
Vamos
procurar ligar alguns pontos. Primeiro: quem celebra não é o padre sozinho, ele
celebra com a comunidade, reunida em assembleia. Segundo: a celebração não é do
padre, é de toda a comunidade. Terceiro: o sujeito da celebração litúrgica é a
comunidade reunida em assembléia. Pode, então, surgir duas perguntas: se é a
comunidade quem faz a celebração, o que o padre faz lá na frente do povo
durante as celebrações litúrgicas? E na Missa; não é o padre quem faz a
missa?
É
fácil entender as razões. O sujeito da celebração, quem faz a celebração
litúrgica é a comunidade, a Igreja reunida em assembléia. O padre também faz
parte da comunidade. Ele fica lá na frente porque, na celebração litúrgica,
presta um serviço celebrativo: o serviço de presidir ou dirigir a celebração.
Na Missa, o padre é o presidente, não no sentido de que manda na celebração,
mas que preside a celebração. Isso não significa, em absoluto, que o padre seja
o dono da celebração. A celebração litúrgica, da Missa e de todos os Sacramentos,
pertence a toda comunidade reunida em assembleia, presença viva da Igreja,
embora o modo de presidir conte muito e quase sempre favorece ou impede uma boa
participação celebrativa.
O
modo de presidir tem a ver com o modo comunicativo da linguagem litúrgica.
Quanto a isto, infelizmente, nem todos os padres a dominam a contendo. Alguns
entendem que se comunicar bem na Liturgia é “apresentar” a Missa e, em vez da
presidência litúrgica, assumem o papel de animadores da assembleia, com
convites para bater palmas, levantar as mãos, cantar mais alto, além do
exercício visual de fechar e abrir olhos. Alguns fazem exatamente o oposto e
celebram de modo seco, quase como leitores de Missal ou de folhetos. Mas, este
é um assunto que voltarei oportunamente, quando tratarei da arte de celebrar.
Tem ainda, e não
em pequeno número, aqueles padres que dominam a arte da comunicação litúrgica.
São aqueles que sabem dosar a palavra e o silêncio, conhecem o tom afinado para
se cantar na celebração e equilibram a participação dos celebrantes com
palavras, silêncios, canções e gestos próprios e comedidos para cada rito.
Celebração bem presidida não aquela na qual se excede em canções, palavras,
silêncios ou gestos e ritualidades, mas aquela que obedece o equilíbrio
celebrativo proposto pela Igreja, para favorecer a oração, a reflexão e a
adoração.
Serginho
Valle
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