Um
tempo muito rico e muito especial, do ponto de vista Litúrgico, acontece no
decorrer deste mês de março, a partir da quarta-feira de cinzas. Estou falando
da Quaresma que, neste ano de 2017, será vivenciada e celebrada, praticamente,
no decorrer de todo o mês de março.
É
também um tempo especial do ponto de vista da espiritualidade pessoal e
comunitária. Trata-se de um convite que a Igreja faz a cada um, pessoalmente, para
irmos ao deserto com Jesus. Ali, no silêncio do deserto, teremos as
condições necessárias para silenciar e entrar em contato conosco mesmos para
avaliarmos como está nossa vida espiritual, se estamos crescendo ou estagnados
em nossa caminhada espiritual.
Dois primeiros Domingos
Os
dois primeiros Domingos da Quaresma têm o mesmo Evangelho, nos Anos A, B e C. Muda,
sim, o evangelista. No 1º Domingo da Quaresma, relata-se o Evangelho da
"tentação de Jesus", no 1º Domingo, e, o Evangelho da
"Transfiguração do Senhor", no 2º Domingo.
Em
comum, os Evangelhos deste Domingo ressaltam o silêncio do deserto e da
montanha como locais para o encontro com Deus. Ainda em comum o destaque para a
força vinda de Deus para vencer as tentações e, a mesma força divina para
encorajar os Apóstolos, com a Transfiguração; encorajamento necessário para
quando vissem o Senhor desfigurado, no alto da Cruz.
Dois
elementos apenas, a serem considerados a partir dos dois primeiros Domingos da
Quaresma: o silêncio e a força divina como propostas pedagógicas para vivenciar
espiritualmente a Quaresma.
Demais Domingos Quaresma
A
Quaresma do “Ano A”, que celebramos neste ano, tem a característica de ser uma
Quaresma catequética, iluminada pelo caminho catecumenal da Iniciação
Cristã. Assim, no 3º Domingo da Quaresma - A, os celebrantes são
colocados diante do símbolo batismal da água. A fonte da água viva que o Senhor
fez brotar no deserto (1L) para se libertar o povo da escravidão e da sede, é
figura da libertação que alcançamos quando somos mergulhados nas águas
batismais. Mergulhar na água do Batismo é mergulhar no Espírito Santo, como
ensina Jesus à Samaritana.
No
4o Domingo, a Liturgia coloca dois símbolos batismais: o óleo (1L) e a luz (E).
Com o óleo somos ungidos com o dom do Espírito Santo de Deus, que penetra em
nossas vidas como o óleo penetra em nosso corpo. Com a vela, Jesus coloca sua
luz divina em nossos olhos para ver a realidade da vida com a mesma luz
divina. Um Domingo para refletirmos a viver iluminados pela luz do
Espírito Santo de Deus.
Por
fim, o ultimo Domingo traz o símbolo da veste branca, com a qual somos
revestidos com a veste divina. O símbolo encontra-se no ressuscitamento de
Lázaro, quando Jesus pede que sejam retiradas as vestes de morte para
revesti-lo com vestes novas. Vestes que recebemos no dia do Batismo, sinal
da vida nova realizada com atitudes e por comportamentos iluminados e pautados
à luz do Evangelho.
Serginho Valle
2017
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