18 de nov. de 2016

IGMR 295 – o tamanho do presbitério

O presbitério é o lugar, onde se encontra localizado o altar, é proclamada a Palavra de Deus, e o sacerdote, o diácono e os demais ministros exercem o seu ministério. Convém que se distinga do todo da igreja por alguma elevação, ou por especial estrutura e ornato. Seja bastante amplo para que a celebração da Eucaristia se desenrole comodamente e possa ser vista por todos.

Do ponto de vista da comunicação litúrgica, o olhar com o qual estamos lendo alguns parágrafos da Instrução Geral do Missal Romano, este IGMR 295 é a descrição de onde parte o diálogo comunicativo da celebração litúrgica. Embora a comunicação litúrgica seja dialógica, o ponto emissor (podemos falar assim) encontra-se no presbitério, de se comunica a Palavra de Deus (ambão), onde se prepara, oferece, consagra e se partilha o Sacrifício Eucarístico, de onde os ministros exercem seu serviço a Deus e aos celebrantes.
Inicialmente, a IGMR 295 trata da estrutura do espaço e conclui orientando para que seja espaçoso, condição indispensável para a celebração desenvolver-se de modo satisfatório. De fato, espaços apertados, restringem, quando não impedem o processo comunicativo da celebração. Não se pode dizer que existe uma procissão, mesmo em caráter ritual, dando dois passos porque o ambão e o altar estão quase grudados. Por isso, vale a pena considerar esta IGMR 295 não apenas como conclusiva da primeira parte dos parágrafos que trataram do espaço celebrativo, mas como diretiva quanto ao espaço adequado para comunicar-se liturgicamente no espaço celebrativo do presbitério. 
Esta amplidão do presbitério é  útil quando se pensa na introdução de sinais e símbolos em momentos de celebrações especiais, como na festa do padroeira, por exemplo. Quando se pensa na realização de ritos que exigem movimentos ou alguma coreografia e, até mesmo, quando da necessidade de se criar espaços simbólicos maiores, como é o caso de um presépio, no Tempo de Natal por exemplo. 
O presbitério, portanto, não é um local para encher com folhagens e flores como se fosse um quintal. Quanto a isso, oriento-me com uma indicação do saudoso Cláudio Pastro. Dizia ele que o espaço do presbitério é bonito por si mesmo, sem a necessidade de colocar folhagens, flores e imagens para enfeita-lo.

Serginho Valle
2016


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