13 de mai. de 2016

De pé

Ficar ou estar de pé é a posição natural do homem (“homo erectus”, diz o latim). No meio da criação, a posição do estar de pé é sinal de nobreza, de distinção entre todas as criaturas. Antigos textos dizem que o olhar humano, por estar de pé, domina a terra e se eleva para os céus. A parábola do fariseu e publicano descreve a atitude orante de quem se coloca diante de Deus para rezar: de pé, mas sem erguer os olhos para o alto (Lc 18,10-13). Ou seja, mesmo de pé, o homem e a mulher sabem que não estão a altura de Deus, embora reconheça que, graças a encarnação, podem olhar  e contemplar os olhos divinos olhando nos olhos de Jesus Cristo. O estar de pé, na celebração litúrgica é um gesto (ou uma atitude) que simboliza a posição de quem está vivo e ressuscitado, participante da ressurreição de Jesus, pelo Batismo (Rm 6,3-5).
            O gesto litúrgico do “estar de pé” é também um momento para evocar o desejo humano de elevar as mãos, durante a oração, e mostrar o coração a Deus. Quando rezamos na celebração litúrgica, abrimos os braços para que Deus veja nosso coração. Assim faz o padre que preside as celebrações litúrgicas sempre que se coloca diante de Deus para interceder pelo povo. Assim, espontaneamente, o povo introduziu o gesto de abrir os braços em vários momentos celebrativos, como no Pai nosso, por exemplo.
O estar de pé é a principal atitude celebrativa, que não se limita ao momento celebrativo, mas está presente no celebrante que se dispõe ao envio. É um gesto de prontidão para participar das procissões (entrada, ofertas e comunhão, na Eucaristia, mas também nas procissões celebrativas realizadas nos ritos batismais, por exemplo). É, como dizia, um gesto de quem de coloca respeitosamente diante de Deus, disponível para participar da missão decorrente de cada celebração litúrgica. Expressa, pois, a prontidão dos celebrantes para ir ao encontro de Deus, em atitude de humildade, e com a disposição de quem se propõe a acolher o envio evangelizador, que acontece no final de todas as celebrações.

Serginho Valle
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