A
oração dos fiéis é um rito orante que conclui a Liturgia da Palavra. Como em todo rito, no contexto celebrativo da Liturgia da
Palavra, a Oração dos fiéis é presidida e pelo padre e proclamada por um ou
vários intercessores. Repetindo,
sendo processo normal da Liturgia da Palavra, a oração dos fiéis é prece,
composta de várias intenções (pedidos) proclamada diante de Deus e diante da
comunidade. Não é, portanto, recitada em conjunto.
O padre exerce seu ministério
presidencial na Oração dos fiéis pela monição inicial, formulada em forma de
convite. E, depois da proclamação das preces, ele a conclui com uma oração que,
dada as circunstâncias, deveria ter a estrutura das orações coletas: invocação
ao Pai ou ao Filho, memorial breve, súplica e conclusão doxológica simples. O
diácono, quando presente, exerce seu ministério anunciando as intenções de cada
prece que será proclamada. Mais uma vez, é importante entender que a Oração dos
fiéis, por ser proclamativa não é recitada por toda a assembleia, mesmo que esta
seja dividida em dois coros. É um dado importante, pois se corre o risco de
transformar a Missa em recitação de formulas, com muita falação e pouco espaço
para a oração, até mesmo quando o momento é orante.
As intenções são proclamadas por um ou vários ministros
intercessores, dependendo das circunstâncias contextuais de cada celebração. Ou ainda, dependendo
da estrutura da prece. Isto acontece, por exemplo, em súplicas que se
inspiram numa frase bíblica ou quando se anuncia a intenção antes da prece.
Estrutura
da oração dos fiéis
A oração dos fiéis compõe-se de uma
monição em forma de convite, feita pelo padre. Seguem-se as intenções, que normalmente
são em número de cinco. Depois, a oração é concluída com a oração do padre, em forma de estrutura de coleta, como dito acima.
Como toda monição, esta da oração dos fiéis, é feita de modo breve, inspirando-se na Palavra
proclamada ou mesmo em algum pensamento da homilia que merece destaque especial em função de motivar o convite para a oração dos
fiéis.
As intenções também são breves e
podem ser formuladas em forma de súplicas simples, como por exemplo: “rezemos
pela Igreja e pelos nossos pastores”. Pode também ser formulada em forma de
prece: “concedei, Senhor, paz a toda a Igreja e sabedoria aos nossos pastores”.
Outra possibilidade é inspirar a intenção numa frase bíblica de cada uma das
leituras ou, inspirar a prece numa necessidade particular, como por exemplo: “rezemos
pelas pessoas que sofrem o drama da enchente”.
A oração conclusiva é presidencial. Pessoalmente
não considero litúrgico concluir o rito da oração dos fiéis com “orações
temáticas”, como por exemplo, da Campanha da Fraternidade ou uma oração
vocacional por ser o Domingo dedicado às vocações. Da mesma forma, uma vez que
as preces são dirigidas ao Pai ou a Jesus Cristo, não tem sentido concluí-las
com uma Ave Maria ou com alguma oração devocional dirigida a algum santo ou
santa.
A participação da assembléia
acontece com um refrão, que tem o formato intercessor responsorial. Este pode
ser recitado ou cantado. Existe ainda a possibilidade de um refrão diferente
para cada prece. Mas,
para este segundo modo se realizar é necessário que todos tenham acesso ao
refrão.
Processo
comunicativo
O processo comunicativo no rito da
oração dos fiéis é bem simples e já foi explanado no decorrer deste comentário.
O convite é feito pelo padre, da cadeira presidencial, e as preces são
proclamadas pelo intercessor ou intercessores do ambão.
São proclamadas do ambão, e não de uma estante qualquer e nem mesmo do meio
da assembléia, com pessoas “gritando” as preces para serem ouvidas. São proclamadas
do ambão porque fazem parte da Liturgia da Palavra; além disso porque é a
Palavra de cada Missa que motiva as intenções, no contexto existencial onde
acontece a celebração. Em certo sentido, as preces dos
fiéis é uma forma de resposta à Palavra de Deus, da parte de quem intercede a
ajuda divina para poder corresponder com a vida à Palavra proclamada. Por isso,
as preces podem estar sintonizadas com cada uma das leituras e com o salmo
responsorial, mais uma ou duas preces pelas necessidades da comunidade.
Ainda dentro do processo comunicativo, a título de
lembrança, as preces podem ser cantadas. Hoje, existem várias melodias para
esta finalidade. Trata-se de um modelo comunicativo que pode ser adotado em
celebrações solenes e festivas da comunidade.
Serginho Valle
2016
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