24 de mar. de 2018

Pastoral Litúrgica e seus sintomas

O primeiro momento para uma avaliação pastoral é fazer um levantamento que demonstre o processo e a dinâmica da pastoral. Isto, evidentemente, vale também para a Pastoral Litúrgica (PL). O início da PL começa com um levantamento, uma avaliação capaz de visualizar a sua dinâmica.
Os sintomas são sinais indicativos de uma dinâmica, de alguma energia que favorece ou desfavorece os resultados esperados. Por isso, os sintomas podem contemplar aspectos positivos, mas no contexto próprio da sintomatologia, na fisiologia ou psicologia, por exemplo, os sintomas são indicativos de energias que impedem o bom funcionamento da dinâmica vital. No nosso caso, do processo celebrativo em tudo aquilo que isso comporta, desde a consciência do que se celebra até o grau de participação e as consequências na vida prática.
Assim como no corpo, os sintomas se manifestam através de sinais e de comportamentos, os sintomas da Pastoral Litúrgica também se manifestam por sinais e por comportamentos. Para se avaliar este aspecto, o primeiro aspecto a ser considerado é como a PL atua na comunidade. Para isso, é necessário fazer um levantamento sério, objetivo e sincero do "comportamento" da PL na comunidade. 
Este levantamento pode ser processado de diferentes formas. Uma delas, por exemplo, é fazer uma pesquisa avaliativa com os membros de toda comunidade, ou por meio de amostragem. Tal avaliação é realizada com questionários de avaliação qualitativa. Para este trabalho, é recomendável contar com a ajuda de especialistas em estatística e com conhecimento de interpretação de pesquisas. Com isso, estou dizendo que se trata de um trabalho profissional, digamos assim, que ultrapassa avaliações simplistas do tipo gosto não gosto, ou bonito feio. É um trabalho que visa conhecer causas e possíveis manias que não favorecem a qualidade do serviço litúrgico e a finalidade deste serviço para a comunidade e para cada membro da comunidade. 
Algo necessário para uma boa avaliação sintomática da PL é ter claro o objetivo da avaliação. O que a Equipe Litúrgica quer saber com a pesquisa. O leque pode ser grande. Pode ser que a Equipe Litúrgica queira avaliar o grau de participação, avaliar a qualidade comunicativa dos ministros, a criatividade das equipes de celebração, o efeito espiritual na vida dos celebrantes, como está acontecendo a evangelização através da Liturgia, etc. Uma boa pesquisa de avaliação oferece uma fotografia com todos estes focos e dá destaque aqueles desfocados, onde agir para acertar o foco.  
A avaliação da PL considera os objetivos da Equipe Litúrgica paroquial. Entende-se que sejam objetivos que visam o encontro com Jesus Cristo, o ingresso e o aprofundamento no discipulado. Um processo que acontece com os elementos celebrativos da adoração, louvor, oração, anuncio e reflexão da Palavra... A avaliação mostrará os sintomas, os sinais que estão dificultando ou impedindo alcançar o objetivo. Mostrará a energia negativa (doentia) que impede resultados saudáveis naquilo que é natural para a PL.
Outra função da sintomatologia da PL é ajudar a Equipe Litúrgica a encontrar caminhos para o bom exercício da PL. É um dado importante porque, uma vez que se conhece o distúrbio, ou os distúrbios, é possível tomar as medidas necessárias para a cura, para mudança  do caminho em vista dos objetivos propostos que, repito, não consiste unicamente em “celebrar bem e bonito”, mas em celebrar com qualidade e com resultados na vida dos celebrantes.
Concluo consciente que muitas outras frentes podem ser consideradas num processo avaliativo da PL. O objetivo deste artigo não tem caráter de abrangência total. Quer ser apenas uma espécie de grito para chamar atenção desta importante atividade da PL, a atividade de sempre avaliar a dinâmica do trabalho e os resultados que se está colhendo.
Serginho Valle 
Fevereiro 2018 


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