Algumas paróquias e
comunidades têm uma lista de Missas para idades, ocasiões especiais: Missa dos
jovens, das crianças, Missa dos 15 anos, Missa dos doentes... Isso sem contar
que a Missa da família, Missa das mães e, numa paróquia que conheci, havia
também a Missa dos homens; e lá mulher não entra de jeito algum.
Às vezes existem intransigências. Na Missa das crianças,
o padre não quer ver adultos e ai de alguma criança ou adulto que aparecer na Missa
dos jovens. Vale a pena agir desse modo? Pode ser que sim; mas estou mais
propenso a crer que não. Agindo assim, uma família, por exemplo, nunca terá
oportunidade de celebrar a Eucaristia como família. As crianças estarão numa Missa,
os jovens e adolescentes em outra e os pais num terceiro horário. Você pode até
estar pensando que sou contra Missas para grupos particulares. Não sou não. Sou
contra intransigências em estabelecer Missas só para um grupo.
As celebrações Eucarísticas para grupos particulares se
enquadram dentro de uma proposta pastoral, que eu também denomino de “pastoral
e pedagógica” a ser celebrado em tempos diferentes das Missas Dominicais. Isto
está muito claro no Diretório para as Missas com Grupos Populares e no
Diretório da Missa com Crianças (cf. n. 20; 27; 28).
As Missas Dominicais, na medida do possível, devem reunir
a assembléia da comunidade formada por crianças, jovens, adultos, idosos,
enfermos... Pessoalmente, considero estranho aquilo que algumas comunidades
chamam de “missinha”, que consiste no seguinte: os pais vão para a Missa e as
crianças ficam brincando ou ouvindo historinhas ou desenhando em algum outro
local. Será que isso educa as crianças para a Missa? Será que o ambiente
Eucarístico não é fonte de bênção para toda a famílias e para as crianças,
mesmo que elas não compreendam tudo que ali se passa?
Tem ainda uma coisa para ser pensada. A Missa nunca é
diferente; é sempre a mesma. O que muda é o modo de celebrar. Atente para isso:
muda o modo de celebrar. Para as crianças, existe um modo de celebrar a
Eucaristia. Para os jovens, as músicas, por exemplo, dão o tom diferente na
celebração. Mas sempre estamos celebrando a mesma Missa. Sempre estamos
celebrando a Páscoa de Jesus Cristo haja a motivação que houver.
Você pode pensar: mas quando se faz a Missa dos 15 anos,
ou bodas matrimoniais, ou a festa do padroeiro da comunidade não se está
celebrando os 15 anos, as bodas do casal ou o santo protetor? Na verdade não! A
Missa é a celebração da Páscoa, da Salvação de Jesus Cristo no mundo. Sempre!
Os 15 anos da jovem, as bodas ou o santo são motivos ou lembranças para
agradecer a presença da salvação de Deus na vida dessas pessoas. Um jeito de
inserir estes acontecimentos existenciais no Mistério Pascal de Cristo.
O modo para melhor entender é esse: Porque Cristo nos
salvou podemos celebrar os 15 anos da jovem, as bodas do casal, o modelo de
vida cristã do santo padroeiro. O celebrado na Missa, contudo, é sempre Deus, o
Pai a quem damos glória e louvores, a quem dirigimos nossas orações em nome de
Cristo, nosso irmão e na unidade do Espírito Santo. O motivo, portanto, é
sempre a Salvação de Cristo.
Percebeu? Não existe Missa diferente. Existem modos
diferentes de celebrar a Missa e existem motivações diferentes pelas quais
celebramos a Eucaristia. Mas sempre celebramos a salvação, a Páscoa de Jesus
Cristo na nossa vida de agora.
Serginho Valle
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