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25 de jan. de 2017

Preparação e apresentação das oferendas


O rito da preparação e apresentação das oferendas é muito simples na Liturgia Romana. Consiste em colocar o pão na patena e apresentá-lo a Deus com uma fórmula orante e, da parte do vinho, colocar um pouco de vinho e uma gota de água no cálice. Tudo muito simples. Já vai longe o tempo que o rito era feito de modo mais elaborado e mais solene. Hoje, de tão simples, o rito da preparação e apresentação das oferendas corre o risco de se transformar em ritualismo mecânico, perdendo a riqueza da mensagem comunicativa que o mesmo contém. 

Rito de passagem e apresentação da hóstia
Primeiramente, é preciso considerar que se trata de um rito de passagem, como já foi mencionado na preparação do altar. Depois da Liturgia da Palavra, a assembléia faz uma pausa para ofertar o sacrifício do povo que, a rigor do termo, são o pão, o vinho e a água. Trata-se, sim, de um rito ofertorial, mas não o ofertório do sacrifício da Igreja, que é feito com o Corpo e Sangue do Senhor. Sobre isso trataremos em outra reflexão. 
Do ponto de vista ritual, trata-se da preparação e apresentação da hóstia. Aqui é preciso esclarecer que por hóstia se entende tanto o pão como o vinho. O pão e o vinho são "hóstia", quer dizer matéria do sacrifício ou o sacrifício em si.
Com o passar do tempo, o termo “hóstia” passou a designar somente o pão, e o pão consagrado. Mas, também o vinho e o vinho consagrado é hóstia, ou seja, oblação consagrada a Deus. Ora, o primeiro momento é a preparação para que os dons — para que a hóstia — as oferendas do pão e do vinho sejam agradáveis a Deus. É o que se reza no "orate fratres": “orai, irmãos e irmãs, para que o nosso sacrifício seja aceito por Deus Pai todo-poderoso”. 

Os quatro movimentos da preparação e apresentação das oferendas
A preparação e apresentação das oferendas acontece em quatro movimentos: apresentação do pão, secreta, preparação e apresentação do vinho e, o lavabo. 
O rito da apresentação do pão realiza-se com uma pequena elevação do mesmo,  oferecendo o pão como fruto do trabalho humano e dom da terra, como reza a fórmula que acompanha o gesto ofertorial. Uma oferenda preparada com a fonte vital do homem e da mulher: o trabalho, a colheita do trabalho e o pão; o mais eloquente símbolo da vida humana. Um processo comunicativo simbólico com a mensagem clara do oferecimento da vida humana. No “pão oferenda” é a própria vida humana que se encontra na patena.
No segundo movimento, o padre reza uma oração secreta, intercedendo a graça divina de acolher aquilo que é oferecido pelas suas mãos. Farei menção sobre isso em outra oportunidade.
No terceiro movimento acontece a preparação e apresentação do vinho. O rito consiste de preparação consiste em colocar o vinho dentro do cálice e derramar um pouquinho de água dentro do vinho, simbolizando a participação humana na apresentação do sacrifício, como reza a fórmula que acompanha o gesto. Um rito simples e pleno de significado: como de uma gota no oceano do amor infinito de Deus, ali dentro é colocada a vida da humanidade. Um gesto para demonstrar que, mesmo de forma mínima, a vida humana participa do gesto ofertorial do Senhor e de seu Mistério Pascal. A oração da apresentação do vinho tem a mesma temática do que foi referido à oração de apresentação do pão.
A apresentação do vinho acontece de modo simples, com uma pequena elevação do cálice e com a oração de apresentação, como para a apresentação do pão. 

