
Quanto
ao momento do rito do Pai Nosso, na diferentes Liturgias Eucarísticas existe
uma variedade considerável. Na nossa Liturgia Romana, por exemplo, o rito do
Pai Nosso é realizado depois da Oração Eucarística, iniciando os ritos
preparatórios da comunhão. Dizem os historiadores da Liturgia, que o mesmo o
Pai Nosso foi colocado neste momento da Missa pelo Papa Gregório Magno. Na
Liturgia Mossarabe era recitado depois da “fractio Panis” (fração do pão), na
Liturgia Ambrosiana, depois de colocar o pão dentro do vinho (comixtio). Nas
Liturgias Orientais, tem seu lugar (quase sempre) depois da fração do pão.
Uma
curiosidade histórica, a introdução do convite ao Pai Nosso, na Missa, teria sido
iniciada por Santo Agostinho, dizendo: “praeceptis salutaribus moniti...” até
se dizer, como ainda hoje acontece: “audemos dicere: Pater noster” (ousamos
dizer: Pai nosso).
Proposta comunicativa
Do
ponto de vista ritual, o Pai Nosso é introduzido por um convite. Ressalto que, sendo
convite — e não monição — é uma fórmula breve, como é próprio de um convite no
rito litúrgico, feito com poucas palavras.
O
Missal de Pio V tem uma única fórmula: “Præceptis salutaribus moniti, et divina
institutione formati, audemus dicere: Pater noster” O Missal de Paulo VI conservou a
mesma fórmula e introduziu novas fórmulas e, através de tais fórmulas, abriu a
possibilidade de se servir da criatividade litúrgica para formular o convite à
assembléia para juntos rezarem a Oração ensinada por Jesus
O
exercício da criatividade litúrgica, na Oração do Pai Nosso, inspira-se na
Palavra proclamada em cada celebração ou no contexto celebrativo de cada Missa.
Assim, se a Palavra faz referência à humildade, o convite poderá ser formulado
com um pensamento que faça referência à humildade. Se o contexto celebrativo
for missionário, então o convite poderá fazer referência à missionariedade.
Um exemplo: “Com o coração humilde
rezemos juntos a oração que o Senhor nos ensinou:...” Outro exemplo: “Chamados a ser missionários e missionárias
em nossa sociedade, elevemos nossa oração ao Pai como Jesus nos ensinou:...”
Uma
vez que nossa abordagem, aqui no blogger, contempla o aspecto comunicativo,
volto a insistir que o presidente faz um convite e não uma monição; e, muito
menos, um mini-sermão. Transformar o convite ao Pai nosso em falatório é criar
um ruído, do ponto de vista comunicativo.
Modo de rezar
A
Liturgia propõe a oração do Pai Nosso em forma recitativa ou cantada. Nas
celebrações mais solenes, bem como naquelas dominicais, é comum cantar o Pai
Nosso. Nas celebrações semanais e similares a estas, o Pai Nosso é recitado. Em
algumas comunidades existe o costume de rezar o Pai Nosso gesticulando cada
passagem do mesmo, elevando as mãos para o alto (Pai nosso, que estais nos céus) ... colocando a mão no coração (perdoai as nossas ofensas). É um modo de
rezar que pode ser pedagógico especialmente importante para as crianças.
A
conclusão do Pai Nosso, na Liturgia da Missa, não acontece com o “amém”, pois a
oração continua com um embolismo e se conclui com a aclamação do
poderio e da glória divina para sempre. Sobre este tema, tratarei no próximo
artigo.
Serginho Valle
2017
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