A
título de reflexão breve, seguem três características quanto da identidade do agente
do ministério da ornamentação. Por ser breve, trata-se apenas de uma primeira
proposta sobre três qualidades de quem se ocupam com a ornamentação celebrativa.
Mistagogo
A primeira característica do agente do ministério da
ornamentação é a de ser um mistagogo que com sua função
catequética conduz seus catequizandos para dentro do Mistério que é celebrado
em cada contexto celebrativo. Quem se ocupa do ministério da ornamentação
torna-se um mistagogo, isto é, não aquele catequista de propõe os primeiros
elementos da fé, mas aquele que favorece nos celebrantes um aprofundamento do
Mistério celebrado em vista de uma participação ativa e consciente.
Como já disse em outras oportunidades, o agente no
ministério da ornamentação não é um simples arranjador de flores ou criador de
símbolos; é alguém que propõe uma catequese através da arte floral, pela
criação de um símbolo ou de um enfeite contextual ou por uma ikebana. Isto significa que em cada peça proposta pelo agente do ministério da
ornamentação deveria existir uma mensagem catequética. Não somente uma mensagem
visual, portanto, do ponto de vista estético com sua função apreciativa, também esta, mas com a finalidade de favorecer nos celebrantes o ingresso no Mistério celebrado para compreenderem o que se está celebrando.
Para isso, como é normal para todo mistagogo, o
agente do ministério da ornamentação deve ter intimidade com a Palavra, com a
Liturgia e com o processo comunicativo da celebração.
Contemplativo
Outra importante característica do agente do
ministério da ornamentação é o cultivo da contemplação em sua vida; é chamado a
tornar-se um contemplativo. Aprender a contemplar é próprio de todo artista e,
como todo agente do ministério da ornamentação lida com arte, ele é convidado a
entrar na escola da contemplação para aprender e se tornar um
contemplativo.
Aprender a contemplar a beleza na natureza,
contemplar obras de arte. Contemplar como exercício de quem se coloca
silenciosamente diante do belo e permite que a beleza entre dentro de si.
Quanto mais tiver a beleza dentro ai, fruto da contemplação, mais facilmente
saberá tornar belo aquilo que realiza no ministério da ornamentação. Quanto
mais ler a beleza com as palavras da Sagrada Escritura, tanto melhor poderá
exercer seu ministério.
Aguçar
a percepção
Uma terceira característica consiste em ser um
observador e para isso, precisa treinar sua percepção. Tornar a percepção
aguçada. Ser alguém que repara ao seu redor para encontrar inspiração. Isso é
muito importante para ser criativo na simbolização, observando o simbolismo que
nos rodeia por todos os lados.
Aprender perceber a dinâmica proposta em
símbolos e em tantas representações com os quais convivemos na sociedade.
Perceber a disposição das cores, a organização estética das formas, como se
harmonizam na composição e no dialogo estético para que torna um símbolo seja
eloquente. Não se trata de copiar, mas de inspirar-se.
O agente do ministério da ornamentação está sempre
vendo formas e cores e composições com os olhos do Evangelho. À medida que
aprende a ler a celebração e o Evangelho irá se aprimorando em transformar cada
contexto celebrativo num símbolo, num enfeite contextual ou no arranjo floral.
Serginho Valle
2017
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