Processo comunicativo do rito da preparação e apresentação das oferendas
Do ponto de vista comunicativo, trata-se de um rito bem movimentado, contando a procissão, a recepção das oferendas, a preparação e a apresentação das oferendas, completado pelas orações e pelas canções. Há todo um movimento que demonstra uma comunicação bem ativa. Deixa-se postura parada, necessária do ouvir e refletir a Palavra, para entrar no movimento de caminhar e oferecer. 
Esta dinâmica tem favorecido criatividades bem sucedidas, como por exemplo, encontrar ali um momento apropriado para a dança litúrgica. Favoreceu também a representação simbólica e até mesmo outras manifestações culturais, como por exemplo, levar as oferendas vestindo-se com trajes típicos. Isto acontece muito nas celebrações de grandes concentrações e nas Missas Pontificais.
Um processo comunicativo que, infelizmente, tem oferecido também oportunidade para exageros de várias dimensões. Exagero no timing, que é um elemento importantíssimo no processo comunicativo litúrgico, com procissões e ritos intermináveis. Exagero em comentários e no excesso de símbolos e sinais, além de outros tantos exageros capaz de transformar a dinâmica ativa da apresentação das oferendas num rito interminável e tedioso. Também o conteúdo da criatividade ritual precisa ser tratado com cuidado, pois o risco de passar mensagens ideológicas existe, como tem acontecido.
Um guia seguro para a escolha de simbolismos encontra-se no contexto fraterno e naquele existencial, como já fizemos referência em outra reflexão. A mensagem ofertorial contém também o agradecimento pelos dons recebidos do alto e da terra (colheita dos frutos) tornando a oferta um gesto de gratuidade e um convite à partilha fraterna. 

Cantar o rito ofertorial
            Por fim, uma palavra sobre a música no rito da preparação e apresentação das oferendas. A primeira menção é quanto ao conteúdo. Sobre isso, lembro que o rito denomina-se “preparação e apresentação das oferendas”. Uma terminologia que, em concreto, não se caracteriza como ofertório, embora contenha elementos ofertoriais. A terminologia oferece a possibilidade de escolher canções com letras que não tenham, necessariamente, menção ao oferecer, ao ofertar. Assim, por exemplo, no tempo da Quaresma, cantar o hino da Campanha da Fraternidade entra no contexto fraterno, da partilha fraterna que o rito da apresentação e preparação das oferendas oferece. Numa Missa festiva de Nossa Senhora, cantar o Magnificat está dentro do contexto da apresentação e preparação das oferendas, uma vez que se trata de um rito de ação de graças pelos dons recebidos, como diz a fórmula da apresentação das oferendas e como canta o Magnificat. Cantar uma canção que reflete uma prece de partilha também está no contexto da apresentação e preparação das oferendas.
            O segundo elemento é quando ao momento para cantar o canto da apresentação e preparação das oferendas. O primeiro momento a ser cantado é a procissão que conduz as oferendas até o altar. Neste caso, voltando ao parágrafo anterior, trata-se de uma canção ofertorial, que reflete os celebrantes a caminho para oferecer seus dons (aqui aparece a dimensão ofertorial) e colocá-los no altar da comunidade. O segundo momento, aquele da preparação das oferendas, não precisa ser cantado. Há três possibilidades para se realizar o rito com relação à música. A primeira é continuar cantando a canção iniciada na procissão das oferendas; o que é feito na maior parte das comunidades. A segunda possibilidade é recitar a fórmula da apresentação em voz alta e a mesma ser acompanhada com um fundo musical, solando por exemplo, a música cantada na procissão das oferendas. A terceira possibilidade é cantar a fórmula da apresentação dos dons que, neste caso, é cantada pelo padre e a assembléia participa ouvindo e cantando o refrão “bendito seja Deus para sempre”.
            Por fim, o modo de cantar a apresentação e preparação das oferendas. A primeira menção é quanto ao estilo da música: alegre, moderada, reflexiva... Quem conduz a assembléia na canção deverá prestar atenção a isso. O segundo critério diz respeito à poesia (letra) da música: orante, mensagem, pedagógica... Na pedagógica estão as canções que propõem uma reflexão, como no caso do Hino da Campanha da Fraternidade, cantada no rito da apresentação e preparação das oferendas. Com relação ao uso de instrumentos dependerá do Tempo Litúrgico.
 Serginho Valle
2017 



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