
Do ponto de vista da comunicação
litúrgica, o olhar com o qual estamos lendo alguns parágrafos da Instrução
Geral do Missal Romano, este IGMR 295 é a descrição de onde parte o diálogo
comunicativo da celebração litúrgica. Embora a comunicação litúrgica seja
dialógica, o ponto emissor (podemos falar assim) encontra-se no presbitério, de
se comunica a Palavra de Deus (ambão), onde se prepara, oferece, consagra e se
partilha o Sacrifício Eucarístico, de onde os ministros exercem seu serviço a
Deus e aos celebrantes.
Inicialmente, a IGMR 295 trata da
estrutura do espaço e conclui orientando para que seja espaçoso, condição
indispensável para a celebração desenvolver-se de modo satisfatório. De fato,
espaços apertados, restringem, quando não impedem o processo comunicativo da
celebração. Não se pode dizer que existe uma procissão, mesmo em caráter
ritual, dando dois passos porque o ambão e o altar estão quase grudados. Por isso, vale a pena
considerar esta IGMR 295 não apenas como conclusiva da primeira parte dos
parágrafos que trataram do espaço celebrativo, mas como diretiva quanto ao
espaço adequado para comunicar-se liturgicamente no espaço celebrativo do
presbitério.
Esta amplidão do presbitério é
útil quando se pensa na introdução de sinais e símbolos em momentos de celebrações especiais, como na festa do padroeira, por
exemplo. Quando se pensa na realização de ritos que exigem movimentos ou alguma
coreografia e, até mesmo, quando da necessidade de se criar espaços simbólicos
maiores, como é o caso de um presépio, no Tempo de Natal por exemplo.
O presbitério, portanto, não é um local para encher com folhagens e flores como se fosse um quintal. Quanto a isso, oriento-me com uma indicação do
saudoso Cláudio Pastro. Dizia ele que o espaço do presbitério é bonito por
si mesmo, sem a necessidade de colocar folhagens, flores e imagens para
enfeita-lo.
Serginho Valle
2016
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