Nesta
sexta e ultima menção ao processo comunicativo sobre a proclamação da Oração
Eucarística, faço referência à linguagem musical. Uma menção bem simples, com
apenas alguns acenos, a título de reflexão e com a finalidade de inentivar novas
pesquisas nesta área. É interessante considerar que a única canção prevista, no
contexto da Oração Eucarística, é o canto do “Sanctus”, o "Trisagion".
Prevista, mas com um “ad libitum”, como explicitado no Missal, na conclusão do
Prefácio, quando o padre convida a assembléia a cantar: “cantando a uma só voz”. O “ad libitum” é proposto de modo
indireto, entre parênteses: (dizendo). Uma espécie de recado para lembrar que a
Oração Eucarística se caracteriza como uma peça orante para ser proclamada com
a linguagem recitativa.
Apesar
desse pormenor, todas as partes da Oração Eucarística podem, em princípio, ser
cantadas. Atualmente, as partes da Oração Eucarística são cantadas em tom
gregoriano, como é o caso do diálogo prefacial e, da mesma forma, quando se
canta o próprio Prefácio.
Depois
da reforma litúrgica de 1963, com a introdução do "Mysterium fidei"
(Mistério da fé), também esta aclamação passou a ser cantada, não em tom
gregoriano, mas em diferentes melodias dos tons modernos. Juntamente com esta
aclamação, as aclamações assembleares usadas na Oração Eucarística do Missal
Romano traduzido para o português, também são cantadas nas Missas mais
festivas.
Outra
parte, normalmente, cantada da Oração Eucarística é a grande doxologia:
"por Cristo, com Cristo e em Cristo", juntamente com o grande e
solene amém. Esta grande doxologia, na verdade, deveria ser rito cantado,
principalmente nas Missas dominicais, concluindo assim de modo solene a Oração
Eucarística com uma bela melodia para o amém conclusivo.
No
Brasil, existem algumas composições musicais que cantam outras partes da Oração
Eucarística, como por exemplo, a bela composição de Pe. Zezinho, scj para a
Oração Eucarística V. No caso desta composição musical, Pe. Zezinho
musicou o louvor inicial e a epiclesis (invocação do Espírito Santo); musicou
igualmente a segunda epiclesis, aquela da unidade, e a invocação pela Igreja,
além das aclamações assembleares e a doxologia final. Existem também autores
que fizeram composições musicais próprias para o rito consacratório do
Pão e do Vinho ou de toda a “narratio”: “Jesus tomou o pão...”
O
campo para composições musicais na Oração Eucarística, mesmo com o recado de
que esta seja proclamada de modo recitativo, está em aberto. Considero e avalio
que o modelo da Oração Eucarística V, musicada por Pe. Zezinho,scj, é oportuno
por contar com partes cantadas e recitadas. Além de considerar a possibilidade
de musicar a Oração Eucarística, é importante considerar o cantor, no caso, o padre.
Este deve ser afinando e saber cantar para não provocar nenhum tipo de ruído na
Oração Eucarística.
Serginho Valle
2017.
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