O
primeiro momento para uma avaliação pastoral é fazer um levantamento que
demonstre o processo e a dinâmica da pastoral. Isto, evidentemente, vale também
para a Pastoral Litúrgica (PL). O início da PL começa com um levantamento,
uma avaliação capaz de visualizar a sua dinâmica.
Os
sintomas são sinais indicativos de uma dinâmica, de alguma energia que favorece
ou desfavorece os resultados esperados. Por isso, os sintomas podem contemplar
aspectos positivos, mas no contexto próprio da sintomatologia, na fisiologia ou
psicologia, por exemplo, os sintomas são indicativos de energias que impedem o
bom funcionamento da dinâmica vital. No nosso caso, do processo celebrativo em
tudo aquilo que isso comporta, desde a consciência do que se celebra até o grau
de participação e as consequências na vida prática.
Assim
como no corpo, os sintomas se manifestam através de sinais e de comportamentos,
os sintomas da Pastoral Litúrgica também se manifestam por sinais e por
comportamentos. Para se avaliar este aspecto, o primeiro aspecto a ser
considerado é como a PL atua na comunidade. Para isso, é necessário fazer um
levantamento sério, objetivo e sincero do "comportamento" da PL na
comunidade.
Este
levantamento pode ser processado de diferentes formas. Uma delas, por exemplo,
é fazer uma pesquisa avaliativa com os membros de toda comunidade, ou por meio
de amostragem. Tal avaliação é realizada com questionários de avaliação
qualitativa. Para este trabalho, é recomendável contar com a ajuda de
especialistas em estatística e com conhecimento de interpretação de pesquisas.
Com isso, estou dizendo que se trata de um trabalho profissional, digamos
assim, que ultrapassa avaliações simplistas do tipo gosto não gosto, ou bonito
feio. É um trabalho que visa conhecer causas e possíveis manias que não
favorecem a qualidade do serviço litúrgico e a finalidade deste serviço para a
comunidade e para cada membro da comunidade.
Algo
necessário para uma boa avaliação sintomática da PL é ter claro o objetivo da
avaliação. O que a Equipe Litúrgica quer saber com a pesquisa. O leque pode ser
grande. Pode ser que a Equipe Litúrgica queira avaliar o grau de
participação, avaliar a qualidade comunicativa dos ministros, a criatividade
das equipes de celebração, o efeito espiritual na vida dos celebrantes, como
está acontecendo a evangelização através da Liturgia, etc. Uma boa
pesquisa de avaliação oferece uma fotografia com todos estes focos e dá destaque
aqueles desfocados, onde agir para acertar o foco.
A
avaliação da PL considera os objetivos da Equipe Litúrgica paroquial.
Entende-se que sejam objetivos que visam o encontro com Jesus Cristo, o
ingresso e o aprofundamento no discipulado. Um processo que acontece com os
elementos celebrativos da adoração, louvor, oração, anuncio e reflexão da
Palavra... A avaliação mostrará os sintomas, os sinais que estão dificultando
ou impedindo alcançar o objetivo. Mostrará a energia negativa (doentia)
que impede resultados saudáveis naquilo que é natural para a PL.
Outra
função da sintomatologia da PL é ajudar a Equipe Litúrgica a encontrar
caminhos para o bom exercício da PL. É um dado importante porque, uma vez que
se conhece o distúrbio, ou os distúrbios, é possível tomar as medidas
necessárias para a cura, para mudança do caminho em vista dos objetivos
propostos que, repito, não consiste unicamente em “celebrar bem e bonito”, mas
em celebrar com qualidade e com resultados na vida dos celebrantes.
Concluo
consciente que muitas outras frentes podem ser consideradas num processo
avaliativo da PL. O objetivo deste artigo não tem caráter de abrangência total.
Quer ser apenas uma espécie de grito para chamar atenção desta importante
atividade da PL, a atividade de sempre avaliar a dinâmica do trabalho e os
resultados que se está colhendo.
Serginho Valle
Fevereiro 2018
0 comentários:
Postar um comentário
Participe. Deixe seu comentário aqui.