
Conteúdo
oracional
A primeira secreta é dirigida a
Jesus Cristo, reconhecendo que ele é o Filho do Deus vivo, aquele que realizou
plenamente a vontade do Pai. O texto faz uma breve anàmnesis (memorial), que se
conclui reconhecendo que toda a ação salvadora de Jesus Cristo, em favor da
humanidade, foi realizada juntamente com o Espírito Santo. Quer dizer, o
Espírito divino age e colabora na ação salvadora de Jesus Cristo. Faz-se
memória, em outras palavras, da Salvação como obra Trinitária.
A
segunda parte desta primeira secreta apresenta, sempre em forma memorial, o
modo como Jesus oferece a Salvação divina à humanidade e como ele a realizou
através da sua morte, na Cruz. Esta é tratada como árvore que produz frutos de
vida nova.
Por
fim, a parte conclusiva é aquela intercessora, suplicando o perdão dos pecados,
o livramento do mal e da maldade e a graça de, “pela comunhão do vosso Corpo e
pelo vosso Sangue”, ser capaz de viver sempre fazendo a vontade divina, a
exemplo do próprio Jesus que viveu fazendo a vontade do Pai.
A
segunda fórmula da secreta antes da comunhão é mais breve e tem uma linguagem
mais objetiva, toda formatada num contexto suplicante. Dirige-se a Jesus
Cristo, presente no Sacramento Eucarístico, diante dos olhos do padre,
portanto, intercedendo que a Eucaristia — Corpo e Sangue do Senhor — não seja
motivo de condenação, mas sustento e remédio para a vida. É uma dimensão que
pode ser relacionada com a missão sacerdotal, enquanto sustento para a vida e
caminhada do sacerdote em sua atividade evangelizadora, pela qual anuncia a
Salvação divina.
Comunicação
litúrgica
Do ponto de vista da comunicação
litúrgica, o rito da secreta antes da comunhão é realizado pelo padre com a
participação e a sustentação orante silenciosa dos celebrantes. É um rito
silencioso e cumpre a função de fazer uma pausa silenciosa antes de se
aproximar da Mesa Eucarística. Por isso, a realização deste rito por toda a
assembléia rompe o propósito de silenciar antes da comunhão e introduz a “falação”.
Por que somente o padre? Do ponto de
vista espiritual, o padre reconhece-se beneficiado da graça de alimentar sua
vida pessoal e sacerdotal (que deve ser uma unidade) e intercede o dom da
santidade, isto é, a participação na vida divina. Claro que isso é compatível igualmente
para os celebrantes, mas no caso específico, o padre como que refaz sua
vocação, ele que recebeu a Ordenação para alimentar o povo com a mesma vida
divina que tem em suas mãos, no Pão e no Vinho Eucaristizados. A esse momento,
os celebrantes se unem com a oração pessoal silenciosa, preparando-se para a
comunhão Eucarística.
Serginho Valle
2017
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