Assim ou com palavras semelhantes, o
padre convida os celebrantes à purificação interior, no início da celebração. Neste
blogger já dediquei uma reflexão sobre o rito do ato penitencial, na Missa, não
ser considerado sacramental, ou seja, não realiza o perdão dos pecados, a
exemplo do que acontece no Sacramento da Penitência e no Sacramento da Unção
dos Enfermos. É um tema muito discutido em várias áreas da Teologia Litúrgica, que
não é assunto nesta reflexão. Apenas lembrar que este é o motivo, pelo qual, na
absolvição do rito que conclui o ato penitencial da Missa, o padre não traçar o
sinal da benção da absolvição porque ele, o padre, no rito do ato penitencial é
suplicante do perdão divino, juntamente com todos os celebrantes. No ato
penitencial, dizendo de outro modo, o padre não está na condição de ouvir
pecados para absolver, mas de confessar-se pecador juntamente com todos os
celebrantes para celebrar dignamente o Mistério da Eucaristia. Como apenas dito,
este é um assunto que poderá ser considerado oportunamente. Nosso intuito, aqui,
é considerar o processo comunicativo presente no rito do ato penitencial.
Duas dimensões comunicativas do ato
penitencial na Missa
O ato
penitencial é marcado — como boa parte da comunicação litúrgica — por um
processo comunicativo nas direções horizontal e vertical. Verticalmente, dirige-se
a Deus e, horizontalmente, dirige-se aos irmãos e irmãs. Isto está explicito no
"confiteor": "confesso a
Deus e a vós irmãos e irmãs..." Além disso, o ato penitencial na Missa
situa-se num contexto comunicativo orante que inclui o arrependimento pelo
reconhecimento dos pecados pessoais e, em certo sentido, pelos pecados
comunitários, e a invocação do perdão divino e fraterno.
Outra
característica do ato penitencial consiste em ser momento de preparação
interior, através do silenciamento que favorece a avaliação da vida cristã para
poder celebrar o Mistério da Salvação, presente na Eucaristia. Estes elementos
comunicativos do ato penitencial indicam atitudes de respeito, silêncio e
acolhimento do perdão endereçado a Deus e aos irmãos e irmãs. Entende-se, pois,
porque o próprio rito é iniciado por um momento de silêncio, com o padre
convidando e introduzindo uma pausa silenciosa para que todos, padre inclusive,
possam reconhecer-se pecadores diante de Deus e dos irmãos e irmãs.
Infelizmente,
este primeiro momento, que acontece como parte da monição inicial, nem sempre é
muito respeitado e nem valorizado em algumas comunidades. São músicos que o
invadem com seus acordes apressados, o próprio padre ou algum ministro que não
tem paciência para silenciar e o atropela com palavras. A invasão do silêncio é
um ruído no processo comunicativo do ato penitencial, impedindo que os
celebrantes se aquietem internamente para entrar no Mistério Eucarístico que
está iniciando. A pressa tira dos celebrantes a possibilidade de silenciarem-se
para entrar no Mistério. Aquietar-se, através de uma breve pausa silenciosa,
faz parte do processo comunicativo presente no ato penitencial e seria bom que
nossos celebrantes (padres, ministros e povo) observassem este momento.
Clima silencioso do ato penitencial"Reconheçamos nossos pecados "
"Reconheçamos
nossos pecados para celebrar dignamente esta Eucaristia".
Assim ou com palavras semelhantes, o
padre convida os celebrantes à purificação interior, no início da celebração. Neste
blogger já dediquei uma reflexão sobre o rito do ato penitencial, na Missa, não
ser considerado sacramental, ou seja, não realiza o perdão dos pecados, a
exemplo do que acontece no Sacramento da Penitência e no Sacramento da Unção
dos Enfermos. É um tema muito discutido em várias áreas da Teologia Litúrgica, que
não é assunto nesta reflexão. Apenas lembrar que este é o motivo, pelo qual, na
absolvição do rito que conclui o ato penitencial da Missa, o padre não traçar o
sinal da benção da absolvição porque ele, o padre, no rito do ato penitencial é
suplicante do perdão divino, juntamente com todos os celebrantes. No ato
penitencial, dizendo de outro modo, o padre não está na condição de ouvir
pecados para absolver, mas de confessar-se pecador juntamente com todos os
celebrantes para celebrar dignamente o Mistério da Eucaristia. Como apenas dito,
este é um assunto que poderá ser considerado oportunamente. Nosso intuito, aqui,
é considerar o processo comunicativo presente no rito do ato penitencial.
