalidade evangelizadora, por exemplo, tem uma finalidade pedagógica na formação do discipulado, tem uma finalidade testemunhal, tem uma importância imprescindível na formação da espiritualidade... Para se corresponder a tais finalidades, não se pode celebrar de qualquer modo, não se pode ter sempre os mesmos leitores como se fossem os únicos testemunhas da Palavra na comunidade; não se pode cantar as mesmas canções, pois cada celebração é cantada de modo diferente e pede canções diferentes.
            Na maior parte das comunidades sem uma PLP organizada percebe-se que as celebrações, especialmente (e infelizmente) da Missa, são atividades rituais de um determinado horário da comunidade. Isso é muito triste, porque reflete a imagem de comunidades paradas, sem iniciativas, sem propostas. O conceito que a Liturgia é cume e fonte de todas as atividades da Igreja (SC10) é verdadeiro e observável em comunidades com PLP dinâmicas e criativas. Comunidades que celebram bem são ativas, vivas e, principalmente criativas não só nas celebrações, mas em todas as atividades da comunidade. A celebração é apenas o espelho da comunidade.
Serginho Valle

Outubro 2017

20 de out. de 2017

Pastoral Litúrgica e evangelização

Na prática, fazer pastoral é dinamizar a comunidade com as características do Bom Pastor (Jo 10). Características tais como: amar o povo, conhecer a comunidade, mostrar o caminho seguro, ser uma porta para que as pessoas acessem o redil do Evangelho e o transformem em fonte de vida. A finalidade de toda pastoral, em última análise, consiste em assumir o mesmo projeto de Jesus Bom Pastor: “eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10). Por isso, a Pastoral Litúrgica não tem, como finalidade primeira e principal, criar belas e atrativas celebrações, mas ser e propor em cada e em todas as celebrações o encontro com Jesus, a fonte da vida plena. Assim, entende-se o valor evangelizador através da Liturgia na formação de uma comunidade de discípulos e discípulas do Evangelho. 
Uma primeira dedução é não transformar a Equipe Litúrgica, que coordena a Pastoral Litúrgica Paroquial em — apenas — uma equipe de criatividade celebrativa. Digo “apenas”, porque a criatividade litúrgica é importante, e torna-se ainda mais importante à medida que entende seu trabalho não para fazer o que “o povo gosta”, mas, para conduzir a comunidade, qual Bom Pastor, nos caminhos do Reino de Deus, que é o caminho do discipulado. O critério principal da pastoral, em síntese, é favorecer o crescimento do discipulado e isso acontece numa comunidade evangelizada.

Lembrando a Palavra da Igreja
Em sua carta pastoral para o início de milênio, São João Paulo II, na “Novo Millenio Ineunte”, ao traçar um plano de pastoral para a Igreja nesta nova etapa da história, pede que toda atividade pastoral olhe para Jesus Cristo, para o seu modo de agir, para o seu modo de ser, para o seu modo de tratar o povo, para que nele se inspirem todas as atividades pastorais. Diz o Papa:

“Agora, já não é uma meta imediata que se apresenta diante de nós, mas o horizonte mais vasto e empenhativo da pastoral ordinária. No respeito das coordenadas universais e irrenunciáveis, é necessário fazer com que o único programa do Evangelho continue a penetrar, como sempre aconteceu, na história de cada realidade eclesial.” (Novo millenio ineunte, n. 29).

Interessante observar que o texto do Papa fala de “o único programa do Evangelho”. Quer dizer, a fonte de toda Pastoral é o Evangelho, ilumina-se no Evangelho e tem por finalidade evangelizar, isto é, colocar o Evangelho na vida das pessoas e nos relacionamentos sociais.  
Ora, isso é extremamente significativo para a Pastoral Litúrgica. Em todas as celebrações, a Igreja celebra o Evangelho, proclama o Evangelho, orienta (homilia) como viver o Evangelho no cotidiano da vida, introduz no caminho do Evangelho (Iniciação Cristã), perdoa quem se desvia do caminho do Evangelho (Penitência) e assim por diante. Nisto se fundamenta a criatividade litúrgica: em celebrar a presença de Jesus (SC 7), que é sempre presença evangelizadora. Ou seja, a Pastoral Litúrgica não tem a preocupação de fazer bem e fazer bonito para transformar as celebrações em espetáculos, mas em vista da evangelização.

