Disponibilidade de quem trabalha na
Equipe LitúrgicaPrecisamos ser sinceros,
desde o início: quem trabalha no ministério da Pastoral Litúrgica, de modo
particular, quem se ocupa com Equipe Litúrgica, não pode ter muitos outros
trabalhos pastorais na comunidade. Aliás, penso que não deveria ter nenhuma
outra atividade pastoral para se dedicar exclusivamente à Pastoral Litúrgica.
A
Equipe Litúrgica envolve demais as pessoas. Vamos elencar alguns dados, numa
lista que poderá ser bem mais extensa que esta que apresento, elencando as
atividades dos membros da Equipe Litúrgica. Os principais trabalhos da Equipe
Litúrgica são:
Reuniões de planejamento Quem
atua na Equipe Litúrgica está quase sempre envolvido em reuniões de
planejamentos. Ora são as reuniões de planejamento da formação litúrgica da
comunidade, ora serão as reuniões de planejamento das celebrações do mês; tem
também as celebrações especiais, além disso, as escolhas de canções para o
mês... Como se vê, é um trabalho envolvente, que ocupa os membros da Equipe
Litúrgica de tal modo que os mantêm ocupados o tempo todo.
Encontros de
avaliações Uma
vez que a Pastoral Litúrgica é uma pastoral que exige revisões periódicas, quem
trabalha diretamente na Equipe Litúrgica precisa encontrar tempo para avaliar
com sinceridade e com objetividade as celebrações, o encontro de formação que
aconteceu, as canções que foram propostas pelo Ministério da Música, etc... Uma
vez que de boas avaliações surgem melhorias para a Pastoral como um todo, as
avaliações necessitam de muita atenção e carinho, isto significa avaliações bem
feitas. As boas avaliações surgem de uma metodologia que não
se resume a criticar o que não saiu bem para chamar atenção e fazer correções,
embora isso seja necessário. De boas avaliações surge a proposta de se estar em
contínuo processo de aprendizagem em vista de uma criatividade frutuosa para o
bem de todos que celebram a Liturgia na comunidade.
Preparação de
cursos e encontros De tempos em tempos, a Equipe Litúrgica precisa preparar
cursos e encontros. São cursos de fundamentação teológica, às vezes um retiro
espiritual com algum ministério, como leitores, salmistas... Outras vezes são
cursos de iniciação ou de aprofundamento teológico, cursos de técnicas para
cantar bem, para ler, postura corporal, etc. Como
se sabe, preparar um curso envolve muitas pessoas e sempre é uma tarefa
exigente. Uma boa formação litúrgica não se limita a encontrar palestrastes e
passar um final de semana ouvindo palestras. A boa formação litúrgica,
especialmente aquele dedicada a atividades celebrativas acontece, de
preferência, com pequenos grupos de ministérios específicos (só com os músicos,
por exemplo; só com o ministério da acolhida) e com a metodologia de workshop,
que adota como método uma espécie de laboratório. Cursos, portanto, com
finalidade de conhecimento teórico e prático. Eis
outro motivo a mais para que você perceba quão difícil é conciliar quem atua na
Equipe Litúrgica com outra atividade pastoral.
Preparar material - coordenar Todos os meses a Equipe Litúrgica está envolvida com
alguma atividade extra: festa do padroeiro, celebração penitencial, celebrações
catequéticas e outras mais. Tudo isso exige preparação de material,
coordenação, tempo para preparação. Dentro do princípio de jamais improvisar e nunca
repetir, a Equipe Litúrgica vive em constante atividade criativa. Quando
aparecem as celebrações de Tempos fortes do Ano Litúrgico (Natal e Páscoa) o
volume de trabalho aumenta ainda mais. Além de preparar o material, a Equipe
Litúrgica precisa passar todo esse material para as Equipes de Celebrações com
as devidas orientações.
Depois
de tudo isso....
Depois de tudo
isso, alguém que contestar que o pessoal da Equipe Liturgia fica somente com as
celebrações da comunidade, e ainda considera isso muito pouco, não compreendeu
ainda que a Equipe Litúrgica faz a Pastoral Litúrgica acontecer na comunidade
para que as celebrações sejam vivas, atraentes e fonte de todas as atividades
da Igreja (SC 10). Claro que sempre haverá alguém para reclamar, como mostra a
experiência; a estes é preciso conceder o perdão e continuar a trabalhar.
Toda essa minha
reflexão poderá servir para pensar que um trabalho pastoral, qualquer que seja,
a exemplo do que falamos para a Pastoral Litúrgica, necessita dedicação plena, para
se evitar o que vemos hoje em nossas comunidades: ataca-se em todas a frentes,
atira-se para todos os lados e nem sempre se alcança o que se propõe. Isso acontece,
não pela falta de capacidade para o trabalho pastoral, mas porque uns poucos
estão querendo, ou precisam, atuar em várias frentes pastorais. Será que isso
acontece por falta de voluntariado ou descuido na formação e preparação de
lideranças?
Alguém poderá
dizer que não estou confiando no Espírito Santo. Muito pelo contrário. Um antigo
adágio teológico diz: “a graça supõe a natureza”. Isto quer dizer que Deus
colabora com a graça, mas nos concede a graça da inteligência para nos
organizarmos e termos objetivos claros a alcançar.
Serginho Valle
Novembro 2017
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