Duas dimensões comunicativas do ato
penitencial na Missa
O ato
penitencial é marcado — como boa parte da comunicação litúrgica — por um
processo comunicativo nas direções horizontal e vertical. Verticalmente, dirige-se
a Deus e, horizontalmente, dirige-se aos irmãos e irmãs. Isto está explicito no
"confiteor": "confesso a
Deus e a vós irmãos e irmãs..." Além disso, o ato penitencial na Missa
situa-se num contexto comunicativo orante que inclui o arrependimento pelo
reconhecimento dos pecados pessoais e, em certo sentido, pelos pecados
comunitários, e a invocação do perdão divino e fraterno.
Outra
característica do ato penitencial consiste em ser momento de preparação
interior, através do silenciamento que favorece a avaliação da vida cristã para
poder celebrar o Mistério da Salvação, presente na Eucaristia. Estes elementos
comunicativos do ato penitencial indicam atitudes de respeito, silêncio e
acolhimento do perdão endereçado a Deus e aos irmãos e irmãs. Entende-se, pois,
porque o próprio rito é iniciado por um momento de silêncio, com o padre
convidando e introduzindo uma pausa silenciosa para que todos, padre inclusive,
possam reconhecer-se pecadores diante de Deus e dos irmãos e irmãs.
Infelizmente,
este primeiro momento, que acontece como parte da monição inicial, nem sempre é
muito respeitado e nem valorizado em algumas comunidades. São músicos que o
invadem com seus acordes apressados, o próprio padre ou algum ministro que não
tem paciência para silenciar e o atropela com palavras. A invasão do silêncio é
um ruído no processo comunicativo do ato penitencial, impedindo que os
celebrantes se aquietem internamente para entrar no Mistério Eucarístico que
está iniciando. A pressa tira dos celebrantes a possibilidade de silenciarem-se
para entrar no Mistério. Aquietar-se, através de uma breve pausa silenciosa,
faz parte do processo comunicativo presente no ato penitencial e seria bom que
nossos celebrantes (padres, ministros e povo) observassem este momento.
Clima silencioso do ato penitencial
O silêncio com
o qual os celebrantes são introduzidos no ato penitencial torna o processo
comunicativo do ato penitencial silencioso, isto é, para ser celebrado em clima
silencioso, próprio de quem pede perdão. Isto é, não se ritualiza o ato
penitencial falando em voz alta e muito menos cantando a plenos pulmões,
batendo palmas ou tocando tambor, baterias e pandeiros. Quando ofendemos
alguém, pedimos desculpas ou perdão num clima de respeito silencioso e,
dependendo da falta, sequer temos coragem de levantar os olhos. Não é possível
reconhecer a falta ou o pecado, também no pedido de desculpas e de perdão a
alguém, sem o tempo silencioso para rever a vida e reconhecer o pecado, a falta
cometida. Ora, este clima silencioso do reconhecimento da falta cometida influencia
no modo de se implorar o perdão: não com rumores, mas envolvido por um
respeitoso silêncio interior. Ninguém pede perdão tocando tambores e pandeiros.
A barulheira de instrumentos, no ato penitencial cantado, impede cantar o
perdão de modo oracional.
Diante disso,
considero que o melhor modo para realizar o processo comunicativo no ato
penitencial, aquele que mais corresponde ao seu objetivo, é através da
recitação orante de intercessões que imploram o perdão divino, seja em forma de
uma prece, como no “confiteor”, ou em forma litânica, intercedendo a piedade
divina com um refrão depois de cada invocação, como acontece quando depois de
cada invocação se diz “Senhor, tende piedade de nós!”
Não sou contra
cantar o rito do ato penitencial, desde que a canção seja orante, capaz de
favorecer o silêncio interior e ajudar o celebrante a sentir-se necessitado do
perdão divino e fraterno. Hoje, temos muitas canções que realizam o rito do ato
penitencial em contexto silencioso e orante, inclusive no que se refere ao
ritmo da canção. O favorecimento orante e silencioso do ato penitencial com
canções acontece cantando canções a cappella ou canções acompanhadas por um
único ou com poucos instrumentos capazes de favorecer o silêncio interior e não
a dispersão. O ministério da música, portanto, precisa considerar, além do
volume do som, também o ritmo das canções penitenciais, que pedem canções mais
lentas e mais compassadas. Os autores musicais ajudam quando compõem canções
para ritualizar o ato penitencial com canções suplicantes do perdão divino e
fraterno em clima de silêncio orante. A Missa não começa com barulho, mas
envolvida pelo silêncio.
Serginho Valle
2016
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