1 de jun. de 2019

Participação dos fiéis na Liturgia

Todos os celebrantes, fundamentados na Teologia do Sacerdócio Comum dos Fiéis, têm o direito e o dever de participar ativamente da Liturgia da Igreja, em suas celebrações. Inspirando-se na etimologia da palavra “participação” — “pars + in + actio” — que se traduz como “tomar parte”, “estar presente na atividade”, se “fazer presente”, entende-se a participação litúrgica, num primeiro momento, como acolhimento e presença física dos celebrantes na celebração.
Uma segunda compreensão de participação é aquela que se denomina “participação ativa”, entendida como envolver-se na celebração, cantando, rezando, silenciando... estar presente na atividade celebrativa naquilo que compete a cada um, seja em nível ministerial que assemblear. No caso da celebração Eucarística, por exemplo, isso é claramente determinado na Instrução do Missal Romano (IGMR
Do ponto de vista da espiritualidade litúrgica, compreende-se a participação como inserção — aquele que está inserido, que toma parte — no Mistério Pascal de Jesus Cristo. Trata-se de inserção pessoal e comunitária. Participa-se do Mistério Pascal de Jesus de modo pessoal e também como membro de uma comunidade. Disto a necessidade enfatizar a compreensão da participação em seu primeiro aspecto, aquele de se fazer presente para ser envolvido no clima celebrativo, que sempre é clima epiclético, isto é, animado pelo Espírito Santo. Dito em outras palavras, a participação, do ponto de vista da espiritualidade litúrgica, pede a participação “in persona” (da pessoa) para que seja santificada; para que participe da atividade santificadora do Espírito Santo na Liturgia.
Na segunda compreensão de participação litúrgica, aquela ativa, no contexto da espiritualidade litúrgica, também esta coloca a condição de se fazer presente. Hoje, existe toda uma discussão sobre o conceito de presença na Liturgia pelos meios de comunicação social. Para a presente reflexão, quero apenas chamar atenção ao fato que é o Espírito Santo que une a oração comum de todos os fiéis. É o Espírito Santo que torna a oração agradável ao Pai e favorece a compreensão que a Liturgia não é presbiteral, no sentido que o padre seja seu único protagonista por presidir a celebração, mas pertence a toda a assembléia celebrante. Isto é bem compreendido quando se define a Liturgia, no contexto da sua espiritualidade, como atividade espiritual — atividade do Espírito Santo — com a participação de todo o Corpo Místico de Cristo.
É pela Liturgia que a Igreja se manifesta como comunidade orante diante do mundo e invocadora incansável da presença divina na terra, como ensinado pelo próprio Jesus que, onde dois ou três estiverem reunidos — estiverem participando — em seu nome de uma súplica ao Pai, ele ali está presente (Mt 18,20), ali “ele está no meio de nós!”
Serginho Valle
Maio de 2019


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