Na segunda-feira
depois de Pentecostes, em 2018, a Igreja celebrou, pela primeira vez na
história, a memória litúrgica “Maria Mater Ecclesiae”, Maria, Mãe da Igreja.
Memória obrigatória instituída por Papa Francisco. Uma celebração litúrgica que
se apoia na tradição da Igreja, com raízes na Teologia dos Santos Padres e que,
mesmo sem constar no Calendário das celebrações da Igreja, estava presente na
Tradição litúrgica.
Maria é Mãe da Igreja por aquilo que
significa na vida da fé. Muitos padres da Igreja, como Santo Agostinho, Santo
Ambrósio, São Leão Magno relacionam a pessoa da Virgem Maria ao Mistério da
Redenção, cuja Cruz é o momento alto. O lugar onde a Virgem Mãe, pela fé, permaneceu
de pé ao lado de seu Filho.
No dia
18 de novembro de 1964, Paulo VI anunciou que, na conclusão da terceira sessão
do Concílio Vaticano II, proclamaria Maria Santíssima com o título de “Nossa
Senhora Mãe da Igreja”. Papa Francisco não apenas honra Maria com o título de
“Mater Ecclesiae”, mas a celebra como memória obrigatória, com uma data móvel:
segunda-feira depois de Pentecostes.
Em
Pentecostes, Nossa Senhora está no Cenáculo com os Apóstolos, em oração, intercedendo
o Espírito Santo prometido por Jesus. A Teologia da vinda do Espírito Santo
relata aquele momento como o nascimento da Igreja missionária, que vai ao mundo
para testemunhar a Ressurreição de Jesus. Nossa Senhora estava presente naquele
momento para sustentar a Igreja nesta passagem decisiva da saída do cenáculo
para as estradas do mundo. Facilmente se percebe a relação entre Maria e a
Igreja. Maria participa da Igreja, é Igreja que intercede o dom do Espírito
Divino para testemunhar o Evangelho da Ressurreição.
Outro
elemento é a oração. A vinda do Espírito Santo acontece num clima de oração.
Cenáculo é oração e Maria se faz orante no cenáculo com a Igreja e como Igreja.
Em Maria, a Igreja encontra também aquela oração preciosa e extremamente eficaz
para que possa ser aquilo que o Senhor quer.
Estas
considerações são apenas anotações. O capítulo mariológico de Maria Mater
Eccleiae é bem mais profundo, seja do ponto de vista teológico como espiritual,
considerando que o centro está no Mistério de Cristo; Mistério iniciado entre
nós na maternidade divina de Maria. A mesma Maria que com o Espírito Santo gera
a Igreja em Pentecostes.
Serginho Valle
Agosto 2018
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