
Como
acontece com toda espiritualidade cristã, à luz da Liturgia, também as exéquias
encontram seu fundamento e sua inspiração no Mistério Pascal de Cristo e, de
modo especial, na Ressurreição do Senhor. Assim como Deus ressuscitou Jesus
Cristo, o primeiro a entrar na casa do Pai, assim também quem morre em Cristo
vive pessoalmente sua Páscoa (passagem) no dia de sua morte.
Respeito para com o falecido
Outra dimensão, que encontra sua
fonte na teologia e na riqueza espiritual da Liturgia, é o respeito pelos
falecidos. O respeito deve-se a alguém querido, ou que fez parte da nossa vida,
a quem se presta a última homenagem. A Liturgia celebra este momento com a
saudade triste, com as preces e com a solidariedade aos familiares. Por isso, a
Liturgia dos funerais é sempre celebrada no mais profundo clima de respeito.O respeito cristão está relacionado também a aquela pessoa que, no seu corpo falecido, foi templo do Espírito Santo, como menciona o Ordo Exsequiarum, n. 3. Mesmo sabendo que o corpo volta ao pó, há nele uma sacralidade, de acordo com a Sagrada Escritura (1Cor 6,19-20; Gl 6,17) e, por este motivo, o Rito das Exéquias orienta abençoar, aspergir e incensar o corpo do falecido. Estamos diante de uma manifestação da espiritualidade do corpo, revelador da sacralidade do corpo.
Celebrar
a morte cristã, do ponto de vista da espiritualidade litúrgica, é ajudar as
pessoas a entrarem na dinâmica da esperança cristã em vista da vida eterna. Neste
sentido, a celebração das exéquias faz memória do destino final, não com as ameaças
do medo, mas com a força da esperança. Uma celebração, portanto, sempre
emocionante porque de despedida derradeira, com a finalidade clara de favorecer
o crescimento na confiança e na esperança, de que desta vida passageira somos
destinados a viver eternamente com Deus, na esperança e na paz eterna.
Serginho Valle
Agosto
de 2021
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