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Celebração eucarística constitui uma ação de Cristo e da Igreja, isto é, o povo
santo, unido e ordenado sob a direção do Bispo. Por isso, pertence a todo o
Corpo da Igreja e o manifesta e afeta; mas atinge a cada um dos seus membros de
modo diferente, conforme a diversidade de ordens, ofícios e da participação
atual Desta forma, o povo cristão, “geração escolhida, sacerdócio real, gente
santa, povo de conquista”, manifesta sua organização coerente e hierárquica. Todos, portanto, quer ministros ordenados, quer
fiéis leigos, exercendo suas funções e ministérios, façam tudo e só aquilo que
lhes compete (IGMR 91)
Depois de analisar vários movimentos comunicativos na celebração
da Missa, vamos iniciar a reflexão sobre a atuação dos ministros na ação
litúrgica, a partir da Instrução Geral do Missal Romano (IGMR 91).
Eucaristia: obra de Cristo
e da Igreja
O primeiro pensamento da IGMR 91 define a celebração Eucarística
como obra de Cristo e da Igreja. Isto quer dizer que a Eucaristia é, em
primeiro lugar, a continuação da ação salvifica de Cristo. Isto acontece em uma
celebração memorial, isto é, com a presença viva e atuante de Jesus Cristo em
modo sacramental. Acrescente-se a isto o conceito de Igreja: povo conduzido por
um pastor, o Bispo. Um conceito com a finalidade de destacar a dimensão
hierárquica da comunidade eclesial. De onde, como conclui a IGMR 91, a Liturgia
pertencer a todo o povo, que é a Igreja.
Competências celebrativas
O segundo elemento, na dimensão teológica, refere-se ao modo de
participação da Eucaristia. A IGMR 91 diz que o grau de participação é
diferente. A diferença acontece, não na ordem da graça, no efeito que a
Eucaristia tem em cada celebrante, mas naquilo que cada qual é destinado a
realizar na celebração Eucarística. Trata-se de "competências
celebrativas", ou "competências rituais".
É em decorrência disso que a IGMR 91 estabelece o conceito celebrativo
da Eucaristia de modo organizado em ministérios (serviços rituais) com cada
qual fazendo o que lhe compete sem assumir o que não lhe pertence. Deste modo,
o leitor proclama as leituras e não o Evangelho, por exemplo. A Oração
Eucarística é proclamada pelo presidente da celebração e não por toda a
assembléia. E assim com cada rito celebrativo.
Processo comunicativo
organizado
A conclusão óbvia conduz a compreender a celebração da Eucaristia
como um processo comunicativo organizado. Uma organização que compreende
competência hierárquica, presente no ministério ordenado, como é o caso da
presidência e do ministério diaconal. Compreende igualmente outros ministérios,
instituídos (leitores, por exemplo) ou não instituídos (ministério da acolhida,
por exemplo).
Quando isto não é considerado, sem discutir a validade e liceidade
da celebração Eucaristia, acontece uma invasão indevida, do ponto de vista
comunicativo, naquilo que é proposto pela Igreja. Este tipo de desobediência,
pelo que posso observar, não melhora em nada as celebrações Eucarísticas; em
muitos casos a desfiguram ou caricaturam.
Serginho Valle
2016
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