
Não estou abolindo as reuniões, mas
propondo uma reflexão para que as mesmas tenham uma metodologia que as torne
práticas, ágeis e produtivas. Em vez de multiplicar reuniões, fazer poucas, mas
eficazes. Para isso, uma pauta objetiva com propostas claras, um método dinâmico
e eficiente ajudam são imprescindíveis.
As
reuniões são importantes para dar vida a uma PL, onde não somente se fazem as
“coisas da Igreja” e “para a Igreja”, mas para que seja Igreja viva, com uma PL
capaz de plantar nos celebrantes sementes do Reino de Deus em cada celebração
do Mistério Pascal de Cristo.
Muitas PL perderam a meta e fazem as
coisas por fazer; perderam o espírito da PL e se fundamentam unicamente em
estruturas pastorais. Isso é complicado! É complicado porque, primeiramente,
uma comunidade cristã, fundamentada unicamente em estruturas pastorais, corre o
risco de trabalhar muito e conseguir pouco resultado. É a imagem de uma
comunidade que está tentando construir-se sobre si mesma, confiando em estruturas
organizacionais, mas sem a iluminação da mística do Evangelho, da importância
da oração, do tempo para refletir e estudar. Assim, as pastorais, incluso a PL,
tornam-se estruturas de serviço, mas sem a mística evangelizadora que anuncia,
testemunha e semeia a Boa Nova. São comunidades que têm tudo rigorosamente
organizado em forma de “burocracia pastoral”. Infelizmente, existem PL com o
mesmo vício burocrático: tudo rigorosamente organizado (o que é bom), mas sem o
espírito evangelizador (o que não é bom). Por isso, as reuniões da PL não podem
ser feitas somente para fins organizacionais e organizativos para manter uma
estrutura; há que haver reuniões para estudar, meditar, rezar...
Claro que isto precisa acontecer
dentro de um ritmo que não sufoque as atividades dos membros da PL, já previsto
nas atividades do calendário anual da PL comunitária. De onde uma organização
com datas e tempos confortáveis e espaçados para não sobrecarregar. Uma PL com
muitas reuniões é uma PL pesada, com o risco de perder a alegria e o entusiasmo
para animar a comunidade. Quando a PL da comunidade torna-se pesada, começa a atuar
“do jeito que dá” como, infelizmente, se constata em algumas comunidades.
Outro problema sério é que algumas comunidades
sacrificam “sempre os mesmos”, fazendo com que os mesmos assumam diferentes
pastorais, mesmo não tendo condições para isso. Defendo a tese que: quem
participa da PL — refiro-me especialmente aos membros da Equipe Litúrgica — não
têm muito tempo para participar de outras atividades pastorais. Por isso,
insisto na dedicação total e única na PL e para a PL da comunidade. Quando só alguns
têm muitas atividades pastorais, quase sempre, o resultado é tímido e de baixa
qualidade.
É hora de repensar e fazer bem,
fazer o melhor, nem que seja pouco, para deste pouco suscitar novas lideranças.
As reuniões são necessárias e começam a produzir frutos quando as lideranças
conhecem o assunto; no nosso caso, conhecem o que é uma PL, sabem organizar a
PL em organogramas exeqüíveis, objetivos e práticos. Mas, sem jamais esquecer
que tudo isso necessita do tempero místico vindo da oração, meditação, estudo
da Liturgia e serviço inspirado no Evangelho.
(Serginho Valle)
0 comentários:
Postar um comentário
Participe. Deixe seu comentário aqui.