Pastoral para o nosso tempo e nossa comunidade
A primeira parte do texto de São João Paulo II, na “Novo Millenio Ineunte”  faz referência ao empenho que a Igreja é chamada a fazer neste novo milênio. O ponto central do texto consiste em mostrar que a Pastoral, nas suas mais diferentes manifestações, tem uma única finalidade: fazer com que o Evangelho, os valores evangélicos, penetre cada mais no relacionamento humano, penetre na sociedade, penetre na comunidade. Para isso se orientam os programas e estratégias pastorais. Lembrando o texto: “é necessário fazer com que o único programa do Evangelho continue a penetrar, como sempre aconteceu, na história de cada realidade eclesial.” 
O programa pastoral, portanto, tem a mesma identidade do programa do Evangelho, mas com um detalhe que necessita atenção: penetre “na história de cada realidade eclesial”. Isso significa que cada comunidade anuncie, celebre e viva o Evangelho com os valores e com a linguagem própria da comunidade. Do ponto de vista Litúrgico: anunciado e celebrado com os valores e com a linguagem da comunidade.
Esta, reconheçamos, é a tarefa mais exigente e mais árdua da Pastoral Litúrgica. Estou falando de inculturação litúrgica, um desafio que nunca deixa sossegada uma Pastoral Litúrgica autêntica e dinâmica. Neste contexto, entende-se que o plano da Pastoral Litúrgica Paroquial precisa conhecer as ovelhas (“pelo nome”, diz Jesus), isto significa que a exigência leva a conhecer as necessidades espirituais, pessoais e sociais do povo da comunidade. Quando isso acontece, então sim, se pode dizer que a comunidade celebra a vida do povo. Eis o desafio da Pastoral Litúrgica. Um belo desafio, penso eu.
Serginho Valle

Outubro de 2017

13 de out. de 2017

Oração, ação e formação na Pastoral Litúrgica

O texto de Ex 17,8-13 narra a luta do povo, comandada por Josué e sustentada pela oração de Moisés. Enquanto Moisés rezava de braços estendidos, o povo vencia os amalecitas; quando Moisés parava de rezar, o povo começava a ser derrotado. A luta foi vencida pela oração e pela ação. Gosto deste texto para ilustrar o trabalho da Pastoral Litúrgica na comunidade: oração e ação.
Isso significa que a Pastoral Litúrgica não atua somente no contexto oracional e nem somente no contexto ativo. Há a necessidade de que oração e ação sejam como duas rodas que levem a comunidade a bom termo deste trabalho.  Ou, dizendo de outro modo, e de modo mais privilegiado, a necessidade que a atividade da Pastoral Litúrgica seja sustentada pela oração. Uma apoiando a outro.
Este apoio mútuo é facilmente identificado no nosso texto Bíblico. Tanto Moisés como Josué foram convocados por Deus para servir o povo, mas missões diferentes: rezar e lutar. Eis uma boa imagem dos membros da Pastoral Litúrgica: ser, ao mesmo tempo, Moisés (orantes) e Josué (ativos). São duas rodas, como de uma bicicleta, que equilibra a Pastoral e faz caminhar em frente.
A experiência demonstra que uma Equipe litúrgica que concentra sua Pastoral unicamente na oração e em celebrações, facilmente cai no comodismo e na produção de celebrações sentimentalistas, para emocionar. Do outro lado, a Equipe Litúrgica que se concentra só na atividade, cai no ativismo e, neste caso, para mostrar trabalho enche as celebrações de pendulicários, transformando-as em teatro, em procissões e apresentações de símbolos e sinais, recheadas de canções e coreografias. Em ambos os casos, o desequilíbrio é notório. Por isso, para se evitar o desequilíbrio existe um terceiro elemento.
Sabemos que a graça da oração é garantida por Deus. Mas nosso empenho, nosso agir, precisa de um fundamento para que seja frutuoso. Tal fundamento encontra-se no estudo, na formação dos membros da Pastoral Litúrgica. Rezar para vencer a luta, como fazia Moisés, mas agir com inteligência e fundamentados na Teologia e na Espiritualidade Litúrgica. Sobre a Espiritualidade Litúrgica dedicarei um estudo, oportunamente. Para o momento, vamos nos ater somente na Formação Teológica.


