
A questão da sensibilidade é de
vital importância, seja a sensibilidade litúrgica como a sensibilidade
celebrativa. Sensibilidade tem a ver com sentido, com sentimento. Aqui é
preciso uma distinção psicológica entre sentimento e emoção. A sensibilidade celebrativa,
por exemplo, não se limita à reação emotiva, mas tem a ver com sentimento, com
aquilo que não é apenas efervescência emocional, mas com aquilo que permanece,
que compromete, que se transforma em vida. A sensibilidade tem, sim, o seu lado
emotivo, emocional, que toca a pessoa no durante celebrativo, também pelo fato
de a linguagem litúrgica ser linguagem artística, mas não pode parar nisso,
precisa tornar-se sentimento, algo permanente na vida como amor, misericórdia,
caridade, compaixão, bondade...
A sensibilidade litúrgica e a
sensibilidade celebrativa estão presentes na atividade da Liturgia prática que,
em sua prática, é celebrativa, é comunicação que envolve emoção e sentimento.
Para isso se exige, seja da parte de quem preside como da parte dos
celebrantes, um aprendizado que acontece pelo “aprender a celebrar celebrando”.
Se os celebrantes — presidente e assembléia — penderem unicamente para o
emocional a celebração fica defasada, porque emociona, mas não compromete a
vivência; toda celebração é comprometedora, compromete os celebrantes com
aquilo que celebram. Disso, a sensibilidade da equipe de celebração, mas muito
especialmente do padre, para celebrar com emoção para se poder cultivar
sentimentos comprometedores.
Celebrar
liturgicamente não se resume a uma simples técnica, de realizar corretamente os
ritos previstos pela Igreja. Claro que isto é importante. A celebração
litúrgica tem a ver com sensibilidade e, por isso, “aprender a celebrar
celebrando” dando vida aos ritos em momentos que emocionam — para que os ritos
não sejam frios e vazios, nem tediosos e chatos — e se consolidem em
sentimentos profundos próprios do Coração divino, que se transformam em
vivência pelo discipulado e pelo testemunho cristão.
Serginho Valle
Julho de 2019
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