5 de out. de 2019

Acolhimento na Pastoral Litúrgica Paroquial


Um tema importante da Pastoral Litúrgica Paroquial (PLP) é o acolhimento. Importante e, ao mesmo tempo, pouco compreendido, considerado e reduzido, em muitas comunidades, como sinônimo de ser agradável para com quem vem participar de celebrações. Deste modo, reduz-se a Pastoral do Acolhimento na Liturgia a dar boas-vindas e distribuir folhetos na porta da igreja, antes das celebrações. Isto também faz parte acolhimento, mas para isso não é necessário criar um ministério. Dar boas vindas e distribuir folhetos é apenas uma função que qualquer pessoa pode exercer.
Claro que ser agradável é uma atitude recorrente e, digamos, normal de todo bom acolhimento. Mas, no contexto da PLP existe um algo a mais: o diálogo. O acolhimento, no contexto da PLP, é um espaço dedicado ao diálogo, por isso deve ser ocupado por pessoas que conheçam as exigências decorrentes da celebração de todos os sacramentos em razão do compromisso de vida, como é o caso, por exemplo, da Eucaristia, do Batismo, do Matrimônio, da Crisma, da Unção dos Enfermos e da Penitência. Estes são os sacramentos de maior contato com a equipe de acolhimento da PLP. Vamos nos ater somente aos quatro últimos sacramentos para dar uma noção sobre a especificidade da equipe de acolhimento na PLP.
Quando alguém procura a Igreja para batizar um filho ou para celebrar seu matrimônio, por exemplo, é recebido pelos membros da PLP responsáveis pelo acolhimento. Acolhe em nome da Igreja e entra em diálogo para ouvir os motivos pelos quais estão procurando a celebração do sacramento. Quando um adolescente ou jovem procura a Igreja para receber o sacramento da Confirmação, o trabalho do acolhimento acontece com o catequista que atua na PLP. Uma boa preparação para o sacramento da Penitência poderia ser feita com membros da equipe do acolhimento preparados especificamente para atuar na Pastoral da Reconciliação, ajudando as pessoas a fazerem boas confissões, por exemplo. Pense na riqueza do acolhimento com pessoas enfermas, seja em levar a comunhão para doentes como em prepara-las e ajuda-las a celebrar a Unção dos Enfermos.
Como se vê, é um serviço que exige preparo e testemunho de vida cristã porque o membro da equipe de acolhimento precisa ser capaz de propor as consequências existenciais na celebração de cada sacramento. Os membros da equipe do acolhimento, por isso, devem saber propor as responsabilidades a quem traz o seu filho para ser batizado, entrar em diálogo com os noivos e ajudá-los a compreender o significado do sacramento do Matrimônio. Ajudar adolescentes e jovens a entrar no discipulado, favorecer o caminho de conversão de quem se prepara para a confissão. Uma preparação que, ao meu ver, poderá ser sempre feita em pequenos grupos.
Dentro deste contexto, quem faz parte do acolhimento, na PLP, são pessoas capazes de dialogar, quer dizer, de ouvir e de propor aquilo que a Igreja exige sem atitude impositiva. É alguém afetuoso e claro nas propostas. Alguém que não se preocupa em convencer o outro com argumentos, mas propor o que pede o Evangelho e a Igreja em vista da maturidade na fé dos celebrantes e o ingresso no discipulado do Evangelho.
Um ícone muito bonito, e esclarecedor, do trabalho da equipe de acolhimento, na PLP, é o quadro dos discípulos de Emaús (Lc 21,13-35). O membro da equipe de acolhimento é alguém disposto a caminhar com seus irmãos e irmãs até o momento da celebração, ouvindo a vida dos caminhantes, conhecendo suas esperanças e decepções, partilhando alegrias e tristezas... Neste acompanhamento, procura favorecer a iluminação de suas vidas e fazendo seus corações arderem com o anúncio do Evangelho. Sim, porque, em muitos casos, os membros da equipe de acolhimento são os primeiros anunciadores de um Evangelho que é ouvido e que passa a comprometer a vida dos celebrantes proporcionando comportamentos existenciais
Um trabalho, em conclusão, extremamente importante na PLP e, mais importante ainda na comunidade, em vista de celebrações conscientes e capazes de tocar e transformar a vida dos celebrantes com o Evangelho e pelo Evangelho.
Serginho Valle
Setembro 2019

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