
A
confecção do símbolo contextual é um trabalho a ser realizado pelo ministério
da ornamentação. É o ministério da ornamentação que tem a responsabilidade
de criar o símbolo contextual. Para isso, o ministério da ornamentação
precisa conhecer o contexto celebrativo de cada Eucaristia. Isto deverá
acontecer especialmente nas Missas Dominicais. Sobre este tema, iremos voltar
num próximo artigo.
Como
todo símbolo, também o símbolo contextual obedece aos critérios do processo
comunicativo litúrgico. Um critério importante faz referência ao local onde o
símbolo contextual é colocado. Nunca sobre o altar, mas próximo do mesmo, na
lateral ou na frente do altar e, em certos casos numa lateral do
presbitério. O mesmo diga-se a respeito do ambão. O
símbolo contextual não é mais importante que o ambão, por isso não poderá
encobrir; esconder o ambão. O símbolo contextual não pode
anular outros símbolos já presentes na igreja, especialmente quando se trata
das Mesas Eucarísticas, aquela da Palavra e aquela da Eucaristia.
Outro
critério comunicativo é quanto ao tamanho do símbolo contextual que,
igualmente, deve obedecer aos critérios da proporcionalidade: de
acordo com as dimensões da igreja confecciona-se o símbolo
contextual, para que seja
visível por todos. Em certos casos, para ser melhor visto e
apreciado, o símbolo contextual pode ser preparado na porta da
igreja; assim, os celebrantes poderão visualizá-lo de perto e nos detalhes.
Depois, o mesmo será conduzido ao presbitério na procissão inicial ou
no momento da homilia, se o padre for fazer alusão ao mesmo, ou,
acompanhando a procissão das oferendas.
Um terceiro critério é a beleza. No que se refere aos
padrões de comunicação litúrgica, beleza rima com simplicidade. Por isso, o
símbolo, mesmo necessitado de indicações explicativas, sua simplicidade deve
ser tal que deixe uma ou mais portas abertas para outras interpretações, que
poderão acontecer no decorrer da celebração, da parte dos celebrantes.
Conceito
de símbolo
Por
se tratar de símbolo, lembramos que todo símbolo mantém relação direta com a
vida e, no caso da comunicação litúrgica em contexto celebrativo, com a vida
cristã e com o discipulado. Com este critério bem especifico, evita-se
o risco do alegorismo, que é um modo forçado de propor uma
interpretação ou um significado desvinculado da vida. Exemplo típico de
alegorismo, escrito em livros litúrgicos da Idade Média, por exemplo, é dizer
que as janelas da Igreja simbolizam a brisa do Espírito Santo que por ali
passa. As janelas não exercem função simbólica na igreja. Em caso de
alegorismo, portanto, o símbolo não é capaz de comunicar-se com espontaneidade,
pois, em certos casos, pode necessitar de um malabarismo intelectual para
propor uma interpretação.
Isto
também indica que a confecção do símbolo não pode ser pensada de forma
apressada, como teremos oportunidade de ponderar futuramente. A criação simbólica
exige meditação, reflexão teológica, reflexão espiritual e oração. Não se cria
um símbolo de modo aleatório, mas a partir de uma reflexão de quem se deixa
iluminar pela Palavra, uma vez que o símbolo contextual é criado em sintonia
com o contexto celebrativo de cada celebração. Ele faz parte do contexto
celebrativo; não é uma peça avulsa.
Serginho Valle
2017
0 comentários:
Postar um comentário
Participe. Deixe seu comentário aqui.