Três
são as características do Tempo Pascal: solenidade, festa e alegria. O Tempo
Pascal é um tempo solene, do ponto de vista do Ano Litúrgico; um tempo festivo,
do ponto se vista celebrativo e, um tempo alegre, do ponto de vista da
ornamentação.
A
solenidade se faz presente pelo modo de celebrar. São celebrações realizadas de
modo solene, seja pelo modo como a Igreja se paramenta, com os paramentos mais
bonitos, seja pelo modo como canta as celebrações, seja pela introdução de
ritos especiais, que expressem sinais da Ressurreição na comunidade. Tais
elementos contam no modo de preparar o espaço celebrativo, que precisam ser
considerados pelo ministério da ornamentação. Um espaço celebrativo
marcado pela solenidade, isto é, não simplesmente colocando “algumas florzinhas”
num vaso qualquer, mas arranjos florais e símbolos contextuais propostos de
modo solene, vistosos, bem feitos e bonitos.
Na
segunda característica, aquela festiva, a Liturgia é celebrada com músicas
alegres, com muitos instrumentos, e cantada com alegria. A
festividade também se expressa no rito, marcados por sinais, manifestações
(como aplauso, por exemplo) e por palavras festivas. O espaço celebrativo,
igualmente, se apresenta festivo, especialmente caracterizado por e com flores
coloridas. Isto significa arranjos que expressem alegria, feito de cores e
atraentes.
Por
fim, a terceira característica, a dimensão da alegria, que marca o espaço
celebrativo de modo mais evidente. Quanto a isso, duas anotações.
Destaque
do Círio Pascal
A
primeira anotação é a presença sempre alegre do Círio Pascal. Com isso se
entende que o mesmo é ornado e adornado de modo diferente em cada celebração
dominical. Isto é feito sempre com flores naturais e coloridas para
expressar alegria. Um espaço celebrativo, portanto que, de certo modo,
gira em torno do Círio Pascal e tem a finalidade de destacar o Círio Pascal com
matizes diferentes, próprios de cada Domingo.
Quanto
as flores, lembro que a flor pascal, adotada tradicionalmente pela Liturgia é o
girassol. Assim como o girassol se volta buscando a luz do sol para viver,
assim o cristão sempre busca a luz de Jesus e a luz da sua Ressurreição para
viver de modo pleno e na paz divina. É, portanto, uma flor simbólica própria do
Tempo Pascal que deveria ser usada em algumas celebrações do Tempo Pascal.
Simbolismo
contextual
O
segundo elemento desta minha reflexão diz respeito ao
simbolismo contextual. Os Domingos Pascais são marcados por uma
Palavra que se apresenta com muitas possibilidades de
propostas do ponto de vista do símbolo contextual. Faço uma breve
resenha de cunho ilustrativo, inspirando-me somente no Evangelho, e sem nenhuma pretensão
de fixismo, no sentido de repetir o mesmo simbolismo contextual todos os anos.
No 2º
Domingo da Páscoa, a fé se une à misericórdia. Um possível símbolo contextual
poderia ser preparado com flores e com velas ou então com um coração aberto
(feito em forma de escultura com isopor ou outro material), indicativo da
misericórdia e da fé, local onde Tomé queria colocar sua mão para comprovar a
Ressurreição de Jesus.
O 3º
Domingo narra o episódio de Emaús e inspira um arranjo com a
temática da Eucaristia. Pode-se preparar próximo do Círio Pascal uma mesa
com três cadeiras preparada para uma refeição feita com pão e vinho. Duas
cadeiras postadas com a mensagem de que quem ali sentava partiu às pressas.
Depois,
vem o Evangelho do Bom Pastor, no 4º Domingo do
Tempo Pascal, com um temário simbólico próprio do pastoreio, como por exemplo, o
cajado. Preparar, sempre próximo do Círio Pascal, um símbolo contextual
feito com um cajado e com algum outro símbolo do pastoreio.
No
5º Domingo do Tempo Pascal, Jesus se apresentado como “Caminho, Verdade e
Vida”. Um símbolo contextual, como por exemplo, algumas setas (como estas que
se encontram em nossas rodovias) com as indicações de caminho, verdade e vida,
apontando para o Evangeliário, que ali seria colocado após a sua proclamação, próximo
do Círio Pascal.
O
6º Domingo do Tempo Pascal à promessa do Paráclito e a presença de Jesus na
comunidade eclesial. Um ícone de Jesus ressuscitado, sorrindo e com braços
acolhedor poderia ser colocado próximo do Círio Pascal.
Por
fim, as duas últimas celebrações do Tempo Pascal são a Ascensão de Jesus e
Pentecostes. Na Ascensão, o símbolo contextual poderá fazer referência à
evangelização e, no Domingo de Pentecostes, um símbolo contextual proposto com
algum tema próprio de Pentecostes. Sou breve quanto as estas celebrações porque
já existe uma certa inspiração na proposta de símbolos contextuais para ambas.
Minha
referência, como acenado acima, foi somente a partir do Evangelho, mas existem
muitas inspirações na 1ª leitura, sempre feitas dos Atos dos Apóstolos e, nas
catequeses das 2ª leituras, proclamadas nas cartas pastorais. Além disso, concluo
lembrando que fiz menção apenas dos Domingos do Tempo Pascal A. Oportunamente,
vamos considerarei os Tempos Pascais B e C do Ano Litúrgico.
Serginho Valle
2017