Formação teológica na Pastoral Litúrgica
Sobre a formação dos membros da Equipe Litúrgica, aqueles que conduzem e coordenam a Pastoral Litúrgica na comunidade, a Igreja fala da importância e da necessidade da formação. Sobre isso, vários são os documentos que orientam sobre a formação litúrgica a quem atua na Pastoral Litúrgica da comunidade. Vou ficar com o que diz o Documento da CNBB, 43, n. 195, que define a formação como ampla e profunda.

“Tenha-se presente que a grande meta dessa formação ampla e profunda é preparar agentes para a aculturação e a inculturação da Liturgia, porque homens e mulheres que vivem as duas realidades, a sócio-cultural e a celebrativa, poderão facilitar a tarefa para os responsáveis por este processo.” 

As duas palavras, “aculturação” e “inculturação”, merecem destaque. Ambas querem dizer, basicamente, o seguinte: a necessidade de levar os elementos da cultura para dentro da celebração e de levar os elementos da Liturgia (os valores do Reino de Deus, o Mistério Pascal com sua força salvadora...), para dentro da cultura, onde vive a comunidade. Na prática, isto significa o empenho para colocar a vida social e cotidiana na celebração e, de outro lado, levar o que se celebra, os valores do Reino de Deus com todas suas dimensões, para o meio da vida. 
Esta tarefa, como se deduz, não é algo simples, exige conhecimento, formação do que seja Liturgia, compreensão clara do que é celebração litúrgica, conhecimento da linguagem litúrgica, da comunicação litúrgica e, igualmente, conhecimento da comunidade. Não basta, portanto, o conhecimento teórico da Liturgia, para que seja eficaz, do ponto de vista transformador; se faz necessário o conhecimento do contexto cultural comunitário onde é celebrada a Liturgia. Este é um grande trabalho e um trabalho multidisciplinar. Estudar a Liturgia e iluminá-la com as luzes de outras ciências.
Pela carência do conhecimento Litúrgico, por parte da Equipe Litúrgica, leva a correr o risco de transformar a Liturgia em cerimônias e as celebrações em shows ou teatrinhos. É a preocupação de “fazer bonito”, esquecendo que o mais importante é promover o encontro com Deus, com seu projeto divino e com o irmão. Só mesmo o estudo e a formação séria coloca a Equipe Litúrgica num caminho seguro e frutuoso.

Conclusão
Considerando tudo isso — mas tudo isso é apenas uma anotação em vista do que a Igreja propõe em termos de formação litúrgica a quem atua na Pastoral Litúrgica —volto ao que dizia em outra oportunidade: boa vontade ajuda, mas não favorece um empenho satisfatório e frutuoso em termos de Pastoral Litúrgica. Deduz-se, portanto, que é imprescindível que os membros da Pastoral Litúrgica, de modo especial a Equipe Litúrgica da comunidade, esteja “imbuída do espírito litúrgico”; conheça, de fato e com profundidade, o terreno onde é chamada a cultivar as sementes do Reino. Numa palavra: ESTUDAR, REZAR E AGIR.
Serginho Valle
Outubro de 2017


