Depois
da secreta da comunhão, e isto significa após um momento de silêncio, o padre
apresenta o Corpo do Senhor e convida os celebrantes a se aproximarem da Mesa
Eucarística.
É
um rito muito simples, quase silencioso. O padre conclui a secreta da comunhão,
faz a genuflexão diante do Santíssimo e o apresenta aos celebrantes com uma
formula de convite para comungar a Eucaristia. Depois o padre comunga o Corpo e
o Sangue do Senhor.
O
Missal Romano propõe seis formulas para o convite. A mais
conhecida é: "Felizes os
convidados para a Ceia do Senhor". Logo em seguida, o padre apresenta
o Corpo de Cristo dizendo: "Eis o
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo". Os celebrantes
participam dizendo: "Senhor, eu não
sou digno que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo".
Fórmulas Bíblicas
Facilmente
percebido, trata-se de convites inspirados na Bíblia, especialmente no
Evangelho e no Sl 34. Propostas que se inspiram na “Ceia do Senhor” (Mt
26,26-29; 1Cor 10,14-22 e outros textos); aclamação da assembléia inspira-se no
encontro de Jesus com o centurião romano (Mt 8,8). As demais fórmulas contendo
as expressões: “banquete nupcial do Senhor” (Mt 22,1-4); “luz do mundo” (Jo
8,12); “minha carne e meu sangue” (Jo 6,56); “bondade divina e refúgio no
Senhor” (Sl 34,8); “pão vivo” (Jo 6,51). Todas os convites, como dito, de
inspiração Bíblica e relacionados ao contexto Eucarístico.
Outras formulas para o
convite
As
propostas dos convites no Missal indicam duas direções para a criatividade
litúrgica em vista de compor outros convites. A primeira, que os convites
tenham inspiração Bíblica, prevalentemente evangélica. Neste sentido, excluam-se
convites de cunho emocional, como por exemplo: "vejam quem está aqui como
prova de amor por nós." Não comporta igualmente monições, feitas em modo
de reflexões, pedindo para fechar os olhos, abrir coração... O rito que convida
para comungar a Eucaristia é um rito em forma de convite e, como é
característico dos convites litúrgicos, são ritos breves, isto é, feito apenas
por um convite e com um convite.
Quer
dizer que é preciso, então, limitar-se às formulas do Missal? Diria que
não, porque o Missal, de modo implícito, oferece uma pista para se criar outras
fórmulas de convites. Isso significa, do ponto de vista litúrgico,
formular o convite para a comunhão inspirando-se no Evangelho do dia. Tal
prática fundamenta-se na relação que a Mesa da Palavra mantém com a Mesa
Eucarística. Aquilo que foi comungado na Palavra é comungado na
Eucaristia. Um modo de estabelecer tal relação é evocando o Evangelho,
transformando-o em convite para a Comunhão.
Suponhamos
que a celebração esteja proclamando o Evangelho do Bom Pastor. O convite poderá
ser formulado com a palavra de Jesus: "eu
sou o bom pastor". Ou se o Evangelho for a parábola do Pai
Misericordioso. O convite poderá ser feito do seguinte modo: "na casa do meu pai tem comida em
abundância".
Com
criatividade litúrgica é possível unir facilmente a Mesa da Palavra com a Mesa da
Comunhão através do convite para comungar o Pão e o Vinho Eucarísticos.
Serginho Valle
Julho 2017
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