2 de jun. de 2017

Agente do ministério da ornamentação

A título de reflexão breve, seguem  três características quanto da identidade do agente do ministério da ornamentação. Por ser breve, trata-se apenas de uma primeira proposta sobre três  qualidades de quem se ocupam com a ornamentação celebrativa. 

Mistagogo 
A primeira característica do agente do ministério da ornamentação é a de ser um mistagogo que com sua função catequética conduz seus catequizandos para dentro do Mistério que é celebrado em cada contexto celebrativo. Quem se ocupa do ministério da ornamentação torna-se um mistagogo, isto é, não aquele catequista de propõe os primeiros elementos da fé, mas aquele que favorece nos celebrantes um aprofundamento do Mistério celebrado em vista de uma participação ativa e consciente.
Como já disse em outras oportunidades, o agente no ministério da ornamentação não é um simples arranjador de flores ou criador de símbolos; é alguém que propõe uma catequese através da arte floral, pela criação de um símbolo ou de um enfeite contextual ou por uma ikebana. Isto significa que em cada peça proposta pelo agente do ministério da ornamentação deveria existir uma mensagem catequética. Não somente uma mensagem visual, portanto, do ponto de vista estético com sua função apreciativa, também esta, mas com a finalidade de favorecer nos celebrantes o ingresso no Mistério celebrado para compreenderem o que se está celebrando. 
Para isso, como é normal para todo mistagogo, o agente do ministério da ornamentação deve ter intimidade com a Palavra, com a Liturgia e com o processo comunicativo da celebração.  

Contemplativo 
Outra importante característica do agente do ministério da ornamentação é o cultivo da contemplação em sua vida; é chamado a tornar-se um contemplativo. Aprender a contemplar é próprio de todo artista e, como todo agente do ministério da ornamentação lida com arte, ele é convidado a entrar na escola da contemplação para aprender e se tornar um contemplativo. 
Aprender a contemplar a beleza na natureza,  contemplar obras de arte. Contemplar como exercício de quem se coloca silenciosamente diante do belo e permite que a beleza entre dentro de si. Quanto mais tiver a beleza dentro ai, fruto da contemplação, mais facilmente saberá tornar belo aquilo que realiza no ministério da ornamentação.  Quanto mais ler a beleza com as palavras da Sagrada Escritura, tanto melhor poderá exercer seu ministério.

Aguçar a percepção  
Uma terceira característica consiste em ser um observador e para isso, precisa treinar sua percepção. Tornar a percepção aguçada. Ser alguém que repara ao seu redor para encontrar inspiração. Isso é muito importante para ser criativo na simbolização, observando o simbolismo que nos rodeia por todos os lados.
Aprender  perceber a dinâmica proposta em símbolos e em tantas representações com os quais convivemos na sociedade. Perceber a disposição das cores, a organização estética das formas, como se harmonizam na composição e no dialogo estético para que torna um símbolo seja eloquente.  Não se trata de copiar, mas de inspirar-se. 
O agente do ministério da ornamentação está sempre vendo formas e cores e composições com os olhos do Evangelho. À medida que aprende a ler a celebração e o Evangelho irá se aprimorando em transformar cada contexto celebrativo num símbolo, num enfeite contextual ou no arranjo floral.
Serginho Valle 
2017 


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