6 de out. de 2017

Duas finalidades da Pastoral litúrgica

Muitas vezes se fala de Pastoral Litúrgica e sequer sabemos direito o que vem a ser e nem como funciona a Pastoral Litúrgica. Por isso, na prática, muito esforço é perdido em termos de Pastoral Litúrgica, sem se chegar a lugar algum, pois pode ser que os passos estejam sejam dados em estradas marginais e não no caminho principal. Por isso, é necessário e importante considerar algumas noções do que seja Pastoral Litúrgica. Da mesma forma, não se veem frutos da Pastoral Litúrgica por não se conhecer uma das finalidades prioritárias da Pastoral Litúrgica: a vivência do discipulado.
A Constituição Litúrgica Sacrossanctum Concilium (SC), no nº 9, deixa claro que nem tudo é Liturgia na comunidade. A comunidade, como bem sabemos e conhecemos pela experiência, precisa ocupar-se com outras pastorais, cada qual com suas finalidades bem específicas. A Pastoral Catequética, por exemplo, tem a finalidade de promover a formação catequética na comunidade em todas as faixas etárias. A Pastoral Familiar atende as famílias, ajudando-se na santificação pela vivência dos valores evangélicos em família. A Pastoral da Criança trabalha com as famílias carentes proporcionando educação e assistência.... Por isso, a pergunta é esta: o que é específico, do ponto de vista prático, na Pastoral Litúrgica?
A Pastoral Litúrgica tem entre suas finalidades a preparação e o serviço celebrativo para favorecer a participação plena e consciente em todos os celebrantes. Esta é uma finalidade. Outra finalidade, quase sempre esquecida ou pouco valorizada, é
favorecer a passagem da prática ritual para a prática vivencial. As três palavras que ajudam compreender a finalidade da Pastoral Litúrgica são: passagem, prática ritual e prática eclesial. Na prática é muito simples compreender tal finalidade da Pastoral Litúrgica. Significa que aquilo que celebramos nas Liturgias da Igreja devem ser vividas na vida cotidiana, devem se traduzir em atitudes, em práticas existenciais concretas na vida pessoal e na vida comunitária. Assim, o Batismo celebrado é vivenciado através do discipulado; o perdão celebrado na Liturgia da Penitência é vivenciado pela conversão contínua. E assim com todas as celebrações sacramentais.
A prática ritual é o modo litúrgico de celebrar, com elementos da Teologia Litúrgica, da linguagem litúrgica; envolve a preparação das celebrações, etc... A prática eclesial é como esta celebração favorece nos celebrantes a vivência concreta através do discipulado; como vivem aquilo que celebram. O contato santificador, do qual todos os celebrantes participam, pela celebração litúrgica, como está escrito na SC 10, deve transformar-se em vida, em Evangelho vivo na comunidade. (Pela Liturgia louvamos a Deus, ele nos santifica para vivermos esta santidade na comunidade – SC 10). 
Disto decorrem, para a Pastoral Litúrgica, três funções e finalidades características:
·         Ajudar as pessoas a celebrar de modo participativo e consciente a Salvação de Jesus Cristo (dimensão memorial e santificadora).

·         Favorecer a participação ativa e consciente nas celebrações (dimensão celebrativa).

·         Favorecer nos celebrantes a proposta de viver o que celebram (dimensão pedagógica e existencial).

Para que cada uma destas funções e finalidades seja realizada e alcançada com qualidade existe todo um trabalho a ser realizado em nível de Pastoral Litúrgica. Por isso, como dito em outro artigo, a Pastoral Litúrgica não se limita a organizar lista de leitores e músicos para os finais de semana. A Pastoral litúrgica tem uma finalidade celebrativa, podemos dizer, e junto a essa, uma finalidade existencial. Celebra-se o Mistério Pascal de Jesus Cristo para que este seja vivenciado no concreto da vida de cada celebrante.
Para que este trabalho pastoral seja realizado de modo proveitoso e frutuoso, exige-se um conteúdo formativo da parte dos agentes da Pastoral Litúrgica. Por isso, para se participar da Pastoral Litúrgica, especialmente quem faz parte da Equipe Litúrgica Paroquial, pede-se (eu colocaria como exigência) uma formação básica em Liturgia e uma formação básica em Pastoral.
Serginho Valle

Outubro de 2017
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